Wanderléa – Wikipédia, a enciclopédia livre
Wanderléa | |
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Wanderléa em 2013 | |
Informação geral | |
Nome completo | Wanderléa Charlup Boere Salim |
Também conhecido(a) como | Ternurinha e Wandeca |
Nascimento | 5 de junho de 1944 (80 anos) |
Origem | Governador Valadares, Minas Gerais |
Nacionalidade | brasileira |
Gênero(s) | iê-iê-iê MPB pop rock rock and roll |
Ocupação(ões) | cantora e compositora |
Instrumento(s) | vocal violão |
Período em atividade | 1963-atualmente |
Outras ocupações | atriz e instrumentista |
Wanderléa Charlup Boere Salim (Governador Valadares, 5 de junho de 1944)[1] é uma cantora, compositora, atriz e instrumentista brasileira.
Tornou-se famosa durante o movimento Jovem Guarda, fazendo sucesso juntamente com seus amigos Roberto Carlos e Erasmo Carlos no programa de televisão homônimo. Trabalhou como atriz principal no filme brasileiro "Juventude e Ternura" (1968), direção de Aurélio Teixeira, e em Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa (1970) de Roberto Farias, contracenando com Roberto e Erasmo.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Descendente de libaneses, nasceu em Santo Antônio do Pontal, distrito de Governador Valadares,[2] passando a infância em Lavras. Aos nove anos de idade mudou-se com a família, composta por seus pais e treze irmãos, para o Rio de Janeiro.
Carreira
[editar | editar código-fonte]Aos dez anos de idade vencia concursos em rádios. Em 1962 o primeiro compacto e, no ano seguinte, seu primeiro LP, intitulado Wanderléa, pela Discos CBS, na época uma subsidiária da Columbia Records. Na gravadora conheceu Roberto Carlos e Erasmo Carlos, passando a apresentar em agosto de 1965 o programa Jovem Guarda, pela TV Record, de São Paulo. Transmitido nas tarde de domingo, o programa teve uma das maiores audiências da época e lançou diversos artistas. Wanderléa e Celly Campelo foram as primeiras estrelas do rock brasileiro. Participou de filmes ao lado de Roberto Carlos e, depois de terminada a Jovem Guarda, continuou a carreira como cantora pop. Atualmente se apresenta cantando seus maiores sucessos, como "Pare o Casamento" (versão de Luís Keller), "Ternura" (Rossini Pinto) e "Prova de Fogo" (Erasmo Carlos).
Aos quinze anos cantava em boates, e como era menor, pedia autorização ao juizado de menores e aos seus pais para assinarem. Seu pai, no começo, não aceitava a carreira da filha, mas com o tempo entendeu que a jovem tinha grandes talentos musicais.[carece de fontes]
Vida pessoal
[editar | editar código-fonte]Wanderléa sofreu muitas perdas em sua vida. A primeira delas foi aos dez anos de idade, quando se desesperou ao descobrir que sua irmã mais velha foi morta vítima de bala perdida. Este fato abalou para sempre a vida de Wanderléa e de toda a sua família.[3]
No começo de sua carreira, aos dezesseis anos, começou a namorar Zé Renato, filho de Chacrinha. Em poucos meses de namoro ficaram noivos. Após sete anos juntos, houve uma tragédia: Zé sofreu um acidente e ficou paraplégico. Wanderléa entrou em grave depressão e com o tempo o relacionamento entrou em crise porque ele não queria ser um peso na vida dela. Apesar de ter lutado por ele, respeitou a decisão de Zé e se separou do noivo.
Após a separação, namorou alguns cantores e compositores da época. Também teve um curto namoro com Roberto Carlos.[carece de fontes] Depois conheceu o guitarrista chileno Lalo Correia, mais conhecido como Lalo Califórnia.[3] Os dois começaram a namorar e em pouco tempo se casaram. Em 1982, nasceu o primeiro filho do casal: Leonardo. Em 1984 houve uma tragédia: Leonardo morre afogado aos dois anos de idade. O garoto estava andando de triciclo e acidentalmente caiu na piscina. Chegou a ser socorrido mas não resistiu. Os dois tiveram mais duas filhas: Yasmin e Jadde. As duas tem menos de dois anos de diferença e nasceram no fim dos anos 80.[3]
Passou por outras perdas, como a morte do pai, que a deixou muito abalada e pouco tempo depois, em 1996, seu irmão morreu vítima da AIDS, que a fez cair em depressão, que a abalou emocionalmente ao ponto de, segundo ela, ter lhe causado um câncer no útero, tendo que fazer uma histerectomia. Mas conseguiu recuperar sua saúde e ânimo e, segundo suas próprias palavras, "se aparece um problema diz: ‘vamos ver como podemos resolver’, e não se altera."[carece de fontes]
Continua casada com Lalo, mas os dois moram em casas separadas, e a cantora diz estar bem feliz assim, já que percebeu que morando juntos não se davam tão bem, e pelo casal gostar de uma relação mais livre, convivem como dois namorados.
