Trap – Wikipédia, a enciclopédia livre
Trap | |
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Origens estilísticas | Southern hip hop, gangsta rap. crunk. Memphis rap, snap music |
Contexto cultural | Início dos anos 1990 e anos 2000 em Port Arthur, Houston, Texas, Atlanta, Geórgia |
Instrumentos típicos | Sequenciador, sampler, caixa de ritmos, instrumento de teclas, instrumento de cordas, metais, Digital Audio Workstation, instrumento de percussão |
Popularidade | Alta |
Subgêneros | |
Drill, Plug, Dark Trap, Emo trap, Trap metal, Hard trap | |
Gêneros de fusão | |
trap soul | |
Formas regionais | |
South Side, Warren | |
Outros tópicos | |
Footwork |
Trap é um subgênero do rap/hip-hop que surgiu na década de 2000 com DJ Paul no sul dos Estados Unidos. Ganhou popularidade nos Estados Unidos em meados de 2007 com o surgimento de vários grupos de rap e rappers como Gucci Mane, OJ da Juiceman e produtores como Drumma Boy, Shawty Redd e DJ Zaytoven, Logo depois surgiu Lex Luger com a produtora 808 Mafia, ganhando sucesso internacional em 2016. O trap da música eletrônica se originou ao movimento hip-hop que inspirou vários DJ de electronic dance music.[1][2] O estilo é caracterizado por ritmo calmo há agressivo e som que incorpora a caixa de ritmos Roland TR-808, bumbos sub-baixo, em tempo duplo, em tempo triplo e outros tempos mais rápidos de divisão chimbais,[3] sintetizadores em camadas, e cordas "cinematográficas", sendo estes elementos muito utilizados no house music e suas vertentes.[4][5]
Na metade dos anos 2010, o trap chegou no Brasil, quando os artistas Naio Rezende, Jé Santiago, Dfideliz, Matuê e Raffa Moreira dentre outros começaram a incorporar elementos do gênero em suas músicas. A fusão do trap com influências do funk carioca, do pop e da música eletrônica brasileira resultou em um estilo autêntico e inovador.[6]
No Brasil, nomes como: Matuê, Leozin, Big Rush, Teto, Veigh, Xamã etc. Contribuíram com a adaptação do trap ao contexto brasileiro. A popularidade de músicas como De Peça em Peça e Foi Bom deram início à uma era de ouro para o gênero no país. À medida que o Trap foi crescendo no Brasil, foram surgindo outros nomes como: Sidoka, Massaru, PK, Djonga, foram trazendo uma variedade de estilos e abordagens. Em junho deste ano, conseguiu um feito inédito: desbancar pela primeira vez o sertanejo como ritmo mais ouvido na playlist Top Brasil da plataforma Spotify, que reúne as principais músicas escutadas no país.
Em 2012, um novo movimento de produtores e DJs de música eletrônica surgiu e começou a incorporar elementos da música trap em suas obras.[7] Isso ajudou a expandir a sua popularidade entre os fãs de música eletrônica. Um número de ramificações estilísticas de música trap desenvolveu-se, que, na segunda metade de 2012, ganharam um aumento na popularidade viral e fez um impacto notável sobre a dance music.
Considerado por muitos como o pai do trap, Diplo com sua gravadora Mad Decent alavancou o ritmo, com sua Mad Decent Block Party com uma versão até em um cruzeiro, impulsionando ao Mainstream, revelando artistas como Baauer, Yellow Claw, KPO Music, GTA, Flosstradamus, DJ Snake, Dillon Francis (com seu moobahton) e NGHTMRE, todos estes produtores de música eletrônica.
Diplo é o primeiro artista do gênero na rádio BBC, com seu chart Diplo & Friends, revelando novos talentos como HI-LO projeto de Bass House - subgênero de Oliver Heldens
Características
[editar | editar código-fonte]Trap é um estilo instrumental, onde combinam ritmos de diferentes músicas, sons, onomatopeias e incorpora um extenso uso de sintetizadores multidimensionais e melódicas bem desalinhadas; músicas boas, laços nítidos e rítmicos; profundos 808, bumbos, sub-graves; em tempo duplo, triplo e em tempo semelhante divididos chimbais; e uma utilização cinematográfica e sinfônica de instrumentos de corda, de sopro e teclado criando uma atmosfera sombria, densa, cruel e um contexto triste e desolador para os ouvintes.
Outros temas líricos da música trap incluem criminalidade, tráfico de drogas, festas, sexo, cadeia, religião, violência, armas, gangues, problemas sociais, familiares, amigos, emoções e sentimentos pessoais, o niilismo, negócios, mudanças da indústria da música, rebelião, ressentimento, palavrões, o racismo, a consciência, vida, morte, política, materialismo e riqueza.
