Caso da menina sem nome – Wikipédia, a enciclopédia livre

O caso da menina sem nome refere-se a uma menina não identificada que foi encontrada morta na Praia do Pina, Zona Sul do Recife, em 23 de junho de 1970. O caso é um dos crimes de maior repercussão no estado de Pernambuco.[1][2]

Por volta de seus oito anos de idade, a Menina sem nome foi encontrada morta com as mãos amarradas para trás e a cabeça voltada para a areia da Praia do Pina, na manhã de 23 de junho de 1970. Sua morte gerou comoção na cidade, e após o seu sepultamento, realizado na tarde de 3 de julho de 1970, pessoas começaram a atribuir graças alcançadas a ela, como cura de doenças e conquistas materiais. Desde então, sua sepultura recebe milhares de "devotos", sendo uma das mais visitadas da cidade de Recife no Dia de Finados. Com isso, ela passou a ser uma santa-não-canônica devido aos pedidos feitos pelo povo em seu túmulo.[3]

Sua história virou tema de documentário, intitulado "Menina Sem Nome", produzido pelo jornalista e cineasta Adriano Portela em 2007. Até o momento, ainda não foi descoberto o seu nome.

Pouco após às 7h da manhã do dia 23 de junho de 1970, os peritos do Instituto de Polícia Técnica (IPT) de Recife receberam um chamado da Delegacia de Plantão para ir à Praia do Pina, na Zona Sul do Recife, para analisar a cena de um crime com uma criança como vítima.[4]

O corpo da Menina foi encontrado no trecho da Praia do Pina que fica na altura da casa de número 358 da Avenida Boa Viagem.[4] A menina estava com uma lesão no pescoço, possivelmente com o uso de um objeto cortante, mas não havia sangue à mostra no corpo.[4]

No local, ao lado do corpo, eles encontraram os seguintes objetos[4]:

  • Quatro sandálias de borracha, que não formavam pares;
  • Um cinturão com marcas de uso;
  • Uma camisa de tecido sintético rasgada;
  • Um lenço de algodão branco com manchas amareladas.

O relatório IPT de Recife, datado de 2 de julho de 1970 e assinado por cinco profissionais, assim descreveu a menina: "a vítima, de identidade desconhecida, era do sexo feminino, apresentava entre 8 e 10 anos de idade, era do tipo étnico faioderma com cabelos castanhos 'carapinhados'"[4].

O primeiro suspeito de matar a menina foi preso ao ser identificado como barraqueiro Arlindo José da Silva durante a investigação de caso.[5]

O nome dela nunca foi descoberto e investigações chegaram a prender um homem acusado do crime, porém ele morreu sem ser condenado.

Referências

  1. «Conheça a história da Menina Sem Nome, o túmulo mais visitado de cemitério no Recife no Dia de Finados». Jornal do Commercio. 31 de outubro de 2021. Consultado em 4 de junho de 2023 
  2. Mônica Silveira e Bruno Marinho (4 de junho de 2023). «Documento revela novos detalhes sobre assassinato brutal que parou o Recife em 1970; conheça história da 'Menina Sem Nome'». G1. Consultado em 4 de junho de 2023 
  3. Diogo Cavalcante (2 de novembro de 2020). «Dia de Finados: Túmulo de menina sem nome é um dos mais visitados de Recife». UOL. Consultado em 5 de junho de 2023 
  4. a b c d e Mônica Silveira e Bruno Marinho (4 de junho de 2023). «Documento inédito revela detalhes do assassinato brutal que parou o Recife em 1970; conheça história da 'Menina Sem Nome'». G1. Consultado em 5 de junho de 2023 
  5. Mônica Silveira e Bruno Marinho (5 de junho de 2023). «Quem foi o primeiro suspeito de matar criança de 8 anos no Recife em 1970; 'Menina Sem Nome' até hoje não foi identificada». G1. Consultado em 5 de junho de 2023