Cláudio Castro – Wikipédia, a enciclopédia livre

Sua Excelência
Cláudio Castro
Cláudio Castro
64.° Governador do Rio de Janeiro
No cargo
Período 1° de maio de 2021
até a atualidade[nota 1]
Vice-governador Cargo Vago (2021-2023)
Thiago Pampolha (2023-presente)
Antecessor(a) Wilson Witzel
21.° Vice-governador do Rio de Janeiro
Período 1° de janeiro de 2019
até 30 de abril de 2021
Governador Wilson Witzel
Antecessor(a) Francisco Dornelles
Sucessor(a) Thiago Pampolha
Vereador do Rio de Janeiro
Período 1° de janeiro de 2017
até 1° de janeiro de 2019
Dados pessoais
Nome completo Cláudio Bonfim de Castro e Silva
Nascimento 29 de março de 1979 (45 anos)
Santos, SP
Nacionalidade brasileiro
Partido PSC (2002-2005)
PSDB (2005-2011)
PSC (2011-2013)
PROS (2013-2015)
PMDB (2015-2016)
PSC (2016-2021)
PL (2021-presente)
Religião Católico
Profissão Advogado

Cláudio Bomfim de Castro e Silva (Santos, 29 de março de 1979) é um advogado e político brasileiro, filiado ao Partido Liberal (PL) e atual governador do Rio de Janeiro. Como vice-governador, assumiu interinamente o governo do estado em 28 de agosto de 2020 em decorrência do afastamento do titular Wilson Witzel,[1][2] tomando posse efetivamente no cargo em 1 de maio de 2021.[3] Foi eleito governador propriamente na eleição de 2022 com 58,67% dos votos,[4] tornando-se o segundo governador mais jovem da história[5] e o mais jovem eleito após a redemocratização brasileira.[6]

Cláudio Castro nasceu em Santos (SP), mas ainda criança mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro.[7] Em 2005, formou-se em Direito pelo Centro Universitário da Cidade do Rio de Janeiro (UniverCidade), instituição de ensino particular descredenciada pelo Ministério da Educação em 2014. Além de advogado, também é músico, compositor e cantor, autor de dois álbuns de música católica.[8]

Castro também é membro da Renovação Carismática Católica há mais de vinte anos e foi coordenador arquidiocesano do Ministério de Fé e Política da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Além disso, foi um dos animadores oficiais do evento Rio de Água Viva, maior retiro popular da Renovação Carismática Católica do Rio, que já chegou a reunir mais de dez mil participantes durante os dias de Carnaval.[9][10]

Trajetória política

[editar | editar código-fonte]

Cláudio Castro começou sua trajetória política em 2004 como chefe de gabinete do então vereador Márcio Pacheco, com quem seguiu para Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro até 2016, também como chefe de gabinete.[11]

Em 2013, trabalhou como assessor especial na Câmara dos Deputados, em Brasília.[12]

Câmara Municipal do Rio

[editar | editar código-fonte]

Em 2016, Cláudio Castro foi eleito para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro com 10 262 votos, sendo o 56º candidato a vereador mais votado.[13] Isso veio depois de uma primeira tentativa sem êxito em 2012, quando obteve 8 298 votos.[14]

Cláudio Castro é autor do Projeto de Lei nº 213, de 2017, que estabelece a obrigatoriedade da utilização de percentual mínimo de 10% do valor arrecadado com as multas de trânsito para assegurar a mobilidade e acessibilidade a pessoas com deficiência.[15][carece de fonte melhor]

Vice-governador do Rio de Janeiro

[editar | editar código-fonte]
Cláudio Castro, então vice-governador, participa da posse de Wilson Witzel como Governador do Rio de Janeiro, em janeiro de 2019.

Em 6 de agosto de 2018, o Partido Social Cristão (PSC) confirmou que Claudio Castro seria o candidato a vice-governador do estado do Rio de Janeiro na chapa de Wilson Witzel (PSC), e que a legenda não teria alianças na corrida pelo governo do estado.[16] Em 28 de outubro de 2018, a chapa foi eleita no segundo turno das eleições com 59,87% (4 675 355) dos votos válidos, para um mandato de quatro anos.[17]

Governo do Rio de Janeiro

[editar | editar código-fonte]
Cláudio, à direta e no microfone, ao lado dos governadores Ibaneis Rocha (do Distrito Federal) e o vice-governador Rodrigo Garcia (de São Paulo), no VI Fórum Nacional dos Governadores
Logomarca do governo do Rio de Janeiro adotada sob Cláudio Castro

Em 28 de agosto de 2020, Cláudio Castro assumiu interinamente o governo do estado do Rio de Janeiro em decorrência do afastamento do titular Wilson Witzel.[1][2] Após o impeachment de Witzel, Castro assumiu o governo do estado definitivamente, em 1º de maio de 2021.[3]

Investigação por recebimento de propina

[editar | editar código-fonte]

