Eleições parlamentares no Brasil em 2010 – Wikipédia, a enciclopédia livre

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2006 Brasil 2014
Eleições parlamentares no Brasil em 2010
3 de outubro de 2010
Líder Fernando Ferro Henrique Eduardo Alves Duarte Nogueira
Partido PT PMDB PSDB
Votos 16.289.199 12.537.252 11.477.380
Porcentagem 16,9% 13% 11,9%

As eleições parlamentares no Brasil em 2010 ocorreram no domingo, 3 de outubro, como parte das eleições gerais daquele ano. Nesta data, foram definidos os novos ocupantes de 54 dos 81 assentos do Senado Federal e de todos os 513 assentos da Câmara dos Deputados. O pleito foi marcado pelo avanço do bloco Lulista, reunido ao redor da coalizão governista Para o Brasil seguir mudando. Por outro lado, a coalizão de oposição O Brasil pode mais perdeu o controle de quantia significativa dos assentos em ambas as casas.

De acordo com a Constituição Federal, cada estado é representado por três Senadores eleito pela maioria dos votos. Eles são eleitos diretamente para um mandato de oito anos, sem limite no número de mandatos. Alternadamente, um terço (27) e dois terços (54) dos assentos são colocados em disputa a cada quatro anos. Em 2006, um terço dos assentos foram colocados em disputa e, assim sendo, em 2010 foram dois terços, o que correspondeu a dois Senadores eleitos por cada estado e pelo Distrito Federal.

A Câmara dos Deputados representa o povo de cada estado e do Distrito Federal, e seus membros são eleitos pelo sistema de representação proporcional, uma vez que o princípio do federalismo é adotado como forma de governo no país. Os deputados federais são eleitos diretamente para um mandato de quatro anos, sem limite no número de mandatos. Cada estado tem direito a um número diferente de deputados federais, dependendo de seu número de habitantes.

Em 2010, 22 dos 27 partidos políticos do Brasil conseguiram eleger ao menos um representante na Câmara, enquanto 15 deles foram capazes de eleger ao menos um senador.

Como resultado da chamada "onda vermelha",[1] o Partido dos Trabalhadores (PT) se tornou o maior partido da Câmara pela primeira vez na história, devendo eleger o próximo presidente da casa.[2] Os partidos que integraram sua coalizão, Para o Brasil seguir mudando, elegeram 311 deputados.[3] O único partido da coalizão que perdeu assentos na Câmara foi o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), enquanto o Partido da República (PR) teve o maior ganho, elegendo 16 deputados a mais que em 2006.[3] No Senado, a coalizão governista conquistou 39 assentos, contra 10 da oposição liderada pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).[4] O PT atingiu uma votação histórica na casa, elegendo 12 Senadores e se tornando o segundo maior partido do Senado pela primeira vez, atrás apenas do PMDB.[4] Os outros partidos da coalizão não tiveram ganhos significativos no Senado, com exceção do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), que conseguiu eleger a primeira Senadora comunista da história (Vanessa Grazziotin do Amazonas).[5]

O bloco de oposição, por outro lado, sofreu grandes perdas em ambas as casas. O Democratas (DEM), atualmente segundo maior partido no Senado, caiu para a quarta posição, mantendo o controle de apenas seis assentos a partir de 2010, mesma quantidade que o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), da mesma coalizão.[4] O partido também obteve uma enorme derrota na Câmara, perdendo 22 assentos, seguido de seu principal aliado, o PSDB, que perdeu 13.[3] No total, os partidos que integraram a coalizão O Brasil pode mais perderam o controle de 44 assentos na Câmara[3] e 11 no Senado.[4] Membros influentes da oposição durante o governo Lula, como Arthur Virgílio, Heráclito Fortes, Marco Maciel e Tasso Jereissati não conseguiram se reeleger e não servirão mais à população de seus estados no Congresso Nacional.[6]

Dentre os outros partidos de oposição, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) conseguiu eleger dois Senadores, conquistando um assento a mais do que a atual legislatura.[4] Também manteve seus três assentos na Câmara.[3] O Partido Verde (PV) ganhou dois assentos extras na Câmara,[3] apesar de ter perdido seu único assento no Senado.[4]

