Podemos (Brasil) – Wikipédia, a enciclopédia livre
Podemos | |
---|---|
Sigla | PODE |
Número eleitoral | 20 |
Presidente | Renata Abreu[1] |
Vice-presidente | Pastor Everaldo |
Secretário-geral | Luiz Cláudio Freire de Souza França |
Tesoureiro-geral | José Carlos Oliveira Melo |
Fundação | 5 de março de 1995 (29 anos)[2] |
Registro | 2 de outubro de 1997 (27 anos)[1] |
Sede | Lago Sul, Brasília, Distrito Federal[3] |
Ideologia | |
Espectro político | Centro-direita à direita |
Ala de juventude | Podemos Jovem[9] |
Ala negra | Podemos Afro[9] |
Ala feminina | Podemos Mulher[9] |
Fusão | Incorporou o PHS e o PSC |
Membros (2024) | 813.858 filiados[10] |
Governadores (2024)[11] | 0 / 27 |
Prefeitos (2024)[12] | 129 / 5 569 |
Senadores (2024)[13] | 7 / 81 |
Deputados federais (2024)[14] | 15 / 513 |
Deputados estaduais (2022) | 48 / 1 024 |
Vereadores (2024)[15] | 2 314 / 58 026 |
Cores |
|
Slogan | "Juntos Podemos mudar o Brasil." |
Página oficial | |
podemos | |
Política do Brasil |
O Podemos (PODE), originalmente chamado Partido Trabalhista Nacional (PTN), é um partido político brasileiro de centro-direita[16][17] à direita. A legenda tem sido comandada pela família Abreu (Dorival de Abreu, José Masci de Abreu e Renata Abreu) desde sua fundação em 1995. Em 2016, mudou seu nome para "Podemos" inspirado no lema da campanha de Barack Obama à presidência dos EUA, "sim, nós podemos" (em inglês: "yes, we can"); oficializado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em maio de 2017.[18][19][20]
Em dezembro de 2018, o partido incorporou o Partido Humanista da Solidariedade (PHS).[21] Em 2022, iniciou o processo de incorporação do Partido Social Cristão (PSC), realizando convenção conjunta em dezembro do mesmo ano.[22] Em 16 de junho de 2023, a incorporação foi homologada pelo TSE.[23] Com a incorporação, seu número eleitoral passou a ser 20.[1][24]
Em novembro de 2024 possuía 813.858 filiados, sendo o nono maior partido brasileiro.[10][13]
História
[editar | editar código-fonte]Fundação
[editar | editar código-fonte]O PTN foi fundado em 25 maio de 1995, ganhando o registro provisório no mesmo ano.[2] Obteve o registro definitivo em 2 de outubro de 1997,[1] tendo sido dirigido pelo ex-deputado do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB, 1945-1965)[25] Dorival de Abreu.[2] A agremiação pretendia recriar o Partido Trabalhista Nacional (1945-1965), partido que veio a eleger Jânio Quadros e que foi fundado por uma dissidência do PTB getulista.[2]
1998 a 2016
[editar | editar código-fonte]Nas eleições de 1998, lançou como candidata à presidência sua secretária geral, Thereza Ruiz, obtendo votação superior a 100 mil votos e ficando em 10.º lugar.[26]
Em São Paulo, apresentou o candidato a governador Fred Corrêa nas eleições de 2006 mas foi derrotado ao obter apenas 4.523 votos e ficar em 14.º lugar.[27] Entretanto, elegeu seis deputados estaduais no país.[2]
Entre 2008 e 2012, elegeu 28 prefeitos, 748 vereadores e seis deputados estaduais.[2]
Após o falecimento de Dorival, seu irmão, o ex-deputado federal José de Abreu, dirigiu a legenda até 2013, sendo substituído pela sua filha, a também deputada federal Renata Abreu.
No pleito de 2014, elegeu 4 deputados federais, sendo eles: João Carlos Bacelar Batista (BA), Christiane Yared (PR), Edson Moreira (MG) e Renata Abreu (SP). Na época, também elegeu 14 deputados estaduais mas manteve um desempenho eleitoral pouco significativo.