Em março de 2021, Bruno Selem, ex-funcionário da empresa Servlog, delatou ao Ministério Público (MP) que, em 2019, quando ainda era vice-governador, Cláudio Castro recebeu 100 mil reais em propina de um empresário investigado por corrupção.[18] Vídeos divulgados na imprensa mostram o encontro de Castro com Flavio Chadud, dono da Servlog, empresa que tinha contratos com uma fundação subordinada à vice-governadoria do estado, a Fundação Leão XIII.[19] No dia seguinte ao encontro, Chadud foi preso na primeira fase da Operação Catarata, que investigou justamente irregularidades em contratos da tal fundação. A investigação do MP apura se Cláudio Castro recebia propina da empresa Servlog desde quando era vereador da cidade do Rio, entre 2017 e 2018. Após a delação, Castro se manifestou por meio de nota afirmando estar processando o delator Bruno Selem em diversas instâncias por calúnia e denunciação caluniosa.[18] Já em 4 de julho de 2022, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu enviar ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) um recurso do governador Cláudio Castro pedindo a anulação do acordo de delação premiada em que ele é acusado por suposta falta de transparência, fidelidade e a voluntariedade da delação.[20]

Também em 2021, o MP abriu investigação contra Cláudio por suspeita de fraude na compra de mais de um milhão de cestas básicas durante a pandemia de COVID-19. Segundo o Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE), o prejuízo aos cofres públicos pode chegar a R$ 3,4 milhões de reais.[21] A apuração do TCE apontou 11 irregularidades nos contratos de compra da Fundação Leão XIII, entre elas a suspeita de direcionamento das contratações e a escolha da proposta mais cara para a compra das cestas básicas. Mesmo após o procurador-geral de justiça Luciano Oliveira Mattos de Souza encaminhar ofício ao gabinete do governador solicitando que ele se manifestasse por escrito sobre as irregularidades constatadas nos processos do TCE, não houve retorno de Cláudio Castro.[22][23]

Em janeiro de 2024, um relatório da Polícia Federal (PF) indicou sete ocasiões, entre 2017 e 2019, em que Castro recebeu propina. Os valores chegariam a 326 mil reais e também 20 mil dólares (que ele teria recebido durante uma viagem à Disney). Castro negou as acusações, dizendo que eram "infundadas, velhas e requentadas".[24]

Em julho de 2024, a PF indiciou Cláudio Castro pelos crimes de corrupção e peculato[25] e pediu seu afastamento.[26] A defesa do governador afirmou que pedirá a nulidade da investigação da PF e diz que as acusações são "infundadas".

Chacinas policiais

[editar | editar código-fonte]

O governo de Cláudio Castro no Rio de Janeiro foi marcado por chacinas policiais. Entre elas, a Chacina do Jacarezinho, conhecida por ser a mais letal da história do Brasil; a Chacina da Vila Cruzeiro, que ocupa o segundo lugar; e a Chacina do Complexo do Alemão, o quinto. De acordo com o pesquisador Daniel Hirata, coordenador do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni/UFF), a principal característica do seu governo é o negacionismo em segurança pública, ao incentivar a violência policial. Todas as operações foram feitas contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de restringir ações policiais durante a pandemia de COVID-19.[27]

Já em outubro de 2021, a imprensa divulgou que pelo menos cinco membros dos Guardiões do Crivella, isto é, funcionários pagos com dinheiro público para impedir denúncias na Saúde durante a gestão municipal anterior, passaram a fazer parte do governo de Cláudio Castro.[28]

Histórico eleitoral

[editar | editar código-fonte]
Ano Eleição Partido Coligação Candidato a Votos % Resultado Ref
2012 Municipal do Rio de Janeiro PSC Somos um Rio

(PMDB, PSC)

Vereador 8.298 0,27% Suplente [29]
2016 Municipal do Rio de Janeiro Sem coligação proporcional 10.262 0,35% Eleito [30]
2018 Estaduais no Rio de Janeiro Mais Ordem, Mais Progresso

(PSC, PROS)

Vice-governador

Titular: Wilson Witzel (PSC)

3.154.771 41,28%

(1º Turno)

Eleito [31]
4.675.355 59,87%

(2º Turno)

2022 Estaduais no Rio de Janeiro PL Rio Unido e Mais Forte
(PL, MDB, Avante, DC, PMN, PODE, PP, PROS, Republicanos, PRTB, PSC, PTB, Solidariedade, UNIÃO)
Governador 4.930.288 58,27% Eleito [4]

