Joaquim Murtinho – Wikipédia, a enciclopédia livre

Joaquim Murtinho

Nome completo Joaquim Duarte Murtinho Nobre
Nascimento 7 de dezembro de 1848
Cuiabá, Mato Grosso
Morte 18 de novembro de 1911 (62 anos)
Rio de Janeiro, Distrito Federal
Nacionalidade brasileiro
Constituição brasileira de 1891, página da assinatura de Joaquim Murtinho (décima quarta assinatura). Acervo Arquivo Nacional

Joaquim Duarte Murtinho Nobre (Cuiabá, 7 de dezembro de 1848Rio de Janeiro, 18 de novembro de 1911) foi um médico e político brasileiro liberal. Murtinho foi Ministro da Indústria e Comércio (1899–1902) no governo do presidente Prudente de Morais e também Ministro da Fazenda (1898–1902) no governo de Campos Sales. Além disso, cumpriu dois mandatos não consecutivos como senador por Mato Grosso (1890–1896 e 1903–1911).[1]

Diversos espaços públicos de cidades brasileiras levam seu nome, mais notadamente Rua Joaquim Murtinho em Santa Teresa, Rio de Janeiro;[2] e uma rua homônima em Cuiabá, Mato Grosso;[3] bem como, uma escola pública centenária em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.[4]

Terceiro filho de José Antônio Murtinho, médico e militar, natural da Bahia, e de sua primeira esposa, Rosa Joaquina Pinheiro, Joaquim Murtinho descendeu de uma família envolvida com a política nacional brasileira.[1] Seu avô materno, Joaquim Duarte, ajudante da primeira linha dos corpos de milícia, era português natural de São Miguel do Outeiro, distrito de Viseu, e foi uma das vítimas do movimento nativista conhecido como Rusga.[5] Seu pai foi presidente da província de Mato Grosso durante o Império.[1] Seus irmãos mais velhos eram José Antônio Murtinho, que também foi senador pelo Mato Grosso, e Manuel José Murtinho, ministro do Supremo Tribunal Federal.[5]

Murtinho nasceu na capital de Mato Grosso e mudou-se, aos 13 anos, para o estado Rio de Janeiro para estudar. Estudou no Colégio Kopke, em Petrópolis, em 1861, e depois no Colégio Episcopal São Pedro de Alcântara (também conhecido como Colégio dos Padres Paiva), na capital, Rio de Janeiro. Aos 17 anos, matriculou-se no curso de engenharia civil. Não existe consenso historiográfico se ele teria se formado antes de iniciar o curso de medicina, quando ainda estava no terceiro ano do primeiro curso.[1] Formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro[1][6] e especializou-se em homeopatia[7] Foi também professor catedrático da Escola Politécnica e presidente do Instituto Hahnemanniano do Brasil. Após tornar-se político, conseguiu introduzir a prática da homeopatia nos serviços médicos da Marinha e do Exército.[7]

Senador: Primeiro Mandato (1890-1896)

[editar | editar código-fonte]

Murtinho foi eleito senador da República em 1890. Em 1897 fez parte do governo Prudente de Morais como ministro da Viação, Indústria e Comércio.

Ministério da Fazenda

[editar | editar código-fonte]

Como ministro da Fazenda do governo Campos Sales, Murtinho tinha a difícil missão de organizar as finanças públicas e administrar os grandes desequilíbrios provocados pelas políticas desastradas de seu antecessor Rui Barbosa, que culminaram no encilhamento, e pela inação dos ministros-juristas que o sucederam. Suas primeiras medidas foram reduzir o meio circulante e articular o funding loan (1898).

Apólice de quando foi Ministro da Fazenda, 1902.

Com relação ao problema do café, nos conta Delfim Netto: "Murtinho acreditava que a solução do problema deveria ser encontrada pelo próprio mercado, que se encarregaria de eliminar os produtores marginais. É ele próprio que nos diz, no Relatório do Ministério da Fazenda de 1899:[8] "Convicto de que a intervenção oficial só poderia aumentar os nossos males, o governo deixou que a produção de café se reduzisse por seleção natural, determinando-se assim a liquidação e a eliminação dos que não tinham condições de vida, ficando ela nas mãos dos mais fortes e dos mais organizados para a luta".[9]

Senador: Segundo e terceiro mandatos (1903-1911)

[editar | editar código-fonte]

Murtinho reelegeu-se para o Senado em 1903 e também em 1907.

Referências

  1. a b c d e Melo, Demian de; Fanaia, João Edson (2024). "MURTINHO, Joaquim" (PDF). Bela Vista - São Paulo: FGV CPDOC. Acessado em 09-01-2023.
  2. «Way: ‪Rua Joaquim Murtinho‬ (‪165268199‬)». OpenStreetMap (em inglês). 15 de dezembro de 2022. Consultado em 9 de janeiro de 2024 
  3. «Way: ‪Rua Joaquim Murtinho‬ (‪177201205‬)». OpenStreetMap (em inglês). 8 de setembro de 2015. Consultado em 9 de janeiro de 2024 
  4. News, Campo Grande. «Escola da Capital completa 100 anos como "família de contrastes"». Campo Grande News. Consultado em 9 de janeiro de 2024 
  5. a b Revista Genealógica Brasileira
  6. Breve e fraca biografia: http://www.fazenda.gov.br/portugues/institucional/ministros/rep010.asp,acesso[ligação inativa] em 6 de outubro de 2011.
  7. a b «Dr. Joaquim Duarte Murtinho Nobre». PHOTOTHÈQUE HOMÉOPATHIQUE (présentée par Homéopathe International) (em francês e inglês). S/data. Consultado em 20 de março de 2012 
  8. O Relatório pode ser consultado em http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1753/index.html. Acesso em 6 de outubro de 2011.
  9. Delfim Netto, Antonio. O Problema do Café no Brasil. São Paulo: Editora UNESP, 2009. página 45.

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Antônio Olinto dos Santos Pires
Ministro dos Transportes do Brasil
1896 — 1897
Sucedido por
Dionísio Evangelista de Castro Cerqueira
Precedido por
Bernardino José de Campos Júnior
Ministro da Fazenda do Brasil
1898 — 1902
Sucedido por
Sabino Barroso