Lista de governadores-gerais do Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre

Marcos de Noronha e Brito, 15º e último vice-rei do Brasil
O Paço dos Vice-Reis (atualmente chamado Paço Imperial) foi a sede do governo-geral desde a transferência da capital para o Rio de Janeiro (1763) até a chegada de d. João VI.[1]

Esta é uma lista dos governadores-gerais e vice-reis do Brasil Colônia. O cargo de governador-geral foi criado pela primeira vez em 1548 em favor de Tomé de Sousa, que o assumiu na recém-fundada cidade de Salvador. Mais tarde, a partir de 1640, alguns governadores-gerais passaram a ter o título de vice-rei. O cargo era o mesmo, apenas o título era diferente para condizer mais com a dignidade dos escolhidos pelo rei de Portugal. De 1720 em diante, todos os governadores-gerais passaram a ser chamados de vice-reis, até que, em 1808, o príncipe regente D. João VI chegou ao Rio de Janeiro e instalou aí sua corte, pondo fim à época dos governadores-gerais.[2][3]

A instituição de um governo-geral representou um esforço de centralização administrativa. O sistema de capitanias hereditárias, adotado anteriormente, não obtivera êxito na ocupação e proteção do território.[4] Para isso, o rei de Portugal firmou o Regimento — documento considerado por muitos como a primeira Constituição do Brasil. O Regimento, entre muitas outras disposições, criava os cargos de governador (mais tarde renomeado para governador-geral), ouvidor-geral, provedor-mor da Fazenda e capitão-mor da costa. O ouvidor-geral cuidava da Justiça de toda a colônia, o provedor-mor, das finanças, e o capitão-mor, das forças militares de mar e terra.[5] As capitanias não deixariam de existir, mas passariam a estar subordinadas ao governo central em Salvador.[4] Ao longo do período colonial, o país teve diversos regimentos, sendo o de 1677 o último conhecido.[3]

O Brasil teve governadores-gerais dos mais variados. Alguns tinham muito poder, enquanto outros eram mais fracos do que muitos governadores de capitanias. Cabe lembrar que as comunicações entre as diversas partes do território colonial era muito precária, o que limitava o raio de ação dos governadores. Os governadores-gerais, em sua maioria, ocuparam outros cargos, antes ou depois do governo-geral do Brasil. Uns foram governadores de capitanias, enquanto outros foram de outras colônias portuguesas, como as da Índia e Angola. Eles, com poucas exceções, eram nomeados pelo rei de Portugal (ou da Espanha, durante as décadas da União Ibérica).[6]

Sobre as fontes utilizadas para a confecção da lista:

  • para os períodos no cargo: Brazil - worldstatesmen.org (acessada em 25 de maio de 2021). Outras fontes podem apresentar datas diferentes. Portanto, as datas usadas nesta lista devem ser vistas como aproximações.
  • para a contagem dos governadores, dos vice-reis, e para seus títulos nobiliárquicos: Mapa - Memória da Administração Pública Brasileira;
  • para os destaques do governo e notas: a Enciclopédia Delta de História do Brasil (1969) e o livro Da Descoberta ao Império - Os Governantes que o Brasil Esqueceu (2020), entre outras. (Ver seção "Bibliografia".)
  • para as imagens: ver descrição da imagem ao abri-la.
Nome Imagem Título Período (aprox.) Destaques do governo e notas Ref
1 Tomé de Sousa governador 29 de março de 1549
até
1 de maio de 1553
Primeiro governador-geral do Brasil. Chegou à Bahia trazendo colonos, jesuítas (entre eles Manuel da Nóbrega), funcionários e o Regimento. Fundou Salvador, capital da colônia. Construiu as edificações necessárias para o funcionamento da cidade. Visitou vilas da colônia. Mandou melhorar as fortificações de Ilhéus e São Vicente. [5]
[7]
2 Duarte da Costa governador 1 de maio de 1553
até
3 de janeiro de 1558
Desembarcou em Salvador junto de mais alguns jesuítas, como José de Anchieta. Teve de lidar com uma revolta indígena no recôncavo baiano contra a dominação. Em sua administração, invasores franceses ocuparam o Rio de Janeiro, e ele não possuía recursos para expulsá-los. Iniciaram-se as entradas para explorar o interior. [5]
3 Mem de Sá governador 3 de janeiro de 1558
até
2 de março de 1572
Tentou apaziguar os conflitos relacionados à escravização dos índios e expulsou os franceses do Rio de Janeiro. Na luta, perdeu o sobrinho Estácio de Sá, fundador do que seria a cidade do Rio de Janeiro. Transferiu gente para onde hoje é a cidade de São Paulo. Lidou com a peste e a fome na Bahia e deu continuidade às entradas e bandeiras. [5]
[8]
Fernão da Silva interino 2 de março de 1572

