Club de Regatas Vasco da Gama – Wikipédia, a enciclopédia livre
Nome | Club de Regatas Vasco da Gama | |||
Alcunhas | Legítimo Clube do Povo Camisas Negras Gigante da Colina Expresso da Vitória Trem-Bala da Colina Time da Virada / do Amor[1][2] Campeão de Terra e Mar Time do Rei / da Rainha[3][4] | |||
Torcedor(a)/Adepto(a) | Gigante Vascaíno Cruzmaltino | |||
Mascote | Almirante Bacalhau Dom Corvo I e Único | |||
Principal rival | Flamengo Fluminense Botafogo[5][6] | |||
Fundação | 21 de agosto de 1898 (126 anos) | |||
Estádio | São Januário | |||
Capacidade | 20.419 pessoas[7] | |||
Localização | Bairro Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil | |||
Mando de jogo em | Maracanã[8][9] | |||
Capacidade (mando) | 78.838 pessoas[10] | |||
Proprietário(a) | CRVG (100% da SAF)[11] | |||
Presidente | Pedrinho | |||
Treinador(a) | Fábio Carille[12] | |||
Patrocinador(a) | Betfair | |||
Material (d)esportivo | Kappa | |||
Competição | Copa Sul-Americana Campeonato Brasileiro Copa do Brasil Campeonato Carioca | |||
Ranking nacional | 15º lugar Masculino[13][14] 31º lugar Feminino[15] | |||
Website | www crvascodagama.com | |||
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Club de Regatas Vasco da Gama ComC • MHM • MHIH • EmMJK • MNVG • MMDM • MAPAM • MT • MSFA é uma entidade sócio-poliesportiva brasileira com sede na cidade do Rio de Janeiro, fundada em 21 de agosto de 1898 por um grupo de remadores. Inspirados nas celebrações do quarto centenário da descoberta do caminho marítimo para as Índias, ocorrida em 1498, batizaram a nova agremiação com o nome do navegador português que alcançou tal feito, Vasco da Gama. Apesar de ter sido fundado como um "clube de regatas", o Vasco da Gama abrange diversas outras modalidades como atletismo, basquete, futebol de areia e futebol americano, tendo como esporte mais tradicional o futebol. É a agremiação poliesportiva brasileira recordista de medalhas em Jogos Olímpicos (40 no total), com 175 atletas convocados,[16] e em Jogos Paralímpicos (34 no total),[17][18] sendo reconhecido como clube formador pelo Comitê Paralímpico Brasileiro.[18]
O primeiro grande título do Vasco foi o Campeonato Carioca de 1923, conquistado pelo time conhecido como "Camisas Negras", um elenco com a maioria dos jogadores sendo negros e de classes operárias. O clube se orgulha de sua luta antirracista, marcada pela Resposta Histórica, carta na qual o cruzmaltino recusou-se a dispensar doze de seus atletas negros contra a vontade da liga carioca, que alegava tratarem-se de pessoas com "profissão duvidosa". O clube ainda tem, dentre o seu plantel de ídolos, alguns dos maiores artilheiros do Campeonato Brasileiro, tendo como Roberto Dinamite, o maior, com a marca de 190 gols, seguido por Romário e Edmundo, com 154 e 153 gols respectivamente.[19] O primeiro grande ídolo do clube foi o atacante Ademir de Menezes, que liderou o Expresso da Vitória, tornando-se o maior artilheiro do Vasco com 301 gols marcados, número só superado por Dinamite e Romário décadas mais tarde.
O cruzmaltino é bicampeão em torneios intercontinentais de futebol. Em 1953, venceu o Torneio Octogonal Rivadávia Corrêa Meyer, competição oficial da CBD, organizada com o apoio do dirigente da FIFA, Ottorino Barassi,[20] sucessora da Copa Rio Internacional, tratada na Europa como sua terceira edição.[21][22][23][24] No Torneio de Paris de 1957, tornou-se o primeiro e único clube não-europeu a derrotar um vigente campeão da Liga dos Campeões da UEFA até a 1ª disputa da Copa Intercontinental, no "mais notável encontro de clubes de dois continentes antes de 1960", segundo a FIFA.[25] Na final, descrita pela imprensa francesa como o duelo entre as melhores equipes da Europa e América do Sul,[26] até então únicas campeãs continentais, o Vasco superou o Real Madrid numa exibição amplamente elogiada pela imprensa.[27][28][29] De acordo com o jornal Le Corner, o inédito torneio inspirou Jacques Goddet a idealizar a criação da Copa Intercontinental.[30][25]
Em âmbito continental, o clube é bicampeão sul-americano, tendo vencido o Campeonato Sul-Americano de Campeões, a única competição reconhecida pela CONMEBOL como precursora e status equivalente ao da Copa Libertadores da América,[31] participando em 1997 da Supercopa Libertadores em função do título de 1948; e a Copa Libertadores em 1998, ano de seu centenário. Ainda em títulos sul-americanos, o Vasco conquistou a Copa Mercosul no ano 2000, vencendo por 4 a 3 o Palmeiras, em jogo conhecido como a Virada do Século, um marco na história do clube.[32][33][34] Em títulos nacionais, possui quatro Campeonatos Brasileiros (em 1974, 1989, 1997 e 2000), uma Copa do Brasil (em 2011), quatro títulos interestaduais oficiais (três Torneios Rio-São Paulo e um Torneio João Havelange),[35] e diversos títulos estaduais oficiais (dentre eles Campeonatos Carioca, Copas Rio, e torneios Municipal, Extra, Início e Relâmpago). Conquistou ainda inúmeros outros torneios nacionais e internacionais.
História
Fundação
O Vasco foi fundado como um clube de remo em 1898, por um grupo de 63 rapazes, imigrantes portugueses e luso-descendentes, reunidos no bairro da Saúde.[36] O nome escolhido foi Club de Regatas Vasco da Gama, pois naquele ano eram comemorados os 400 anos da viagem do almirante homônimo à Índia.[36][37] Já filiado à União de Regatas, a estreia do Vasco em competições oficiais ocorreu a 4 de junho de 1899, na enseada de Botafogo. Ali, a baleeira "Volúvel", de seis remos, venceu o primeiro páreo na categoria júnior, a primeira vitória do Vasco no remo.[38] Em 24 de novembro de 1905, o clube conquistou o primeiro Campeonato Carioca de Remo, numa competição que contou com o presidente Rodrigues Alves entre os assistentes. Já no ano seguinte, o Vasco sagrou-se bicampeão.[39] Até 2012, o clube venceu o campeonato de remo um total de 46 vezes.[38]
Em novembro de 1915, o clube de futebol Lusitânia foi incorporado ao Vasco, dando origem ao departamento de futebol do clube, apesar da oposição dos remadores vascaínos. O Vasco estreou a 3 de maio de 1916, na terceira divisão, perdendo por 10 a 1 contra o Paladino Foot-Ball Club.[36]
1922–1934: Camisas Negras, Resposta Histórica e a luta contra o racismo
O clube incorporava aos seus quadros jogadores de qualquer origem étnica, com a condição que soubessem jogar futebol.[36][37] Em 1922, o Vasco conseguiu o primeiro título ao ganhar a série B da Primeira Divisão, o que lhe abriu a possibilidade de jogar na Primeira Divisão da Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT).[40] A campanha do clube consistiu em onze vitórias, dois empates e uma derrota. O time vascaíno era composto por jogadores de várias origens, como negros, mulatos, portugueses e brancos pobres da classe operária.[36] Apesar de haver outros times com jogadores destas características (por exemplo o Bangu), essa era a primeira vez que os times mais elitistas da cidade enfrentavam um time da periferia equivalente.[36]
O Vasco venceu o América e o Fluminense, conquistando o campeonato, em seu ano de estreia na primeira divisão, no dia 12 de agosto de 1923, deixando o Clube de Regatas Flamengo, na segunda colocação, o que acabou marcando significativamente a história do clube, do Rio de Janeiro e do Brasil, por ser o primeiro do Clube em uma campanha com integrantes afrodescendentes, pobres e operários a ser campeão. Rui Proença, português de nascimento e radicado no Rio, identifica o fato como uma verdadeira revolução, enfatizando os preconceitos e dificuldades inicialmente encontrados pelo Vasco, associando-se ao fato de o Flamengo, o Fluminense e o Botafogo não permitirem a entrada de negros em seus clubes. O autor conclui que o clube representaria o congraçamento entre negros e portugueses, grupos discriminados que, unidos, fizeram o Vasco.[41] Em 2023, a Câmara dos Deputados aprovou projeto que incluiu os Camisas Negras, nome pelo qual ficou conhecido o elenco desta equipe cruzmaltina, no Livro de Heróis da Pátria.[42][43]
Após a tentativas de impedir o Vasco da Gama de entrar na competição em 1923, os clubes da zona sul (área de elite da cidade do Rio de Janeiro), Botafogo, Flamengo, Fluminense e alguns outros se uniram, abandonaram a Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT) e fundaram a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA), deixando de fora o Vasco, que só poderia se filiar à nova entidade caso dispensasse doze de seus atletas (todos negros) sob a acusação de que teriam "profissão duvidosa". Diante da situação imposta, em 1924, o presidente do Club de Regatas Vasco da Gama, José Augusto Prestes, enviou uma carta à AMEA, que veio a ser conhecida como a "Resposta Histórica", recusando-se a se submeter à condição imposta e desistindo de filiar-se à AMEA. A carta entrou para a história como marco da luta contra o racismo no futebol.[44]
Desta forma, em 1924, foram disputados dois campeonatos em paralelo, sendo o da LMDT vencido de forma invicta pelo Vasco, conquistando assim o bicampeonato estadual. No ano seguinte, o clube venceu as resistências da AMEA, conseguiu integrar-se à entidade e voltou a disputar o campeonato contra os grandes times sob a condição de disputar seus jogos no campo do Andarahy. Apesar disso, o Vasco decidiu construir o seu próprio estádio, para acabar com qualquer exigência. O local escolhido para a construção foi a chácara de São Januário, que fora um presente de Dom Pedro I à Marquesa de Santos. Em 21 de abril de 1927, o Vasco da Gama inaugurava o Estádio de São Januário e até 1930, quando da inauguração do Estádio Centenário em Montevidéu (para a primeira Copa do Mundo), era o maior das Américas. Até 1940, quando da inauguração do Pacaembu em São Paulo, o estádio era o maior do Brasil, e até 1950, na inauguração do Maracanã, era o maior do Rio de Janeiro. O estádio foi construído em dez meses e com dinheiro arrecadado através da 'Campanha dos dez mil' que recebia donativos de torcedores de toda a cidade.[45] Dois anos depois seria inaugurada a sua iluminação, passando a ser o único clube do país com um estádio em condições de sediar jogos noturnos.[46]