Devido sua pouca projeção, a sigla que era tradicionalmente trabalhista e nacionalista,[28][29][2] gradualmente acomodou seu programa às novas preferências políticas, passando a também agremiar nomes mais à direita e adotar uma perspectiva conservadora liberal. Nesse liame, com a janela partidária no início do ano de 2016, vários parlamentares trocaram de legenda e o destino de alguns deles foi o PTN que, à época, passou a ter 13 deputados federais. Ainda como PTN, obteve o maior crescimento proporcional no número de prefeituras nas eleições de 2016.[19]
Troca de nome e história recente
[editar | editar código-fonte]Em maio de 2017, o então "Partido Trabalhista Nacional" foi autorizado a mudar de nome e passou a ser denominado "Podemos".[18] A mudança foi uma tentativa de modernização devido à crise político-econômica de 2014.[30] Baseado em pesquisas e estudos de consultorias, a organização foi renomeada por inspiração no mote "sim, nós podemos" (yes, we can) da campanha de Barack Obama à presidência dos EUA em 2008 e sem qualquer relação com o partido espanhol homônimo. A essa época, a bancada do partido foi caracterizada como de centro-direita com parlamentares conservadores pelo presidente do diretório estadual na Bahia, João Carlos Bacelar Batista, enquanto que a nova organização buscaria o centrismo, segundo seus dirigentes.[31][19][32][33]
Ainda em 2017, passou a ter representatividade no Senado Federal com a filiação de Alvaro Dias, Romário e José Medeiros.
Em virtude da delação da JBS, em 18 de maio do mesmo ano, foi o primeiro partido a abandonar a base aliada do governo Michel Temer, saindo também do bloco partidário do qual integrava ao lado do Progressistas e do Avante (na época chamado de Partido Trabalhista do Brasil, PTdoB), então declarou-se independente em relação ao governo.[34] Posteriormente, fez o mesmo com os deputados estaduais Chiquinho da Mangueira e Jorge Moreira Teodoro por votarem para livrar os colegas Jorge Picciani, então presidente da ALERJ, Paulo Melo e Edson Albertassi da prisão, sendo estes alvos da Operação Cadeia Velha.[35] Por fim, expulsou o deputado Alexandre Baldy após o mesmo aceitar o cargo de ministro das cidades no governo do então presidente Michel Temer.[36]
Como candidato à presidência nas eleições de 2018, lançou Alvaro Dias.[37] Para acompanhá-lo, Paulo Rabello de Castro, um ex-presidente do BNDES e do IBGE, foi escolhido como candidato a vice-presidente.[38] No pleito da campanha, foi defendido um pacto social para refundar a República, o aumento de investimentos nos setores de educação, além de uma reforma tributária e política do país.[39]
Em 21 de dezembro de 2018, incorporou o PHS.[21]
Nas eleições municipais de 2020, elegeu 1.524 vereadores e 99 prefeitos, entre os quais, seu primeiro prefeito de uma capital: Eduardo Braide em São Luís, Maranhão.[40] Em 2021, chegou a filiar importantes nomes, dissidentes do governo de Jair Bolsonaro, como o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro e o general Santos Cruz.[41][42]
Em 2022, o partido conseguiu superar a cláusula de barreira nas eleições gerais.[43]
Em 22 novembro de 2022, foi anunciada a incorporação do PSC ao Podemos, para que o primeiro continuasse recebendo o fundo partidário e tivesse acesso ao tempo de propaganda eleitoral na televisão e rádio.[44][45] A convenção conjunta dos partidos, que formalizou a incorporação, foi realizada em 8 de dezembro de 2022.[46][47] Em 16 de junho de 2023, o TSE homologou a incorporação.[23] De início, a incorporação seria uma fusão, com a criação de um novo partido Podemos com o número eleitoral 20.[45] Em 5 de março de 2024 foi oficializada a mudança do número eleitoral, deixando de ser 19 e passando a ser 20.[24]
Ideologia
[editar | editar código-fonte]Segundo representantes como sua presidente nacional, Renata Abreu, o Podemos não é de esquerda ou de direita, mas "para a frente", defensor de mais participação popular no processo de tomada de decisões.[31][48][49][50]