História
[editar | editar código-fonte]Em 2012, novos estilos do trap, como "trap house", "trap-ah-ton", começaram a ganhar popularidade.[8] A maioria destes subgêneros combinava padrões de bateria/ritmo em estilo trap com sintetizadores EDM,[4] criando batidas e melodias fora do comum. Produtores de eletrônica, como Diplo, Dj Kington, DJ Snake, Dillon Francis, GTA, NGHTMRE, Tomsize, Boaz Van De Beatz, GRANDTHEFT, Zeds Deads, Ookay, TNGHT, Baauer, Flosstradamus, RL Grime, e Yellow Claw expandiram a popularidade destes desenvolvimentos da música trap, ganhando a atenção dos fãs de música eletrônica.[9]
Na segunda metade de 2012, essas novas ramificações da música trap desenvolvida ganhou popularidade viral e fez um impacto notável sobre música eletrônica.[9] A música foi inicialmente apelidada simplesmente como "trap" pelos produtores e fãs, o que levou ao termo "trap" sendo usado para tratar a música de ambos os rappers e produtores eletrônicos, isso gerou muita confusão entre os seguidores de ambos. Em vez de se referir a um único gênero, o termo "trap" tem sido usado para descrever dois gêneros distintos de rap e dance music.[10] A nova onda do gênero tem sido rotulada por alguns como EDM trap para distingui-lo do gênero rap.[8][9][11] A evolução do EDM trap tem visto incorporações e influências estilísticas de dubstep, com Rebecca Haithcoat do LA Weekly dizendo "você poderia basicamente chamá-lo a próxima fase do dubstep. Toca-se em um clube-ready 140 bpm, enquanto mantêm "gotas de dubstep" e ele continua a crescer em popularidade.[12]
Em 2013, um vídeo feito por um fã de música eletrônica da canção do produtor de música trap Baauer, "Harlem Shake", se tornou um meme da internet, impulsionando a caminho de se tornar a primeira música em estilo trap a chegar ao topo da Billboard Hot 100.[13] Cinco populares produtores de música trap EDM se apresentaram no Ultra Music Festival nos Estados Unidos - Carnage, ƱZ, DJ Craze, Baauer e Flosstradamus.[8] O festival Tomorrowland 2013 contou com uma "Trap Stage".
Em 10 de fevereiro de 2013, All Trap Music lançou seu primeiro álbum de compilação que contou com dezenove faixas de artistas como RL Grime, Flosstradamus, Baauer, Bro Safari, Buku, 12th Planet, Hucci e UZ. Descrito pela imprensa musical como o primeiro álbum de seu tipo alcançou o número dois na parada dance iTunes com a Vibe Magazine afirmando que foi o "mais vendido álbum trap do mundo de todos os tempos".
Os pioneiros do gênero são DJ Paul, Shawty Redd, 808 Mafia e Lex Luger. Rappers como Chief Keef e Waka Flocka Flame, Gucci Mane, Rick Ross, Nicki Minaj, Future e Fetty Wap também estão na lista, Young Thug e Migos são grandes influenciadores do mesmo.
Subgêneros
[editar | editar código-fonte]Trap-soul
[editar | editar código-fonte]Trap-soul é um gênero que surgiu da fusão entre o trap, música soul e o R&B, que se tornou popular através do álbum de estréia de Bryson Tiller, "Trapsoul" lançado em 2015 e consiste em um ritmo de música mais suave, oposto ao conteúdo pesado do trap, que agrada tanto os amantes de trap, quanto aos amantes da música soul.[14] O portal BET.com definiu o trap-soul como “um novo gênero de soul que foi criado no século XXI, que infunde soul, rap e R&B". Jhené Aiko, Kehlani, PartyNextDoor, Khalid, Summer Walker, Alicia Keys, Ty Dolla $ign, Tory Lanez, são alguns dos artistas expoentes do gênero.[14]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Stelios Phili. «Fighting Weight: From the Trap to the Treadmill». GQ
- ↑ «The trap phenomenon explained». DJ Mag
- ↑ Quit Screwing with Trap Music: An Interview with Houston-Born Producer Lōtic Arquivado em 3 de novembro de 2012, no Wayback Machine. Vice > Motherboard
- ↑ a b Miles Raymer. «Who owns trap?». Chicago Reader
- ↑ Joseph Patterson (19 de janeiro de 2013). «Trap Music: The Definitive Guide». Topman. Sabotage Times. Arquivado do original em 25 de fevereiro de 2013
- ↑ «Trap se estabelece na cena hip-hop brasileira com influências de emo e anime». Folha de S.Paulo. 19 de dezembro de 2018. Consultado em 9 de novembro de 2024
- ↑ Caroline Cantrall. «blog.intotheam.com». Into the AM. Arquivado do original em 12 de abril de 2014
- ↑ a b c Kat Bein. «Top Five Trap Stars at Ultra Music Festival 2013». Miami New Times. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2014
- ↑ a b c «What is Trap Music? Trap Music Explained». Run The Trap
- ↑ David Drake. «The Commodification of Southern Rap's Drug-Fueled Subgenre». Complex
- ↑ Daniel Isenberg. «The Top 10 EDM Trap Tunes So Far». Complex
- ↑ «'What the hell is Trap music (And why is Dubstep involved)'». LA Weekly. 10 de abril de 2012
- ↑ David Wagner (13 de fevereiro de 2013). «The Harlem Shake Meme Is Dead». The Atlantic Wire. The Atlantic Monthly Group. Cópia arquivada em 19 de fevereiro de 2013
- ↑ a b «Trap Soul: R&B or its Own Genre?» (em inglês). 16 de agosto de 2017. Consultado em 26 de março de 2022
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Trap (music)».