Triparmaceae – Wikipédia, a enciclopédia livre

Triparmaceae
Classificação científica
Domínio:
Reino:
(não classif.):
Superfilo:
Filo:
Subdivisão:
Classe:
Ordem:
Família:
Triparmaceae

B.C.Booth & H.J. Marchant, 1988
Géneros

Triparmaceae é uma família de microalgas marinhas da ordem Parmales da classe Bolidophyceae, com distribuição cosmopolita nos oceanos e mares. Caracterizam-se por apresentarem uma parede celular composto por 5-8 placas de sílica interligadas com formas distintas.[2]

A etimologia do nome vem de parma[3] o termo utilizado pelos romanos para designar um escudo redondo pequeno utilizado pela infantaria e cavalaria, numa alusão às placas de sílica que recobrem as Parmales.[4]

Este grupo de organismos foi inicialmente considerado como pertencente ao grupo dos Choanoflagellata com lorica,[5] mas estudos posteriores mostraram que pertencem a um filo inteiramente separado pois a presença de cloroplastos coloca-os entre os heterocontes (Stramenopiles) fotossintéticos.[6]

O grupo é dividido em duas categorias morfológicas distintas: (1) a forma bolidófita nua e móvel; e (2) a forma não móvel e recoberta por placas de sílica. A forma bolidófita carece de placas de sílica e possui dois flagelos desiguais inseridos ventralmente, com morfologia vagamente reminiscente de Chlamydomonas.[6] A forma não móvel (parmelana) é similar às diatomáceas, já que é recoberta por placas de sílica. Estas placas são usadas para dividir as Parmales em géneros distintos com base no número e localização das placas de sílica. Ao contrário das diatomáceas, as Parmales são capazes de crescer em ambientes em que a disponibilidade de ácido silicíco em solução é factor limitante, porque a síntese das placas de sílica não está directamente ligada ao crescimento ou à reprodução.[7]

As Parmales alimentam-se activamente de nanofitoplâncton, especialmente dos géneros Prochlorococcus e Synechococcus, e são um dos mais importantes predadores dessas cianobactérias em águas oligotróficas.[8] Essa heterotrofia desenvolvida por este grupo serve como um passo importante na base da cadeia trófica oceânica conhecida por «circuito microbiano».

Taxonomia e sistemática

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O clado Parmales foi inicialmente colocado entre as Chrysophyceae, mas estudos de genética molecular realizados em 2016 mostram que o grupo pertence às Bolidophyceae.[4][6] Com a sua presente circunscrição taxonómica a família Triparmaceae integra:

  1. Booth, B.C. & Marchant, H.J. (1987). Parmales, a new order of marine chrysophytes, with descriptions of three new genera and seven new species. Journal of Phycology 23: 245-260.
  2. Konno, Susumu; Jordan, Richard W (2012). Parmales. eLS (em inglês). [S.l.: s.n.] ISBN 978-0470016176. doi:10.1002/9780470015902.a0023691 
  3. Parma (palavra latina).
  4. a b Booth, Beatrice C.; Marchant, Harvey J. (Junho de 1987). «PARMALES, A NEW ORDER OF MARINE CHRYSOPHYTES, WITH DESCRIPTIONS OF THREE NEW GENERA AND SEVEN NEW SPECIES». Journal of Phycology. 23 (s2): 245–260. doi:10.1111/j.1529-8817.1987.tb04132.x 
  5. Silver, M. W.; Mitchell, J. G.; Ringo, D. L. (1980). «Siliceous nanoplankton. II. Newly discovered cysts and abundant choanoflagellates from the Weddell Sea, Antarctica». Marine Biology. 58 (3): 211–217. doi:10.1007/BF00391878 
  6. a b c Ichinomiya, Mutsuo; dos Santos, Adriana Lopes; Gourvil, Priscillia; Yoshikawa, Shinya; Kamiya, Mitsunobu; Ohki, Kaori; Audic, Stéphane; de Vargas, Colomban; Noël, Mary-Hélène; Vaulot, Daniel; Kuwata, Akira (22 de março de 2016). «Diversity and oceanic distribution of the Parmales (Bolidophyceae), a picoplanktonic group closely related to diatoms». The ISME Journal. 10 (10): 2419–2434. PMC 5030691Acessível livremente. PMID 27003244. doi:10.1038/ismej.2016.38 
  7. Yamada, Kazumasa; Yoshikawa, Shinya; Ichinomiya, Mutsuo; Kuwata, Akira; Kamiya, Mitsunobu; Ohki, Kaori; Lovejoy, Connie (23 de julho de 2014). «Effects of Silicon-Limitation on Growth and Morphology of Triparma laevis NIES-2565 (Parmales, Heterokontophyta)». PLoS ONE. 9 (7): e103289. PMC 4108440Acessível livremente. PMID 25054645. doi:10.1371/journal.pone.0103289 
  8. Frias-Lopez, Jorge; Thompson, Anne; Waldbauer, Jacob; Chisholm, Sallie W. (Fevereiro de 2009). «Use of stable isotope-labelled cells to identify active grazers of picocyanobacteria in ocean surface waters». Environmental Microbiology. 11 (2): 512–525. PMC 2702499Acessível livremente. PMID 19196281. doi:10.1111/j.1462-2920.2008.01793.x 
  9. M.D. Guiry (2016), AlgaeBase, World-wide electronic publication, National University of Ireland, Galway, consultado em 25 de outubro de 2016 

Ligações externas

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