Em 1929, além do Torneio Início, o Vasco ganhou seu terceiro Campeonato Carioca de Futebol em 7 anos de elite. Em 1931, o Vasco se tornou o segundo clube brasileiro a ser convidado para uma excursão internacional, depois do Paulistano. Neste mesmo ano, o Vasco aplicou uma goleada histórica de 7 a 0 no seu arquirrival Flamengo, sendo esta, a maior goleada entre as duas equipes em todos os tempos.[47]
Em 1934, contando com jogadores como Leônidas da Silva, Domingos da Guia, Russinho, Fausto e outros, o Gigante da Colina conquistou o Campeonato Carioca, sendo que naquele ano o campeonato foi disputado em duas ligas. O Vasco, assim, ganhou o direito de disputar a Taça dos Campeões Estaduais, que era a disputa interestadual envolvendo os campeões do Rio de Janeiro e São Paulo, empatando na final com o Palestra Itália. Ainda neste ano, o Vasco ingressou na Confederação Brasileira de Desportos após esta aceitar o regime profissional e ainda em 1934 o Vasco da Gama seria campeão estadual de remo, tendo adquirido o título de Campeão de Terra e Mar de 1934.[48]
1942–1953: Expresso da Vitória, primeiro campeão continental
Após a conquista do Torneio Luís Aranha, em 1940, e novamente de um Torneio Início, em 1942, veio a formação de um elenco conhecido como o "Expresso da Vitória", liderado pelo atacante Ademir de Menezes.[49][50] Em 1944 venceu o Torneio Relâmpago, superando os outros quatro grandes da época (Flamengo, Fluminense, Botafogo e América) e aplicando uma goleada de 5 a 2 na última rodada sobre seu futuro rival, o Flamengo. Em seguida, ganhou o Torneio Municipal, contra os mesmo clubes e outros do Rio de Janeiro, empatando com o Flamengo na última rodada e se sagrando campeão. Voltando a vencer este mesmo Torneio nos três anos seguintes, se tornando o único tetracampeão da competição carioca, vencendo ainda outros dois títulos cariocas invictos, em 1945 e 1947. Este último rendeu ao clube o convite para disputar o Campeonato Sul-Americano de Campeões, competição precursora da Copa Libertadores da América e reconhecida pela CONMEBOL[51] como de igual valor em 1996/1997[52][53][54][55][56] e 2013.[57] Após a conquista continental em Santiago do Chile, no dia 18 de março de 1948, mais de 200 mil pessoas, cerca de 10% de toda a população do Rio de Janeiro à época, tomaram as ruas da cidade para recepcionar entusiasticamente a chegada dos "Campeões dos Campeões do continente".[58]
Em função do seu título carioca de 1950, o Vasco se qualificou a participar da Copa Rio de 1951, competição recentemente reconhecida pela FIFA como a primeira competição de clubes em nível mundial, com a participação de clubes europeus e sul-americanos. O Vasco chegou às semifinais, sendo eliminado pelo Palmeiras na semifinal (que se sagraria campeão da competição), tendo um gol vascaíno (Chico) sido incorretamente anulado pela arbitragem naquela semifinal.[50] Em 1954, o Vasco foi agraciado com a comenda da Ordem Militar de Cristo de Portugal, por "serviço relevante prestado ao país". A condecoração foi entregue por Paulo Cunha, na época Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, representando o General Craveiro Lopes, então presidente português.[59]
1957–1969: Domínio mundial
Em 14 de junho de 1957, a equipe de São Januário venceu o Real Madrid de Di Stéfano, Kopa, Paco Gento entre outros, por 4 a 3 na final e levantou a taça da primeira edição do Torneio de Paris (França), com uma apresentação perante o público de mais de 65 mil presentes no estádio Parc des Princes, rendendo elogios do mesmo e da imprensa francesa.[27][29][60] O jornal francês France Soir chegou a afirmar: "O Real Madrid não é o maior time do mundo. Sobre isso, falem com o Vasco da Gama".[61] Esta edição do Torneio de Paris é considerada como título mundial extraoficial, por ter sido a primeira competição da história e única pré-1960 a reunir, aos moldes da futura Copa Intercontinental, os campeões continentais da Europa e da América, apontadas como as melhores equipes do mundo à época.[62][63][64]
Ainda em 1957, o Vasco ganharia do FC Barcelona por 7 a 2, no Les Corts, antiga casa do clube espanhol antes do Camp Nou.[65][66] Esta é, ainda hoje, uma das piores derrotas sofridas pelo Barcelona como mandante em todos os tempos. As vitórias vascaínas sobre os gigantes espanhóis da época, Real Madrid e Barcelona, fizeram com que a imprensa espanhola questionasse a qualidade do seu próprio futebol. Descrevendo a excursão cruzmaltina pela Europa, o Jornal dos Sports escreveu em manchete: "como um tufão, o Vasco varre o football mundial".[67] Em 1966 o Torneio Rio-São Paulo, terminou empatado entre Vasco, Botafogo, Santos e Corinthians e o título foi dividido entre os quatro.[68] Os anos 1960 marcaram uma profunda crise política no clube, que culminou em 1969, com a cassação do então presidente do Vasco.[69]
1974–1989: Primeiros títulos nacionais
A década de 70 foi marcada pelo surgimento de Roberto Dinamite e pelo goleiro argentino Andrada. O Vasco conquistou o Campeonato Carioca, sendo que campeão do Brasileiro de 1974, com Roberto Dinamite sagrando-se artilheiro e o Vasco da Gama sendo o primeiro time do Rio de Janeiro a conquistar tal competição.[50]
Na década surgiram alguns ídolos vascaínos como Acácio, Mazinho, Geovani (o Pequeno Príncipe), Bismarck e Romário. Durante a década de 1980 o Vasco conquistou treze torneios Nacionais e Internacionais (dentre eles, o Troféu Colombino de Huelva na Espanha em 1980, o Torneio João Havelange em 1981, a Copa Ouro nos Estados Unidos em 1987 e o Tricampeonato do Troféu Ramón de Carranza em 1987, 1988 e 1989, vencendo o Atlético Madrid, Cádiz da Espanha e Nacional do Uruguai nestes últimos), três títulos estaduais (1982, 1987 e 1988) e o bicampeonato Brasileiro em 1989, após montar um time que ficou conhecido como SeleVasco, com destaque para o atacante Bebeto, contratado do arquirrival Flamengo.[70] Na política, a década de 1980 ficou marcada pela pacificação do clube, no momento em que o então presidente, Antônio Soares Calçada, convidou seu opositor, Eurico Miranda, para ser o diretor de futebol do Vasco a partir de 1986. Eurico viria a se tornar, nos próximos anos, um dos dirigentes mais conhecidos da história do Vasco da Gama, sendo figura atuante em todos os títulos conquistados posteriormente.[71]
1992–2007: Centenário e conquista da Copa Libertadores
A década de 1990 no Vasco ficou marcada pela despedida dos campos do ídolo Roberto Dinamite em 1993, e a ascensão de novos ídolos como Edmundo (o Animal), Felipe, Pedrinho, Carlos Germano, Pimentel, Valdir Bigode e Juninho Pernambucano. Em 1992, o clube ganhava seu primeiro título que marcaria o início da conquista dos cariocas de 1992, 1993 e 1994 ganhando o seu primeiro tricampeonato Estadual, para depois conquistar o Campeonato Estadual em 1998. Ainda em 1997, que foi um ano com destaque de Edmundo, o Vasco conquistou o tricampeonato Brasileiro.[72] A 18 de Agosto de 1997 foi feito Membro-Honorário da Ordem do Mérito de Portugal.[73]
O clube completava, em 1998, 100 anos. O Centenário do clube foi o tema do carnaval da Unidos da Tijuca, que compôs um samba-enredo que, até os dias atuais, é entoado pela torcida vascaína.[74] O clube ainda se tornaria o campeão do Campeonato Carioca e da Copa Libertadores da América, sendo esta última conquistada no dia 26 de agosto, apenas cinco dias após o aniversário do clube.[75] Naquela década, o Vasco contava com jogadores de grande destaque. Além dos ídolos Carlos Germano, Mauro Galvão, Juninho Pernambucano, Felipe, Pedrinho, Edmundo e Romário, outras grandes contratações foram realizadas, como o lateral Jorginho, o zagueiro Júnior Baiano, os meias Ramon Menezes, Vágner e Juninho Paulista, e os atacantes Evair, Donizete, Luizão, Euller, Viola e Guilherme. Muitas dessas contratações foram possíveis devido ao patrocínio do Nations Bank (posteriormente Bank of America), assinado em meados de 1998. O contrato durou até 2000 e foi rompido devido ao não cumprimento do mesmo por parte do banco norte-americano. O Vasco, então, entrou na justiça para encerrar a parceria, ganhando a causa.[76][77]
Em 2000, apesar de ficar com o vice-campeonato do 1º Mundial de Clubes da FIFA, perdendo nos pênaltis para o Corinthians, o Vasco conquistou o tetracampeonato brasileiro e a Copa Mercosul.[50] Durante os anos seguintes a 2000, o Vasco conquistou a Taça Guanabara e o Carioca de 2003.[78] Oficialmente, o milésimo gol da carreira de Romário aconteceu no dia 20 de maio de 2007, aos 02 minutos do segundo tempo em um jogo do Vasco, sob comando do técnico Celso Roth, contra o Sport, no estádio de São Januário.[79] No dia 2 de julho de 2007, o então governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, sancionou o projeto de lei nº 5.052, que criou o Dia do Vasco, data comemorativa que homenageia a fundação do clube.[80]
2008–2021: Copa do Brasil e declínio
