Estação Ferroviária de São Martinho do Porto – Wikipédia, a enciclopédia livre
São Martinho do Porto | ||||||||||||||||||||
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estação de São Martinho do Porto, em 2017 | ||||||||||||||||||||
Identificação: | 63131 SMP (S.Mart.Porto)[1] | |||||||||||||||||||
Denominação: | Estação de São Martinho do Porto | |||||||||||||||||||
Administração: | Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3] | |||||||||||||||||||
Classificação: | E (estação)[1] | |||||||||||||||||||
Tipologia: | C [2] | |||||||||||||||||||
Linha(s): | Linha do Oeste (PK 117+087) | |||||||||||||||||||
Altitude: | 5 m (a.n.m) | |||||||||||||||||||
Coordenadas: | 39°30′29.56″N × 9°7′59.26″W (=+39.50821;−9.13313) | |||||||||||||||||||
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Município: | Alcobaça | |||||||||||||||||||
Serviços: | ||||||||||||||||||||
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Conexões: | ||||||||||||||||||||
Equipamentos: | ||||||||||||||||||||
Endereço: | Largo 28 de Maio, s/n PT-2460-873 São Martinho do Porto ACB | |||||||||||||||||||
Inauguração: | [quando?] | |||||||||||||||||||
Website: |
A estação ferroviária de São Martinho do Porto, originalmente denominada apenas de São Martinho,[4] é uma interface da Linha do Oeste, que serve a freguesia de São Martinho do Porto, no concelho de Alcobaça, em Portugal.
Descrição
[editar | editar código-fonte]Localização e acessos
[editar | editar código-fonte]A estação situa-se em frente ao Largo 28 de Maio, na localidade de São Martinho do Porto.[5] A via férrea circula pela concha de São Martinho, a norte das Caldas da Rainha.[6]
Caraterização física
[editar | editar código-fonte]Em dados oficiais de Janeiro de 2011, contava com três vias de circulação, com 498, 493 e 276 m de comprimento; as respectivas plataformas apresentavam 214, 209 e 197 m de extensão, e 40, 50 e 45 cm de altura.[7] O edifício de passageiros situa-se do lado nascente da via (lado direito do sentido ascendente, a Figueira da Foz).[8][9]
Serviços
[editar | editar código-fonte]Em dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. com seis circulações diárias em cada sentido (número que se tem mantido sem alterações desde[quando?] pelo menos 2018),[10] variando os seus términos entre Caldas da Rainha e Coimbra-B (tipo inter-regional), e entre Lisboa - Santa Apolónia e Leiria ou Figueira da Foz (tipo regional).[11]
História
[editar | editar código-fonte]Antecedentes
[editar | editar código-fonte]O primeiro caminho de ferro em São Martinho do Porto foi[quando?] uma linha de carros americanos,[12] que servia principalmente para transportar a madeira do Pinhal de Leiria.[13]
Durante o mandato de António Cardoso Avelino como Ministro das Obras Públicas (1871-1876), foram apresentadas várias propostas que não tiveram sucesso, incluindo uma unindo São Martinho do Porto a Ponte de Santana, passando pelo Cartaxo, Rio Maior, Óbidos e Caldas da Rainha.[14]
Planeamento e inauguração
[editar | editar código-fonte]Em Janeiro de 1880, foi feito um contrato entre a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses e o governo, para construir uma via férrea entre a Lisboa-Santa Apolónia e Pombal, com um percurso ao longo da região Oeste, incluindo São Martinho do Porto.[15] Este plano não chegou a avançar devido à queda do governo, pelo que em 31 de Janeiro de 1882 foi feita uma proposta semelhante, mas terminando na Figueira da Foz e com um ramal para Alfarelos, passando por São Martinho do Porto.[15] A povoação era um dos maiores destinos balneares na região, junto com a Nazaré, sendo considerada como uma das principais bases para o estabelecimento da linha férrea ao longo da costa.[16]
Assim, em 1 de Agosto de 1887 foi aberto ao serviço o lanço da Linha do Oeste entre Torres Vedras e Leiria, do qual faz parte a estação de Sâo Martinho do Porto, tendo sido construído pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[17]
Século XX
