Free negro – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Não confundir com Liberto.
Mulher de cor livre com filha mestiça; colagem do final do século XVIII, Nova Orleães.

Na história dos Estados Unidos, a locução free negro ou free black ('negro livre') refere-se ao estatuto legal dos afro-americanos não escravizados. Aplicava-se tanto aos escravos libertos quanto aos negros nascido livres, nos Estados Unidos.

O termo foi usado desde o período colonial até a abolição da escravidão nos Estados Unidos, em dezembro de 1865.

A escravidão era legal e praticada em todas as colônias europeias na América do Norte, em vários pontos da história. Nem todos os africanos que vinham para a América eram escravos; alguns chegaram mesmo no século XVII como homens livres, como marinheiros trabalhando em navios. Nos primeiros anos coloniais dos Estados Unidos, alguns africanos vinham como servos contratados que foram libertados após um determinado período de anos, assim como muitos dos imigrantes da Europa. Esses servos tornavam-se livres quando completavam seu mandato de escritura; eles também eram elegíveis para os direitos de propriedade de terras na nova colônia na região da Baía de Chesapeake, onde servos contratados eram mais comuns. Já em 1678, uma classe de negros livres existia na América do Norte.[1]

Vários grupos contribuíram para o crescimento da população negra livre:

  1. crianças nascidas de mulheres livres de cor (ver Partus sequitur ventrem)
  2. crianças mulatas nascidas de mulheres brancas contratadas ou livres
  3. crianças miscigenadas (indígenas negras) nascidas de mulheres indígenas livres (a emancipação na década de 1860)[2]
  4. escravos libertos
  5. escravos que escaparam de seus senhores[1]

Na maioria dos lugares, os trabalhadores negros eram empregados domésticos ou trabalhadores agrícolas. A mão-de-obra negra era de importância econômica nas plantações de tabaco voltadas para a exportação da Virgínia e Maryland, e nas plantações de arroz e índigo da Carolina do Sul.[3] Entre 1620 e 1780, cerca de 287 000 escravos foram importados para as Treze Colônias, ou 2% dos mais de seis milhões de escravos trazidos da África. A grande maioria dos escravos africanos transportados foi para colônias produtoras de açúcar no Caribe e no Brasil, onde a expectativa de vida era curta e o número de escravos precisava ser continuamente reabastecido.

Free Negroes notáveis

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Jean Baptiste Pointe du Sable, o primeiro colonizador permanente em 1780 em Chicago e o "Pai de Chicago" que viajou pelo rio Mississippi desde Nova Orleães. Não há retratos conhecidos de Jean Baptiste Point du Sable feitos durante a sua vida.[4] Este retrato é retirado do livro de A.T. Andreas, History of Chicago (1884)[5]

Nascidos antes de 1800

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Solomon Northup nasceu e foi criado como um free negro" no Estado livre de Nova Iorque e foi sequestrado e vendido como escravo do sul em 1841, sendo mais tarde resgatado e recuperado sua liberdade em 1853

Referências

  1. a b Frazier, Edward Franklin (1968). The Free Negro Family. [S.l.: s.n.] 
  2. Seybert, Tony (4 de agosto de 2004). «Slavery and Native Americans in British North America and the United States: 1600 to 1865». Slavery in America. Consultado em 14 de junho de 2011. Cópia arquivada em 4 de agosto de 2004 
  3. Betty Wood (2013). Slavery in Colonial America, 1619–1776 (link: excerpt and text search).
  4. Davey, Monica (24 de junho de 2003). «Tribute to Chicago Icon and Enigma». New York Times. Consultado em 25 de agosto de 2010 
  5. Andreas, Alfred Theodore (1884). History of Chicago. From the earliest period to the present time, volume 1. [S.l.]: A. T. Andreas. Consultado em 25 de janeiro de 2011 

Leitura adicional

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  • Berlin, Ira. Slaves Without Masters: The Free Negro in the Antebellum South (1974).
  • Burton, Orville Vernon. "Anatomy of an Antebellum Rural Free Black Community: Social Structure and Social Interaction in Edgefield District, South Carolina, 1850–1860," Southern Studies: An Interdisciplinary Journal of the South (1982) 21#3 pp. 294–325.
  • Curry, Leonard P. The Free Black in Urban America, 1800–1850: The Shadow of the Dream (University of Chicago Press, 1981).
  • Diemer, Andrew K. The Politics of Black Citizenship: Free African Americans in the Mid-Atlantic Borderland, 1817–1863 (University of Georgia Press, 2016). xvi, 253 pp.
  • Franklin, John Hope. Free Negroes in North Carolina.
  • Hancock, Scott. "From "No Country" to "Our Country!" Living Out Manumission and the Boundaries of Rights and Citizenship, 1773–1855." Paths to Freedom: Manumission in the Atlantic World (University of South Carolina Press, 2009), 265–289.
  • Horton, James O. Free People of Color: Inside the African American Community (Smithsonian Institution Press, 1993).
  • Horton, James O., and Lois E. Horton. Black Bostonian's: Family Life and Community Struggle in the Antebellum North (New York: Holmes and Meier, 1979).
  • King, Wilma. The Essence of Liberty: Free Black Women during the Slave Era (2006).
  • Lebsock, Susan. "Free black women and the question of matriarchy: Petersburg, Virginia, 1784–1820," Feminist n Mk (1982) 8#2 pp. 271–92.
  • Polgar, Paul J. "'Whenever They Judge it Expedient': The Politics of Partisanship and Free Black Voting Rights in Early National New York," American Nineteenth Century History (2011), 12#1 pp. 1–23.
  • Rohrs, Richard C., "The Free Black Experience in Antebellum Wilmington, North Carolina: Refining Generalizations about Race Relations," Journal of Southern History 78 (August 2012), 615–38.
  • Wilson, Theodore Brantner. The Black Codes of the South. University of Alabama Press, 1965.

Ligações externas

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