Em 2008, o clube sofreu seu primeiro rebaixamento para a Segunda Divisão. Campeão no ano seguinte, após vencer o América de Natal na 36ª rodada por 2 a 1, no Maracanã, retornando à primeira divisão.[81] Em 2011, o Vasco conquista a Copa do Brasil de Futebol de 2011 pela primeira vez vencendo o Coritiba por 1 a 0 em São Januário, no jogo de volta, no Couto Pereira, o time perdeu por 3 a 2, mas levou o título pela regra do gol fora de casa.[82] Dois anos depois, foi novamente rebaixado à segunda divisão do Campeonato Brasileiro, num jogo que ficou marcado negativamente por uma briga generalizada entre as torcidas do Vasco e Atlético Paranaense.[83] No ano seguinte terminou em terceiro lugar na segunda divisão e foi novamente promovido.[84]
Em 2015, conquistou o Campeonato Carioca após doze anos sem vencer a competição.[85] Foi rebaixado pela terceira vez no dia 6 de dezembro de 2015,[86] conseguindo novamente a ascensão no ano seguinte.[87] Complementando o ano de 2016, foi bicampeão carioca invicto e ficou 34 jogos invictos na temporada. Foi a maior sequência invicta do clube em jogos oficiais.[88]
No ano de 2020, o Vasco chegou a ser líder do Campeonato Brasileiro na 4ª rodada,[89] porém, em detrimento de uma série de maus resultados, acabou sendo rebaixado, pela quarta vez em sua história.[90] Em 2021, não conseguiu o acesso a primeira divisão brasileira, tendo ao final do campeonato terminado na décima posição.[91] Na partida do dia anterior ao Dia Internacional do Orgulho LGBT, jogada contra o Brusque pela segunda divisão, o Vasco estreou sua camisa com cores em arco-íris em homenagem ao movimento LGBTQIA+.[92] O jogo ainda foi repercutido pela imprensa após a comemoração simbólica do atacante Germán Cano ao levantar uma bandeira do movimento após fazer um gol.[93][92]
2022–presente: 777 Partners
Em 22 de fevereiro de 2022, foi anunciado que a 777 Partners, uma empresa de investimento privado com sede em Miami fundada por Steven W. Pasko e Josh Wander compraram uma participação de controle no Vasco da Gama. De acordo com os termos do acordo, a 777 Partners adquiriu uma participação de 70% no clube, avaliada em aproximadamente US$ 330 milhões.[94] Em 6 de novembro de 2022, Vasco selou seu retorno à Série A, após uma ausência de dois anos, ao vencer o Ituano.[95][96]
Sedes e estrutura
Sedes antigas
O Vasco da Gama foi fundado no dia 21 de agosto de 1898, em uma casa na Rua da Saúde n.º 293 (atual n.º 345 da rua Sacadura Cabral). Em 2020, o local foi reformado por um grupo de torcedores e abrigou o Centro Cultural Cândido José de Araújo, primeiro presidente negro do clube entre 1904 e 1906.[97] A primeira sede vascaína, contudo, se localizou em um antigo sobrado na Rua da Saúde n.º 127 (atual n.º 167 da rua Sacadura Cabral), em frente ao Largo da Imperatriz, hoje Praça dos Estivadores.[98] A primeira sede era apenas provisória, e foi alugada por Francisco Gonçalves do Couto Junior,[99] que viria a ser eleito o primeiro presidente vascaíno. Neste imóvel, o Vasco organizou os seus serviços de secretaria, tesouraria e outros mais necessários à vida desportiva e social.[100] Em frente à primeira sede, organizou-se também a primeira escolinha de remo do Vasco,[100][101] aproveitando-se do acesso ao mar pelo cais do Largo. Do prédio que serviu como primeira sede do Vasco, hoje somente resta a fachada em pé.[100]
Em assembleia geral em 7 de setembro de 1898, a diretoria vascaína escolheu o local da nova sede definitiva: a praia formosa, localizada na Ilha das Moças. Lá foi construído um amplo barracão, em formato de chalé.[102] Para facilitar o acesso à ilha, sócios do Vasco construíram uma ponte de madeira, conectando-a ao continente.[103] A Ilha das Moças não existe mais, tendo sido aterrada com a conclusão da Avenida Francisco Bicalho. Hoje em seu lugar se encontra a Rodoviária Novo Rio.[104] Já a praia formosa era localizada onde hoje se acha a Estação Barão de Mauá.[105]
Em 1899, foi iniciado o aterramento da faixa costeira do bairro da Saúde, local onde se situava a sede do Vasco. A necessidade de escolha de uma nova sede criou um impasse na instituição: o presidente Francisco Couto defendia que o clube se mudasse para o bairro de Botafogo, onde eram disputadas as regatas da antiga União de Regatas Fluminense; já os outros sócios preferiam um local no centro da cidade.[106] A assembleia geral decidiu por uma sede no centro do Rio, próximo ao Passeio Público. Pesou contra Botafogo o difícil deslocamento entre o centro - região na qual morava a maioria dos sócios do clube - e o bairro da zona sul, que se daria em bondes puxados por parelhas de burros.[106]
O Vasco então se mudou para um imóvel localizado na Travessa do Maia, nº 15, ao lado dos demais centros náuticos.[107] A sede vascaína era composta por dois barracões. O primeiro era destinado à secretaria, escola de ginástica e recepções, enquanto o segundo barracão servia de garagem para os barcos.[108] Essa sede funcionou até 1905, quando a área foi demolida pela Prefeitura do Rio, que realocou o Vasco na Rua Luiz de Vasconcellos, nº 14, até sua transferência definitiva para a sede da Rua Santa Luzia, em 1906.[107] Este imóvel seria a sede vascaína até a construção de São Januário.[107]
Complexo Esportivo de São Januário
- Estádio São Januário
São Januário é como é conhecido o estádio do Vasco da Gama. Inaugurado em 21 de abril de 1927, foi construído sob um custo aproximado de Rs 2.609:895$000 (dois mil seiscentos e nove contos e oitocentos e noventa e cinco mil réis) frutos de arrecadação popular.[109][110] Seu nome oficial é Estádio Vasco da Gama, mas ficou popularmente batizado por uma das ruas onde o Complexo Esportivo está situado, São Januário.[111]
Foi considerado o maior estádio do Mundo e, consequentemente, das Américas até a construção do Estádio Centenário, em Montevidéu, palco da final da primeira Copa do Mundo.[112][113] Até 1940, quando da inauguração do Pacaembu, em São Paulo, era o maior estádio do Brasil, e até 1950, com o Maracanã, era o maior do estado do Rio de Janeiro.[45] Atualmente, é o maior estádio privado do Rio de Janeiro.[114]
O maior público extraoficial de todos os tempos de São Januário foi registrado em 25 de Maio de 1949, quando mais de 60 mil pessoas assistiram ao triunfo do Vasco da Gama sobre o então campeão inglês Arsenal por 1 a 0,[115] na que foi a primeira vitória de um clube brasileiro sobre um inglês na história.[116] Já em partidas oficiais, o recorde histórico de público se deu em 19 de Fevereiro de 1978 no revés por 2 a 0 contra a equipe paranaense do Londrina, pelo Campeonato Brasileiro: 40 209 presentes.[115]
- Parque Aquático Vasco da Gama
Inaugurado em 30 de agosto de 1953 como o terceiro maior do mundo à época, o Parque Aquático Vasco da Gama possui arquibancada com capacidade para 6000 espectadores.[117] O complexo aquático serve às escolas de natação e a competições da modalidade, atende também a projetos sociais para comunidades do entorno. É composto por quatro piscinas (uma olímpica, uma para saltos ornamentais e duas pequenas, destinada ao aquecimento dos atletas), vestiários, estação para tratamento de água e uma sala de musculação.[118][119] Entre os eventos mais importantes, sediou uma etapa da Copa do Mundo de Natação de 1998 (a primeira disputada no Brasil), como parte das comemorações pelo centenário do clube, o Pré-Olímpico de Polo Aquático em 2004, e algumas edições do Troféu Brasil de Natação.[118]
- Ginásio Cyro de Souza Aranha
O Ginásio Cyro Aranha ou Ginásio Vasco da Gama, inaugurado em 23 de setembro de 1956, é a principal arena poliesportiva do complexo, com capacidade para aproximadamente três mil pessoas. O nome do ginásio homenageia o ex-presidente Cyro Aranha, responsável por montar o elenco do Expresso da Vitória e conhecido pela frase "Enquanto houver um coração infantil, o Vasco será imortal".[120] Em 2015, passou por uma grande modernização após campanha de financiamento coletivo entre torcedores e sócios de todas as regiões do país, com reforma completa do piso, iluminação, placar eletrônico, vestiários e tribuna especial.[121] O ginásio já serviu às seções de ginástica, handebol, futebol de salão e basquetebol do clube. No ano de 2000, sediou decisão de Copa Libertadores de Futsal e, mais recentemente, foi utilizado pela equipe masculina de basquete na conquista da Liga Ouro, do acesso ao NBB 2016–17 e na retomada do departamento no NBB 2023–24.[122]
- Ginásio Antônio Soares Calçada
O ginásio denominado Antônio Soares Calçada ou Forninho é menor que o principal, possuindo capacidade para cerca de duzentas pessoas.[123] Inaugurada no dia 21 de dezembro de 2011, a arena fica localizada próxima ao Parque Aquático e ao Colégio Vasco da Gama. O nome do ginásio foi dado em homenagem ao português Antônio Soares Calçada, presidente vascaíno entre 1983 e 2001, o mais longevo e considerado o mais vitorioso da história do clube.[124][125] O Forninho é utilizado majoritariamente pelos departamentos de voleibol, voleibol sentado, futebol de sete paralímpico e pelas categorias de base do basquetebol e futebol de salão.[126]
- Colégio Vasco da Gama
O Colégio Vasco da Gama foi fundado no dia 08 de março de 2004, em uma iniciativa para solucionar as dificuldades de conciliar o esporte com os estudos, garantindo assiduidade às aulas.[127] Situado entre o campo anexo e a Capela, atende especialmente aos jovens atletas do clube e às comunidades do entorno, nos ensinos fundamental e médio, adotando uma metodologia com calendários especiais para treinos, competições e viagens.[123] O colégio oferece também oficinas culturais, elaboradas pelo departamento de História e Responsabilidade Social do clube, com enfoque na formação cidadã dos alunos-atletas.[128] Remodelado e ampliado em 2020, por meio de arrecadação popular e parceria com a empresa Fattoria do sócio Marcelo Borges, o centro educacional conta com anfiteatro, salas climatizadas, refeitório, espaço psicossocial e sala de multimídia.[129] Atletas como Philippe Coutinho, Alex Teixeira, Alan Kardec, Souza, Talles Magno e Paulinho estudaram no colégio e hoje dão nome a salas de aula, em forma de homenagem e inspiração aos alunos.[130][131]
