Bebida alcoólica – Wikipédia, a enciclopédia livre

Uma seleção de bebidas alcoólicas: vinho tinto, uísque de malte, cerveja, vinho espumante, cerveja, licor de cereja e vinho tinto.

As bebidas alcoólicas são bebidas que contêm etanol em sua composição, produzido pela fermentação alcoólica de açúcares contidos em frutas, grãos ou caules como a cana-de-açúcar. Na maior parte dos países trata-se de uma droga lícita, muito embora seja uma droga psicoativa do tipo depressora e haja restrições para seu consumo em diversos níveis, especialmente no que tange a idade legal para seu consumo. O consumo excessivo de bebidas alcoólicas leva à embriaguez e à ressaca, podendo levar ainda o indivíduo a desenvolver doenças como o alcoolismo, cirrose hepática e mais de 10 tipos distintos de câncer.[1] Apesar dos malefícios causados à saúde humana e das milhares de mortes que o álcool causa no trânsito, muitos países ainda permitem a publicidade de bebidas alcoólicas e o álcool é costumeiramente celebrado por jovens e pela música. Pessoas que não ingerem bebidas alcoólicas são chamadas de abstêmios.

História do consumo

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No Antigo Egito e na Babilônia foram encontrados relatos de sua utilização, datados de 6 000 anos atrás. Foram os árabes que incluíram a destilação, aumentando assim a eficácia das bebidas, na Idade Média. No entanto, existe uma grande diversidade de atitudes diante das bebidas alcoólicas.

Se, para alguns, as bebidas alcoólicas fazem parte do dia a dia e das principais comemorações (além de constituírem importante fonte de renda e de impostos), para outros, notadamente as civilizações que seguem a religião islâmica, as bebidas alcoólicas são estritamente proibidas.

Efeitos do álcool

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Foi comprovado que o consumo não moderado de álcool está associado a um maior risco de doença de Alzheimer e outras doenças senis, angina de peito, fraturas e osteoporose, diabetes, úlcera duodenal, cálculo biliar, hepatite A, linfomas, pedras nos rins, Transtorno Bipolar, síndrome metabólica, câncer no pâncreas, doença de Parkinson, artrite reumática e gastrite. O consumo não moderado também pode dificultar a memória e o aprendizado, e até piora a pontuação em testes de QI.

Todavia, um estudo sobre vinhos publicado na American Journal of Clinical Nutrition descobriu que vinhos sem álcool possuem os mesmos benefícios do vinho comum, e que o álcool pode reduzir os benefícios. Acredita-se que sejam os flavonoides presentes no vinho da uva que protegem contra doenças do coração e alguns tipos de câncer. Porém, um estudo recente veio demonstrar que o consumo de álcool é culpado por mais casos de cancro do que se julgaria.[2] Segundo o estudo, mais de 2 600 casos de câncer da mama e quase 1 300 casos de câncer da boca estariam relacionados com o hábito do consumo de álcool na Austrália.[2]

O teor alcoólico ou gradação alcoólica expressa a percentagem de álcool em um líquido. Em relação a bebidas alcoólicas este percentual é expresso em teor volumétrico medido com o densímetro.

A maior ou menor dose calórica das bebidas está associada à quantidade de álcool e de açúcares por ml. Entretanto, quem se preocupa com as calorias não deve se orientar somente pela relação kcal/ml, mas sim pela quantidade de doses que consome. Por exemplo, beber cerveja pode levar ao maior consumo de calorias do que ingerir vodka, visto que comumente consumimos maiores doses de cerveja e geralmente em maior quantidade.

Por outro lado, pesquisas indicam que o efeito térmico da digestão do álcool é notadamente mais elevado que o de outros macronutrientes,[3] permitindo a ingestão controlada de bebidas alcoólicas mesmo em dietas de perda de peso e/ou ganho muscular.

Consumo Moderado de Álcool

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Consumo moderado de álcool é o termo usado para se referir ao uso de bebidas alcoólicas que não ultrapassa o limite estabelecido. Também são usados os termos consumo responsável e consumo inteligente.

No entanto, não existe um padrão único adotado no mundo. Cada país segue parâmetros diferentes.[4]

Segundo o instituto norte-americano NIAAA (National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism), o consumo moderado[5] tem limites diferentes para homens, mulheres e idosos.

  • Homens: no máximo 4 doses por dia ou 14 doses por semana;
  • Mulheres e idosos (65 anos ou mais): no máximo 3 doses por dia ou 7 doses por semana.

Já para a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), o padrão é de, no máximo, 20g de álcool por dia.[6] Uma latinha de cerveja com 350ml tem, por exemplo, 14g de álcool. Assim como uma dose de destilado com 45ml e uma taça de vinho com 150ml de bebida.

Se o consumo de bebida alcoólica ultrapassar o limite estabelecido, pode trazer consequências nocivas como comportamento violento, no curto prazo, e consumo abusivo e dependência de bebida alcoólica, no longo prazo.

Álcool na mídia

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Garrafas de cachaça, uma bebida alcoólica brasileira.

O mercado publicitário da indústria do álcool é um dos mais rentáveis do mercado brasileiro, movimentando segundo análise de 2008 cerca de 1 bilhão de Reais/ano,[7] mas no entanto fazendo com que cada vez mais adolescentes busquem auxílio para se manterem longe da bebida.[8] Os aspectos nocivos do álcool incitam debates sobre a publicidade do setor, que hoje possui regras cada vez mais rígidas. Mas, apesar disso, inúmeras celebridades figuram em anúncios de bebidas alcoólicas num mercado extremamente competitivo.

Referências

  1. Minha Vida: Consumo de álcool está ligado a 14 tipos de câncer
  2. a b Fox News (2 de maio de 2011). «Alcohol Bigger Cancer Danger Than Originally Thought, Study Says». Consultado em 3 de maio de 2011  (em inglês)
  3. «Diet induced thermogenesis». 18 de agosto de 2004. Consultado em 23 de novembro de 2014 
  4. Kalinowski, Agnieszka; Humphreys, Keith (2016). «Governmental standard drink definitions and low-risk alcohol consumption guidelines in 37 countries». Addiction (em inglês) (7): 1293–1298. ISSN 1360-0443. doi:10.1111/add.13341. Consultado em 21 de dezembro de 2020 
  5. Andrade, Arthur Guerra de (org.). «Álcool e a Saúde dos Brasileiros - Panorama 2020» (PDF). CISA - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool. ISBN 978-65-990384-0-2. Consultado em 21 de dezembro de 2020 
  6. Babor, Thomas F.; Higgins-Biddle, John C.; Saunders, John B.; Monteiro, Maristela G. «The Alcohol Use Disorders Identification Test - Guidelines for Use in Primary Care» (PDF) Second Edition ed. World Health Organization. p. 32. Consultado em 21 de dezembro de 2020 
  7. Cervejas, publicidade e direito à informação
  8. Cada vez mais jovens buscam ajuda

Ligações externas

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