até

maio de 1573

Ouvidor-geral e provedor-mor da Fazenda, governou interinamente após a morte de Mem de Sá. Depois de entregar o governo a seu sucessor, Luís de Brito e Almeida, este o designou para lutar contra os índios na Paraíba. Foi a primeira expedição para conquistar aquela terra dos índios potiguares, mas foi mal-sucedida. [9]
[5]
[10]
Repartição do Brasil: divisão em dois governos-gerais, um ao norte na Bahia e outro ao sul no Rio de Janeiro (1572)
4 Luís de Brito e Almeida governador
(na Bahia)
maio de 1573
até
12 de abril de 1578
Após o governo interino de Fernão da Silva, governou o Norte, a partir da capitania de Ilhéus. Continuou a lidar com os franceses e indígenas sem conseguir vencê-los definitivamente. Fundou a vila de Santa Luzia. A Carta Régia de 16 de dezembro de 1572 dividiu a colônia em duas, por questões de segurança e administração. [5]
[11]
António Salema governador (no Rio) 1574-1577 Administrou o Sul, cuja capital foi instalada no Rio de Janeiro. Os franceses, após terem sido expulsos do Rio, instalaram uma feitoria em Cabo Frio. O governador empreendeu uma expedição para combatê-los. Apesar de ter-lhes infligido uma derrota, com a ajuda de Arariboia, também não logrou vencê-los definitivamente. [5]
[11]
Reunificação do governo-geral na Bahia (1578)
5 Lourenço da Veiga governador-geral 12 de abril de 1578
até
17 de junho de 1581
Primeiro governador-geral a ter oficialmente esse título. O governo voltou a ser unido na Bahia. Empreendeu algumas tentativas de conquistar a Paraíba dos índios, tendo feito pouco além disso. Durante sua administração, teve início, em 1580, a União Ibérica: após a morte de dois reis portugueses, Filipe II da Espanha assumiu a coroa portuguesa como Filipe I de Portugal. [5]
Início da União Ibérica (1580)
Cosme Rangel de Macedo

António Barreiros
junta governativa 17 de junho de 1581
até
11 de maio de 1582
Após a morte de Lourenço da Veiga, o poder esteve com a Câmara de Salvador. Em seguida, uma junta governativa foi designada para governar. Seu mais importante membro foi o ouvidor-geral Cosme Rangel de Macedo. O outro foi o bispo Antonio Barreiros. [5]
6 Manuel Teles Barreto governador-geral 11 de maio de 1582
até
9 de maio de 1587
Primeiro governador nomeado por Filipe I de Portugale II da Espanha (devido à União Ibérica). Com ele, chegaram ao Brasil os jesuítas Fernão Cardim e Rodrigo de Freitas. Durante sua administração, houve uma intensificação dos ataques de corsários de países inimigos da Espanha. Conquistou-se a Paraíba. [5]
[11]
Cristóvão de Barros

Antonio Barreiros
junta governativa 9 de maio de 1587
até
9 de junho de 1590
Com a morte de Teles Barreto, seguiram-se dois governos provisórios: o do bispo Antonio Barreiros — que já havia governado na junta que precedeu Barreto — e o do provedor-mor da Fazenda Cristóvão de Barros. Este foi o administrador efetivo. Realizou a conquista definitiva do Sergipe e fundou aí a cidade de São Cristóvão. [5]
[11]
Francisco Giraldes governador-geral 9 de março de 1588
até
9 de junho de 1590
Viajou para o Brasil para ocupar o cargo, mas não conseguiu desembarcar, retornando para Lisboa. [12]
7 Francisco de Sousa governador-geral 9 de junho de 1590
até
1 de abril de 1602
Combateu diversos ataques de corsários, o mais notório dos quais sendo o do inglês Cavendish, entre 1591 e 1592. Deu auxílio oficial às entradas ao interior, iniciadas por Mem de Sá, visando encontrar riquezas nos sertões. Atribui-se a ele a criação da primeira grande bandeira. Conquistou-se o Rio Grande do Norte. [5]
[11]
8 Diogo Botelho governador-geral 1 de abril de 1602
até
7 de janeiro 1608
Com o apoio de índios liderados por Zorobabé, reprimiu um quilombo em Itapicuru. Investiu contra os índios Aimorés. Instalou-se em Pernambuco para ficar mais próximo dos locais a serem conquistados durante o processo de conquista do Norte iniciado por seus antecessores, mas não foi bem-sucedido. [5]
[13]
Repartição do Brasil: divisão em dois governos-gerais, um ao norte na Bahia e outro ao sul no Rio de Janeiro (1608)
9 Diogo de Meneses e Sequeira governador-geral
(na Bahia)
1608
até
22 de agosto de 1612
A colônia foi novamente dividida, desta vez por Filipe II de Portugal e III da Espanha, para facilitar a administração. O novo administrador governou o Norte. Antes de chegar à Bahia, passou por Pernambuco, onde melhorou fortificações. Na Bahia, uma de suas primeiras providências foi a instalação do Tribunal da Relação, instância máxima da colônia. [11]
Francisco de Sousa governador-geral
(no Rio)
1609-1611 Trata-se do mesmo Francisco de Sousa que foi o sétimo governador-geral. Ávido por riquezas, passou a maior parte de seu tempo em São Paulo, onde deu continuidade à organização das bandeiras. Penetrou por diversas capitanias. Morreu em 1611, no interior. [11]
Reunificação do governo-geral na Bahia (1612)
10 Gaspar de Sousa governador-geral 1613
até
1 de janeiro de 1617
Foi incumbido de expulsar os franceses do Maranhão, que tentavam criar a França Equinocial. Por isso, chegou não à Bahia, mas a Pernambuco, devido à maior proximidade ao local a ser conquistado. Uma frota chefiada por Jerônimo de Albuquerque Maranhão conseguiu expulsá-los em 1615. [5]
[14]
[11]
11 Luís de Sousa

