António José de Melo Breyner Teles da Silva – Wikipédia, a enciclopédia livre
António José de Melo Breyner Teles da Silva | |
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Nascimento | 23 de agosto de 1806 Lisboa |
Morte | 27 de abril de 1893 (86 anos) Lisboa |
Cidadania | Portugal |
Ocupação | aristocrata, oficial, político |
Título | Conde de Ficalho, Marquês de Ficalho |
António José de Melo Breyner Teles da Silva (Lisboa, 23 de agosto de 1806 — Lisboa, 27 de abril de 1893), 2.º conde e 1.º marquês de Ficalho, foi um aristocrata, militar e político, fidalgo mordomo-mor da Casa Real, 6.º senhor da Vila Verde de Ficalho e do morgado de Serpa, comendador de Santa Maria de Alcanede, na Ordem de Avis, e alcaide-mor da mesma vila, conselheiro de Estado efetivo, gentil-homem da câmara da rainha D. Maria II e dos monarcas D. Pedro V, D. Luís I e D. Carlos. Foi par do reino e Ministro e Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros do Governo da Regência, em funções de 14 de janeiro a 2 de julho de 1831.[1] Foi eleito associado provincial da Academia Real das Ciências de Lisboa.[2] Foi pai do botânico e homem de letras Francisco Manuel de Melo Breyner.[3]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nasceu em Lisboa, filho do 1.º conde de Ficalho, Francisco José de Melo Breyner Teles da Silva, e de sua mulher, D. Eugénia Maurícia de Almeida Portugal, que depois de viúva teve os títulos de marquesa e de duquesa de Ficalho. Descendente de militares ilustres, seguiu a carreira das armas. Sucedeu na casa de seu pai e no título de conde de Ficalho, a 25 de agosto de 1812, sob a tutoria de sua mãe.
Foi nomeado par do reino por carta régia de 30 de abril de 1826, de que prestou juramento e tomou posse na sessão na respectiva câmara de 16 de agosto de 1834, na primeira sessão após o termo da Guerra Civil Portuguesa.
Optou pelo campo liberal e esteve exilado na ilha Terceira. Participou na Guerra Civil Portuguesa tendo-se distinguido na batalha da Praia, travada na ilha Terceira a 11 de agosto de 1829.
Foi ajudante-de-campo de D. Pedro IV, desde que o imperador aportou à ilha Terceira em 30 de março de 1832, até ao seu falecimento em 21 de setembro de 1834.[1] Nessas funções esteve no Cerco do Porto, entrando na maior parte das batalhas que então se travaram, obtendo em combate um posto de acesso pela sua intrepidez e valor.
Participou na expedição que desembarcou no Algarve e marchou sobre Lisboa, comandada por António José de Sousa Manuel de Meneses, o duque da Terceira, durante a qual também entrou em combates. Quando entrou em Lisboa, a 24 de julho de 1833, apressou-se a libertar sua mãe, que tinha sido encerrada no Convento de Carnide.[1] O título de marquês de Ficalho, de juro e herdade, foi-lhe concedido em 4 de abril de 1834.
Casou em 14 de setembro de 1834 com Maria Luísa Braamcamp de Almeida Castelo Branco, dama de honor das rainhas D. Maria II, D. Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen e D. Maria Pia de Saboia, filha do 2.º barão de Sobral, depois 1.º visconde e 1.º conde de Sobral, com grandeza, Hermano José Braamcamp de Almeida Castelo Branco, e da sua esposa Louise Amable Rion Françoise de Narbonne-Lara.[4]
Em 1835 acompanhou desde Munique a Lisboa o príncipe D. Augusto Carlos, duque de Leuchtenberg e de Santa Cruz, príncipe de Eischstätt, primeiro marido de D. Maria II.
Foi ajudante-de-campo do rei consorte D. Fernando II, até pedir a sua exoneração de oficial do Exército, que lhe foi concedida com as honras de tenente-coronel.
O 1.º marquês de Ficalho foi associado provincial da Academia Real das Ciências de Lisboa, eleito em sessão da classe de Ciências Morais, Políticas e Belas Letras de 24 de novembro de 1853.[2] Foi vogal efectivo do Conselho de Agricultura, Comércio e Indústria.
Possuía as honras de fidalgo cavaleiro da Casa Real e seu mordomo-mor, de 6.º senhor da Vila Verde de Ficalho e do morgado de Serpa, conselheiro de Estado efectivo, gentil-homem da câmara da rainha D. Maria II e dos monarcas D. Pedro V, D. Luís I e D. Carlos I, ajudante-de-campo do duque de Bragança, D. Pedro IV, do príncipe D. Augusto de Leuchtenberg e do rei D. Fernando II. Era comendador de Santa Maria de Alcanede, na Ordem de Avis, e alcaide-mor da mesma vila e comendador de São Pedro de Gouveias e de São Martinho de Pinhel, na Ordem de Cristo. Foi condecorado com a grã-cruz da Ordem de Cristo, com a grã-cruz da Ordem da Torre e Espada, com a grã-cruz da Ordem da Rosa, do Brasil, com a grã-cruz da Ordem da Águia Vermelha, da Prússia, com a grã-cruz da Ordem de Carlos III, de Espanha, e com a grã-cruz da Ordem de Santo Estanislau, da Rússia.
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c Portugal - Dicionário histórico : «Ficalho (António de Melo Breyner Teles da Silva, 2.º conde e 1.º marquês de)».
- ↑ a b Silva, António José de Melo Breyner Teles da. 1806-1893, 1.º Marquês de Ficalho.
- ↑ Academia das Ciências de Lisboa: Breyner, Francisco Manuel de Melo. 1837-1903, Conde de Ficalho.
- ↑ Silva, António José de Melo Breyner Teles da (1806-1893).