Terra Amata (sítio arqueológico) – Wikipédia, a enciclopédia livre
Terra Amata | |
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Representação de uma cabana em Terra Amata | |
Localização atual | |
Localização de Terra Amata na França | |
Coordenadas | 43° 41′ 52″ N, 7° 17′ 22″ L |
País | França |
Região | Provença-Alpes-Costa Azul |
Departamento | Alpes Marítimos |
Comuna | Nice |
Altitude | 26 m |
Dados históricos | |
Fundação | 400 000 — 230 000 a.C. |
Período | Paleolítico Inferior ou Médio |
Cultura | Acheulense |
Notas | |
Escavações | 1966 |
Arqueólogos | Henry de Lumley |
Terra Amata é um sítio arqueológico a céu aberto localizado na encosta do monte Boron em Nice, França, a 26 metros acima do nível do mar Mediterrâneo. Foi descoberto e escavado em 1966 por Henry de Lumley. O sítio, inicialmente em uma praia pré-histórica, continha ferramentas dos primórdios do período Paleolítico, datados de cerca de 400 000 a.C., bem como traços de alguns dos primeiros sinais de controle do fogo na Europa.[1] O sítio agora está abaixo de um edifício e do Museu de Paleontologia Humana de Terra-Amata de Nice, onde alguns dos objetos descobertos estão em exibição.
Principais descobertas
[editar | editar código-fonte]O local foi descoberto durante obras de terraplenagem, perto do porto de Nice, em 1966. Depois de negociar com o proprietário da área, a DeLumley foi dada a permissão para o trabalho no sítio de 28 de janeiro a 5 de julho de 1966. Ele e sua equipe trabalharam sete dias por semana e, no final, vinte e quatro horas por dia, para completar o trabalho.[2]
De acordo com Lumley, o sítio continha uma comunidade com várias camadas de habitação localizadas em um praia. As habitações datavam de 380 000 a.C. e incluíam vestígios que sugeriam que os habitantes viviam em cabanas na praia. No centro de cada cabana havia uma lareira, com cinzas, mostrando que os habitantes tinham o controle do fogo. Esses sinais de fogo, juntamente com os de Menez Dregan em Finistère, na Bretanha, da Cova das Faias, em Suffolk, Inglaterra, e de Vértesszőlős na Hungria, são as primeiras evidências de que o controle do fogo era conhecido na Europa.[3] Esses vestígios incluíam muros de pedra baixos e seixos de praia, colocadas a o noroeste das lareiras, protegendo o fogo do vento Mistral. Lumley acreditava que os moradores construíram as cabanas de peles de animais suportadas com toras, com um furo no centro para a fumaça escapar. Vinte para quarenta pessoas poderiam se reunir em tal abrigo.[carece de fontes]
Controvérsia
[editar | editar código-fonte]Uma interpretação muito diferente do sítio foi dada, mais tarde, por outra arqueóloga, Paola Villa, que dedicou parte de sua tese de doutorado para o mesmo sítio. Ela argumentou que as conclusões a que chegou Lumley foram mais conjecturais do que convincentes.[4] Ela disse que era igualmente provável que as pedras tivessem sido naturalmente depositadas nos locais em que estavam, através de correntes de água ou algum outro processo natural.[5]
Villa também argumentou que a posição dos artefatos de pedra indicava que haviam sido movidos para cima e para baixo, através da coluna de sedimentos.[6]
Villa argumentou que Lumley superestimou o estado de conservação do sítio original, e que era impossível datar com precisão os objetos, pois as camadas não poderiam ser consideradas independente umas das outras. Ela também disse que o sítio deveria ter uma datação posterior, mais ou menos em 230 000 a.C..[carece de fontes]
Referências
- ↑ de Lumley, Henry. La Grande Histoire des premiers hommes européens, p. 211,
- ↑ De Lumley, p. 213.
- ↑ Henry de Lumley, La Grande Histoire des premiers hommes européens, pg. 225.
- ↑ Scarre, Chris (ed.). The Human Past: World Prehistory & the Development of Human Societies. [S.l.: s.n.] ISBN 0-500-28531-4
- ↑ 68. ISSN 0003-598X
- ↑ Villa, Paola. Terra Amata and the Middle Pleistocene archaeological record of southern France. [S.l.: s.n.] ISBN 0-520-09662-2