Estação Carrão – Wikipédia, a enciclopédia livre

Carrão - Assaí Atacadista
Estação Carrão
Vista da estação, 2006
Uso atual Estação de metrô
Proprietário Governo do Estado de São Paulo
Administração Metrô de São Paulo
Linha Vermelha
Sigla CAR
Posição Superfície
Plataforma Central
Movimento em 54 000[1]
Serviços Acesso à deficiente físico Escada rolante Elevador Bicicletário Venda de Bilhetes Táxi Terminal rodoviário
Informações históricas
Nome antigo Carrão (1986-2021)
Inauguração 31 de maio de 1986 (38 anos)
Projeto arquitetônico Hélio Pasta e Ariaki Kato/[2]
Themag Engenharia[3]
Localização
Coordenadas 23° 32' 16" S 46° 33' 51" O
Endereço Radial Leste X Rua Apucarana, Tatuapé
Município São Paulo
País Brasil
Próxima estação
Sentido
Palmeiras–Barra Funda
Sentido
Corinthians–Itaquera
Carrão
Assaí Atacadista

A Estação Carrão-Assaí Atacadista é uma estação metroviária da Linha 3–Vermelha do metrô da cidade brasileira de São Paulo. Está situada na Avenida Radial Leste, na esquina com a Rua Apucarana.[4]

Apesar do nome, a estação fica no distrito do Tatuapé, poucos quilômetros a oeste da divisa com o distrito de Carrão. Foi inaugurada no dia 31 de maio de 1986.[4]

Após a definição do local da estação em 1976, a Companhia do Metropolitano desapropriou as áreas necessárias para a construção da estação através do decreto 13154 de 25 de junho de 1976.[5][6] O projeto da estação Tatuapé foi apresentado em meados de 1979 sendo incluído num grupo de 8 estações com projetos padronizados em 19 módulos de concreto destinados a facilitar sua implantação (vide seção características).[7][8] Apesar da expectativa de iniciar as obras ainda no final da década de 1970 e inaugurar a estação em fevereiro de 1983,[9] as obras foram iniciadas apenas em 1982[10] e paralisadas no final daquele ano. Retomadas em junho de 1985,[11] foram concluídas em março de 1986.[12] A estação Carrão foi entregue em 31 de maio de 1986.[13]

Características

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Estação em superfície, composta por 19 blocos de concreto pré moldado de 15 m X 12,50 m com mezanino de distribuição sobre plataforma central, estrutura em concreto aparente e cobertura espacial metálica treliçada. Possui acesso a portadoras de deficiência através de rampas e elevador. Esta integrada a terminal de ônibus urbano.[4] Possui capacidade de até 20 mil passageiros por dia, numa área construída de 12.170 m², sendo:[7][14]

Bloco Tamanho (m²)
Plataforma 2700
Mezanino 1600
Salas técnicas 850
Salas operacionais 380
Acessos 1800
Terminais de ônibus 4700
Sanitários públicos 140
Equipamento Quantidade
Escadas Rolantes 8
Bloqueios 16
Bilheterias 2
Elevadores 1
Retrato do Conselheiro Carrão

João da Silva Carrão (1810-1888) foi um advogado, jornalista e político, tendo ocupado vários cargos, com destaque para a presidência das províncias imperiais do Pará e de São Paulo além do comando do Ministério da Fazenda do Império do Brasil.[15]

O loteamento imobiliário Vila Carrão foi criado em 1916. Para acessá-lo, foi aberta entre 1927 e 1930 uma estrada de terra batida que ligava a Estrada de Ferro Central do Brasil até a Estrada de Sapopemba. Essa estrada foi batizada "Estrada do Itaquera-Carrão". Em 1954 o nome foi oficializado pela prefeitura de São Paulo como Avenida Conselheiro Carrão.

