Terra redonda – Wikipédia, a enciclopédia livre

Carlos Magno segurando um globo, símbolo do seu poder temporal.‎

A noção de que a Terra é redonda indica que o formato do globo terrestre é esférico, em oposição a ideia da Terra plana. O paradigma da Terra esférica apareceu na filosofia grega no século VI a.C. com Pitágoras, embora a maioria dos filósofos pré-socráticos defendesse o modelo de Terra plana. Aristóteles aceitava a esfericidade da Terra por bases empíricas em 330 a.C. e o conhecimento sobre a Terra redonda gradualmente começou a se espalhar pelo mundo helenístico.[1][2][3][4]

A noção de que durante a Idade Média haveria uma "crença na Terra plana" foi forjada no século XVIII, e ainda é uma visão popular entre não especialistas. Por outro lado, medievalistas e historiadores da ciência atualmente concordam que essa é uma concepção falsa. Em suma, os poucos autores ocidentais do mundo antigo ou medieval que comprovadamente combateram a esfericidade da Terra foram exceção, eles eram geralmente ignorados ou tratados com pouca seriedade nos círculos intelectuais de sua época. [5] [6]

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Outro dado relevante se refere à menção Bíblica, a qual parece revelar por meio do profeta Isaías: "É Ele quem está sentado sobre o círculo da Terra, cujos moradores são para Ele como um gafanhoto..." (Isaías 40.22). A palavra círculo, no texto, é a palavra hebraica hug (חוג), que significa círculo ou redondo, no hebraico antigo, e no hebraico moderno, compasso ou circuito. Se os linguistas e teólogos decidirem-se a respeito, pode-se encontrar aqui a mais antiga referência à esfericidade da Terra (740 a.C.); contudo, enquanto prosseguem na divisão entre o significado pleno e mais adequado do texto, se o sentido teria a ver com a esfericidade ou com um disco circular, prossegue nas mãos gregas as dádivas desta afirmação.

Referências

  1. Continuation of Greek concept into Roman and medieval Christian thought: Reinhard Krüger: Materialien und Dokumente zur mittelalterlichen Erdkugeltheorie von der Spätantike bis zur Kolumbusfahrt (1492)
  2. Direct adoption of the Greek concept by Islam: Ragep, F. Jamil: "Astronomy", in: Krämer, Gudrun (ed.) et al.: Encyclopaedia of Islam, THREE, Brill 2010, without page numbers
  3. Direct adoption by India: D. Pingree: "History of Mathematical Astronomy in India", Dictionary of Scientific Biography, Vol. 15 (1978), pp. 533−633 (554f.); Glick, Thomas F., Livesey, Steven John, Wallis, Faith (eds.): "Medieval Science, Technology, and Medicine: An Encyclopedia", Routledge, New York 2005, ISBN 0-415-96930-1, p. 463
  4. Adoption by China via European science: Jean-Claude Martzloff, "Space and Time in Chinese Texts of Astronomy and of Mathematical Astronomy in the Seventeenth and Eighteenth Centuries" Arquivado em 2 de dezembro de 2013, no Wayback Machine., Chinese Science 11 (1993-94): 66-92 (69) and Christopher Cullen, "A Chinese Eratosthenes of the Flat Earth: A Study of a Fragment of Cosmology in Huai Nan tzu 淮 南 子", Bulletin of the School of Oriental and African Studies, Vol. 39, No. 1 (1976), pp. 106-127 (107)
  5. Russell, Jeffrey B. «The Myth of the Flat Earth». American Scientific Affiliation. Consultado em 14 de março de 2007 
  6. «O mito da Terra plana». Projeto Ockham. Consultado em 7 de Outubro de 2012