Tucupi – Wikipédia, a enciclopédia livre
Tucupi é o sumo amarelo extraído da raiz da mandioca brava[1] quando descascada, ralada e espremida (tradicionalmente usando-se um tipiti). Depois de extraído, o caldo "descansa" para que o amido (goma) se separe do líquido (tucupi). Inicialmente venenoso devido à presença do ácido cianídrico, o líquido é cozido (processo que elimina o veneno) e fermentado de 3 a 5 dias para, então, ser usado como molho na culinária.[2]
O amido, também chamado polvilho é separado do líquido e lavado e decantado em diversas águas. Após ser seco, é esquentado no forno, formando grânulos, a chamada tapioca.[3]
Lenda
[editar | editar código-fonte]Reza a lenda que Jacy (Lua) e Iassytatassú (Estrela d'alva), combinaram visitar o centro da Terra. Quando foram atravessar o abismo, Caninana Tyiiba mordeu a face de Jacy. Jacy derramou suas lágrimas sobre uma plantação de mandioca. Depois disso o rosto de Jacy ficou marcado para sempre pelas mordidas de Caninana. A partir das lágrimas de Jacy, surgiu o tycupy (tucupi).
Usos
[editar | editar código-fonte]Muito presente na mesa dos brasileiros da região Norte, o pato no tucupi é previamente assado e após destrinchado, é levado a uma fervura leve num molho de tucupi, pimenta de cheiro, cheiro verde, alfavaca e jambu (ver: Spilanthes).
Tacacá é outra especialidade da culinária amazônica, principalmente "cultuado" pelos acreanos, paraenses, amazonenses, amapaenses; e em menor escala pelos rondonienses, tocantinenses e roraimenses. Servido numa cuia natural, o tucupi fervente é derramado sobre uma goma feita a partir do amido da mandioca. Acrescenta-se uma porção generosa das folhas de jambu e camarão rosa para completar o prato.[4]
Referências
- ↑ Revista Textos do Brasil - "A mestiçagem brasileira", pg. 64
- ↑ «Instituto de Química da [[UFRJ]]"Ácido cianídrico, espilantol, tucupi, jambú e maniçoba: a complexa química da cozinha paraense" (Consulta em 16 de abril de 2014)». Consultado em 16 de abril de 2014. Arquivado do original em 16 de abril de 2014
- ↑ Cavalcante, Messias Soares. Comidas os Nativos do Novo Mundo. Barueri, SP. Sá Editora. 2014, 403p.
- ↑ https://boavista.rr.gov.br/noticias/2019/03/comer-bem-que-mal-tem-de-tacaca-a-pirarucu-culinaria-do-carnaval-de-boa-vista-oferece-opcoes-para-todos-os-gostos