- Complexo João da Silva
Inaugurado em 04 de agosto de 2001, o Complexo João da Silva é composto por três quadras poliesportivas cobertas situadas ao lado do ginásio principal de São Januário. O complexo é batizado em homenagem a João da Silva, português presidente do Vasco no período 1966–67 e fundador da Carrocerias Metropolitana.[132] Modernizadas em 2013, as quadras atendem ao departamento de handebol e às categorias profissional e, principalmente, de base do futsal cruzmaltino, importante formador de atletas do clube, como Edmundo, Felipe, Pedrinho, Thiago Alcântara, Rodrigo, Bismarck, Philippe Coutinho e Allan.[133]
- Capela N. Sra. das Vitórias
Entre o campo de futebol e o Parque Aquático fica localizada a Capela de Nossa Senhora das Vitórias, padroeira do clube. Inaugurada a 26 de agosto de 1961, na gestão do presidente Arthur Braga Rodrigues Pires, a instalação e benção à Pedra Fundamental da igreja foi realizada em 15 de agosto de 1955 pelo então bispo Dom Hélder Câmara.[134][135] O projeto da capela partiu dos Grandes-Beneméritos Álvaro Nascimento Rodrigues, jornalista do Jornal dos Sports, e José Ribeiro de Paiva, tesoureiro do clube na época da construção de São Januário. Na capela são celebrados batizados, casamentos, missas e velórios.[136] A importância do templo é tão grande para a instituição que vários projetos para a remodelação do estádio de São Januário já foram descartados por considerarem a demolição ou deslocamento da capela.[137] Em 2019, os corpos dos ex-presidentes Eurico Miranda e Antônio Soares Calçada foram velados na Capela.[138][139]
- Caprres
O Centro Avançado de Prevenção, Recuperação e Rendimento Esportivo foi inaugurado em 22 de julho de 2016.[140] Em parceria com a Ambev, foi construído sobre área de 600 metros quadrados no antigo estacionamento dos jogadores, a um custo de cinco milhões de reais. O centro, idealizado pelo então gerente científico Alex Evangelista, conta com equipamentos de alta tecnologia, como câmera termográfica (capaz de avaliar processos inflamatórios), piscina especial com recursos de inteligência e a esteira Alter G, idealizada pela Nasa.[141] Segundo o clube, é o melhor e mais moderno centro de recuperação da América Latina e ajudará ao Vasco da Gama se tornar uma referência no assunto.[142] Posteriormente, foram implantadas outras estruturas: em 29 de dezembro de 2016, o Caprres Base específico para categorias de base do futebol;[143] e em 02 de outubro de 2017, o Caprres Olímpico e Paralímpico destinado às outras modalidades do clube.[144]
CT Moacyr Barbosa
Em 22 de outubro de 2019, o Vasco da Gama anunciou a campanha de arrecadação de seis milhões de reais para a construção de um novo centro de treinamento em terreno cedido pela prefeitura do Rio de Janeiro na Barra da Tijuca. O projeto previa seis campos e um mini estádio com dois mil lugares, junto de um prédio dotado de toda a infraestrutura necessária para os atletas bem como um estacionamento.[145] Conforme previsto, o CT foi inaugurado em 11 de setembro de 2020, embora não tenha sido completamente terminado, tendo apenas recebido o plantio de dois gramados.[146] O nome do CT (Moacyr Barbosa) foi decidido após votação e anunciado em 3 de agosto de 2021.[147]
CT Almirante Heleno de Barros Nunes
O nome do centro foi uma homenagem ao Almirante Heleno de Barros Nunes, torcedor do clube e ex-presidente da antiga CBD, que foi uma pessoa importante no projeto do terreno.[148] O terreno de cerca de 130 000 m² foi concedido ao clube pelo Presidente da República Ernesto Geisel em 1974,[149] mas durante trinta anos existiu uma disputa judicial com a União.[150] Em 1995 o clube perdeu sua concessão, voltando mais tarde a ter o direito de uso por meio de decreto assinado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, depois de uma decisão da Justiça.[151]
O terreno é situado às margens da Rodovia Washington Luís,[150] onde o clube projeta e inicia a construção de seu centro de treinamento, que terá diversos campos de futebol, dois ginásios e um hotel-concentração. O centro de treinamento, ainda em desenvolvimento, conta com a ajuda da Prefeitura de Duque de Caxias. Parte do terreno é área de preservação ambiental, devido às suas características naturais. É destinado às categorias de base do futebol e ao futebol feminino.[148][152]
Sede Náutica da Lagoa
Situado às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, a Sede Náutica da Lagoa foi inaugurada em 18 de agosto de 1950. Foi construída devido à necessidade do clube de ter uma sede para abrigar os esportes náuticos quando as regatas passaram da Baía de Guanabara para a Lagoa Rodrigo de Freitas. O local conta com 2.700 m² de área construída, com três pavimentos, um subsolo e um terraço. Além do salão de festas, a sede é também garagem dos barcos usados nos treinos e competições de remo.[153] Em suas paredes externas, há uma composição de azulejos de Burle Marx. A Sede Náutica é tombada desde 2002, por decreto do governo do então prefeito César Maia, assinado no dia 19 de abril.[153]
Sede do Calabouço
A antiga sede náutica do clube, a Sede do Calabouço, foi construída na década de 60, quando as regatas eram disputadas na Baía de Guanabara, hoje é destinada ao lazer dos associados, contando com piscina, duas saunas, quadras esportivas, área de recreação infantil, salão de festas, departamento médico, administração de esportes marinhos e olímpicos e um restaurante. Situa-se às margens da Baía da Guanabara na ponta do Calabouço, no centro do Rio de Janeiro, próximo ao Aeroporto Santos Dumont e ao Museu de Arte Moderna.[154] A sede do Calabouço foi usada pelo Comitê Olímpico da Dinamarca durante os Jogos Olímpicos de 2016. A sede serviu de assessoria de imprensa, setor administrativo e apoio para 24 atletas e demais membros da comissão técnica.[155]
Símbolos
Desde a fundação do clube, houve sempre a intenção de prestar homenagem ao navegador Vasco da Gama e às grandes navegações portuguesas. Assim, o clube teve sempre em sua história o símbolo de uma caravela, representando as naus portuguesas como um meio de unir dois mundos: o do remo e o lusitano.[36] A cruz estampada na camisa e no escudo do Vasco se chama Cruz Pátea, embora seja chamada pela torcida e público geral como Cruz de Malta.[156] A explicação para essa divergência reside em um estrangeirismo que ocorreu no Brasil (mas não em Portugal). Em inglês e francês chamava-se, erradamente, de Cruz de Malta (Croix de Malte, Maltese Cross) a todo tipo de cruz aberta (Pátea).[157][158]
No entanto, como se pode verificar em muitos símbolos expostos no clube (ao contrário do que se vê na camisa atual), inclusive nas arquibancadas do estádio São Januário, não é utilizada a Cruz Pátea e sim uma cruz com o desenho muito semelhante ao da Cruz de Cristo. Embora atualmente a cruz desenhada na camisa do clube seja a Cruz Pátea (sem as retas intermediárias das pontas ao centro), durante muitos anos foi usada a Cruz de Cristo, ou muito semelhante. No entanto, a torcida vascaína consagrou o símbolo do clube ao longo do tempo, e, erroneamente ou não, adotou o nome "Cruz de Malta" para designá-la.[159]
Escudo
O primeiro escudo do Vasco foi criado na administração do presidente Alberto Carvalho, em 1903. Era redondo, fundo negro com a caravela ao centro. Em volta do fundo negro, um círculo com as iniciais C.R. e Vasco Da Gama, separados por seis cruzes de Cristo em vermelho. Apenas na década de 1920 o clube adotou o atual escudo. Nas velas da embarcação está estampada uma cruz, símbolo que era realmente usado nas navegações portuguesas. O escudo do clube foi modificado ao longo do tempo, permanecendo a caravela com a cruz, até surgir a forma definitiva, com o fundo preto representando os mares desconhecidos do Oriente, a faixa branca representando a rota descoberta por Vasco da Gama, e a caravela com a Cruz de Malta (Cruz Pátea).[156]
As cores do Vasco também possuem significado: o preto remete aos mares desconhecidos do Oriente, desbravados por Vasco da Gama, enquanto o branco da faixa diagonal refere-se à rota descoberta pelo almirante. Além disso, estas são cores refletem a ideia de uma comunhão de etnias, valor fortemente defendido pelo clube. A Cruz, principal símbolo, tem forte aspecto religioso, já que a Ordem Militar de Cristo era ao mesmo tempo religiosa e guerreira.[160] O apelido "Gigante da Colina" vem da Colina Histórica, que se iniciava em plano inclinado a partir do próprio terreno atual do estádio, que foi terraplanado e subia em direção a atual Barreira do Vasco, fechando em arco com o Morro do Pedregulho, por onde passa a atual rua Ricardo Machado.[161]
Uniformes
A primeira camisa do clube, criada no ano de fundação, foi usada inicialmente pelo departamento de remo do clube. O modelo era uma camisa preta com uma faixa branca na diagonal partindo do ombro direito (o inverso do modelo atual) e a Cruz Pátea em vermelho no centro da camisa.[162] A faixa branca representa o caminho vitorioso das caravelas da Europa até a Índia e o fundo negro representa os mares "nunca dantes navegados", as tormentas e o abismo. A cruz vermelha representa o povo português, a sua fé e a própria providência.[163][164]