Coalizão Partido Câmara Senado
Votos % Assentos +/– Votos % Assentos eleitos Assentos totais +/–
Governista
Para o Brasil
seguir mudando
  PT 16.289.199 16,9 88 +5 39.410.141 23,1 11 14 +7
  PMDB 12.537.252 13,0 79 –10 23.998.949 14,1 16 20 +3
  PR 7.311.655 7,6 41 +16 4.649.024 2,7 3 4
  PSB 6.851.053 7,1 34 +7 6.129.463 3,6 3 3
  PDT 4.854.602 5,0 28 +4 2.431.940 1,4 2 4 –2
  PSC 3.072.546 3,2 17 +8 1.247.157 0,7 1 1
  PCdoB 2.748.290 2,8 15 +2 12.561.716 7,4 1 2 +1
  PRB 1.633.500 1,7 8 +7 3.332.886 2,0 1 1 –1
  PTC 595.431 0,6 1 –2 282.629 0,2 0 0
  PTN 182.926 0,2 0 6.013 0,0 0 0
Total 56.076.454 58,1 311 +37 94.049.918 55,2 39 49 +8
Oposição
O Brasil
pode mais
  PSDB 11.477.380 11,9 53 –13 30.903.736 18,1 5 11 –5
  DEM 7.301.171 7,6 43 –22 10.225.883 6,0 2 6 –7
  PTB 4.038.239 4,2 21 –2 7.999.589 4,7 1 6 –1
  PPS 2.536.809 2,6 12 –10 6.766.517 4,0 1 1 +1
  PMN 1.086.705 1,1 4 +1 241.321 0,1 1 1 +1
  PTdoB 642.422 0,7 3 +2 1.480.846 0,9 0 0
Total 27.082.726 28,0 136 –44 57.617.892 33,8 10 25 –11
Partidos Independentes   PP 6.330.062 6,6 41 9.170.015 5,4 4 5 +3
Partidos Independentes de oposição   PV 3.710.366 3,8 15 +2 5.047.797 3,0 0 0 –1
  PSOL 1.142.737 1,2 3 3.041.854 1,8 2 2 +1
Governista
Fora de coalizão
  PHS 764.412 0,8 2 305.793 0,2 0 0
  PSL 499.963 0,5 1 +1 446.517 0,3 0 0
  PRTB 307.925 0,3 2 +2 74.478 0,0 0 0
  PRP 307.188 0,3 2 +2 0 0,0 0 0
Outros 358.178 0,4 0 677.309 0,4 0 0
Votos válidos 96.580.011 100,0 513 170.431.573 100,0 45 81
Fontes: Câmara, Senado
Assentos da Câmara de Deputados
PT
  
