Xenofeminismo – Wikipédia, a enciclopédia livre

O xenofeminismo é um movimento comprometido com a pesquisa radical e crítica que incorpora a tecnologia e a arte à abolição de gênero, considerada uma extensão e um desdobramento do ciberfeminismo.[1][2] Em seu manifesto Xenofeminismo: Uma política pela alienação, o coletivo Laboria Cuboniks argumenta contra a natureza como desejável e imutável em favor de um futuro no qual o gênero seja desalojado do poder e no qual o feminismo desestabilize e use as ferramentas do opressor para sua própria reconstrução da vida.[1] De acordo com uma publicação de Jilly Boyce Kay,[3] o movimento tem três características principais: é tecnomaterialista, antinaturalista e defensor da abolição de gênero. Isso significa que o movimento contraria os ideais naturalistas que afirmam que existem apenas dois gêneros e visa à abolição do "sistema binário de gênero". O xenofeminismo difere de outras vertentes do ciberfeminismo porque, embora tenha ideais semelhantes, é inclusivo para a população queer e transgêneros.

Também incorpora as ideias do aceleracionismo.[4]

A palavra é composta do afixo xeno-, do grego antigo xénos, ξένος («anfitrião estranho»), prefixado com feminismo.

Este termo foi iniciado, entre outros, por Diann Bauer, Katrina Burch, Helen Hester, Lucca Fraser, Amy Ireland, Patricia Reed, membros do coletivo transfeminista[5] Laboria Cuboniks,[6][7][8] em seu manifesto multilíngue publicado online Xenofeminism, A Politics for Alienation in 2015.[9][10] Laboria Cuboniks é um anagrama de Nicolas Bourbaki, o pseudônimo coletivo dos matemáticos franceses.[8] O xenofeminismo é uma plataforma, uma abordagem tecno-crítica que visa construir uma nova linguagem e novos usos para a política sexual trans e queer - "uma linguagem que entende seus próprios métodos como material e começa aos poucos".[6][11][12][13][14] Trata-se de redescobrir o instinto primordial da humanidade e adaptar a tecnologia a esses instintos, e não o contrário.[15]

Lista de artistas e coletivos

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Referências

  1. a b Cuboniks, Laboria. «Xenofeminismo: Uma política pela alienação | Laboria Cuboniks». laboriacuboniks.net. Consultado em 16 de setembro de 2021 
  2. «Xenofeminismo pretende acabar com a noção de gênero através da tecnologia». tab.uol.com.br. Consultado em 16 de setembro de 2021 
  3. Boyce Kay, Jilly (17 de fevereiro de 2019). «Xenofeminism». Feminist Media Studies (2): 306–308. ISSN 1468-0777. doi:10.1080/14680777.2019.1579983. Consultado em 24 de junho de 2022 
  4. «So, Accelerationism, what's all that about?». DIALECTICAL INSURGENCY (em inglês). Consultado em 1 de outubro de 2017 
  5. Emi Koyama,. “The Transfeminist Manifesto.” In: Catching a Wave: Reclaiming Feminism for the Twenty-First Century, (em inglês). [S.l.]: Rory Dicker and Alison Piepmeier (eds), 2003. Northeastern University Press: Boston, p. 245. 
  6. a b Cuboniks, Laboria. «Laboria Cuboniks | Xenofeminism». www.laboriacuboniks.net (em inglês). Consultado em 1 de outubro de 2017 
  7. a b «Edia Connole interviews Amy Ireland for Freaky Friday!! - Queen Mob's Tea House». Queen Mob's Tea House (em inglês). 26 de dezembro de 2014. Consultado em 1 de outubro de 2017 
  8. a b «Laboria Cuboniks». Consultado em 2 de julho de 2018 
  9. Xenofeminism (em inglês). [S.l.: s.n.] 2015. Consultado em 1 de outubro de 2017 
  10. Fox, Dominic (2 de junho de 2015). «Transits: Notes on the Xenofeminist Manifesto». Dominic Fox. Consultado em 1 de outubro de 2017 
  11. Gladic, Mladen (28 de maio de 2015). «Kommentar: Schneller, Frauen!». DIE WELT (em alemão). Consultado em 1 de outubro de 2017 
  12. Laboria Cuboniks (2014). «Towards Xenofeminism: Gender, Technology, and Reason in the 21st Century | The New Centre for Research & Practice». The New Centre for Research & Practice (em inglês). Consultado em 1 de outubro de 2017 
  13. Fraser, Olivia Lucca. «Artificial Intelligence in the Age of Sexual Reproduction». - (em inglês). Consultado em 1 de outubro de 2017 
  14. Hester, Helen (2018). Xenofeminism (em inglês). [S.l.: s.n.] OCLC 1029200055 
  15. «Le Xéno-xénisme | Miracle». miracle.nu (em francês). Consultado em 30 de setembro de 2017 
  16. «Xénoféminisme Archives — Glass Bead». Glass Bead (em inglês). Consultado em 20 de fevereiro de 2018