2º conde do Prado

governador-geral 1 de janeiro de 1617
até
12 de outubro de 1621
Foi sobrinho do governador-geral Francisco de Sousa. Como ele, continuou a explorar os sertões. Visando povoar a terra, incentivou casamentos entre colonos e indígenas. Ao voltar a Portugal, recebeu o título de conde do Prado. No último ano de sua administração, Filipe II de Portugal e III da Espanha decretou a autonomia do Maranhão. [11]
Autonomização da Capitania do Maranhão, elevada à dignidade de Estado do Maranhão (1621)
12 Diogo de Mendonça Furtado governador-geral 12 de outubro de 1621
até
26 de julho de 1624
Prevendo um ataque dos holandeses, fortificou Salvador. De todo modo, acabou preso pelos holandeses. Conta-se que quis jogar fogo em barris de pólvora após a chegada dos invasores, mas foi convencido a desistir da ideia. O holandês Johan Van Dorth tornou-se governador do Brasil. [15]
Matias de Albuquerque

conde de Alegrete

governador-geral 1624
até
3 de dezembro de 1624
Era governador de Pernambuco quando foi designado governador-geral pela Câmera, devido à captura de Diogo Furtado. Em Pernambuco, tivera papel importante no combate aos holandeses. Foi o primeiro governador-geral nascido na colônia. Algumas fontes, contudo, não o contam como um governador-geral. [11]
13 Francisco de Moura Rolim governador-geral 3 de dezembro de 1624
até
28 de dezembro de 1626
Nomeado por seu primo Matias de Albuquerque, foi o segundo governador-geral nascido no Brasil. Na Bahia, reforçou o exército com soldados de outras capitanias, dando continuidade à guerra contra os holandeses. Com a chegada de uma esquadra hispano-portuguesa comandada por Fadrique de Toledo, portugueses e espanhóis entraram na Bahia, vencendo os holandeses em maio de 1625. [16]
14 Diogo Luís de Oliveira governador-geral 28 de dezembro de 1626
até
11 de dezembro de 1635
Durante sua administração, o holandês Henrique Lonck, após a derrota do seu povo na Bahia, comandou uma esquadra que invadiu Pernambuco. Uma esquadra luso-espanhola chegou mais tarde em auxílio (1631), havendo uma batalha naval com os holandeses. Também houve, com o avanço holandês, uma enorme migração de Pernambuco à Bahia. [17]
[11]
15 Pedro da Silva
1º conde de São Lourenço
governador-geral 11 de dezembro de 1635
até
20 de janeiro de 1639
Durante sua administração, Maurício de Nassau chegou ao Brasil. Tratou de proteger a capital, Salvador, de Nassau e seus soldados, que a atacaram. Durante sua administração, houve também uma tentativa malsucedida de retomar Recife e Olinda dos holandeses. Foi a Batalha de Mata Redonda, na qual morreu Luis de Rojas y Borja, que chegara ao Brasil junto com o governador-geral para comandar as operações militares. [11]
[18]
[19]
16 Fernando de Mascarenhas
1º conde da Torre
governador-geral 20 de janeiro de 1639
até
21 de outubro de 1639
Novo governador-geral, comandou uma grande esquadra preparada pela Espanha para a expulsão definitiva dos holandeses do Brasil. Mas, devido a excessivas demoras para atacar o inimigo em Pernambuco, a missão fracassou e a esquadra foi inteiramente destruída. [20]
Vasco de Mascarenhas
1º conde de Óbidos
governador-geral 21 de outubro de 1639