Por influência do Lusitânia Futebol Clube, clube que se fundiu com o Vasco em 1915, a primeira camisa do futebol era toda negra, com gola e punhos brancos, sem a faixa diagonal e a Cruz de Cristo em vermelho havia sido deslocada para o lado esquerdo do peito, junto ao coração, que por sua vez era inspirado no uniforme do combinado português que jogou uma série de amistosos no Brasil em 1913 e para diferenciar do uniforme utilizado pela equipe de remo.[165][162] Apesar do time de remo já utilizar camisas pretas com faixas diagonais brancas desde o início do século passado, até o início dos anos 40, a camisa oficial do Vasco da Gama era toda preta com detalhes brancos apenas na gola e nos punhos, seu apelido inclusive era “Camisas Negras”.[166]
No final da década de 30 (1937), foi adotado o novo desenho com a volta da faixa diagonal, porém agora esta partia do ombro esquerdo, sendo ainda utilizada a Cruz de Cristo vermelha posicionada sobre a faixa na altura do coração.[162] O fato da baixa reflexão da cor negra sob os refletores da época, bem como a excessiva concentração de calor do verão sob a camisa negra, eram preocupações de dirigentes quanto ao desgaste dos jogadores. Soma-se a isso o estádio de São Januário ser um dos primeiros a ter iluminação para jogos noturnos e o Vasco um dos poucos que corriqueiramente jogavam sob a luz artificial sendo o branco uma cor que favorecia nestas condições. Dessa forma, há controvérsia a respeito do porquê o clube jogou mais de branco do que de preto.[165]
Já na década de 40, o Vasco aposenta suas camisas pretas do futebol e o esporte que já havia se tornado protagonista no clube adota em definitivo o design da bandeira, do escudo e de todas as demais modalidades praticadas pelos vascaínos. Em 1943, quando assumiu o técnico uruguaio Ondino Vieira, este estabeleceu juntamente com o comando do clube, que o Vasco passaria a usar preferencialmente o uniforme noturno de verão, uma camisa branca com faixa a tiracolo negra, criada em dezembro de 1937, relembrando assim o River Plate, clube com o qual foi bicampeão argentino em 1936 e 1937.[167][168]
No ano de 2020, a camisa do Vasco utilizada para a temporada de 2015 foi eleita, segundo o site Classic Football Shirts, a 14ª camisa mais bonita da década.[169]
Hinos
O Club de Regatas Vasco da Gama possui três hinos conhecidos: um oficial, um não oficial e um popular – sendo este o mais difundido e utilizado. O primeiro hino reconhecido do clube foi o Hino Triunfal do Vasco da Gama. Elaborado no ano de 1918, teve letra e música compostas por Joaquim Barros Ferreira da Silva e foi gravado em 1930 pelo "Orfeão de Portugal" na gravadora Brunswick.[170]
O segundo hino, chamado de Meu Pavilhão, teve a música composta por Ernani Corrêa e letra idealizada por João de Freitas. A data exata de sua criação é desconhecida, embora se saiba que seja anterior a 1949. No ano de 1974, os jogadores campeões brasileiros participaram de uma gravação do hino, com o fim de reverter a renda obtida com as vendas dos discos na premiação pelo título.[156][170]
O Hino Popular do Club de Regatas Vasco da Gama, foi elaborado em 1949 por Lamartine Babo, compositor de diversos hinos de clubes de futebol, dentre eles os dos quatro grandes do Rio de Janeiro. Dos três hinos associados ao cruzmaltino, é o mais conhecido e adotado oficialmente pelo clube como Hino Oficial. É considerado por muitos torcedores e jornalistas especializados como uma das mais belas canções dentre os hinos esportivos brasileiros.[156][170]
Mascote
O primeiro mascote do Vasco foi o "Almirante", personagem criado pelo argentino Lorenzo Molas em homenagem ao navegador português Vasco da Gama.[156][171] As primeiras charges de Molas apresentavam o vascaíno como um português gordo, careca e de longos bigodes; em 30 de junho de 1944, foi publicada no Jornal dos Sports a primeira charge contendo a figura do Almirante. Nessa, o vascaíno é representado por um almirante português, na proa de uma caravela com a cruz de cristo.[172] A partir daí, a figura do Almirante passou a ser presença constante nas charges de Molas; nelas, o Almirante tem na lapela a Cruz de Cristo, e é frequentemente acompanhado por uma nau portuguesa. O Jornal dos Sports descreveu o Almirante como um "verdadeiro lobo do mar, em sua caravela, sempre pronto a navegar e enfrentar todas as tormentas".[173] O personagem acabou se tornando o mascote oficial do Vasco, e teve várias versões ao longo de sua história. Em 2012, o clube anunciou um Almirante com traços mais infantis, lançado no dia das crianças.[174] Em 2018, o Almirante foi reformulado, e ganhou expressão mais séria e menos infantil,[175] ficando conhecido nas redes como "Almirante pistola", em razão da expressão fechada do mascote.[176]
Outro mascote popular do clube foi um corvo, criação de Otelo Caçador. O primeiro cartum de Otelo no Jornal dos Sports trazia uma caravela, na qual o Almirante, personagem de Mola, travava uma batalha contra os mascotes dos demais times cariocas. No alto do mastro do barco vascaíno, Otelo desenhou um corvo; indagado sobre o elemento, afirmou que o animal era visto como uma ave de bom agouro em Portugal.[177] Dado que o corvo é frequentemente associado ao azar, e não a sorte, especula-se que a afirmação de Otelo tenha sido uma piada, já que o cartunista era rubro-negro e costuma provocar os rivais do time flamenguista por meio de seus desenhos.[178] Piada ou não, o Vasco foi campeão carioca invicto naquele ano, e o mascote se popularizou, e passou a ser chamado de "Dom Corvo", em alusão ao título de nobreza comum em Portugal.[177] Com o sucesso do mascote, a diretoria vascaína decidiu adquirir um corvo; o animal, contudo, não existe no país, e um corvo teve que ser importado de Portugal; sua vinda necessitou de autorização do país português, que na época proibia a saída da ave.[177] A chegada do animal foi intensamente coberta pela mídia à época: o Rádio Clube Brasil realizou um programa em homenagem ao corvo, e o Jornal dos Sports uma festa para sua recepção.[177] O mascote mais popular do Vasco foi criado pelo cartunista Henfil, na década de 60, para o Jornal dos Sports: um português de bigode e camisa do Vasco. Henfil apelidou seu personagem de "Bacalhau", em alusão às ligações entre Vasco e Portugal.[179]
Torcida
A torcida do Vasco é uma das maiores do Brasil. Segundo as pesquisas atuais, o time oscila entre a quarta e a quinta maior torcida do país, junto com Palmeiras.[180][181] Um dos motivos atribuídos para essa fama é ter sido um dos primeiros clubes a ter no elenco um jogador negro e outras pautas e causas com as quais a população se identificou.[182] O Gigante da Colina também possui diversas torcidas organizadas com membros em todo o Brasil e até fora do país. A torcida organizada vascaína que mais possui membros é a Força Jovem do Vasco.[183][184] Além dela existe a Ira Jovem Vasco,[185] Torcida Rasta do Vasco,[186] Mancha Negra do Vasco,[187] etc.[188]
Rivalidades
Clássicos nacionais
- Clássico dos Milhões
O grande rival do Vasco é o Flamengo. O confronto é chamado de Clássico dos Milhões é o maior clássico do Rio de Janeiro e pode ser considerado um dos maiores duelos do Brasil. A rivalidade está presente desde 1910 nas competições de Remo mas, com a ascensão à primeira divisão do time de futebol do Vasco na década de 1920, o duelo passou a ser mais forte nessa modalidade desportiva. O Flamengo leva a vantagem em número de vitórias neste confronto.[189][190][191]
- Clássico dos Gigantes
Outro grande adversário do clube é o Fluminense. O confronto é chamado de Clássico dos Gigantes, tendo sido disputado na final do Campeonato Brasileiro de 1984 e, em duas ocasiões, pela Copa Libertadores da América de 1985, com vantagem da equipe vascaína em números de vitórias.[192]
- Clássico da Amizade
O Vasco ainda faz um clássico, com ânimos geralmente menos exaltados entre os presentes, dada a sua grande vantagem de vitórias e menos encontros em decisões de campeonatos, com outro clube popular do Rio de Janeiro, o Botafogo. O Clássico da Amizade é realizado desde 1923, quando o Vasco ganhou do rival por 3 a 1. Em termos de decisões em finais o Vasco leva desvantagem tendo perdido mais que ganho diante do Botafogo. A maior goleada no clássico ocorreu em 2001, quando o Vasco venceu por 7 a 0 no Maracanã. Neste clássico, o Vasco também possui vantagem em número de vitórias.[193][194][195]
Internacional
- Vasco vs. River Plate
Em termos de marcantes rivais internacionais, o Club Atlético River Plate enfrentou o Vasco nas três campanhas cruzmaltinas vitoriosas em competições sul-americanas, o Campeonato Sul-Americano de Campeões, a Copa Libertadores da América de 1998 e a Copa Mercosul de 2000, sendo frequentemente citado como o principal rival estrangeiro do Vasco nestas conquistas. Na Supercopa Libertadores 1997, cuja participação do Vasco marcou o reconhecimento da Conmebol ao Campeonato Sul-Americano de Campeões como antecedente da Copa Libertadores, o River Plate eliminou o Vasco na fase de grupos e se sagrou campeão. Entretanto, o Vasco possui mais vitórias neste confronto.[196][197]
Outros confrontos
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Títulos
EXTRAOFICIAL | |||
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Troféus | Competições | Títulos | Temporadas |
Torneio de Paris de 1957 | 1 | 1957(1) |
INTERCONTINENTAIS | |||
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Troféus | Competições | Títulos | Temporadas |
Torneio Octogonal Rivadávia Corrêa Meyer | 1 | 1953(2) | |
CONTINENTAIS | |||
Troféus | Competições | Títulos | Temporadas |
Campeonato Sul-Americano de Campeões | 1 | 1948(3) | |
Copa Libertadores da América | 1 | 1998[198] | |
Copa Mercosul | 1 | 2000[199] | |
NACIONAIS | |||
Troféus | Competições | Títulos | Temporadas |
Campeonato Brasileiro | 4 | 1974, 1989, 1997 e 2000 | |
Copa do Brasil | 1 | 2011 | |
Campeonato Brasileiro – Série B | 1 | 2009 | |
INTERESTADUAIS | |||
Troféus | Competições | Títulos | Temporadas |
