Titanus giganteus – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Titanus giganteus
Fotografia da vista superior de um espécime de T. giganteus coletado na Guiana Francesa.
Fotografia da vista superior de um espécime de T. giganteus coletado na Guiana Francesa.
De acordo com Bernard Dupont este besouro T. giganteus é "muito pequeno",[1] pois alguns indivíduos podem chegar até 16.7 centímetros de comprimento;[2] espécime fotografado na Guiana Francesa.[1]
De acordo com Bernard Dupont este besouro T. giganteus é "muito pequeno",[1] pois alguns indivíduos podem chegar até 16.7 centímetros de comprimento;[2] espécime fotografado na Guiana Francesa.[1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera
Subordem: Polyphaga
Família: Cerambycidae
Subfamília: Prioninae[3][4]
Tribo: Prionini[3][4]
Género: Titanus
Espécie: T. giganteus
Nome binomial
Titanus giganteus
(Linnaeus, 1771)[3][4]
Distribuição geográfica
O besouro T. giganteus é encontrado na região neotropical.[3][5]
O besouro T. giganteus é encontrado na região neotropical.[3][5]
Sinónimos
Cerambyx giganteus Linnaeus, 1771[3][6]
Prionus giganteus (Linnaeus, 1771)
Percnopterus giganteus (Linnaeus, 1771)[6]

Titanus giganteus (denominado popularmente, em inglêsː titan beetle;[2][7] em francêsː titan;[8] em espanholː escarabajo titán[9] - embora não seja um verdadeiro Scarabaeoidea - ; em portuguêsː besouro-titã, besouro-gigante[10][11] ou cerambicídeo-gigante)[12] é um inseto da ordem Coleoptera e da família Cerambycidae, subfamília Prioninae;[3][4] um besouro cujo habitat são as florestas tropicais úmidas da região neotropical,[3][5] no norte da América do Sul e em habitat amazônico entre a Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Guianas e Brasil.[4][7][13] A espécie fora descrita em 1771, por Carolus Linnaeus, com a denominação Cerambyx giganteus;[3][6] sendo a única espécie do gênero Titanus (táxon monotípico), criado por Audinet-Serville em 1832.[3] Espécimes em bom estado de Titanus giganteus só foram adicionados às coleções de museu quase um século e meio após sua descoberta, com o término da Primeira Guerra Mundial; sendo este considerado um dos maiores insetos extantes[13][14] e o maior besouro de sua família,[8] cujos integrantes são conhecidos por besouros serradores ou serra-paus.[10]

O entomologista Patrice Bouchard afirma que, embora esta espécie tenha a reputação de ser o maior inseto do mundo e o maior besouro conhecido, sendo relatados espécimes com talvez até 20 ou 23 centímetros de comprimento, isto é considerado um mito, uma vez que o maior espécime conhecido mede 16.7 centímetros de comprimento (167 milímetros).[2][13] Sua coloração varia do castanho ao negro e seus élitros coriáceos são ligeiramente estriados longitudinalmente e ovalados desde a lateral até sua porção final.[1][2][4] O protórax possui seis projeções espiniformes, três de cada lado, com as projeções centrais mais pronunciadas, e seu escutelo é arredondado.[15] Suas antenas filiformes são curtas para um Cerambycidae, apresentando onze segmentos; com seus primeiros artículos, que se inserem na cabeça, ligeiramente arredondados.[2][4][15] A diferença entre machos e fêmeas é fácil porque as fêmeas são menores, com até 16 centímetros de comprimento, e não possuem denticulações na tíbia.[2]

Duas outras espécies grandes de besouros, Dynastes hercules (Linnaeus, 1758, Dynastinae) e Macrodontia cervicornis (Linnaeus, 1758, Prioninae), atingem tamanho semelhante ao de Titanus giganteus, incluindo suas mandíbulas e expansões protoráxicas ou cefálicas extremamente longas. No entanto, o tamanho do besouro-titã é composto quase exclusivamente pelo seu grande corpo.[13]

Este inseto é capaz de produzir um som audível aos seres humanos, quando manipulado ou importunado.[2][9]

As larvas de quase todas as espécies de Cerambycidae da subfamília Prioninae desenvolvem-se em troncos cortados ou já secos, por isso os seus representantes não têm tanta importância econômica para as plantas cultivadas[18] e, no caso desta espécie, ainda são desconhecidas para a ciência, tanto quanto suas plantas hospedeiras; com larvas muito provavelmente se desenvolvendo durante anos em espécies de troncos largos.[2][13] Os machos são atraídos pela luz, mas não suas fêmeas.[2] Uma inspeção dos órgãos internos mostrou aparente degeneração do intestino, indicando que os adultos dependem de reservas alimentares previamente acumuladas, em vez de se alimentarem desde o momento da eclosão.[13] Mesmo que não se alimentem, usam suas mandíbulas fortes e espinhos protoráxicos para se defender contra os predadores, inclusive se afirmando que tais mandíbulas podem partir um lápis ao meio ou cortar a carne humana.[7] Os machos são tão grandes e pesados ​​que não conseguem voar diretamente a partir do solo, tendo que subir nas árvores para se lançarem das alturas.[9]