até
26 de maio de 1640

Nomeado pelo rei espanhol, fez parte da esquadra do seu antecessor, que visava a expulsão dos holandeses, e seu governo ocorreu no âmbito dessa guerra. Em seguida, foi chamado de volta a Portugal. Algumas fontes não o contam como governador-geral. [11]
17 Jorge de Mascarenhas
1º marquês de Montalvão
vice-rei 26 de maio de 1640
até
16 de agosto de 1642
Primeiro a ter título de vice-rei, outorgado por Filipe III de Portugal e IV da Espanha. Lutou contra os holandeses, pressionando as tropas de Maurício de Nassau. Teve um governo curto. Após o fim da União Ibérica, foi chamado de volta a Portugal, acusado de traição, pois o novo rei de Portugal, João IV, era cético quanto à sua lealdade aos portugueses. [2]
[13]
Fim da União Ibérica (1640)
Pedro Sampaio

Luís Bezerra

Lourenço Correia
junta governativa 16 de agosto de 1642
até
26 de agosto de 1642
Com a ida de Jorge de Mascarenhas a Portugal, assumiu uma junta composta por Pedro da Silva Sampaio, Luís Barbalho Bezerra e Lourenço de Brito Correia. O primeiro foi o mais relevante. Era bispo de Salvador. O segundo, à sombra de Pedro Sampaio, pouco pôde realizar. Sobre o terceiro, pouco se sabe. Nessa época houve a aclamação de Amador Bueno. [11]
18 António Teles da Silva governador-geral 26 de agosto de 1642
até
22 de dezembro de 1647
Foi nomeado por João IV de Portugal, já que a União Ibérica chegara ao fim. Sua administração foi marcada pelo empenho na chamada Insurreição Pernambucana, na qual atuou como articulador da insurreição luso-brasileira. Essa insurreição levaria mais tarde à expulsão definitiva dos holandeses. [11]

[21]

19 António Teles de Meneses
1º conde de Vila Pouca
governador-geral 22 de dezembro de 1647
até
10 de março de 1650
Durante sua administração, houve a batalha dos Guararapes. Ficou famoso por ter sido o governante que derrotou os holandeses, embora não tenha conseguido expulsá-los definitivamente. Foi também durante o seu governo que foi criada, em Lisboa, a Companhia Geral do Comércio do Brasil em moldes semelhantes aos da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. [11]
[22]
20 João Rodrigues de Vasconcelos e Sousa
2º conde de Castelo Melhor
governador-geral 10 de março de 1650
até
6 de janeiro de 1654
Partiu de Lisboa em 4 de novembro de 1649, no comando da primeira esquadra da Companhia Geral do Comércio do Brasil, que acabara de ser criada. Sua decisão de distribuir cargos na colônia a militares que lutaram em Pernambuco, em vez dos naturais da colônia, gerou descontentamento, tendo por isso uma administração conturbada. [11]
21 Jerónimo de Ataíde
6º conde de Atouguia
governador-geral 6 de janeiro de 1654
até
20 de junho de 1657
Durante sua administração, os holandeses foram finalmente derrotados (assinou-se o Tratado de Taborda, no qual os holandeses capitulavam), e o "Estado do Maranhão" passou a se chamar "Estado do Maranhão do Grão Pará". Como governador-geral do Brasil, tentou dar fim ao conflito entre as famílias Pires e Camargos. [23]
[11]
22 Francisco Barreto de Meneses governador-geral 20 de junho de 1657
até
24 de junho de 1663
Participara na luta dos Guararapes, na qual lutou ao lado de Vidal de Negreiros, Henrique Dias, entre outros. Em sua administração, foram concluídas as negociações de paz entre Portugal e Holanda pelo Tratado de Haia de 1661. Após pagamento de indenização, a Holanda desistiu da posse de qualquer parte do território brasileiro. [24]
[11]
23 Vasco de Mascarenhas
1º conde de Óbidos
vice-rei 24 de junho de 1663
até
13 de junho de 1667
Segundo vice-rei. Recebeu o título para realizar importantes reformas que lhe couberam. Tornou as capitanias hereditárias imediatamente sujeitas ao vice-rei, reduzindo os poderes dos donatários da capitanias e centralizando o poder. Realizou reformas monetárias e tributárias. [2]
[11]
24 Alexandre de Sousa Freire governador-geral 13 de junho de 1667
até
8 de maio de 1671
Pouco se sabe sobre ele ou sua administração. Sabe-se que foi avô de um governador do Estado do Maranhão e Grão Pará de mesmo nome. [11]
25 Afonso Furtado de Castro de Mendonça
1º visconde de Barbacena
governador-geral 8 de maio de 1671
até
26 de novembro de 1675
Teve início a decadência do ciclo do açúcar, devido à concorrência do açúcar holandês das Antilhas. Procurou-se diversificar a economia e descobrir novas fontes de renda. Nesse contexto, houve a bandeira de Fernão Dias, que buscava esmeraldas. O governador ficou conhecido como "o matador de índios". Morreu no exercício do cargo. [11]
Antônio Brito

