Cirrose hepática – Wikipédia, a enciclopédia livre

Cirrose
Cirrose hepática
Abdómen de uma pessoa com cirrose, observando-se significativa acumulação de líquido e veias visíveis
Sinónimos Cirrose hepática, cirrose do fígado
Especialidade gastrenterologia, hepatologia
Sintomas Fadiga, prurido, pernas inchadas, pele de tom amarelo, contrair nódoas negras com facilidade, retenção de líquidos no abdómen[1]
Complicações Peritonite bacteriana espontânea, encefalopatia hepática, varizes no esófago, cancro do fígado[1]
Início habitual Ao longo de meses ou anos[1]
Duração Crónica[1]
Causas Alcoolismo, hepatite B, hepatite C, doença hepática gordurosa não alcoólica[1][2]
Método de diagnóstico Análises ao sangue, exames imagiológicos, biópsia hepática[1]
Prevenção Vacinação (como a vacina contra hepatite B), evitar o consumo de álcool[1]
Tratamento Depende da causa subjacente[1]
Frequência 2,8 milhões (2015)[3]
Mortes 1,3 milhões (2015)[4]
Classificação e recursos externos
CID-10 K70.3, K71.7, K74
CID-9 571
CID-11 1781315693
DiseasesDB 2729
MedlinePlus 000255
eMedicine med/3183 radio/175
MeSH D008103
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Cirrose é uma condição médica em que o fígado deixa de funcionar corretamente devido a lesões prolongadas.[1] Estas lesões são caracterizadas pela substituição do tecido normal do fígado por tecido fibroso.[1] A doença desenvolve-se lentamente ao longo de meses ou anos.[1] No início é comum que não se manifestem sintomas.[1] À medida que a doença se vai agravando, a pessoa pode sentir-se cansada, fraca, com comichão, ter as pernas inchadas, desenvolver icterícia, contrair nódoas negras com facilidade, acumular líquido no abdómen ou surgirem angiomas estelares na pele.[1] A acumulação de líquido no abdómen pode infetar de forma espontânea.[1] Entre outras possíveis complicações estão a encefalopatia hepática, hemorragias das varizes esofágicas ou gástricas e cancro do fígado.[1] A encefalopatia hepática causa confusão e pode provocar perda de consciência.[1]

As causas mais comuns de cirrose são o consumo de bebidas alcoólicas, hepatite B, hepatite C e doença hepática gordurosa não alcoólica.[1][2] Geralmente são necessárias mais do que duas ou três bebidas alcoólicas por dia ao longo de vários anos para se desenvolver cirrose alcoólica.[1] A doença hepática gordurosa não alcoólica tem uma série de causas, incluindo sobrepeso, diabetes, hiperlipidemia e hipertensão arterial.[1] Entre outras causas pouco comuns de cirrose estão a hepatite autoimune, cirrose biliar primária, hemocromatose, alguns medicamentos e cálculos na vesícula biliar.[1] O diagnóstico de cirrose tem por base análises ao sangue, exames imagiológicos e biópsia ao fígado.[1]

Algumas causas de cirrose, como a hepatite B, podem ser prevenidas com vacinação.[1] O tratamento depende em parte da causa subjacente.[1] Abster-se de beber álcool é recomendado para todos os casos de cirrose.[1] As hepatites B e C podem ser tratadas com antivirais.[1] A hepatite autoimune pode ser tratada com corticosteroides.[1] O ursodiol pode ser útil nos casos em que a doença é causada pelo bloqueio dos ductos biliares.[1] Estão também disponíveis medicamentos para tratar complicações como o inchaço abdominal ou das pernas, a encefalopatia hepática e a dilatação das veias esofágicas.[1] Nos casos mais graves de cirrose pode ser considerado um transplante de fígado.[1]

Em 2015 a cirrose afetava cerca de 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo, tendo sido a causa de 1,3 milhões de mortes.[3][4] Entre estas, o álcool foi a causa de 348 000 casos, a hepatite C de 326 000 e a hepatite B de 371 000.[4] Nos Estados Unidos morrem mais homens de cirrose do que mulheres.[1] A primeira descrição conhecida da doença foi feita por Hipócrates no século V.[5] O termo cirrose tem origem no grego "κίρρωσις" (kirrhos), que significa "amarelado", descrevendo a aparência de um fígado cirrótico.[6][7]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad «Cirrhosis». 23 de abril de 2014. Consultado em 19 de maio de 2015. Cópia arquivada em 9 de junho de 2015 
  2. a b GBD 2013 Mortality and Causes of Death, Collaborators (17 de dezembro de 2014). «Global, regional, and national age-sex specific all-cause and cause-specific mortality for 240 causes of death, 1990–2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013.». Lancet. 385 (9963): 117–71. PMC 4340604Acessível livremente. PMID 25530442. doi:10.1016/S0140-6736(14)61682-2 
  3. a b GBD 2015 Disease and Injury Incidence and Prevalence, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1545–1602. PMC 5055577Acessível livremente. PMID 27733282. doi:10.1016/S0140-6736(16)31678-6 
  4. a b c GBD 2015 Mortality and Causes of Death, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1459–1544. PMID 27733281. doi:10.1016/s0140-6736(16)31012-1 
  5. Brower, Steven T. (2012). Elective general surgery : an evidence-based approach. New York: McGraw-Hill Medical. p. 36. ISBN 9781607951094. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2017 
  6. Harper, Douglas. «cirrhosis». Online Etymology Dictionary 
  7. Harper, Douglas. «-osis». Online Etymology Dictionary 

Ligações externas

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