Torneio Rio-São Paulo | 3 | 1958, 1966 e 1999 | |
Torneio João Havelange | 1 | 1993 | |
ESTADUAIS | |||
Troféus | Competições | Títulos | Temporadas |
Campeonato Carioca | 24 | 1923, 1924, 1929, 1934, 1936, 1945, 1947, 1949, 1950, 1952, 1956, 1958, 1970, 1977, 1982, 1987, 1988, 1992, 1993, 1994, 1998, 2003, 2015 e 2016[162] | |
Copa Rio Estadual | 2 | 1992 e 1993[162] | |
Campeonato Carioca – Série A2 | 1 | 1922[162] | |
Taça Guanabara Independente | 1 | 1965[162] | |
Torneio Municipal | 4 | 1944, 1945, 1946 e 1947[162] | |
Torneio Relâmpago | 2 | 1944 e 1946[162] | |
Torneio Início | 10 | 1926, 1929, 1930, 1931, 1932, 1942, 1944, 1945, 1948 e 1958[162] | |
TURNOS DO ESTADUAL | |||
Troféus | Competições | Títulos | Temporadas |
Taça Guanabara | 12 | 1976, 1977, 1986, 1987, 1990, 1992, 1994, 1998, 2000, 2003, 2016 e 2019[200] | |
Taça Rio | 11 | 1984, 1988, 1992, 1993, 1998, 1999, 2001, 2003, 2004, 2017 e 2021[201] | |
Turnos disputados com outros nomes(4) | 9 | 1972, 1973, 1974, 1975, 1977, 1980, 1981, 1988 e 1997 | |
OUTROS ESTADUAIS | |||
Troféus | Competições | Títulos | Temporadas |
Taça Eficiência | 11 | 1943, 1945, 1946, 1947, 1949, 1950, 1955, 1958, 1973, 1980 e 1982 | |
Taça Disciplina | 2 | 1943 e 1964 | |
Campeonatos Cariocas de Aspirantes, Reservas ou Amadores(5) | 30 | 1920, 19221, 19222, 19223, 1924, 1926, 1928, 1930, 19341, 19342, 1936, 1937, 19411, 19412, 1942, 1943, 1946, 1947, 19481, 19482, 1949, 1950, 1951, 1954, 1955, 1960, 1961, 1964, 1966 e 1967 | |
MUNICIPAIS | |||
Troféus | Competições | Títulos | Temporadas |
Torneio Gérson dos Santos Coelho | 1 | 1948[202] | |
Taça Cidade do Rio de Janeiro | 1 | 1959[203] | |
Torneio Extra | 2 | 1973 e 1990 | |
Campeonato da Capital | 1 | 1992 | |
Taça Cidade de Cabo Frio | 1 | 1975[204] | |
TOTAL | |||
Escudo | Conquistas | Títulos | Categorias |
Títulos Principais | 64 | 1 Intercontinental, 3 Continentais, 6 Nacionais, 4 Interestaduais, 44 Estaduais e 6 Municipais | |
Campeão Invicto
Super-Supercampeão
Supercampeão
HONORÁRIOS | |||
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Feitos Alcançados | Conquistas | Temporadas | |
Maior Invencibilidade Internacional do Futebol Brasileiro | 34 Jogos | 1949–1954[222] | |
2º do Ranking Mundial da IFFHS | 1 | 1998 | |
Líder do Ranking Mundial da IFFHS | 1 | Dezembro de 2000[223] | |
Campeão de Terra e Mar | 13 | 1924, 1934, 1936, 1945, 1947, 1949, 1950, 1952, 1956, 1958, 1970, 1982, 1998[162] | |
Elenco atual
Última atualização: 3 de dezembro de 2024
Elenco atual do Club de Regatas Vasco da Gama[224][225] | |||||||||
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N.º | Pos. | Nome | N.º | Pos. | Nome | N.º | Pos. | Nome | |
1 | G | Léo Jardim | 11 | M | Philippe Coutinho | 28 | A | Adson | |
2 | LD | Puma Rodríguez | 12 | LE | Victor Luis | 37 | G | Pablo | |
3 | Z | Léo | 13 | G | Keiller | 38 | Z | João Victor | |
4 | Z | Maicon | 17 | A | Emerson Rodríguez | 66 | LE | Leandrinho | |
5 | V | Souza | 18 | M | Paulinho | 77 | A | Rayan | |
6 | LE | Lucas Piton | 20 | V | Juan Sforza | 85 | V | Mateus Carvalho | |
7 | A | David | 21 | A | Jean David | 90 | A | Alex Teixeira | |
8 | V | Jair | 25 | V | Hugo Moura | 96 | LD | Paulo Henrique | |
10 | M | Dimitri Payet | 26 | M | Maxime Dominguez | 99 | A | Pablo Vegetti | |
Treinadores
Fundado em 26 de novembro de 1915, o departamento de futebol cruzmaltino era, nos primeiros anos, conduzido pelo chamado Ground Committeé, composto por comissões temporárias e geralmente improvisadas. Estas eram formadas pelo capitão da equipe, dirigentes e incluíam até mesmo amigos do presidente ou diretores influentes. Apenas no começo de 1922, houve a institucionalização do cargo de treinador de futebol no Vasco da Gama. O primeiro técnico oficial do clube foi o uruguaio Ramón Platero,[226] comandante dos Camisas Negras, e que chegou a ter passagens pelas Seleções Brasileira e Uruguaia.[227][228]
Ao longo da história, mais de 100 treinadores diferentes dirigiram a equipe principal do Vasco da Gama. Entre os mais notáveis, estão os campeões da América Flávio Costa e Antônio Lopes, o uruguaio Ondino Vieira idealizador do Expresso da Vitória, Martim Francisco, Mário Travaglini, Nelsinho Rosa e ainda Joel Santana e Alcir Portella, campeões brasileiros tanto como atletas quanto na comissão técnica.[229] O técnico que por mais tempo esteve à frente do futebol vascaíno foi o inglês Harry Welfare, permanecendo no cargo durante 4391 dias, o equivalente a mais de 12 anos, em três passagens entre 1926 e 1943. Por outro lado, o recorde de jogos dirigindo a equipe pertence a Antônio Lopes, somando 614 partidas ao longo de seis passagens entre 1981 e 2008.[230]
Nas outras modalidades praticadas pelo clube, também se destacam renomados treinadores que construíram carreiras vitoriosas nos esportes coletivos do cruzmaltino. Entre os mais reconhecidos estão Helena Pacheco, pioneira no futebol feminino e responsável por revelar craques como Marta e Pretinha;[231] Hélio Rubens, Flor Meléndez, Alberto Bial e Maria Helena Cardoso, multicampeões no basquetebol masculino e feminino;[232] Ricardo Lucena, vencedor da Liga Nacional de Futsal em 2000;[233] no voleibol, Marcos Lerbach e Isabel Salgado, finalista da Superliga Feminina em 2000-01;[234] Cesinha e Fábio Costa no beach soccer; além de Leoni Nascimento, hexacampeão estadual consecutivo no handebol.[235]
Presidentes
O cargo de Presidente da Diretoria Administrativa do Vasco da Gama foi instituído em 21 de agosto de 1898, imediatamente após a fundação do clube, sendo o empresário português Francisco Gonçalves do Couto Junior o primeiro a ocupar a posição.[237]
O Presidente do Vasco, conforme estabelecido em Estatuto, assume responsabilidades ligadas à administração do Club de Regatas Vasco da Gama.[238] Ele lidera a gestão executiva do clube associativo, representando-o em eventos, reuniões, organizações esportivas, ligas e federações, tratando de questões relacionadas a regulamentos e competições.[238] Ademais, é encarregado de supervisionar negociações de atletas, gerenciar as finanças do clube e contribuir para o desenvolvimento infraestrutural da instituição, abrangendo tanto a parte social quanto outras instalações do Vasco da Gama.[238]
Ao longo da história do Club de Regatas Vasco da Gama, o presidente que deteve o cargo por mais tempo foi o português Antônio Soares Calçada.[239] Amplamente considerado o mais vitorioso dos mandatários vascaínos, ele liderou a gestão do cruzmaltino por 18 anos, em 6 mandatos consecutivos, no período de 1983 até 2000.[236] Em seguida, o segundo presidente que mais permaneceu à frente da gestão foi o advogado brasileiro Agathyrno da Silva Gomes, que presidiu o Vasco durante uma década, entre os anos de 1969 a 1979.[240]
Relação com Portugal
Dispõe o estatuto do Vasco que o clube "se orientará sempre no sentido de permanecer como instrumento de aproximação entre brasileiros e portugueses".[241] O Vasco desde sua fundação teve intensa ligação com Portugal. A maioria dos sócios fundadores do clube era de nacionalidade portuguesa, e o nome da agremiação foi dado em homenagem a um importante personagem histórico português e a um importante evento histórico de Portugal. Bem no início do clube, chegou-se a ser sugerida uma bandeira azul e branca, em homenagem à bandeira portuguesa da época. No hino não oficial do clube, é cantado que o futebol da equipe "é um traço de união Brasil-Portugal". A fachada do estádio vascaíno apresenta uma bandeira de Portugal,[242] e uma bandeira do país costuma ser hasteada em datas comemorativas da equipe.[243][244][245] O clube costuma celebrar, nas redes sociais, o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.[246] As reuniões do Conselho Deliberativo do Vasco são iniciadas com A Portuguesa, hino nacional de Portugal, e só daí é executado o hino brasileiro.[247] Segundo o jornal Correio da Manhã, "no estádio de São Januário respira-se Portugal em todos os cantos".[247] Já para Luiz Ceará, jornalista esportivo, "o Vasco da Gama é Portugal dentro do Brasil".[247] O Vasco ainda inspirou a criação de um semelhante português: o Vasco da Gama Futebol Clube, da pequena cidade de Recarei, agremiação que hoje se encontra desativada.[248]
Em razão dessa ligação, o Vasco foi agraciado em 1954 com a comenda da Ordem Militar de Cristo de Portugal, por "serviço relevante prestado ao país". A condecoração foi entregue por Paulo Cunha, na época Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, representando o General Craveiro Lopes, então presidente português.[59] Em 1997, o clube foi feito Membro-Honorário da Ordem do Mérito de Portugal.[73] O presidente de Portugal da época, Craveiro Lopes, chegou a visitar o Vasco em 1957.[249] O embaixador português e cônsul-geral de Portugal já visitaram o clube por diversas vezes.[250][251] Em 2008, quando da eleição de Roberto Dinamite a presidência do Vasco, o então embaixador de Portugal no Brasil, Francisco Seixas da Costa, enviou saudação ao novo presidente;[252] em 2010, o então embaixador de Portugal, João Salgueiro, enviou mensagens de felicitações ao aniversário do clube, afirmando que "o Vasco permanece hoje, mais de cem anos volvidos, como se diz no seu hino, nas palavras de Lamartine Babo, "um traço de união entre o Brasil e Portugal"".[253] Desde 2017, o Vasco pode utilizar antes do seu nome a palavra Real, “Real Club de Regatas Vasco da Gama”, através do Decreto de Alvará Régio do Chefe da Casa Real Portuguesa, Dom Duarte Pio de Bragança (Duque de Bragança), que renovou e conferiu o Patronato Régio ao Vasco da Gama. O título real seria concedido ao clube no ano de 1908, na sua primeira década de existência, por ocasião da visita do Rei de Portugal Dom Carlos I ao Brasil, que já havia deliberado pela renovação e conferimento do título de “Real Sociedade”, que já gozava o Vasco durante o período em que Dom Luís I esteve como Rei de Portugal, mas acabou impedido pelo regicídio de 1 de fevereiro de 1908.[254]
