Itaúnas – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para o parque, veja Parque Estadual de Itaúnas.

Praia de Itaúnas vista de cima das dunas
Dunas de Itaúnas ES, vista da vila soterrada.

Itaúnas é um distrito do município de Conceição da Barra, no Espírito Santo [1]. O nome Itaúnas é um topônimo de origem tupi que significa "pedra negra", através da junção dos termos itá = pedra e un = negro [2]. O nome lhe foi atribuído em alusão às pedras negras do fundo do Rio Itaúnas, que margeavam a antiga vila.

Sua sede é uma pequena vila turística, muito famosa por suas praias, pela paisagem marcante das Dunas de Itaúnas e pela tradição do forró pé-de-serra.[3]

A Vila de Itaúnas surgiu por volta do século XVIII com a vinda de colonos portugueses (vindas casionadas pelo aumento na exploração de minérios que se expandia para o que conhecemos hoje como estado de Minas Gerais) que, nesse século, passariam a expandir as áreas de colonização no Brasil[4].

Naquele tempo, o povo que se assentava na Vila de Itaúnas, criava porcos em quantidade e, para alimentá-los, a mandioca era o alimento principal, que por sua vez, era matéria-prima da farinha saborosa, tão apreciada pelos baianos e por todos os que possuem paladar mais rústico, ao mesmo tempo apurado. Costume indígena, lidar com a mandioca para esse povo era comum, pois em seu passado genético, corre nas veias o sangue dos índios que brotaram da nossa terra Brasil e dos negros sofridos que pra cá foram trazidos.

Auxiliando o comércio dessa vila, tinha também a pitoresca passagem da madeira, que amarrada umas as outras, em balsas de até 300m, escorregavam pelo rio afora, desde o Império em Pedro Canário, guiadas pelos balseiros até chegar ao Paiol em Conceição da Barra.

Madeira essa que sabem muitos, fruto do desmatamento indiscriminado que assolava o norte do Espírito Santo. Para muitos, fontes de riqueza rápida, para outros que agora vivem lá, fonte de miséria e sofrimento derivado da seca, causada pelas chuvas escassas e mal distribuídas ao longo do ano.

Entre esses encontravam-se os irmãos Reuter que por desconhecimento das consequências, tinham na madeira a única fonte de renda. Através deles pode-se confirmar e acrescentar dados a essa história, tentando entender como tudo acontecera.

A madeira de primeira vinha em caminhões, as outras, menos nobres pra época, desciam rio abaixo, barateando o custo do transporte. Parte da madeira ia para o Rio através de navio, outra parte era comprada pela família Donato, proprietária da CIMBARRA.

Assim, a riqueza da mata gerou o desmatamento, mas também o (pouco) desenvolvimento da região. Tudo isso confirmado por arquivo da família e depoimentos colhidos.

Há muitos anos, a vila possuía uma pequena faixa de mata que a separava do mar. Era essa vegetação que segurava o avanço do lençol de areia, que se movimenta constantemente com a ação do vento Noroeste, muito comum no norte do Espírito Santo. Com a derrubada dessa faixa de mata, entre as décadas de 1950 e 1970, a areia avançou sobre a antiga vila, soterrando-a. Hoje restam apenas algumas ruínas, que podem ser observadas de tempos em tempos, quando a areia as descobre.[5]

Enquanto a vila era encoberta pela ação da natureza, a prefeitura de Conceição da Barra adquiriu terras do outro lado do rio, pertencentes a Teófilo Cabral da Silva. Ali, foi erguida a nova vila, que lá se encontra até hoje.

A Vila de Itaúnas é um local extremamente bucólico, com ruas de barro e casas simples, mas muito conservadas. Há iluminação pública e água tratada e encanada. O povo é hospitaleiro e receptivo, sendo bastante comum se deparar com "nativos" ensinando passos de forró a turistas de todo o mundo, especialmente na alta temporada (partes de dezembro e fevereiro, e os meses de janeiro e julho).

Praia de Itaúnas

Com a formação das dunas, na década de 70, Itaúnas ganhou um grande atrativo turístico, e aos poucos alguns aventureiros começaram a visitar o local, ainda muito pobre e pouco conhecido.

