Embraer CBA-123 – Wikipédia, a enciclopédia livre
CBA 123 Vector | |
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Embraer/FMA CBA-123 Vector em 1990 | |
Descrição | |
Tipo / Missão | Avião comercial |
País de origem | Brasil / Argentina |
Fabricante | Embraer / FMA |
Primeiro voo em | 18 de julho de 1990 (34 anos) |
Tripulação | 2 |
Passageiros | 19 |
Especificações | |
Dimensões | |
Comprimento | 18,50 m (60,7 ft) |
Envergadura | 16,46 m (54,0 ft) |
Altura | 5,60 m (18,4 ft) |
Peso(s) | |
Peso vazio | 4 900 kg (10 800 lb) |
Peso carregado | 7 711 kg (17 000 lb) |
Propulsão | |
Motor(es) | 2x Garrett Systems TPF351-20A |
Potência (por motor) | 1 219 hp (909 kW) |
Performance | |
Velocidade máxima | 593 km/h (320 kn) |
Alcance (MTOW) | 1 610 km (1 000 mi) |
Teto máximo | 12 192 m (40 000 ft) |
O Embraer CBA-123 Vector é um avião bimotor turboélice, voltado para voos regionais e capacidade para 19 passageiros, projetado pelas empresas Embraer, do Brasil, e Fabrica Militar de Aviones, da Argentina, que não chegou à fase comercial e que teve apenas dois protótipos construídos.[1]
Histórico
[editar | editar código-fonte]Desenvolvimento
[editar | editar código-fonte]No ano de 1986, o Comandante da Força Aérea Argentina, em visita à Embraer, sugeriu a cooperação desta com a similar de seu país, denominada FMA, a fim de desenvolver uma aeronave comercial de passageiros para voos regionais.
A então estatal brasileira, que planejava um substituto para o Embraer EMB-110 Bandeirante e que fosse um turboélice com desempenho de jato, celebrou acordo com a fabricante argentina em janeiro de 1986, quando participaram os presidentes José Sarney e Raul Alfonsin.
A Embraer, que já tinha um projeto denominado EMB-123, que seria o terceiro membro do “Projeto 12X”, que teve início com o EMB-121 "Xingu" e que foi seguido pelo EMB-120 "Brasília".
Mas com a associação entre os dois países, o avião foi renomeado para CBA-123, com a sigla CBA significando Cooperação Brasil-Argentina.[2]
A carga de trabalho do projeto, orçado em US$ 300 milhões, foi dividida na proporção de 70% para a Embraer e 30% para a FMA. Também foi acertado que seriam criadas duas linhas de montagem da aeronave, uma em São José dos Campos e outra em Córdoba.Dos estudos resultou a aeronave, totalmente baseada no Embraer EMB-120 Brasilia, que foi batizada de Paraná, pelos argentinos, e de Tapajós, pelos brasileiros. Mas como o objetivo era o mercado internacional, foi escolhido por concurso um nome mais fácil de se pronunciar: CBA-123 Vector, em que "CBA" é uma abreviatura para "Cooperação Brasil-Argentina".[3]
A semelhança entre os projetos fez com que a então Embraer adotasse o conceito de família de aeronaves (EMB-120 e EMB-123).
O curioso desenho tinha a configuração de propulsão pusher, com os motores junto à fuselagem na traseira e as pás voltadas para trás.
Primeiros voos
[editar | editar código-fonte]Foram construídos dois protótipos da aeronave. O primeiro teve seu voo inaugural em 18 de julho de 1990, decolando do Aeroporto de São José dos Campos, voando conforme o planeado.
No dia 30 de julho, fez seu voo oficial de apresentação, que contou com a presença dos presidentes do Brasil, Fernando Collor de Mello, e da Argentina, Carlos Menem.
Dois protótipos foram encomendados, mas com o atraso na fábrica argentina, apenas o modelo fabricado pela Embraer ficou pronto, fazendo seu voo de testes também em 1990.
Fim do projeto
[editar | editar código-fonte]Considerada uma das aeronaves mais modernas de seu tempo, incluindo tecnologia de ponta em aviônica, aerodinâmica, conforto e propulsão, teve seu projeto cancelado, uma vez que as duas fabricantes passavam por dificuldades financeiras e o mercado de aviação estava em retração.
Seus dois protótipos foram desmontados, mas apesar do fracasso comercial, o conhecimento adquirido pela Embraer foi essencial para desenvolvimento da bem sucedida família de jatos Embraer ERJ.[3]
Restauração
[editar | editar código-fonte]Em fevereiro de 2008, foi iniciado um processo de restauração dos dois protótipos do CBA-123 Vector, como parte das atividades de comemoração dos 40 anos da Embraer, que ocorreu em 2009. Para os trabalhos foi realizada parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI de São José dos Campos, Jacareí e Taubaté, contando com 36 alunos do curso de Mecânica Geral.
Os protótipos, de matrícula PT-ZVE e PT-ZVB, tiveram a restauração concluída em maio e julho de 2009, respectivamente, para em seguida serem apresentados na sede da Embraer. O primeiro foi transferido ao Memorial Aeroespacial Brasileiro (MAB), localizado dentro do então Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos, interior de São Paulo.[4] O outro foi transferido para o Museu Aeroespacial, no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro.
Imagens
[editar | editar código-fonte]- Detalhe do motor
- Linha de montagem do protótipo
- Embraer 123 em Farborough (1990)
- CBA 123 restaurado, no MUSAL
- Aeronave em testes de voo
Referências
- ↑ «CBA-123 Vector | EMBRAER - FMA - MUSAL». www2.fab.mil.br. Consultado em 19 de maio de 2022
- ↑ «Conheça o CBA-123, avião da Embraer que fracassou, com Argentina e privatização». CNN Brasil. Consultado em 19 de maio de 2022
- ↑ a b Embraer S.A. CBA 123 Vector. Centro Histórico Embraer: São José dos Campos. Acesso em 8 de fevereiro de 2014.
- ↑ Embraer - Restauração do CBA
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Embraer
- FAdeA (FMA)
- Lista de aviões