Filipe Terzio – Wikipédia, a enciclopédia livre

Filipe Terzio
Nascimento 1520
Bolonha
Morte 1597 (76–77 anos)
Setúbal
Cidadania Reino de Portugal
Ocupação arquiteto, engenheiro
Obras destacadas Igreja de São Vicente de Fora, Forte de São Filipe

Filipe Terzio, nascido Filippo Terzi (Bolonha, Estados Papais, 1520Setúbal, 1597) foi um arquiteto e engenheiro militar italiano que trabalhou para o Reino de Portugal.

Também referido como natural de Urbino, foi contratado em Roma em 1576, e estava a trabalhar em Lisboa em Abril de 1577.

No ano de 1578 acompanhou Sebastião de Portugal (1568-1578) na desastrosa expedição a Marrocos, onde foi feito prisioneiro na batalha de Alcácer Quibir. No entanto, no ano seguinte, após negociação do seu resgate pelo cardeal D. Henrique (1578-1580) terá regressado a Portugal.

Em 1582, Filipe II de Espanha, já aclamado rei de Portugal, visitou Setúbal, tendo encomendado a Terzi, na ocasião, o projeto de uma nova fortificação para reforço da defesa daquele porto, que complementaria a do Forte de Santiago do Outão. Esta fortaleza abaluartada foi construída num morro sobranceiro à cidade, relativamente distante do rio, o que leva a crer que, para além da missão expressa de defesa marítima, teria a função de manter uma guarnição fiel e assegurar o controle sobre a cidade, hostil ao domínio castelhano.

Foi um homem que, pelo menos localmente, gozava de enorme consideração. O classicismo do Renascimento, embora em Portugal parecesse tardiamente, encontramo-lo no belo claustro com o arco de Sebastiano Serlio no Convento de Cristo, em Tomar. Filippo Terzi, sucessor de Genga, ocupou a mais alta posição; chegou em Dezembro de 1576 e foi logo incumbido do desenho de fortificações, seguindo-se-lhe edifícios públicos e religiosos, num percurso semelhante ao de Juan de Herrera. A colaboração na igreja de São Vicente de Fora, que introduziu em Portugal o traçado em forma de cruz latina com um zimbório de grandes dimensões no cruzeiro. A fachada de São Vicente, realizada segundo projetos de Terzi, é na realidade única. Aceitou-se a inspiração no Gótico para as duas torres laterais e o conjunto foi disposto segundo um esquema que ainda se utilizava no século XVIII. [1]

Foi nomeado em 1584 mestre das obras do Convento de Cristo, em Tomar.

Foi o autor do projeto de ampliação e defesa do porto do Pessegueiro, no litoral alentejano, que previa a ligação artificial da Ilha do Pessegueiro ao Penedo do Cavalo, e deste ao continente. Dirigiu estes trabalhos de 1588 a 1590.

A partir de 1590, foi nomeado "Mestre das Obras de el-Rei", substituindo o Arquiteto-mor do Reino, António Rodrigues.

Exerceu depois o cargo de "Mestre das Obras das Fortificações", e teve responsabilidades na formação de arquitetos.

À época de seu falecimento, dirigia as obras do Forte de São Filipe de Setúbal (1597).

É autor de diversas obras em Portugal, nomeadamente em Coimbra e Lisboa, de que se destacam o torreão do Paço Real e a reconstrução da igreja do mosteiro de São Vicente de Fora, ou o Aqueduto de São Sebastião em Coimbra.

Referências

  1. 1 - Battisti, E. (1984). Renascimento e Maneirismo. Mem Martins: Verbo, pp. 204-205

Ligações externas

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