Agostinho Monteiro

Álvaro de Azevedo
junta governativa 26 de novembro de 1675
até
15 de março de 1678
Com a morte do governador, assumiu uma junta composta por Antônio Guedes de Brito — o mais importante da junta —, Agostinho de Azevedo Monteiro e Álvaro de Azevedo. Antônio Brito foi um bandeirante e rico proprietário de terras. Perseguiu indígenas hostis, sendo notório por isso. Pouco se sabe sobre os outros dois. [11]
26 Roque da Costa Barreto governador-geral 15 de março de 1678
até
3 de maio de 1682
Foi incumbido de continuar a diversificar as atividades econômicas da colônia. Em 1680, foi construída a Colônia do Sacramento. Em seguida, os espanhóis a invadiram. No ano seguinte, assinou-se o Tratado de Lisboa como resultado das tentativas de resolver os conflitos. [11]
[25]
27 António de Sousa Meneses governador-geral 3 de maio de 1682
até
4 de junho de 1684
Apelidado de "braço de prata" devido a uma prótese, teve uma administração impopular e era considerado arbitrário e violento. Foi criticado pelo poeta Gregório de Matos e pelo padre António Vieira. Devido às críticas deste, foi chamado de volta a Portugal. [11]
28 António Luís de Sousa Telo de Meneses
2º marquês das Minas
governador-geral 4 de junho de 1684
até
4 de junho de 1687
Foi encarregado de apaziguar as inquietações nascidas nos governos anteriores, em especial o do "braço de prata". O acontecimento mais notório em sua administração foi a Revolta de Beckman, contra a Companhia de Comércio do Maranhão. (Cabe lembrar que este governador-geral não governava o Norte do Brasil.) [11]
29 Matias da Cunha governador-geral 4 de junho de 1687
até
24 de outubro de 1688
Foi governador-geral por curto período, até sua morte. Nesse cargo, combateu os indígenas, sobretudo nos sertões do Rio Grande do Norte e do Ceará. Atacou também o Quilombo dos Palmares. [11]
Manuel da Ressurreição

