Abuso de substância – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Abuso de substância | |
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Especialidade | Psiquiatria |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | F10-F19 |
CID-9 | 305.90 |
DiseasesDB | 3961 |
MedlinePlus | 001945 |
Leia o aviso médico |
Abuso de substâncias ou abuso de drogas é um uso padronizado de uma ou mais drogas no qual o usuário consome a substância em quantidades ou métodos que são prejudiciais a si ou a terceiros e é uma forma de transtorno relacionado ao uso de substâncias. Definições amplamente diferentes de abuso de drogas são usadas nos contextos de saúde pública, medicina e justiça criminal. Em alguns casos, o comportamento antissocial ou criminal ocorre quando a pessoa está sob a influência de uma droga e também podem ocorrer mudanças de personalidade a longo prazo.[1] Além de possíveis danos físicos, sociais e psicológicos, o uso de algumas drogas também pode levar a sanções penais, embora variem amplamente, dependendo da jurisdição local.[2]
Incidência
[editar | editar código-fonte]As drogas mais frequentemente associadas a esse termo incluem: álcool, anfetaminas, barbitúricos, benzodiazepinas, cannabis, cocaína, alucinógenos e opioides. A causa exata do abuso de substâncias não é clara, com duas teorias predominantes: uma predisposição genética herdada, ou um hábito que se desenvolve e se manifesta como uma doença debilitante crônica.[4]
Em 2010, cerca de 5% das pessoas (230 milhões) usavam alguma substância ilícita.[5] Destes, 27 milhões usam drogas de alto risco, também ditas de uso recorrente, causando danos à saúde, problemas psicológicos, sociais ou que os colocam em risco desses perigos.[5][6] Em 2015, transtornos por uso de substâncias resultaram em 307.400 mortes, ante 165.000 mortes em 1990.[7][8] Os números mais altos são de transtorno por uso de álcool em 137.500, transtorno por uso de opioides em 122.100 mortes, transtorno por uso de anfetaminas em 12.200 mortes e transtorno por uso de cocaína em 11.100.[7]
A dependência de drogas e álcool é comum em pessoas com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, ocorrendo em uma em cada cinco pessoas, de acordo com estudos publicados pela Universidade de Toronto.[9][10]
Tratamento
[editar | editar código-fonte]Medicamento
[editar | editar código-fonte]Vários medicamentos foram aprovados para o tratamento do abuso de substâncias.[11] Isso inclui terapias de reposição, como buprenorfina e metadona, bem como medicamentos antagonistas como dissulfiram e naltrexona em ação curta ou na forma mais recente de ação prolongada. Vários outros medicamentos, muitas vezes aqueles originalmente usados em outros contextos, também se mostraram eficazes, incluindo bupropiona e modafinil. Às vezes, metadona e buprenorfina são usadas para tratar o vício em opiáceos. Esses medicamentos são usados como substitutos de outros opioides e ainda causam sintomas de abstinência, mas facilitam o processo de redução gradual de forma controlada.
Medicamentos antipsicóticos não foram considerados úteis.[12] O acamprostato[13] é um antagonista NMDA glutamatérgico, que ajuda nos sintomas de abstinência do álcool porque a abstinência do álcool está associada a um sistema hiperglutamatérgico.
Referências
- ↑ Ksir, Oakley Ray; Charles (2002). Drugs, society, and human behavior 9th ed. Boston [u.a.]: McGraw-Hill. ISBN 978-0072319637
- ↑ (2002). Mosby's Medical, Nursing & Allied Health Dictionary. Sixth Edition. Drug abuse definition, p. 552. Nursing diagnoses, p. 2109. ISBN 0-323-01430-5.
- ↑ Nutt, David J; King, Leslie A; Phillips, Lawrence D (Novembro de 2010). «Drug harms in the UK: a multicriteria decision analysis». The Lancet. 376 (9752): 1558–1565. PMID 21036393. doi:10.1016/S0140-6736(10)61462-6
- ↑ «Addiction is a Chronic Disease». Consultado em 2 de julho de 2014. Arquivado do original em 24 de junho de 2014
- ↑ a b «World Drug Report 2012» (PDF). UNITED NATIONS. Consultado em 27 de setembro de 2016
- ↑ «EMCDDA | Information on the high-risk drug use (HRDU) (formerly 'problem drug use' (PDU)) key indicator». www.emcdda.europa.eu. Consultado em 27 de setembro de 2016
- ↑ a b GBD 2015 Mortality and Causes of Death, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1459–1544. PMC 5388903. PMID 27733281. doi:10.1016/S0140-6736(16)31012-1
- ↑ GBD 2013 Mortality and Causes of Death, Collaborators (17 de dezembro de 2014). «Global, regional, and national age-sex specific all-cause and cause-specific mortality for 240 causes of death, 1990–2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013.». Lancet. 385 (9963): 117–71. PMC 4340604. PMID 25530442. doi:10.1016/S0140-6736(14)61682-2
- ↑ «TDAH e abuso de substâncias: qual é a relação? - Portal Drauzio Varella». drauziovarella.uol.com.br. 24 de agosto de 2022. Consultado em 28 de setembro de 2024
- ↑ Fuller-Thomson, Esme; Lewis, Danielle A.; Agbeyaka, Senyo (10 de maio de 2022). «Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder and Alcohol and Other Substance Use Disorders in Young Adulthood: Findings from a Canadian Nationally Representative Survey». Alcohol and Alcoholism (Oxford, Oxfordshire) (3): 385–395. ISSN 1464-3502. PMID 34343246. doi:10.1093/alcalc/agab048. Consultado em 28 de setembro de 2024
- ↑ «Current Pharmacological Treatment Available for Alchhol Abuse». The California Evidence-Based Clearinghouse. 2006–2013
- ↑ Maglione, M; Maher, AR; Hu, J; Wang, Z; Shanman, R; Shekelle, PG; Roth, B; Hilton, L; Suttorp, MJ; Ewing, BA; Motala, A; Perry, T (2011). «Off-Label Use of Atypical Antipsychotics: An Update [Internet].». Agency for Healthcare Research and Quality. PMID 22132426. Report No.: 11-EHC087-EF
- ↑ Lingford-Hughes AR, Welch S, Peters L, Nutt DJ, British Association for Psychopharmacology, Expert Reviewers Group (1 de julho de 2012). «BAP updated guidelines: evidence-based guidelines for the pharmacological management of substance abuse, harmful use, addiction and comorbidity: recommendations from BAP». Journal of Psychopharmacology. 26 (7): 899–952. ISSN 0269-8811. PMID 22628390. doi:10.1177/0269881112444324
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Relatório Mundial sobre Drogas 2018: crise de opioides, abuso de medicamentos sob prescrição; cocaína e ópio atingem níveis recordes, Brasília, 26 de junho de 2018, UNODC
- Juliana Krapp (Icict/Fiocruz) III Levantamento Nacional sobre o uso de drogas pela população brasileira, 08/08/2019, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)