Em 1984 um visionário construiu a primeira pousada da vila, sob o nome de Pousada Dunas, permitindo que aos poucos o turismo na região se desenvolvesse, para a partir da década de 90 dezenas de outras pousadas e áreas de camping surgissem na vila, que se tornou um do locais mais visitados do Brasil.[carece de fontes?] A partir de 2004 ficou proibida a construção de novas pousadas e hotéis em Itaúnas, para evitar a descaracterização da vila, mas as inúmeras áreas de hospedagem lá existentes comportam a verdadeira massa que para lá se desloca no verão e, principalmente, no mês de Julho.

Itaúnas se localiza a 23 km de distância da cidade mais próxima, Conceição da Barra, e a 60km de distância da maior cidade mais próxima (São Mateus). O acesso se dá obrigatoriamente por uma estrada de barro, que parte dos kms 8 e 18 da Rodovia Estadual ES-421, rodovia esta que liga a BR-101 à cidade de Conceição da Barra. Apesar de o acesso a Itaúnas se dar por estrada de barro, em meio a plantações de eucalipto, o estado de conservação da pista é excelente e pode-se facilmente desenvolver velocidades razoáveis com segurança. Uma vez na pista, o trajeto dura em torno de 30 minutos.

Apesar de originariamente constituir uma vila de pescadores e se situar encravada em meio a um Parque Estadual de Preservação Ambiental, a Vila oferece toda a infraestrutura necessária, dispondo de energia elétrica (127 volts) e água tratada e encanada em todos os estabelecimentos residenciais e comerciais lá existentes, assim como nas áreas reservadas e próprias para camping.

Seu aspecto bucólico lembra as vilas de Regência, no norte do Espírito Santo, e de Cumuruxatiba, Itacaré e Caraíva, estas na Bahia.

O lugar é bastante frequentado por turistas o ano todo, mas seus períodos de pico são o verão (a partir de 26 de dezembro) e o mês de Julho.

Festival Nacional de Forró de Itaúnas

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Itaúnas é famosa pelas dunas e pela dança, que faz parte da cultura local.[carece de fontes?] Anualmente Itaúnas recebe a visita de dezenas de milhares de forrozeiros de todas as regiões do país, que se deslocam até a vila para desfrutar do autêntico forró pé-de-serra, que por lá toca o ano inteiro. Anualmente, no mês de Julho, é realizado o "Festival Nacional de Forró de Itaúnas". Por ocasião do festival, é realizado um circuito onde bandas de todo o Brasil competem, sendo eleitas as melhores por um júri especializado. O público torce bastante por suas bandas preferidas e faz um espetáculo à parte durante as apresentações, tornando o evento ainda mais interessante. Nessa época, Itaúnas é invadida por milhares de pessoas de todo o Brasil e do mundo, que se hospedam nas diversas pousadas, áreas de campings e residências existentes no local.

O Festival é o maior do mundo[carece de fontes?] e, no ano de 2011 reuniu mais de 30.000 pessoas em apenas uma noite (sábado, dia 23), as quais se espalharam pelos diversos pontos de forró distribuídos pela pequena vila, como o Buraco do Tatu, Crepe Samba Kone e Bar do Fórró, apenas para citar os mais conhecidos. Ao todo, mais de 50 000 pessoas frequentaram o Festival de Forró de 2011, durante as duas semanas de sua duração.[carece de fontes?]

Verão em Itaúnas

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Turistas sobre as dunas

No verão, um fenômeno semelhante ocorre. A partir de dezembro de cada ano, milhares de pessoas frequentam e se hospedam na vila.

O Ano Novo em Itaúnas é bastante concorrido, com uma verdadeira peregrinação de turistas e nativos seguindo para o alto das dunas para festejar, bebendo e estourando fogos de artifícios, sendo possível vislumbrar o céu límpido e repleto de estrelas do norte do Espírito Santo. A observação do céu é facilitada pelo fato de as dunas serem ligeiramente isoladas da vila e conservarem seu estado nativo, sem qualquer trilha feita pelo homem e qualquer espécie de iluminação que não a proveniente do brilho da lua e das estrelas.