Revelou em entrevistas ficar incomodada com a fama, que lhe trouxe problemas com o tempo: por exemplo, ao passar na rua com seus carros importados, as pessoas humildes a apontavam nas ruas comentando: "lá vai a Wanderléa com o seu carrão". Isso a chateava, dizendo que também já foi muito pobre e entende o sofrimento dos humildes, mas ninguém reconhecia isto. Desde os tempos da Jovem Guarda, tem o apelido de Ternurinha, que no início não lhe agradava muito, pensou até em fazer uma campanha para mudá-lo. Mas depois foi se acostumando e acabou por aceitar.[3] Outro apelido que recebeu também na época da Jovem Guarda, foi Wandeca.[4]
No início de 2017, Wanderléa apresentou no Rio de Janeiro e em São Paulo, o musical 60! Década de Arromba, revivendo acontecimentos importantes da década de 60, apresentando vários figurinos diferentes e interpretando seus sucessos como Ternura e Pare o Casamento.[5] Ao lançar sua autobiografia "Foi assim", em 2017, afirmou que sua data de nascimento verdadeira era 5 de junho de 1944 e não de 1946, como sempre foi dito e divulgado. Na biografia, Wanderléa conta que isso começou em sua época de escola, devido ao fato dela sempre achar-se a menor de sua turma, tendo por isso afirmado ser dois anos mais nova do que realmente era.[1]
Discografia
[editar | editar código-fonte]- 1963 - Wanderléa
- 1964 - Quero Você
- 1965 - É Tempo do Amor
- 1966 - A Ternura de Wanderléa
- 1967 - Wanderléa
- 1968 - Pra Ganhar Meu Coração
- 1972 - ...Maravilhosa
- 1975 - Feito Gente
- 1977 - Vamos Que Eu Já Vou
- 1978 - Mais Que a Paixão
- 1981 - Wanderléa
- 1989 - Wanderléa
- 1992 - Te Amo
- 2003 - O Amor Sobrevivera (Independente)
- 2008 - Nova Estação
- 2013 - Maravilhosa - Ao Vivo
- 2016 - Vida de Artista (Canções de Sueli Costa)[6]
- 2023 - Wanderléia Canta Choros
- Participação em trilhas sonoras de telenovelas
A regravação de "Foi Assim" de 1989 foi incluída na trilha sonora nacional da novela Rainha da Sucata, exibida no ano seguinte.[7]
"Te Amo" (1992) esteve nas trilhas sonoras nacionais das novelas Caras & Bocas (2009)[8] e no remake Guerra dos Sexos (2012).[9]. A mesma música já havia entrado para a trilha de Pedra Sobre Pedra, nos anos 90.[10]
Referências
- ↑ a b Mauro Ferreira. «Wanderléa revive independência e morte em fluente livro de memórias». G1. Consultado em 2 de março de 2022
- ↑ «IstoÉ Gente»
- ↑ a b c d Nina Lemos (12 de março de 2009). «Sem perder a ternura». Revista Trip. Arquivado do original em 17 de dezembro de 2017
- ↑ Denilson Monteiro / Eduardo Nassife (2014). Chacrinha - a biografia. [S.l.]: Editora Leya. ISBN 9788577345090
- ↑ Tiago Dias (20 de março de 2017). «"Fui revolucionária porque contestava meu pai no palco", diz Wanderléa». UOL Música. Cópia arquivada em 22 de março de 2017
- ↑ Mauro Ferreira. «Wanderléa aparece em foto de 1958 na capa do disco em que canta Sueli». G1. Consultado em 5 de junho de 2021
- ↑ «Trilha Sonora – Rainha da Sucata – Memória». Consultado em 15 de dezembro de 2021
- ↑ Xavier, Nilson. «Caras e Bocas». Teledramaturgia. Consultado em 15 de dezembro de 2021
- ↑ Xavier, Nilson. «Guerra dos Sexos (2012)». Teledramaturgia. Consultado em 15 de dezembro de 2021
- ↑ Xavier, Nilson. «Pedra Sobre Pedra». Teledramaturgia. Consultado em 15 de dezembro de 2021