Manuel Carneiro de Sá
junta governativa 24 de outubro de 1688
até
11 de outubro de 1690
Com a morte de Matias da Cunha, assumiu provisoriamente uma junta composta por Manuel da Ressurreição (imagem) e Manuel Carneiro de Sá. O primeiro foi quem efetivamente governou, tendo sido indicado pelo próprio Matias da Cunha. Teve de enfrentar levantes indígenas no Nordeste. Junto com o governador de Pernambuco e com a ajuda de Domingos Jorge Velho, encabeçou a "Guerra dos Bárbaros". [11]
30 Antônio Luís Gonçalves da Câmara Coutinho governador-geral 11 de outubro de 1690
até
22 de maio de 1694
Teve de lidar com os problemas financeiros da colônia, agravados pelas várias lutas contra os indígenas. Apesar das dificuldades, introduziu na colônia o cultivo de especiarias, como a pimenta e a canela. Descobriu as primeiras minas de salitre. Em sua reforma monetária, criou uma moeda para circulação exclusiva na colônia. [11]
31 João de Lencastre governador-geral 22 de maio de 1694
até
3 de julho de 1702
Foi encarregado pelo rei de encontrar mais jazidas de ouro na região das Minas Gerais, que já haviam sido descobertas, mas que eram ainda poucas. Sua administração foi marcada pela destruição do Quilombo de Palmares e pela morte de Zumbi. [11]
32 Rodrigo da Costa governador-geral 3 de julho de 1702
até
8 de setembro de 1705
Foi em sua gestão que se iniciou de modo intensivo a exploração do ouro e de outros minerais nas Minas Gerais, criando as condições que levariam à Guerra dos Emboabas. No Sul, evacuou-se a Colônia do Sacramento, sendo ela entregue aos espanhóis. [11]
33 Luís César de Meneses governador-geral 8 de setembro de 1705
até
3 de maio de 1710
Teve início, em sua administração, a Guerra dos Emboabas (1707-09). Em 1705, foi enviado para o governo-geral do Brasil e tomou posse. Agradecendo-lhe os serviços prestados, em 26 de novembro de 1709, o rei lhe escrevia, dispensando-o das suas funções e a entregando-as a D. Lourenço de Almada. [11]
34 Lourenço de Almada
9º conde de Avranches
governador-geral 3 de maio de 1710
até
14 de outubro de 1711
Contribuiu com várias obras militares, entre elas o Reduto do Rio Vermelho e o Forte de São Lourenço da Ilha de Itaparica, ambos a Bahia. Este último foi nomeado em sua homenagem. Ocorreu, durante sua administração a Guerra dos Mascates, em Pernambuco, e a famosa invasão do corsário francês Duguay-Trouin, no Rio de Janeiro. [26]
[27]
[11]
35 Pedro de Vasconcelos e Sousa governador-geral 14 de outubro de 1711
até
13 de julho de 1714
Logo ao assumir o cargo, teve de lidar com uma revolta em Salvador. A população se revoltara contra a coroa devido à taxação excessiva do sal e a outras medidas impopulares. Embora não fosse responsável pelas medidas, sua forma de lidar com a rebelião fez dele um governador impopular. [11]
36 Pedro António de Meneses Noronha de Albuquerque
1º marquês de Angeja
vice-rei 13 de julho de 1714
até
21 de agosto de 1718
Terceiro vice-rei, mandou reabrir as Casas da Moeda da Bahia, do Rio e de Minas Gerais, para que se cunhasse ouro. Estabeleceu imposto de 10% sobre artigos importados. Construiu e reformou fortes e deu impulso à construção naval. Realizou também melhorias na capital, como reformas e novas construções. [2]
[13]
37 Sancho de Faro e Sousa
2º conde de Vimieiro
governador-geral 21 de agosto de 1718
até
13 de outubro de 1719
Impôs severo castigo a 48 piratas ingleses que tiveram seu navio apreendido na costa de Macaé, no Rio de Janeiro, e que lhe foram enviados para serem julgados na Bahia. Treze dos piratas fugiram e os restantes foram enforcados. O governador já viera doente de Portugal e morreu após um ano de governo. [2]
Sebastião da Vide

Caetano Figueiredo

João Araújo e Azevedo
junta governativa 13 de outubro de 1719
até
23 de novembro de 1720
Com a morte do governador, formou-se uma junta provisória encabeçada pelo arcebispo Sebastião Monteiro da Vide (imagem). Ele foi autor de um pedido de beatificação de Madre Vitória da Encarnação. Os outros dois membros da junta foram Caetano de Brito e Figueiredo — um dos fundadores da Academia dos Esquecidos (vide abaixo) — e João de Araújo e Azevedo. [11]
38 Vasco Fernandes César de Meneses
1º conde de Sabugosa
vice-rei 23 de novembro de 1720
até
11 de maio de 1735
Criou a Academia dos Esquecidos, primeira sociedade literária da colônia. Impôs severo castigo aos envolvidos no motim do Terço Velho. Criou vilas, como a de Rio de Contas, para iniciar o povoamento das regiões que tinham ouro. A partir dele, todos os governadores-gerais seriam vice-reis. [2]
[28]
39 André de Melo e Castro
2º conde das Galveias
vice-rei 11 de maio de 1735
até
17 de dezembro de 1749
Foi governador de Minas Gerais entre 1732 e 1735. Já nas funções de vice-rei, foi autor de uma carta considerada por historiadores como a primeira tentativa de preservação do patrimônio histórico do Brasil. A carta, endereçada ao governador de Pernambuco, tratava do uso que vinha sendo feito do Palácio de Friburgo, do tempo de Maurício de Nassau. [11]
40 Luís Pedro Peregrino de Carvalho e Ataíde
10º conde de Atouguia
vice-rei 17 de dezembro de 1749
até
17 de agosto de 1754
Modificou as leis que regulamentavam o trabalho nas minas de ouro e nas casas de fundição, impondo maior ordem à extração e comercialização do metal. Em Portugal, o Marquês do Pombal assumia o cargo de ministro. O governador solicitou demissão à coroa, mas não obtinha resposta. Decidiu voltar a Portugal. Lá, foi acusado de envolvimento na morte do rei e condenado à morte. [11]
José Botelho de Matos