A praia de Itaúnas é um atrativo à parte pois, além de ser necessário atravessar as imensas dunas para se chegar a ela, possui águas límpidas e mornas. Para aqueles que não apreciam praia, é possível banhar-se e divertir-se nas águas claras e limpas do rio Itaúnas, que corta o vilarejo antes de desaguar no oceano ali em frente.

Na praia, existem grandes quiosques, dotados de infraestrutura para oferecer conforto e alimentação aos frequentadores.

Além das dunas e do forró, uma curiosa atração turística da Vila é um tronco oco de uma gigantesca árvore, caído em plena praça principal, em frente à Igreja, o qual, devido ao seu tamanho (mais de 15 metros de comprimento e mais de um metro de diâmetro interno), pode ser atravessado de um lado ao outro, como se fosse um túnel.

Uma vez em Itaúnas, se torna obrigatória a visita à "Casa Poema", da atriz, poetisa e escritora Elisa Lucinda. A casa é instituição sócio-educativa que capacita vários profissionais através da poesia falada, desenvolvendo-os em sua capacidade de expressão e na sua formação cidadã. A atriz, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho, tem desenvolvido o projeto "Palavra de Polícia, Outras Armas", onde ensina poesia falada a esses profissionais de segurança, alinhando-os aos princípios dos direitos humanos, removendo e transformando antigos modos operacionais em relação ao gênero e a raça.

Outra característica de Itaúnas é o contraste arquitetônico, pois é possível se deparar com casas antigas, de sapê e pau-a-pique, em meio a casas edificadas recentemente, com arquitetura contemporânea, além de pousadas com aspecto rústico.

Localização

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Itaúnas se localiza a 260 quilômetros de Vitória, ao norte do Espírito Santo. O acesso se dá pela BR-101 ao norte, partindo de Vitória, de onde seguem ônibus diários e regulares para Conceição da Barra, cidade mais próxima, ou São Mateus, cidade localizada a 55 km de distância. De Conceição da Barra e São Mateus partem ônibus regulares para Itaúnas.

Praias de Itaúnas

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Praia de Itaúnas

A praia de Itaúnas estende-se por 25 km, iniciando-se na foz natural do Rio Itaúnas ( ao sul) e seguindo rumo norte até o Riacho Doce, curso d'água que separa as regiões Sudeste e Nordeste do Brasil, entre os estados do Espírito Santo e Bahia. Toda a faixa litorânea, incluindo praia, mangue, restinga, dunas e áreas de mosaico está dentro do Parque Estadual de Itaúnas, uma Unidade de Conservação de uso indireto criada em 1991. Três quilômetros de praia estão reservados ao uso público.

Dunas

As dunas compõem uma linda paisagem. O cordão de dunas estende-se desde o extremo-sul baiano até as encostas do Rio Doce, estando fixado por vegetação na maior parte do trajeto. No ponto onde o Rio Itaúnas, que vem de oeste escorrendo das serras desde as divisas com Minas Gerais, desvia seu curso para o sul seguindo a orientação do vento e das areias, nasceu a Itaúnas Velha, para dar sustentação à produção da farinha de mandioca.

Na década de 1950, a fragilização da vegetação que continha as dunas entre a vila e o mar empoderou os ventos. Levada pelo Vento Nordeste no verão e pelo Vento Sul no inverno, a areia caminha implacável ainda hoje. No caminho soterrou a Antiga Vila. Nos anos 1960-1970, a Vila renasceu do outro lado do Rio Itaúnas. Da Itaúnas Velha restam ruínas; Alicerces da antiga Igreja (que foi de São Brás e São Sebastião)e o mastro do santo resistem. Objetos pessoais, louça e restos de construção são facilmente encontrados.

Restos de civilizações pré-colombianas também são encontradas nas dunas. Muito antes dos portugueses chegarem à calha do Itaúnas, índios tupiniquins já caçavam e pescavam nestas paragens.