Notas e referências

Notas

  1. Governador em exercício entre 28 de agosto de 2020 e 30 de abril de 2021.

Referências

  1. a b «Quem é Cláudio Castro, o cantor católico que assume o lugar de Witzel no RJ». CNN Brasil. Consultado em 28 de agosto de 2020 
  2. a b «Vice Cláudio Castro, que assume o governo do RJ, também é alvo de operação que apura corrupção». G1. Consultado em 28 de agosto de 2020 
  3. a b «Tribunal aprova por unanimidade impeachment de Witzel, que fica inelegível por 5 anos». G1. Consultado em 1 de maio de 2021 
  4. a b «Cláudio Castro é reeleito governador do RJ no primeiro turno com quase 60% dos votos». G1. Consultado em 6 de outubro de 2022 
  5. «Cláudio Castro desiste do DEM e vai se filiar ao PL». O Globo. 19 de maio de 2021. Consultado em 19 de maio de 2021 
  6. Sabóia, Gabriel (11 de junho de 2020). «Quem é Cláudio Castro, o vice de Wilson Witzel no governo do Rio». UOL. Consultado em 11 de junho de 2020 
  7. «Quem é Cláudio Castro, o cantor católico que assumiu o lugar de Witzel no RJ». CNN Brasil. 10 de junho de 2020. Consultado em 4 de agosto de 2022 
  8. «Saiba quem é Cláudio Castro, que assumiu o Governo do RJ após impeachment de Witzel». Folha de S.Paulo. 28 de agosto de 2020. Consultado em 4 de agosto de 2022 
  9. «Quem é Cláudio Castro, o cantor católico que pode assumir lugar de Witzel no RJ». CNN Brasil. Consultado em 11 de junho de 2020 
  10. «Popstar católico, vice vira 'primeiro-assessor' de Witzel no Governo do RJ». Folha de S.Paulo. 16 de junho de 2019. Consultado em 11 de junho de 2020 
  11. «Quem é Cláudio Castro, o cantor católico que assumiu o lugar de Witzel no RJ». CNN Brasil. 10 de junho de 2020. Consultado em 4 de agosto de 2022 
  12. «Importantes órgãos da área de Transporte do governo do Rio ficarão na mão do vice de Witzel». O Globo. 2 de janeiro de 2019. Consultado em 11 de junho de 2020 
  13. «Apuração - Candidatos a Vereador de RIO DE JANEIRO - RJ». Gazeta do Povo. 2016. Consultado em 4 de agosto de 2016 
  14. «Apuração - Rio de Janeiro». G1. 2012. Consultado em 4 de agosto de 2022 
  15. «Cláudio Castro». Câmara municipal do Rio de Janeiro. Consultado em 11 de junho de 2020 
  16. «Vereador Cláudio Castro será o candidato a vice-governador na chapa de Wilson Witzel, do PSC». G1. 6 de agosto de 2018. Consultado em 11 de junho de 2020 
  17. «Wilson Witzel, do PSC, é eleito governador do RJ». G1. Consultado em 11 de junho de 2020 
  18. a b Bruzzi, Marcelo; Gomes, Marcelo (3 de março de 2021). «Vídeos mostram encontro em que, segundo delator, Claudio Castro recebeu R$ 100 mil em propina». GloboNews. Consultado em 4 de agosto de 2022 
  19. «Delator diz que Cláudio Castro recebeu mais de 100 mil de propina». G1. 2021. Consultado em 4 de agosto de 2022 
  20. «Justiça do Rio envia para STJ decidir sobre validade de delação contra Cláudio Castro». CNN. 4 de julho de 2022. Consultado em 4 de agosto de 2022 
  21. Menezes, Bruno (3 de setembro de 2021). «MPRJ mira Cláudio Castro e investiga licitações de cestas básicas». Metrópoles. Consultado em 4 de agosto de 2022 
  22. Figueiredo, Pedro (2 de setembro de 2021). «MP investiga Cláudio Castro por suspeita de fraude na compra de cestas básicas». G1. Consultado em 4 de agosto de 2022 
  23. Janone, Lucas; Carvalho, Bruna (3 de setembro de 2021). «MP do Rio investiga Cláudio Castro por supostas fraudes durante a pandemia». CNN. Consultado em 4 de agosto de 2022 
  24. Marcelo Gomes; Marcelo Bruzzi; Márcia Brasil (17 de janeiro de 2024). «Cláudio Castro recebeu R$ 326 mil e US$ 20 mil de propina quando era vereador e vice-governador, aponta relatório da PF». G1. Consultado em 18 de janeiro de 2024 
  25. «PF indicia governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro». G1. 30 de julho de 2024. Consultado em 30 de julho de 2024 
  26. «Entenda o caso do indiciamento de Cláudio Castro pela PF em investigação sobre suposto desvio de recursos». O Globo. 30 de julho de 2024. Consultado em 31 de julho de 2024 
  27. Igor Mello (21 de julho de 2022). «Governo Castro tem 3 das 5 chacinas policiais mais letais da história do RJ». UOL. Consultado em 22 de julho de 2022. Cópia arquivada em 22 de julho de 2022 
  28. «Exonerados após o governo Crivella, alguns 'guardiões' voltam a ocupar cargos públicos». G1. Consultado em 8 de outubro de 2021 
  29. «Claudio Castro PSC 20010». UOL. Consultado em 6 de outubro de 2022 
  30. «Veja os 51 vereadores eleitos para a Câmara Municipal do Rio». G1. Consultado em 6 de outubro de 2022 
  31. «Cláudio Castro 20». Estadão. Consultado em 6 de outubro de 2022 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]