Por força da identificação do clube com o país português, a comunidade lusitana no país, principalmente a do Rio de Janeiro, sempre optou por torcer pelo Vasco.[255] Muitos portugueses radicados no Brasil são vascaínos,[256] Em razão disso, muitos descendentes de portugueses são vascaínos.[257] Segundo Mário Filho, quando o time de futebol vascaíno começou a fazer sucesso, em 1923, os "campos se enchiam" de portugueses, e era "português por todo canto".[258] Nas palavras do jornalista, "tudo português, o português se julgando obrigado a ir para onde o Vasco ia".[259]
Tais eventos fomentaram a ideia do "português vascaíno", que se tornou um personagem cultural da vida carioca. Essa figura é personagem central do famoso samba "No boteco do José", de Wilson Batista, na qual uma vitória do Vasco é comemorada no "boteco do José", em alusão a um boteco tipicamente português.[260] Na composição, canta-se que, em razão da vitória vascaína, o boteco estaria de graça; bastava dizer "que é vascaíno" para entrar, e que quando o Vasco é campeão, "seu José vai a falência".[261] A ideia do "português vascaíno" também era incentivada pela imprensa: o compositor Ary Barroso, em crônica escrita ao Jornal dos Sports, em 1943, ao mencionar Santo Antônio, diz que esse "nunca foi rubro-negro e sempre foi vascaíno, como bom português que é (...)".[262]
A bandeira de Portugal é presença comum nas arquibancadas de São Januário, e muitos cruzmaltinos são torcedores da seleção portuguesa. Em 2016, na final da Eurocopa, disputada entre Portugal e França, diversos vascaínos se reuniram em tradicional casa portuguesa para torcer pela seleção lusa. No espaço, destacavam-se muitas bandeiras de Portugal e do Vasco.[263] A inédita conquista portuguesa foi comemorada pelas redes sociais do clube.[264] Em razão da ligação com Portugal, netos brasileiros de portugueses passaram a utilizar o fato de serem sócios do Vasco como prova de "ligação afetiva" para com Portugal, de modo a obterem a nacionalidade portuguesa.[265] O clube chegou a anunciar descontos na obtenção da nacionalidade portuguesa para seus sócios.[266]
O tradicional grito de "guerra" vascaíno, "Casaca! Casaca! Casaca!" é de provável inspiração portuguesa. A fórmula inicial do canto, "Ao Vasco nada? Tudo!" tem semelhanças com os gritos acadêmicos popularizados em Portugal nas décadas iniciais do século XX, especialmente na Universidade de Coimbra. Há ainda quem defenda que o grito original era "Cazarca", em possível referência ao pato-casarca, ave que era encontrada em Portugal, nas áreas da Lagoa dos Salgados, do Algarve.[267]
Antonio de Almeida Pinho, em seu segundo mandato como presidente, em 1925, foi o responsável pela compra da chamada Chacrinha de São Januário, local onde posteriormente o estádio seria erguido. Pinho investiu considerável quantia própria no investimento.[268] Já no ano seguinte, sob presidência de Raul da Silva Campos, o contrato de construção de São Januário foi assinado.[269] Para que o Vasco tivesse o dinheiro necessário para construir São Januário, Raul da Silva Campos iniciou campanha de doação entre os sócios vascaínos, que ficou conhecida como a "campanha dos 10 mil".[270] Almeida Pinho foi parte importante da campanha e do levantamento dos fundos necessários: constou como avalista do contrato de construção, dando seu próprio patrimônio como garantia.[268] Raul da Silva Campos ainda foi o presidente responsável pela criação do departamento de futebol vascaíno, em 1915, no seu primeiro mandato;[271] já Antonio de Almeida Pinho foi o presidente quando do primeiro título de futebol do Vasco, também em seu primeiro mandato, em 1921.[272]
Antônio Soares Calçada, por sua vez, é considerado por muitos como o presidente mais vitorioso da história do clube.[273][274] Calçada foi presidente do Vasco por 18 anos (1983-2000), sendo o presidente mais longevo da história vascaína.[275][276] Durante seus seis mandatos, o Vasco foi três vezes campeão brasileiro (1989-1997-2000) e campeão da Libertadores (1998). Após sair da presidência, Calçada recebeu o título de presidente de honra,[115][273][277] e em 2014 seu nome foi dado ao novo ginásio poliesportivo construído dentro de São Januário.[278] O Vasco decretou luto de três dias em razão de sua morte;[279] a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ) também decretou luto de três dias.[115] Clubes rivais prestaram condolências ao Vasco, bem como importantes jogadores da história do Vasco.[115]
A ligação Vasco-Portugal foi motivo de preconceitos nas primeiras décadas de 1900, com os rivais frequentemente associando o Vasco a estereótipos portugueses, com o intuito de diminuir o clube. O sotaque português era frequentemente alvo de troça, deturpando-se o nome de "Vasco" para "Basco".[280] Em 1923, com a vitória do Flamengo sobre o Vasco, torcedores rubro-negros penduraram um tamanco de dois metros e meio na sede do Vasco,[281] calçado que na época era associado ao português. Costumava-se ainda vincular o vascaíno ao bacalhau,[282] peixe típico da gastronomia portuguesa. O apelido "bacalhau" foi utilizado pelo cartunista Henfil para batizar o personagem vascaíno que criara para o Jornal dos Sports na década de 60,[179] e a alcunha acabou por perder o sentido pejorativo, sendo adotada pela torcida vascaína.[283][284]
O Vasco também era frequentemente apontado como o "clube português", enquanto os demais "clubes brasileiros", não obstante o clube na década de 20 ter se popularizado entre as camadas brasileiras mais baixas.[285] Essa associação foi muito frequente ao longo do Campeonato Carioca de 1923, vencido pelo Vasco. Na véspera do confronto com o Flamengo, o jornal O Imparcial, em crônica sobre a partida, escreveu que Francisco Marques da Silva, português e presidente do Vasco, iria regressar "para Portugal dentro de um bonde do bairro de Cascadura", caso o Vasco perdesse.[286] O clube também não era bem visto por certos setores da imprensa; registra o historiador João Manuel Casquinha que o jornal O Imparcial, ao noticiar confusão na qual torcedores do Vasco se envolveram em 1922, "aproveitava para desfiar a sua raiva pelos portugueses do Vasco (...)".[287]
Segundo Mário Filho, com o sucesso do time vascaíno em 1923, os rivais passaram a caracterizar a vitória cruzmaltina como uma derrota brasileira. Aponta Filho que "tornou-se uma questão nacional derrotar o Vasco", e que "pouco importava que o time do Vasco, com os seus brancos, seus mulatos e seus pretos, fosse brasilerissímo". Continua o autor, afirmando que instaurou-se um "jacobinismo no futebol, lançando o brasileiro contra o português", o que fazia com que os jogadores do Vasco passassem a "perder a nacionalidade" e virarem portugueses.[288] A partida entre Vasco e Flamengo, que lutavam pelo título naquele ano, foi "transformado em um autêntico Portugal e Brasil", segundo o jornalista.[289] Nesse sentido, aponta o historiador Renato Soares Coutinho que "no imaginário compartilhado pelos torcedores, a rivalidade entre os dois clubes [Vasco e Flamengo] foi construída nos termos das tensões antilusitanas".[290]
A ideia do Vasco como um "clube português" vinha dos próprios dirigentes do futebol brasileiro: a Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (AMEA), responsável pelo futebol carioca, em ofício enviado ao Vasco em 1925 apontou a expectativa de que o clube formasse uma equipe "genuinamente portuguesa, para uma demonstração esportiva das verdadeiras qualidades dessa raça secular".[291] Já Vargas Netto, dirigente da antiga CBD, costumava enaltecer o Vasco afirmando que "nós brasileiros somos também portugueses”, dando ênfase na natureza lusitana do clube em detrimento de sua brasilidade.[292]
O Vasco já lançou três camisas em homenagem a Portugal com as cores da bandeira portuguesa. Em 2009, foi lançada uma camisa de goleiro vermelha e verde, em 2010 uma camisa branca com uma cruz vermelha e outra branca foi apresentada e chamada de "Templária" pois lembra os uniformes dos Cavaleiros Templários. Em 2012 outra camisa também de goleiro verde e grená foi utilizada. No mesmo ano, o clube lançou novamente uma camisa com uma cruz, porem nas cores azul e branco, cores da bandeira portuguesa antes da implantação da república e representando o domínio dos mares pelos portugueses desde Vasco da Gama. Já em 2014 foi lançada uma camisa comemorativa com as cores vermelha e verde, com um trecho do hino nas costas que cita o "Traço de união Brasil-Portugal".[293] No dia 13 de outubro de 2020 anunciou o treinador português Ricardo Sá Pinto como novo técnico da equipe, substituindo Ramon Menezes.[294] Em 2017, o treinador português Jorge Jesus afirmou que "há uma equipe no que todos os portugueses têm um sentimento que é o Vasco da Gama".[295]
Futebol Feminino
O departamento de futebol feminino cruzmaltino teve início em 23 de agosto de 1923, quando um grupo de sócias e torcedoras fundou o Sport Club Feminino Vasco da Gama.[297] Na década de 1990, a modalidade atingiu seu auge, com a conquista do tetracampeonato brasileiro (1993, 1994, 1995 e 1998), e tendo revelado jogadoras para a Seleção Brasileira, tais como: Pretinha e Marta – amplamente considerada a melhor de todos os tempos.[296]