Manoel Sotomaior

Lourenço Monteiro
junta governativa 17 de agosto de 1754
até
23 de dezembro de 1755
Antes de voltar a Portugal, o governador entregou o poder a uma junta. José Botelho de Matos (imagem), apesar de não ser jesuíta, defendia estes padres, e por isso teve atritos com o Marquês do Pombal. Deste modo, a junta teve vida curta. Manoel Antonio da Cunha Sotomaior, outro integrante, era provedor-mor da fazenda. O terceiro, Lourenço Monteiro, faleceu pouco depois de formada a junta. [11]
41 Marcos José de Noronha e Brito
6º conde dos Arcos
vice-rei 23 de dezembro de 1755
até
9 de janeiro de 1760
Auxiliou na reconstrução de Lisboa após o Sismo de Lisboa de 1755. Para esse fim, impôs tributo à população da colônia. Durante sua administração, emitiu-se a ordem de expulsão dos jesuítas de Portugal e das colônias, que ele cumpriu, novamente tentando agradar à corte portuguesa. [2]
42 António de Almeida Soares Portugal
1º marquês do Lavradio
vice-rei 9 de janeiro de 1760
até
8 de julho de 1760
Último vice-rei da Bahia. Foi escolhido para o cargo por Pombal. Chegou ao Brasil incumbido de expulsar definitivamente os jesuítas, mas, como já chegasse doente, morreu poucos meses depois, tendo feito nada de notório além de deportar 600 jesuítas, concluindo o trabalho do seu antecessor. [2]
[11]
[29]
Tomás Rubi
José de Andrade
Gonçalo Alvim
Manuel de Santa Inês
junta governativa 8 de julho de 1760
até
27 de junho de 1763
Formou-se então, com a morte do governador, uma junta: Tomás Rubi de Barros Barreto, José Carvalho de Andrade e Gonçalo Xavier de Barros e Alvim. Poucos meses depois, Tomás Rubi foi substituído pelo arcebispo Manuel de Santa Inês (imagem), que foi incumbido, junto com os outros dois integrantes, de realizar a transferência da capital da colônia. [11]
Transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro (1763)
43 Antônio Álvares da Cunha
1º conde da Cunha
vice-rei 27 de junho de 1763
até
31 de agosto de 1767
Primeiro vice-rei da nova capital, lidou com os conflitos com os espanhóis no sul do Brasil, que tentavam ocupar o atual Rio Grande do Sul. Construiu e reformou fortes, como o da Praia Vermelha, entre outras medidas. Foi impopular por ter executado a ordem da corte de proibir o ofício de ourives, para prevenir o contrabando do ouro. [2]
44 Antônio Rolim de Moura Tavares
1º conde de Azambuja
10º vice-rei 17 de novembro de 1767
até
4 de novembro de 1769
Foi governador de Mato Grosso e da Bahia antes de assumir o governo-geral. O conflito no Sul com os espanhóis já ameaçava atingir diretamente o Rio de Janeiro. Cuidou das defesas da capital, fortificando principalmente o litoral, e reorganizou militarmente a cidade. [2]
45 Luís de Almeida Portugal Soares Mascarenhas
2º marquês do Lavradio
11º vice-rei 4 de novembro de 1769
até
30 de abril de 1778
Continuou a defender a colônia dos espanhóis. Portugal recuperou o Rio Grande do Sul, mas perdeu novamente a Colônia do Sacramento. No Rio, construiu o Forte do Leme (hoje Forte Duque de Caxias) e criou a Academia Científica, e introduziu-se o café na cidade. Favoreceu o desenvolvimento da lavoura, pois previa que o esgotamento do ouro seria desastroso para a economia. [2]
Extinção do Estado do Grão-Pará e Rio Negro e do Estado do Maranhão e Piauí, e sua incorporação ao Estado do Brasil (1775)
46 Luís de Vasconcelos e Sousa
4º conde de Figueiró
12º vice-rei 30 de abril de 1778
até
9 de maio de 1790
A defesa do Rio deixou temporariamente de ser a principal preocupação. Fez várias melhorias na capital. Concluiu o Passeio Público. Criou uma sociedade literária e a Casa dos Pássaros, que daria origem ao Museu Nacional. Foi em sua administração que se descobriu a Inconfidência Mineira. Mandou prender Tiradentes. [2]
47 José Luís de Castro
2º conde de Resende
13º vice-rei 9 de maio de 1790
até
14 de outubro de 1801
Em sua administração, foram julgados os conspiradores e Tiradentes foi executado. De temperamento difícil, e desconfiado dos intelectuais e maçons, fechou a Sociedade Literária criada por Vasconcelos e mandou prender seus membros. Organizou um serviço de correios para o país. Em sua administração, denunciou-se a Conjuração Baiana, e, no último ano, reiniciou-se a luta contra os espanhóis. [2]
48 Fernando José de Portugal e Castro
2º marquês de Aguiar
14º vice-rei 14 de outubro de 1801
até
21 de agosto de 1806
Após ter sido governador da Bahia, assumiu o cargo no Rio de Janeiro. Atualizou o Regimento que fora trazido em 1677 pelo governador-geral Roque da Costa Barreto e que havia muito estava desatualizado. Fez críticas à administração colonial e deu sugestões para melhorias no governo. [2]
49 Marcos de Noronha e Brito
8º conde dos Arcos
15º vice-rei 14 de outubro de 1806
até
22 de janeiro de 1808
Último vice-rei do Brasil. Realizou o embelezamento de várias cidades e preparou o Rio para receber a corte portuguesa, que viria para o Brasil para escapar de Napoleão. A corte se instalou em sua residência, o Paço dos Vice-Reis (hoje Paço Imperial). Com isso, teve fim a mais longa época da história do Brasil e iniciou-se o período monárquico. No ano seguinte, foi nomeado governador da Bahia. [2]
[13]