O partido defende uma democracia participativa no Brasil, seja através de plebiscitos e referendos (como proposto na PEC 330/2017, de autoria de Renata Abreu, que propõe que a cada eleição o povo possa votar em mais do que candidatos, mas também em temas importantes de interesse da maioria),[51] veto popular (como defende a PEC 331/2017, também de Renata Abreu, que pretende incluir na constituição o direito do povo de vetar leis já aprovadas)[52] ou direito de revogação (conforme propõem a PEC 37/2016, de Alvaro Dias,[53] e a PEC 332/2017, de Renata Abreu).[54]
Na análise clássica das ciências políticas, é definido como sendo de centro-direita por englobar, em sua ideologia, apoio ao liberalismo econômico moderado contrário a medidas como privatização de empresas estratégicas,[55][56][57][4][58] à distribuição de renda,[59][60][61] à política verde,[62][63] à defesa da mulher,[64][65][66] ao voto facultativo, ao desarmamento civil[67][68][69] e a políticas de prevenção ao uso de drogas.[70][71][72] Ademais, por ter adotado uma postura anticorrupção após sua renovação em 2017, é favorável ao fim do Foro Privilegiado, à prisão em segunda instância, à transparência com contas/contratos públicos,[73] à Operação Lava-Jato e contra o aumento do fundo eleitoral e partidário.[74]
Organização
[editar | editar código-fonte]Parlamentares atuais
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Número de filiados[editar | editar código-fonte]
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Desempenho eleitoral
[editar | editar código-fonte]Legislatura | Bancada | % | ± |
---|---|---|---|
50ª (1995–1999) | 0 / 513 | 0,00 | 0 |
51ª (1999–2003) | 0 / 513 | 0,00 | 0 |
52ª (2003–2007) | 0 / 513 | 0,00 | 0 |
53ª (2007–2011) | 0 / 513 | 0,00 | 0 |
54ª (2011–2015) | 0 / 513 | 0,00 | 0 |
55ª (2015–2019) | 4 / 513 | 0,77 | 4 |
56ª (2019–2023) | 11 / 513 | 2,14 | 7 |
57.ª (2023–2027) | 12 / 513 | 2,33 | 1 |
Os números das bancadas representam o início de cada legislatura, desconsiderando, por exemplo, parlamentares que tenham mudado de partido posteriormente.
Eleições estaduais
[editar | editar código-fonte]Participação e desempenho do PODE nas eleições estaduais de 2022[77] | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Candidatos majoritários eleitos. Em negrito estão os candidatos filiados ao PODE durante a eleição.
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Participação e desempenho do PODE nas eleições estaduais de 2018[77] | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Candidatos majoritários eleitos (7 governadores e 11 senadores). Em negrito estão os candidatos filiados ao PODE durante a eleição.
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Eleições presidenciais
[editar | editar código-fonte]Ano | Imagem | Candidato(a) à presidência | Candidato(a) à vice-presidência | Coligação | Votos | Posição |
---|---|---|---|---|---|---|
1998 | — | Thereza Ruiz (PTN) | Eduardo Gomes (PTN) | Sem coligação | 166.138 (0,23%) | 10ª |
2010 | Dilma Rousseff (PT) | Michel Temer (PMDB) | Para o Brasil Seguir Mudando | 55.752.529 (56,05%) | 1ª | |
2014 | Aécio Neves (PSDB) | Aloysio Nunes (PSDB) | Muda Brasil | 51.036.040 (48,36%) | 2ª | |
2018 | Alvaro Dias (PODE) | Paulo Rabello de Castro (PSC) | Mudança de Verdade | 859.574 (0,8%) | 9ª | |
2022 | Simone Tebet (MDB) | Mara Gabrilli (PSDB) | Brasil para Todos (MDB, Federação PSDB Cidadania e PODE) | 4.915.423 (4,16%) | 3ª |
Notas
Referências
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Moro is currently working in the private sector, but his name has been floated as a potential presidential contender for the centre-right Podemos party. [Moro atualmente trabalha no setor privado, mas o seu nome tem sido apontado como um potencial candidato presidencial pelo partido Podemos, de centro-direita.]
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