Xinran – Wikipédia, a enciclopédia livre
Xinran 薛欣然 | |
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Xinran numa sessão de autógrafos em 2015 em Edimburgo. | |
Nome completo | Xuē Xīnrán |
Nascimento | 19 de julho de 1958 (66 anos) Pequim, China |
Nacionalidade | chinesa |
Ocupação | jornalista, escritora, radialista |
Xinran | |||||||
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Chinês tradicional: | 薛欣然 | ||||||
Chinês simplificado: | 薛欣然 | ||||||
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Xinran (em chinês: 薛欣然, pinyin: Xuē Xīnrán; Pequim, 19 de julho de 1958) é uma jornalista, radialista e escritora chinesa. Xinran foi apresentadora de um programa de rádio em Nanquim entre os anos de 1989 e 1997, denominado "Palavras na brisa noturna". Nele, discutia aspectos do cotidiano e dava conselhos aos ouvintes.[1]
É a autora do livro Sky Burial, romance que retrata a ida de uma chinesa em busca do marido desaparecido no Tibete. No Brasil, foi publicado em 2004 pela Companhia das Letras sob o título Enterro Celestial.[2]
Vida
[editar | editar código-fonte]Nascida em Pequim, em 19 de julho de 1958, no ano do Grande Salto Adiante, Xinran e seu irmão cresceram com os pais de sua mãe, membros de uma família abastada, culta e ocidentalizada.[3][4]
Seus pais foram presos durante a Revolução Cultural e durante os dez anos em que passaram na cadeia, as duas crianças foram mandadas para escolas militares, marcadas como "crianças negras", filhos de uma família antirrevolucionária e traidora da nação.[4]
Xinran obteve duas graduações enquanto esteve tutelada pelo Exército Militar, e posteriormente estudou Direito Internacional.[3]
Em 1988, começou a trabalhar no rádio, depois de 12 anos trabalhando no Exército. Com a reabertura econômica da China, o governo começou a relaxar o controle sobre a mídia e instalou várias antenas de rádio. Nesta época, Xinran começou o seu programa de rádio "Palavras na brisa noturna" e foi um dos primeiros a acontecer sem passar pela censura do Estado.[5] O programa de rádio foi ao ar de 1989 a 1997, todas as noites entre às 10 horas da noite e meia-noite.[3]
O programa passou a ter milhões de ouvintes e a jornalista começou a receber ligações e cartas todos os dias, com relatos de mulheres de todas as classes sobre suas vidas e suas experiências.[3][4][5]
Em 1997, mudou-se para Londres e começou a escrever as histórias das mulheres chinesas que entrevistou ao longo de sua carreira, resultando na publicação de seu primeiro livro, As Boas Mulheres da China, publicado em 2002. O livro traça um panorama sobre a condição feminina da China revolucionária, suas consequências e da China atual. Muitas das histórias foram retiradas do seu programa de rádio "Palavras na brisa noturna".[6]
Xinran escreveu para o jornal The Guardian entre os anos de 2003 e 2015[7] e atuou como professora na School of Oriental and African Studies da Universidade de Londres, entre os anos de 1997 e 2001.[3] Em 2004, Xinran fundou uma ONG, a The Mother's Bridge of Love, com o objetivo de auxiliar órfãos chineses e estreitar a compreensão entre Ocidente e China.[8]
Em 2009, Xinran e Ma Jian vieram ao Brasil como autores convidados para a Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), sendo os primeiros autores a representarem a China neste evento literário.[5][9]
Xinran escreveu a maioria dos seus livros em mandarim, pois afirma que por serem livros de não-ficção ela sentiu a necessidade de escrever na voz dos próprios chineses. O único livro escrito originalmente em inglês foi O Que os Chineses Não Comem, por se tratar de uma coletânea de textos publicados na sua coluna no jornal The Guardian.[5]
Atualmente, Xinran faz parte do corpo docente da Faculty of Humanities and Social Sciences da Universidade de Nottingham (Ningbo, China), como professora honorária.[8]
Obras
[editar | editar código-fonte]- As Boas Mulheres da China (2003, Companhia das Letras)
- Enterro Celestial (2004, Companhia das Letras)
- O Que os Chineses Não Comem (2008, Companhia das Letras)
- Testemunhas da China (2009, Companhia das Letras)
- As Filhas Sem Nome (2010, Companhia das Letras)
- Mensagem de uma Mãe Chinesa Desconhecida (2011, Companhia das Letras)
- Compre-me o céu (2017, Companhia das Letras)
Referências
- ↑ Auer, Heloise (15 de setembro de 2018). «'As Boas Mulheres da China': a Revolução Cultural chinesa vista pelos olhos das mulheres». A Escotilha. Consultado em 9 de outubro de 2019
- ↑ «Companhia das Letras». Consultado em 9 de outubro de 2019
- ↑ a b c d e Wilson, David (8 de fevereiro de 2004). «Xinran Xue». South China Morning Post. Consultado em 9 de outubro de 2019
- ↑ a b c «Chinesa que vai à Flip começou contando histórias de mulheres». 24 de junho de 2009. Consultado em 9 de outubro de 2019
- ↑ a b c d Chaves, Teresa (24 de junho de 2009). «Escritora discute as "sombras" da China sobre a mulher na Flip». Folha de S. Paulo. Consultado em 9 de outubro de 2019
- ↑ Lage, Claudia (novembro de 2011). «Palavras na brisa noturna». Rascunho. Consultado em 9 de outubro de 2019
- ↑ «Xinran». The Guardian. Consultado em 30 de julho de 2014
- ↑ a b «The University of Nottingham Ningbo China». Consultado em 9 de outubro de 2019
- ↑ «Chineses Xinran e Ma Jian e mexicano Bellatin vêm à Flip». O Globo. 30 de abril de 2009. Consultado em 9 de outubro de 2019