Companhia Nacional de Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo – Wikipédia, a enciclopédia livre
Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo | |
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Título de acção da Companhia Nacional de Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo | |
Sociedade | |
Atividade | Transportes ferroviário e fluvial |
Fundação | 1854 |
Destino | Nacionalizada pelo estado português |
Encerramento | 5 de setembro de 1861 |
Sede | Barreiro Portugal |
Área(s) servida(s) | Margem Sul do Tejo |
Locais | Barreiro |
Sucessora(s) | Companhia dos Caminhos de Ferro do Sueste |
A Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo, igualmente conhecida como Companhia dos Brasileiros, foi uma empresa de origem portuguesa, que construiu e explorou as ligações ferroviárias entre o Barreiro, Setúbal e Vendas Novas, em Portugal.
História
[editar | editar código-fonte]Formação
[editar | editar código-fonte]Em 24 de Julho de 1854, o governo português assinou um contracto com uma sociedade de empresários, para construir e explorar uma ligação ferroviária entre a localidade de Vendas Novas e um porto na Margem Sul do Tejo, o qual seria ligado a Lisboa por carreiras fluviais; o estado iria apoiar este projecto pela atribuição de um subsídio de 7$880 por quilómetro construído, além de assegurar um fornecimento gratuito de madeiras, e isentar a Companhia de todos os impostos, incluindo os sobre as máquinas, materiais importados e exploração.[1] Para este fim, foi formada a Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo, à qual foi atribuída, em 6 de Dezembro de 1854, a concessão para a construção deste troço.[1] Os estatutos da Companhia foram publicados a 6 de Fevereiro do ano seguinte.[1]
Construção do Caminho de Ferro do Sul
[editar | editar código-fonte]Inicialmente, o ponto escolhido para a construção do porto fluvial recaiu sobre a localidade de Aldeia Galega (actual Montijo), mas o local foi alterado para as proximidades do Barreiro, devido, entre outras razões, às melhores condições naturais oferecidas.[1][2]
O primeiro troço do Caminho de Ferro do Sul, entre o Barreiro e Bombel, junto a Vendas Novas, foi inaugurado a 15 de Junho de 1857, utilizando uma bitola de 1,44 metros; a ligação a Vendas Novas foi completada em 1 de Fevereiro de 1861.[3] No entanto, surgiram desde logo alguns conflitos entre o estado e a Companhia, por esta utilizar serviços normais em vez de expresso para transportar o correio, como seria previsto; por outro lado, o facto da Companhia do Sueste ter construído desde 1860 as linhas Vendas Novas entre Beja e Évora em bitola ibérica, impossibilitava a passagem das composições, pelo que era indispensável efectuar transbordo das mercadorias e passageiros.[4] Nesta altura, José de Salamanca mostrou-se interessado em empreender obter os direitos de construção do Caminho de Ferro do Sul, razão pela qual o rei D. Pedro V, que nutria uma certa animosidade contra o empresário de origem espanhola por este já controlar a construção das principais ligações ferroviárias portuguesas, ordenou à empresa que a concessão só poderia ser alienada para o estado.[5] A 1 de Fevereiro de 1861, foi concluída a construção do troço entre Pinhal Novo e Setúbal, igualmente na bitola de 1,44 m.[6]
Declínio e nacionalização
[editar | editar código-fonte]De forma a unificar a gestão da rede ferroviária ao Sul do Rio Tejo, o estado iniciou, em Setembro de 1861, um processo de nacionalização desta companhia, que foi concluído com um contrato de 5 de Setembro.[7] As antigas linhas estiveram na gestão do estado até Abril de 1864, data em que a concessão foi trespassada para a Companhia do Sueste, que as devia adaptar para a bitola ibérica.[2]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d SANTOS, 1995:107
- ↑ a b «Os Caminhos de ferro do Sul e a Agricultura» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (342). Lisboa. 16 de Março de 1902. p. 81-82. Consultado em 7 de Dezembro de 2014 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e sua extensão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 69 (1652). Lisboa. 16 de Outubro de 1956. p. 528-530. Consultado em 7 de Dezembro de 2014 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ SANTOS, 1995:108-109
- ↑ REIS et al, 2006:15-19
- ↑ REIS et al, 2006:12
- ↑ SANTOS, 1995:109
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- SANTOS, Luís Filipe Rosa (1995). Os Acessos a Faro e aos Concelhos Limítrofes na Segunda Metade do Séc. XIX. Faro: Câmara Municipal de Faro. 213 páginas
- CP-Comboios de Portugal (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. [S.l.]: Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X