Durante a elaboração do projeto da Linha Leste-Oeste do metrô, a equipe do professor Nestor Goulart Reis Filho foi responsável por elaborar os estudos toponímicos para batizar as estações. Sobre a "Estação 6", a equipe ofereceu três sugestões de nomes:[16]

  • "Marengo" - por causa da Rua Francisco Marengo, batizada em 1916 em homenagem ao premiado viticultor Francesco Marengo (que ali possuía sua chácara).[17]
  • "Gualberto" - nome da estação ferroviária então existente ali, batizada em 1935 como homenagem ao engenheiro Sebastião Gualberto, da EFCB;[18]
  • "Garça" - grifado erroneamente como Graça, nome de uma pequena rua batizada em 1935 que homenageava o município homônimo e terminava transversalmente ao traçado da linha do metrô.[19]

Entre esses nomes, a equipe escolheu "Marengo".[16] O prefeito Olavo Setúbal, porém, batizou a estação como "Carrão" devido ao fato de ela estar situada setecentos metros a oeste do Viaduto Conselheiro Carrão (parte da avenida homônima), localizado transversalmente à linha. O nome da Estação Carrão (assim como os das demais estações das linhas Norte—Sul e Leste—Oeste) foi oficializado por meio do decreto municipal 15 453, de 9 de novembro de 1978.[20]

Na década de 1970, a Vila Carrão, então subdistrito do Tatuapé, foi elevada à categoria de distrito, englobando a área onde a estação homônima de metrô estava sendo construída. Em 1990, com uma reorganização dos distritos paulistanos, Vila Carrão perdeu parte de sua área, incluindo aquela onde está localizada a estação do metrô (agora pertencente ao distrito do Tatuapé).[15][21][22]

Desde a abertura da estação, em 1986, dois projetos de lei tentaram alterar seu nome:

  • Em dezembro de 1987, o deputado estadual Abdo Haddad (PDS) apresentou o projeto de lei 0830/1987, solicitando a mudança do nome da estação Carrão para "Antônio de Barros" (rua localizada a 650 m á leste da estação). O deputado alegou que a estação encontrava-se situada a 3 quilômetros do bairro Vila Carrão (embora a estação estivesse dentro dos limites do distrito Carrão e a 700 metros da Avenida Conselheiro Carrão). O projeto foi rejeitado no ano seguinte.[23][24]
  • Em novembro de 1996, o então deputado estadual Afanásio Jazadji (PFL) apresentou o projeto de lei 719/1996 que previa renomeação da estação para "Corinthians", em virtude da estação estar situada a 1,5 quilômetro da sede do clube homônimo (Parque São Jorge). O projeto foi rejeitado, por conta do clube ter sido já homenageado com a estação "Corinthians-Itaquera" e da denominação proposta não atender ao interesse público local (mais identificado geograficamente com o nome Carrão).[25]

No dia 25 de novembro de 2021, a Companhia do Metropolitano de São Paulo informou que, em decorrência de um leilão de naming rights, no qual foi concedido à iniciativa privada o direito de renomear a estação, a partir do dia seguinte, a estação passaria a se chamar Carrão-Assaí Atacadista por um período de dez anos. O direito de renomear a estação foi cedido pela Cia. do Metropolitano para a empresa Digital Sports Media (DSM) por um valor mensal de 168 mil reais. A DSM revendeu os direitos ao Assaí Atacadista por um valor não informado. De acordo com a rede atacadista, o motivo da compra foi que a sua primeira loja, inaugurada em 1974, está localizada no bairro do Carrão, na Rua Manilha, 42, embora a estação esteja inteiramente localizada no bairro do Tatuapé e relativamente distante da referida loja.[26][27]

Obras de arte

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A estação não faz parte do "Roteiro da Arte nas Estações".[28]

Sigla Estação Inauguração Capacidade Integração Plataformas Posição Notas
CAR Carrão
Assaí Atacadista
31 de maio de 1986 20 mil passageiros hora/pico Bilhete Único da SPTrans Central Superfície Estação com estrutura de concreto aparente
Cobertura metálica treliçada

