Desastre Ferroviário de Rates – Wikipédia, a enciclopédia livre

Desastre Ferroviário de Rates
Descrição
Data 29 de Maio de 1994
Hora 7:15
Local Rates, concelho de Póvoa de Varzim
País Portugal Portugal
Linha Linha do Porto à Póvoa e Famalicão
Operador Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses
Tipo de acidente Colisão
Causa Erro humano
Estatísticas
Comboios/trens 1
Mortos 5
Feridos 29

O Desastre Ferroviário de Rates foi uma colisão entre um comboio e um autocarro numa passagem de nível, na freguesia de Rates, no Município da Póvoa de Varzim, em Portugal. Este acidente ocorreu no dia 29 de maio de 1994, tendo resultado em cinco mortos e 29 feridos.[1]

Automotora da Série 9600, do mesmo tipo da envolvida no acidente, na Boavista em 1977.

No dia 29 de Maio de 1994, uma automotora saiu da Estação Ferroviária de Póvoa de Varzim para fazer o comboio das 6:55, uma das três carreiras diárias da operadora Caminhos de Ferro Portugueses entre a Póvoa e Famalicão.[1] No entanto, a automotora saiu com dois minutos de atraso, e devido à reduzida velocidade imposta pelas más condições da via, ainda se demorou mais pelo caminho, contando já com cinco minutos de atraso quando se aproximou da passagem de nível de Rates, no lugar de Granja.[1] Esta passagem não tinha guarda nem sinalização luminosa ou sonora.[1]

Entretanto, um autocarro da empresa Linhares saiu de Balazar às 7:10 da manhã com destino à Póvoa de Varzim, numa carreira extraordinária devido ao aumento da procura durante as Festas de Nossa Senhora da Saúde, em Laundos.[1] O veículo não saiu completamente cheio, e na próxima paragem, em Rates, entraram mais alguns passageiros.[1]

Vítimas do acidente de Rates[1]
Mortos
Margarida da Silva Martins
Ana Lopes Azevedo Praça
Célia Sofia Baptista Macedo
Maria de Fátima Silva Craveiro
Maria Amélia Lopes Cuz
Feridos graves (Hospital de São João)
Laurinda Campos Maciel
Isabel Maria Teixeira da Silva
Arminda Ferreira da Silva
João Paulo Ribeiro Cardoso
Feridos ligeiros
Isaac Gomes Baptista
Anabela Gomes Baptista
Paula Ana Marques da Silva
Ivone Patrícia Figueiredo Macedo
Armindo Novais Sousa
Márcia André Silva Pereira
Cassilda Susana Baptista
Maria Conceição Silva Figueiredo
Maria Silva Carvalho
Georgina Lopes Azevedo
Ana Paula Rocha Baptista
Maria de Lurdes Figueiredo
Sérgio António Pereira Mandim
Margarida Arlete Gomes Matos
Lúcia da Silva Serra
Rita da Silva Araújo
Maria de Fátima Araújo Carvalho
José Fernandes Figueiredo
Laurinda Costa Silva
Madalena Reis Gomes
Maria de Lurdes Ferreira da Costa Santos
António Pereira Rodrigues (maquinista do comboio)
António Manuel Ferreira Araújo (revisor do comboio)
Avelino Ferreira de Oliveira (condutor do autocarro)

Por volta das 7:15, o comboio aproximou-se da passagem de nível a velocidade reduzida, apitando várias vezes.[1] O autocarro não abrandou a marcha e entrou na passagem, e quando o revisor e o maquinista viram que o comboio ia colidir, accionaram a travagem de emergência, mas já não foi a tempo para evitar o acidente.[1] O comboio bateu no meio do autocarro e arrastou-o durante alguns metros, mais devido ao peso da automotora do que à velocidade, destruindo o autocarro.[1] Os passageiros entraram em pânico, e o revisor conseguiu sair da automotora e deslocar-se até uma habitação próxima para pedir socorro.[1] Um condutor que nessa altura passava pelo local transportou alguns dos feridos no seu automóvel até ao hospital.[1] Pouco tempo depois, chegaram os bombeiros.[1]

A meio da tarde do mesmo dia, começaram os trabalhos para desimpedir a via.[1] Milhares de pessoas deslocaram-se ao local para ver o acidente, tendo-se recordado outros acidentes no local, e ouvido críticas sobre as condições de segurança naquela e outras passagens de nível ao longo da linha, cujo encerramento estava previsto para breve.[1]

Investigação

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Uma das teorias apresentadas como causa deste acidente foi a distracção do motorista, Avelino Ferreira de Oliveira, tendo sido referido que tinha uma grande familiaridade com a zona, pois vivia a cerca de meio quilómetro do local do acidente, e há já vários anos que fazia aquele percurso.[1]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p SOARES, António (30 de Maio de 1994). «Comboio desfez autocarro». Público. Ano 5 (1545). Lisboa: Público, Comunicação Social, S. A. p. 46 
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