[editar | editar código-fonte]Em 1934, esta estação estava incluída num programa da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, que estabelecia preços mais baixos para estações que serviam destinos balneares e termais.[18] No ano seguinte, a Companhia construiu as instalações para a quinta Secção de Via e Obras, nesta estação.[19]
Em 1961, esta interface dispunha de serviços de bagagens e passageiros, da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.[20] Em termos de passageiros, era uma das estações com mais movimento na região em 1958, com picos de tráfego durante as épocas balnear, do Natal, e da Páscoa.[21] Em termos de mercadorias, a estação atingia apenas uma mediana importância em termos regionais, exportando principalmente, no regime de vagão completo em pequena velocidade, trigo e gado bovino, enquanto no de grande velocidade as mercadorias eram frutas verdes, legumes e hortaliças verdes.[22]
Nos finais do ano 2000, a Rede Ferroviária Nacional reduziu o número de funcionários em São Martinho do Porto e noutras estações da Linha do Oeste, levando a grandes restrições nos horários de funcionamento.[23] Esta medida foi fortemente contestada pelos habitantes locais, que organizaram um baixo-assinado, tendo a Junta de Freguesia sido forçada a recrutar pessoal, de modo a manter as portas abertas durante o restante período de funcionamento da estação.[23]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Comboios de Portugal
- Infraestruturas de Portugal
- Transporte ferroviário em Portugal
- História do transporte ferroviário em Portugal
Referências
- ↑ a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
- ↑ a b Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
- ↑ Diretório da Rede 2025. I.P.: 2023.11.29
- ↑ Aviso da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, sobre um comboio especial entre as Caldas da Rainha e São Martinho do Porto, por ocasião de festejos nocturnos naquela povoação. Esta estação surge com o nome original, São Martinho.
- ↑ «São Martinho do Porto - Linha do Oeste». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 18 de Setembro de 2011
- ↑ RODRIGUES et al, 1993:384-385
- ↑ «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85
- ↑ (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
- ↑ Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
- ↑ Comboios Regionais : Linha do Oeste : Lisboa / Mira Sintra-Meleças ⇄ Caldas da Rainha / Coimbra («horário em vigor desde 2018.11.04»)
- ↑ Comboios Regionais : Linha do Oeste : Lisboa / Mira Sintra-Meleças ⇄ Caldas da Rainha / Coimbra («horário em vigor desde 2022.12.11»)
- ↑ RODRIGUES et al, 1993:296
- ↑ SERRÃO, 1986:237
- ↑ SERRÃO, 1986:238
- ↑ a b RODRIGUES et al, 1993:297
- ↑ RODRIGUES et al, 1993:383-384
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1682). p. 61-64. Consultado em 3 de Junho de 2014
- ↑ «Viagens e Transportes» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 46 (1115). 1 de Junho de 1934. p. 297. Consultado em 3 de Junho de 2014
- ↑ «Os Nossos Caminhos de Ferro em 1935» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 48 (1154). 16 de Janeiro de 1936. p. 52-55. Consultado em 3 de Junho de 2014
- ↑ SILVA et al, 1961:189
- ↑ SILVA et al, 1961:202
- ↑ SILVA et al, 1961:205-206
- ↑ a b SEQUEIRA, Manuel (3 de Dezembro de 2000). «REFER mantém as portas fechadas». Público. Ano 11 (3913). Lisboa: Público, Comunicação Social, S. A. p. 53
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- GONÇALVES, Eunice; et al. (1993). Terra de Águas: Caldas da Rainha, História e Cultura 1.ª ed. Caldas da Rainha: Câmara Municipal de Caldas da Rainha. 527 páginas
- SERRÃO, Joaquim Veríssimo (Março de 1986). História de Portugal: O Terceiro Liberalismo (1851-1890). Volume 9 de 19. Lisboa: Verbo. 423 páginas
- SILVA, Carlos; ALARCÃO, Alberto; CARDOSO, António, Óbidos e Peniche (1961). A Região a Oeste da Serra dos Candeeiros. Estudo económico-agrícola dos concelhos de Alcobaça, Nazaré, Caldas da Rainha. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 767 páginas