Referências

  1. Sandra Machado (11 de outubro 2016). «Paço Imperial, o mais antigo dos palácios cariocas». Multirio.rj.gov.br. Consultado em 16 de Julho de 2022 
  2. a b c d e f g h i j k l m n o Enciclopédia Delta, 1969, p. 1544-1553.
  3. a b Camargo, Angélica Ricci (10 de novembro de 2016). «Governador-geral do Estado do Brasil». mapa.an.gov.br. MAPA - Memória da Administração Pública Brasileira. Consultado em 27 de dezembro de 2020 
  4. a b Dantas, José (1989). «História do Brasil». Editora moderna 
  5. a b c d e f g h i j k l m n Enciclopédia Delta, 1969, p. 1467-1470.
  6. Fausto, 1995, p. 47.
  7. Fausto, 1995, pp. 47, 635.
  8. Fausto, 1995, p. 633.
  9. do Salvador, Frei Vicente (1918). HISTORIA do BRASIL (1500-1627) (PDF). S. Paulo e Rio: Weiszflog Irmãos 
  10. «Instituto Histórico e Geográfico Paraibano/A Conquista da Paraíba». www.ihgp.net. Consultado em 3 de agosto de 2021 
  11. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak al am an Fontan, 2020.
  12. Francisco Giraldes, MAPA, 13 de Fevereiro de 2017| Última atualização em 30 de Julho de 2018
  13. a b c d Vainfas, 2000.
  14. Enciclopédia Delta, 1969, p. 1517.
  15. Enciclopédia Delta, 1969, p. 1535.
  16. Torres-Murciano, Patricia Areal. «Francisco de Moura Rolim». Real Academia de la Historia dbe.rah.es. Consultado em 19 de maio de 2021 
  17. Enciclopédia Delta, 1969, p. 1535-1536.
  18. Enciclopédia Delta, 1969, p. 1537.
  19. Abreu, C. Guerras flamengas. In: Capítulos da história colonial [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisa Social, 2009. pp. 66-88.
  20. Enciclopédia Delta, 1969, p. 1538-1540.
  21. Araújo, Hugo André Flores Fernandes (2014). «Amigos fingidos y enemigos encubiertos: el gobierno general y la insurrección pernambucana (1642-1645).». Prohistoria (21). Consultado em 24 de maio de 2017 
  22. Domigues, Rita. «Meneses, António Teles de (?-1657)». Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa www.fcsh.unl.pt. Arquivado do original em 2 de março de 2016 
  23. Enciclopédia Delta, 1969, p. 1542.
  24. Enciclopédia Delta, 1969, p. 1542-1543.
  25. Enciclopédia Delta, 1969, p. 1524.
  26. Cruz, Carlos Luís M. C. da & Tonera, Roberto. «Reduto do Rio Vermelho». Fortalezas.org. Consultado em 3 de junho de 2021 
  27. Cruz, Carlos Luís M. C. da; Tonera, Roberto; Silva, Jaime José S. «Forte de São Lourenço na Ponta da Ilha de Itaparica». Fortalezas.org. Consultado em 18 de maio de 2021 
  28. «Motim dos soldados dos Terços de Salvador, Bahia | Revoltas | Impressões Rebeldes». www.historia.uff.br. Consultado em 8 de junho de 2021 
  29. Enciclopédia Delta, 1969, p. 1547.

Ligações externas

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