O ano de 2009 foi marcado pela reativação da seção feminina de futebol e pelo início da parceria com a Marinha do Brasil, que rendeu uma série de títulos ao clube, incluindo três conquistas do Campeonato Mundial Militar (2009, 2010 e 2011),[297] um título do Circuito Nacional de Futebol Social e o tricampeonato Carioca nos anos de 2010, 2012 e 2013.[298] Além disso, ainda em 2012, o Vasco da Gama se tornou a primeira equipe brasileira feminina a conquistar um campeonato mundial nas categorias de base, derrotando o Atlético de Madrid na Ibercup Sub-17.[298]
Depois de um hiato, o time adulto retorna ao cenário nacional apenas no ano de 2016, disputando o Campeonato Brasileiro.[299][300] Após anos de instabilidades, em 2024 o clube acertou patrocínio com a Guaraná Antarctica, o maior da história do departamento feminino.[301] Logo em seguida, a equipe conquistou de forma invicta o Campeonato Brasileiro A3, sobre o Paysandu.[302]
Outras modalidades
O esporte originário do Vasco é o remo. Entre 1944 e 1959, o clube conquistou um inédito hexadecacampeonato estadual, estabelecendo o recorde histórico das regatas cariocas.[303] A partir de 1925, houve uma expansão no departamento de desportos aquáticos, com a prática de maratonas, motonáutica, saltos ornamentais, polo aquático e natação, que atingiu seu auge na década de 90 com atletas campeões mundiais como Gustavo Borges, Inge de Bruijn e Yana Klochkova.[304]
A seção de basquete do clube foi fundada em 1920. Dentre suas conquistas estão duas Ligas Sul-Americanas masculinas e uma feminina, dois Campeonatos Sul-Americanos, dois Brasileiros masculinos e um feminino, e uma Copa dos Campeões.[305] Além disso, no McDonald's Championship de 1999, o cruzmaltino se sagrou a melhor equipe FIBA do mundo e o primeiro sul-americano a enfrentar uma equipe da NBA.[306] Ainda nas quadras, o voleibol vascaíno foi vice da Superliga Feminina e campeão brasileiro de masters. No vôlei de praia, contou com duplas medalhistas olímpicas, como Adriana e Shelda, Ricardo e Zé Marco, acumulando nove títulos mundiais.[307] Possui representatividade também no vôlei sentado, sendo uma das potências da modalidade.[308] Já no handebol, montou equipes das mais fortes do país, campeãs da Copa do Brasil masculina e feminina, hexa estadual consecutivo, e com conquistas inclusive no handebol de praia.[309]
No futebol de areia, o Vasco da Gama se estabeleceu como uma das maiores equipes do mundo.[310] Não somente é o primeiro campeão mundial de beach soccer,[311] mas também o maior vencedor da Copa Libertadores, do Campeonato Brasileiro e o primeiro campeão nacional feminino, tendo revelado os eleitos melhor do mundo Jorginho, Bruno Xavier, Mauricinho e Josep Jr.[312] Praticado desde 1954, o futsal vascaíno é o principal do estado do Rio de Janeiro, sendo o primeiro carioca campeão continental no salão, o único a conquistar a Liga Nacional,[313] bicampeão brasileiro feminino e o maior vencedor estadual masculino e feminino. Possui destaque ainda em outras variantes do futebol: no futebol de botão e futevôlei, com títulos mundiais;[314] no paralímpico é hepta brasileiro;[315] no futebol americano e flag football é campeão nacional masculino e feminino;[316] é também multicampeão brasileiro no futebol society, showbol e teqball.[317][318][319]
O Vasco da Gama se notabiliza ainda dentre as principais academias de artes marciais do país. Originalmente com o pugilismo implementado em 1946, logrou um hendeca estadual de boxe consecutivo até 1956.[320] O clube é também um dos grandes fomentadores do jiu-jitsu no Brasil,[321] tendo sido a sede da academia Hélio Gracie nos anos 80 e conseguindo quatro lutadores campeões mundiais em 2000.[322] No karatê, foi reconhecido pelo Comitê Brasileiro como a maior agremiação da modalidade.[323] Da mesma forma, o judô vascaíno obtém grande projeção, sendo um expoente na revelação de atletas.[324] Na esgrima, possui um legado desde os anos 50, incluindo oito conquistas em campeonatos brasileiros. Já no MMA, o cruzmaltino foi casa de diversos detentores de cinturões mundiais, dentre os quais Vitor Belfort, Murilo Bustamante e os gêmeos Minotauro e Minotouro.[325] Mantém igualmente tradição em outros esportes de combate como kickboxing, kung fu e taekwondo.[326][327][328]
Enquanto um dos principais centros de atletismo do país e fundador da Federação Estadual em 1938,[329] o Vasco da Gama se destaca pelos títulos, como os dez Troféus Brasil,[330] e por notáveis atletas, incluindo os medalhistas olímpicos Adhemar Ferreira da Silva, Maurren Maggi e Robson Caetano. Na década de 1910, ganhou oito estaduais consecutivos no tiro esportivo, e, a partir de 1973, foi hexacampeão brasileiro no tiro com arco.[331] Alcançou projeção nacional também no ciclismo e mountain biking, vencendo dezenas de torneios entre os anos 40 e 70. Na ginástica, obteve grande êxito na prática das modalidades artística, rítmica, aeróbica, acrobática e de trampolim, e contando com eminentes ginastas como Marilia Gomes, Sérgio Sasaki e Petrix Barbosa.[332] Consolidou-se ainda dentre as maiores escolas de tênis e tênis de mesa, acumulando taças nacionais e internacionais, com os renomados Joana Cortez, Hugo Hoyama e Thiago Monteiro. No boliche, foi eleito o Clube da Década pela CBBol entre 1993 e 2003, colecionando recordes.[333] Mais recentemente, ingressou no universo dos eSports, onde já possui conquistas significativas, como o Brasileiro de CrossFire.[334]
Representação nacional
Publicações
Vídeos
- Dinamite, a vocação do gol (Hurry Marketing)
- Vasco Campeão Brasileiro 1989 (Globo Vídeo)
- Vasco Campeão Brasileiro 1997 (Hurry Marketing)
- Vasco Campeão Taça Guanabara 1998 (O Globo)
- Edmundo, o Maior Artilheiro do Brasil (Casa & Vídeo)
- Vasco 100 anos (O Globo)
- Vasco 100 anos (O Dia)
- Vídeo Oficial do Centenário (C.R. Vasco da Gama)
Livros
- Vamos Cantar de Coração: os 100 Anos do Futebol do Vasco da Gama (Cláudio Nogueira, Pébola Casa Editorial, 2016)
- Nasce o Gigante da Colina (Pedro Venâncio, Maquinária Editora, 2014)
- Contos da Colina (Luis Maffei, Maurício Murad e Nei Lopes, 2012)
- Paixão da Gama: A Maravilhosa História do Vasco (Jorge Luiz Alves Bezerra, Fundação Vingt-Un Rosado, 2011)
- Vasco: A Cruz do Bacalhau (Aldir Blanc, Ediouro, 2009)
- A História do Vasco da Gama em Cordel (Cláudio Aragão, Editora Bom Texto, 2003)
- Livro Oficial do Centenário (C.R. Vasco da Gama Br Comunic. Marketing Consultoria, 1998)
- Livro Oficial do Centenário - Estatístico (C.R. Vasco da Gama Br Comunic. Marketing Consultoria, 1998)
- Roberto Dinamite, O Início do Ídolo (Giulio San Martin, 1993)
- Roberto Dinamite, A Explosão do Gol! (Edvard Leite de Carvalho, Gráfica e Editora Lar Cristão, 1993)
- Um ídolo chamado Roberto Dinamite (Paulo César O. Pinto, Editora Revan, 1988)
- Club de Regatas Vasco da Gama - Histórico 1898-1923 (José da Silva Rocha, Gráfica Olímpica Editora, 1975)
- Club de Regatas Vasco da Gama - Memória do Cinquentenário (C.R. Vasco da Gama, 1948)
- Vasco 60 Anos (1959)
- 50 Anos de Glórias do Club de Regatas Vasco da Gama (Álvaro do Nascimento e Claudemir Barboza, 1949)
- Vasco: O Clube do Povo (Leandro Tavares Fontes, Editora LivrosdeFutebol, 2020)
- Meu Pequeno Vascaíno (Fernanda Abreu, Editora Belas Artes, 2009)
- Vasco Campeão Intercontinental 1953 (Adílio Jorge, Fernando Gralha, João Ernesto e Walmer Peres, Editora Letras e Versos, 2021)
- Hoje é Dia de Vasco (Sérgio Almeida, Editora Gorduchinha, 2019)
- Almanaque do Vasco (Grupo Pesquisa Vasco, Editora LivrosdeFutebol, 2019)
- 1898 em Diante (Editora Corner, 2020)
- Monumental - o Vasco de 1997 a 2000 (Thiago Correia, Editora Multifoco - Drible de Letra, 2017)
- A Virada do Século (Camilo Sepúlveda, Editora Multifoco - Drible de Letra, 2009)
- Do 1 ao 11 - Onze Temporadas da Camisa Vascaína (Dário Lourenço Júnior, Editora Multifoco - Drible de Letra, 2018)
- São Januário - um Caldeirão no Centro de um Bairro (Marcelo Matos, Editora Clube de Autores, 2010)
- Os Dez Mais do Vasco da Gama (Cláudio Nogueira e Rodrigo Taves, Maquinária Editora, 2011)
- Tua Imensa Torcida é Bem Feliz (Eduardo de Ávila, Editora Leitura, 2011)
- Vasco da Gama - Gigante Desde 1898 (Fábio Ramos, Giostri Editora, 2016)
- Vasco Desde Menino (Luís Pimentel, Mauad Editora, 2010)
- Jogos Memoráveis do Vasco (Alexandre Mesquita, Eugênio Leal e Jefferson Almeida, iVentura Editora, 2012)
- Meu Jogo Inesquecível: Jogos Imortalizados por Vascaínos Apaixonados (Patrícia Gregório, Editora Leitura, 2009)
- Vasco: Glórias, Títulos e Garra 1996-2009 (Elisa de Souza Dantas, Editora Imperial Novo Milênio, 2010)
- Eurico Miranda, Todos Contra Ele (Sérgio Frias, Editora MPMNETO, 2013)
- A Turma é Boa, é Mesmo da Fuzarca! (Igor Serrano, Editora Mil Palavras, 2015)
- Copa do Brasil 2011 – Norte e Sul deste país (Igor Serrano, Editora Multifoco - Drible de Letra, 2017)
- 365 Motivos para Ser Vascaíno (Bruno Mazzeo e Sérgio Almeida, Editora Leitura, 2010)
- O Expresso da Vitória - uma História do Fabuloso Club de Regatas Vasco da Gama (Abraham B. Bohadana, 2005)
- O Time do Meu Coração: Club de Regatas Vasco da Gama (Cláudio Nogueira, Editora Leitura, 2009)
- Um Expresso Chamado Vitória (Alexandre Mesquita e Jefferson Almeida, iVentura Editora, 2010)
- 100 Anos da Torcida Vascaína (Jorge Medeiros, 2016)
Discos
- Vascão Campeão 1982 (Rádio Globo)
- Vascão Bicampeão 87/88 (Rádio Globo CBS)
- Gritos da Galera (Hipermusic Videolar)
- Hino do Vasco (O Dia BMG/Sonopress)
- C.R. Vasco da Gama 100 anos de sucesso (Pierre Aderne Columbia)
Ver também
- Campeões internacionais do futebol brasileiro
- Campeões nacionais do futebol brasileiro
- Futebol no Brasil
- História do futebol do Brasil
- História do futebol do Rio de Janeiro
- Os doze grandes do Brasil
- Os quatro grandes do Rio de Janeiro
Referências
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