Os constantes ventos também mudaram o destino do Rio Itaúnas. Nascido recentemente do ponto de vista geológico, o Itaúnas desaguava ao mar, onde hoje, existem barracas de praia.

A formação das dunas, ainda mais recente que o Rio Itaúnas, do ponto de vista geológico, forçou a foz do rio pra o sul, deslocando-a mais de 20 km em direção à foz do Rio Cricaré. Quem vê o Itaúnas dentro da calha mínima, no verão, não imagina onde ele pode chegar em épocas de cheia. Para quem olha de cima das dunas a oeste, de margem a margem o rio pode chegar a três quilômetros, inundando o alagado. Há pouco mais de 30 anos, depois que as dunas soterraram a Antiga Vila, as areias chegaram ao rio, mantendo-o represado por quase uma década, cerca de dois metros acima do seu nível original. Nesta época duas pontes de madeira foram construídas e arrastadas pelas cheias.

Ruínas da antiga vila

A fúria das dunas é resultado do processo de desmatamento desta região litorânea, na área entre a antiga vila de Itaúnas e o mar. Segundo registros e relatos de moradores locais, a vegetação foi retirada gradualmente, por diversas razões: para afastar a vegetação dos fundos da vila; para uso da lenha pela população local, especialmente para queima em fogões à lenha; e há um relato de retirada de uma expressiva faixa de vegetação pelo município, para ampliar o acesso à praia.

A vegetação nesta faixa constituía-se da restinga arbustiva ou arbórea, com solo pobre de nutrientes, muito arenoso e salino, ocupado por árvores mais frondosas do que altas ou robustas. São frutíferas no mais das vezes, como pitanga, caju, araçá, cambucá, gagiru, guriri e outras espécies.

Do alto das dunas, é possível ver a praia de um lado e o rio do outro. Sua areia é fina e branca e durante o dia muito quente, chegando até a queimar os pés descalços.

Ver artigo principal: Rio Itaúnas
Rio Itaúnas

O Rio Itaúnas brota aos pés da serra que separa capixabas e mineiros, pouco antes de chegar à Bahia. Banha oito municípios em sua bacia hidrográfica, percorrendo 34 km até chegar ao mar. Parte do trajeto está dentro do Parque Estadual de Itaúnas. Junto ao mar, ainda alimenta e ajuda na formação de um gigantesco manguezal. Há várias regiões de alagados.

Parque Estadual de Itaúnas

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Ver artigo principal: Parque Estadual de Itaúnas

O Parque Estadual de Itaúnas é uma unidade de conservação que se estende pelo litoral desde a foz natural do Rio Itaúnas, na Cidade de Conceição da Barra, até a divisa entre o Espírito Santo e a Bahia, na foz do Riacho Doce. Foi criado em 8 de novembro de 1991 e em 1992 foi declarado pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade. Possui 3 200 hectares e uma gama variada de ecossistemas, como praia, manguezal, restinga, alagados, mata atlântica de tabuleiro, rio e dunas, um dos mais belos locais do Espírito Santo.[6]

Trilhas do Parque

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Dentro do parque, encontram-se várias trilhas. As principais são: Trilha do Buraco do Bicho, Trilha do Tamandaré, Trilha do Rio, Trilha das Borboletas, Trilha das Ruínas, Trilha dos Pescadores e Trilha da Alméscar

  1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. «Histórico -Conceição da Barra» (PDF). Consultado em 19 de fevereiro de 2012 
  2. http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/vocabulario.htm
  3. «Itaúnas - ES - Informações Turísticas». Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  4. «Colonização do Brasil - Século XVIII». Consultado em 13 de Junho de 2017 
  5. «História - Vila de Itaúnas». Consultado em 13 de Junho de 2017 
  6. «Parque Estadual de Itaúnas». Consultado em 16 de outubro de 2009. Arquivado do original em 9 de janeiro de 2010 

Site www.praiadeitaunas.com.br


SEQUÊNCIA DE PRAIAS
Oceano Atlântico
precedida por:

Barra Nova (Conceição da Barra)

ITAÚNAS

(Conceição da Barra)

sucedida por:

Riacho Doce (Conceição da Barra)