Referências

  1. Metrô SP (2013). «Informações sobre a demanda». Consultado em 28 de fevereiro de 2015 
  2. FERRI, Denis (2018). «O Terminal de Ônibus Urbano e a Estrutura da Cidade: Análise da formação tipológica dos terminais e seu papel na estruturação da cidade de São Paulo» (PDF). pp.197, 215 e 217. Consultado em 17 de dezembro de 2023 
  3. «Transportes» (PDF). Themag Engenharia. Consultado em 11 de junho de 2019 
  4. a b c Metrô de São Paulo. «Estação Carrão». Consultado em 2 de abril de 2019 
  5. Prefeitura de São Paulo (25 de junho de 1976). «Decreto Nº 13.154». leis Municipais. Consultado em 29 de maio de 2019 
  6. «Desapropriados mais 600 imóveis para o Metrô». Folha de S.Paulo, Ano LVI, Edição 17273, Página 14. 29 de junho de 1976. Consultado em 29 de maio de 2019 
  7. a b SETUBAL, Olavo (1979). São Paulo: a cidade, o habitante, a administração: 1975-1979. [S.l.]: Prefeitura de São Paulo. p. 77 
  8. PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO (1979). Leste-Oeste: em busca de uma solução integrada. [S.l.]: Companhia do Metropolitano de São Paulo. 203 páginas 
  9. «Presidente do Metrô tem planos modestos». Folha de S.Paulo, Ano 59, Edição 18767, Página 14. 20 de agosto de 1980. Consultado em 29 de maio de 2019 
  10. Ana Maria Leopoldo e Silva (20 de dezembro de 1981). «Metrô abre novas estações em 82». Folha de S.Paulo, ano, edição, página 24. Consultado em 11 de junho de 2019 
  11. «Governo assina contratos para obras no Metrô». Folha de S.Paulo, Ano 65, edição 20525, página 27. 13 de junho de 1985. Consultado em 26 de novembro de 2021 
  12. «Montoro inaugura em maio duas estações». A Tribuna (Santos), ano XCII, edição 349, página 3/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 12 de março de 1986. Consultado em 26 de novembro de 2021 
  13. «Paulistas aceleram campanhas». Jornal do Brasil, ano XCVI, edição 54, página 2/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 1 de junho de 1986. Consultado em 26 de novembro de 2021 
  14. «Metrô de São Paulo- Características das estações» (PDF). Themag Engenharia. Consultado em 11 de junho de 2019 
  15. a b Arquivo Histórico Municipal de São Paulo (2019). «Avenida Conselheiro Carrão». Dicionário de Ruas. Consultado em 29 de outubro de 2019 
  16. a b Companhia do Metropolitano de São Paulo (Abril de 1977). «Estação 6». Nomenclatura da Linha Leste, páginas 75-78. Consultado em 1 de janeiro de 2022 
  17. Arquivo Histórico Municipal-Secretaria Municipal de Cultura da cidade de São Paulo. «Francisco Marengo». Dicionário de Ruas. Consultado em 1 de janeiro de 2022 
  18. Ralph Mennucci Giesbrecht. «Engenheiro Gualberto». Estações ferroviárias do Brasil. Consultado em 1 de janeiro de 2022 
  19. Arquivo Histórico Municipal-Secretaria Municipal de Cultura da cidade de São Paulo. «Rua Garça». Dicionário de Ruas. Consultado em 1 de janeiro de 2022 
  20. Prefeitura do Município de São Paulo (9 de novembro de 1978). «Decreto Municipal 15453». Leis Municipais. Consultado em 1 de janeiro de 2022 
  21. Secretaria Municipal da Cultura de São Paulo. «Subprefeitura Aricanduva» (PDF). Departamento do Patrimônio Histórico. Consultado em 29 de outubro de 2019 
  22. «Lei 11220». Prefeitura da cidade de São Paulo. 20 de maio de 1992. Consultado em 29 de outubro de 2019 
  23. Abdo Haddad (5 de dezembro de 1987). «Projeto de Lei 830» (PDF). Diário Oficial do estado de São Paulo, Caderno Executivo I, página 104. Consultado em 29 de outubro de 2019 
  24. Abdo Haddad (2019). «Projeto de Lei 830». Assembléia Legislativa de São Paulo. Consultado em 29 de outubro de 2019 
  25. Afanásio Jazadji. «Projeto de lei 719/1996». Assembléia Legislativa de São Paulo. Consultado em 29 de outubro de 2019 
  26. «Estação da Linha 3-Vermelha passa a se chamar Carrão-Assai Atacadista». Companhia do Metropolitano de São Paulo. Consultado em 25 de novembro de 2021 
  27. Ricardo Méier (25 de novembro de 2021). «Estação "Carrão-Assaí Atacadista" é a primeira a usar os direitos de naming rights do Metrô». Metrô CPTM. Consultado em 26 de novembro de 2021 
  28. Roteiro de Arte - Metrô de São Paulo

Ligações externas

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Precedido por
Tatuapé
Distância: 1.280 metros
Linha 3–Vermelha do Metrô
Carrão-Assai Atacadista
Sucedido por
Penha
Distância: 2.280 metros
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