17,1%
PMDB
  
15,3%
PSDB
  
10,3%
DEM
  
8,3%
PR
  
7,9%
PP
  
7,9%
PSB
  
6,6%
PDT
  
5,4%
PTB
  
4%
PSC
  
3,3%
PV
  
2,9%
PCdoB
  
2,9%
PPS
  
2,3%
PRB
  
1,5%
Outros
  
2,8%
Assentos do Senado Federal pós-eleição
PMDB
  
24,6%
PT
  
17,3%
PSDB
  
13,5%
DEM
  
7,4%
PTB
  
7,4%
PP
  
4,9%
PR
  
4,9%
PDT
  
4,9%
PSB
  
3,7%
PCdoB
  
2,4%
PSOL
  
2,4%
PPS
  
1,2%
PRB
  
1,2%
PSC
  
1,2%
PMN
  
1,2%

Resultados por unidade federativa

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Percentual de votos dos partidos por unidade federativa[7]
Unidade federativa PT PMDB PSDB PP DEM PR PSB PDT Outros
 Acre 24,3 12,5 19,4 9,9 0,4 0,7 0,2 1,1 31,5
 Amapá 17,5 9,5 6,7 4,4 5,8 2,9 10,7 12,5 29,9
 Amazonas 11,6 13,3 1,1 17,2 12,0 9,1 4,7 0,4 30,6
 Pará 21,3 24,4 14,9 2,7 3,9 4,4 2,0 4,3 21,9
 Rondônia 15,5 23,8 2,6 15,2 0,1 2,9 8,6 3,7 27,6
 Roraima 3,6 24,1 11,1 7,1 12,1 8,7 3,7 1,5 28,0
 Tocantins 8,3 22,1 8,0 6,2 11,3 19,0 5,6 7,0 12,6
 Alagoas 6,0 18,0 18,6 7,2 1,4 4,1 6,9 1,2 36,5
 Bahia 25,1 9,5 6,2 9,1 14,5 4,9 2,4 6,4 21,9
 Ceará 16,2 22,8 8,2 4,4 0,8 9,5 14,3 3,4 20,3
 Maranhão 7,1 25,8 11,0 4,1 3,8 5,1 5,1 5,3 32,8
 Paraíba 9,7 33,9 13,9 4,8 8,7 6,7 4,1 6,8 11,4
 Pernambuco 15,3 3,7 8,1 8,9 7,5 6,4 24,6 3,9 21,7
 Piauí 18,0 21,0 3,4 6,7 20,1 0,3 9,9 1,1 19,5
 Rio Grande do Norte 15,1 13,5 7,4 0,3 16,6 13,6 11,3 0,5 21,8
 Sergipe 23,0 13,6 1,5 0,6 12,1 7,9 10,5 6,5 24,2
 Distrito Federal 26,7 6,2 2,7 0,3 4,5 12,0 0,8 20,1 26,8
 Goiás 9,9 18,6 18,6 9,0 12,7 5,4 0,1 6,7 19,1
 Mato Grosso 12,6 10,2 13,1 18,3 6,3 19,0 7,1 2,8 10,6
 Mato Grosso do Sul 23,2 27,3 12,1 4,5 8,1 11,7 3,4 2,6 7,2
 Espírito Santo 8,7 16,4 5,7 3,5 0,4 7,2 21,0 17,0 20,0
 Minas Gerais 17,5 10,2 15,4 7,7 7,2 8,3 1,7 4,7 27,3
 Rio de Janeiro 10,0 17,6 4,0 4,9 5,2 15,0 6,0 5,9 31,2
 São Paulo 19,2 2,1 18,9 6,4 6,9 8,7 9,5 4,0 24,3
 Paraná 12,2 17,3 11,9 7,3 5,9 4,1 4,3 2,9 34,0
 Rio Grande do Sul 24,9 12,6 5,2 13,3 3,5 0,3 5,6 8,4 26,2
 Santa Catarina 17,6 25,0 12,2 13,8 17,0 1,4 0,6 2,8 9,6
Unidade
federativa
Total Assentos obtidos na Câmara de Deputados
PT PMDB PSDB PP DEM PR PSB PDT PTB PSC PCdoB Outros
Acre 8 2 1 1 1 1 1 1
Alagoas 9 2 1 1 1 1 2 1
Amapá 8 1 1 1 1 1 1 1 1
Amazonas 8 1 1 2 1 1 1 1
Bahia 39 10 2 2 4 6 3 4 1 2 3 2
Ceará 22 4 5 2 1 2 4 1 1 2
Distrito Federal 8 3 1 2 1 1
Espírito Santo 10 1 2 1 2 3 1
Goiás 17 1 4 3 2 3 1 1 1 1
Maranhão 18 1 5 3 1 1 1 1 1 4
Mato Grosso 8 1 1 2 1 2 1
Mato Grosso do Sul 8 2 3 1 1 1
Minas Gerais 53 8 7 8 5 3 7 1 2 1 1 1 9
Pará 17 4 4 3 1 1 1 1 1 1
Paraíba 12 1 5 2 1 1 1 1
Paraná 30 5 6 3 3 2 1 1 1 4 4
Pernambuco 25 4 1 2 2 2 2 5 1 4 1 1
Piauí 10 2 2 1 2 1 1 1
Rio de Janeiro 46 5 8 2 3 2 8 3 3 1 2 1 8
Rio Grande do Norte 8 1 1 2 1 1 2
Rio Grande do Sul 31 8 4 1 6 1 3 3 3 2
Rondônia 8 1 2 1 1 1 1 1
Roraima 8 2 1 1 1 1 2
Santa Catarina 16 4 5 2 2 3
São Paulo 70 15 1 13 4 6 4 7 3 2 2 2 11
Sergipe 8 2 1 1 1 1 1 1
Tocantins 8 1 1 1 2 1 1 1
Total 513 86 78 54 44 43 41 35 27 22 17 15 51
Composição das bancadas no Congresso
Nacional após as eleições de 2010*
Câmara
Bloco governista:
359 / 513

Bloco de oposição:

136 / 513

Partido Verde:

15 / 513

PSOL:

3 / 513


Senado
Bloco governista:
54 / 81

Bloco de oposição:

25 / 81

PSOL:

2 / 81


(*) Projeções. Nem todos partidos
formam uma bancada coesa.

Referências

  1. Marques, José (24 de setembro de 2010). «O encontro das ondas». Istoé. Arquivado do original em 28 de setembro de 2010 
  2. «Presidência da Câmara deverá ficar com o PT na próxima legislatura». TV Câmara. 7 de outubro de 2010. Cópia arquivada em 6 de dezembro de 2024 
  3. a b c d e f «Saiba a nova composição da Câmara». g1. 4 de outubro de 2010 
  4. a b c d e f «Partidos aliados de Dilma elegem mais senadores que a oposição». R7. 4 de outubro de 2010. Arquivado do original em 7 de outubro de 2010 
  5. Alfaia, Iram (4 de outubro de 2010). «Vanessa é a primeira senadora eleita pelo Amazonas». Vermelho. Arquivado do original em 12 de junho de 2011 
  6. Oswald, Vivian (4 de outubro de 2010). «Campeões de votos no passado, Marco Maciel, Tasso Jereissati e Arthur Virgílio não conseguem vaga». O Globo 
  7. «Resultados de eleição - Votação em partidos». Tribunal Superior Eleitoral. Consultado em 6 de dezembro de 2024