Devido a sua aparente indisponibilidade, o valor de Titanus giganteus entre os colecionadores de insetos é grande; durante muitos anos, no passado, sendo considerado uma grande raridade e raramente apresentado ao público.[13]

Referências

  1. a b c Dupont, Bernard (18 de janeiro de 2018). «Titan Beetle (Titanus giganteus), very small specimen ...» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 25 de agosto de 2023. Piste de Belizon, Roura, French Guyana, FRANCE 
  2. a b c d e f g h i BOUCHARD, Patrice (2014). The Book of Beetles. A Lifesize Guide to Six Hundred of Nature's Gems (em inglês). United Kingdom: Ivy Press. p. 545. 656 páginas. ISBN 978-1-78240-049-3 
  3. a b c d e f g h i Monné, Miguel (29 de fevereiro de 2012). «Catalogue of the type-species of the genera of the Cerambycidae, Disteniidae, Oxypeltidae and Vesperidae (Coleoptera) of the Neotropical Region» (em inglês). Zootaxa 3213(3213) (ResearchGate). p. 131-132. 183 páginas. Consultado em 25 de agosto de 2023 
  4. a b c d e f g GAMA, José Madson de Freitas; SOUTO, Raimundo Nonato Picanço (2001). Coleção Entomológica do IEPA, Cerambycidae (Coleoptera). novos registros de ocorrências no Amapá. 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA). p. 19. 82 páginas. ISBN 85-87794-04-3 
  5. a b GODINHO JR., Celso L. (2011). Besouros e Seu Mundo. Com 1400 ilustrações em cores desenhadas pelo autor 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Technical Books. p. 344-345. 478 páginas. ISBN 978-85-61368-16-6 
  6. a b c «Titanus giganteus (Linnaeus, 1771)» (em inglês). Biolib.cz. 1 páginas. Consultado em 25 de agosto de 2023 
  7. a b c «Titan Beetle» (em inglês). Smithsonian Institution. 31 de maio de 2011. 1 páginas. Consultado em 23 de agosto de 2023 
  8. a b STANEK, V. J. (1985). Encyclopédie des Insectes. 270 illustrations en couleurs (em francês) 2ª ed. Praga: Gründ. p. 252. 352 páginas. ISBN 2-7000-1319-0 
  9. a b c «Escarabajo Titán, el coleóptero más grande del mundo» (em espanhol). Enciclopedia de animales. 1 páginas. Consultado em 25 de agosto de 2023 
  10. a b «Besouro gigante é nova atração do Instituto Biológico». Instituto Biológico. 14 de março de 2012. 1 páginas. Consultado em 25 de agosto de 2023 
  11. Marques, Evandro (13 de dezembro de 2022). «Besouro-gigante: o maior besouro do mundo é brasileiro!». Coisas da Roça. 1 páginas. Consultado em 25 de agosto de 2023 
  12. F., Aléssio (21 de novembro de 2017). «Cerambicídeo-gigante». Portal de Zoologia de Pernambuco. 1 páginas. Consultado em 25 de agosto de 2023 
  13. a b c d e f g Dvořáček, Jiří; Sehadová, Hana; Weyda, František; Tomčala, Aleš; Hejníková, Markéta; Kodrík, Dalibor (12 de fevereiro de 2020). «First Comprehensive Study of a Giant among the Insects, Titanus giganteus: Basic Facts from Its Biochemistry, Physiology, and Anatomy» (em inglês). Insects. 11(2). (PubMed Central). 1 páginas. Consultado em 25 de agosto de 2023 
  14. GODINHO JR., Celso L. (Op. cit., p. 213.).
  15. a b Deschandol, Frank (21 de fevereiro de 2019). «Titanus giganteus, male» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 25 de agosto de 2023 
  16. Merian, Maria Sibylla. «Страница 44» (em inglês). Pinterest. 1 páginas. Consultado em 25 de agosto de 2023 
  17. GAMA, José Madson de Freitas; SOUTO, Raimundo Nonato Picanço (Op. cit., p. 20.).
  18. LIMA, Costa (1953). «Família CERAMBYCIDAE, in Insetos do Brasil» (PDF). Escola Nacional de Agronomia (cerambycoidea.com). p. 85. 142 páginas. Consultado em 11 de agosto de 2023 

Ligações externas

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