Ngozi Okonjo-Iweala – Wikipédia, a enciclopédia livre
Ngozi Okonjo-Iweala | |
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Ngozi Okonjo-Iweala, 2022. | |
Ministra das Finanças da Nigéria | |
Período | 11 de julho de 2011 a 29 de maio de 2015 |
Presidente | Goodluck Jonathan |
Antecessor(a) | Olusegun Olutoyin Aganga |
Diretora-geral da Organização Mundial do Comércio | |
No cargo | |
Período | 1º de março de 2021 até a atualidade |
Antecessor(a) | Roberto Azevêdo |
Dados pessoais | |
Nascimento | 13 de junho de 1954 (70 anos) Ogwashi-Uku, Delta, Nigéria |
Alma mater | Universidade Harvard MIT |
Partido | Partido Democrático Popular |
Ocupação | Economista |
Ngozi Okonjo-Iweala (Ogwashi-Uku, 13 de junho de 1954) é uma política e economista nigeriana. Foi Ministra das Finanças do seu país por duas vezes, entre 2003 e 2006 e entre 2011 e 2015.[1] Em 2006, foi por um breve período, Ministra dos Negócios Estrangeiros, durante o governo de Olusegun Obasanjo.[1] Iweala ganhou projeção internacional por seu trabalho no Banco Mundial, de 2007 a 2011, tendo sido inclusive uma das favoritas a substituir Robert Zoellick na presidência da organização.[2] É membro do Partido Democrático Popular (PDP).[3]
Em 15 de fevereiro de 2021, foi escolhida como diretora-geral da Organização Mundial do Comércio, com mandato a iniciar em 1º de março de 2021. Tornou-se a primeira mulher a ser nomeada para o cargo.[4][5][6]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Ngozi Okonjo-Iweala nasceu na Nigéria quando o país ainda era colônia britânica, e teve uma infância em escolas internacionais, aulas de balé e piano. Tudo isso ficou para trás quando ela precisou fugir com a família da Guerra de Biafra, que irrompeu quando ela tinha 13 anos. A guerra civil levou o caos ao sudeste do país após uma tentativa separatista da etnia ibo, da qual ela faz parte. Seu pai, Chukwuka Okonjo, era o eze (rei) da família Obahai e um oficial da revolta da etnia ibo pela separação da Biafra. Com o avanço das tropas federais sob comando da etnia rival hauçá, a família de sete filhos teve que abandonar sua casa e fugir da cidade natal, Ogwashi-Ukwu. Seus pais perderam todas as suas economias e por vezes eles dormiram no chão, em bunkers, e em lugares diferentes e muitas vezes não tinham o que comer. Aos 15 anos, Ngozi andou 10 quilômetros carregando nas costas sua irmã de três anos, com malária e febre, até o médico que salvaria sua vida.[7]
Percurso
[editar | editar código-fonte]Ngozi se formou em Economia do Desenvolvimento pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos e fez o doutorado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). [8]
A economista tem experiência em finanças públicas e na área da cooperação internacional na Ásia, África, Europa, América Latina e América do Norte e trabalhou durante 25 anos no Banco Mundial na área do desenvolvimento, e cuja presidência chegou a candidatar-se em 2012.[9]
Durante seus no Banco Mundial, ela liderou várias iniciativas para ajudar os países de baixa renda, e chegou a levantar quase 50 bilhões de dólares em 2010 de doadores para a Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), o fundo do Banco Mundial para os países mais pobres. Ela deixou esse cargo em Washington, capital dos Estados Unidos para voltar à Nigéria, onde foi Ministra das Finanças duas vezes, entre 2003 e 2006; e depois, entre 2011 e 2015. Em 2006, foi Ministra dos Negócios Estrangeiros, o que também a fez ser a primeira mulher a liderar as duas pastas.[10][9]
Na Nigéria, sua agenda de reformas é reconhecida como o principal motivo da sobrevivência econômica do país durante o período crítico de 2008. Uma de suas maiores conquistas foi liderar uma equipe que negociou, em 2005, uma redução colossal da dívida da Nigéria, que ajudou o país a obter sua primeira classificação de dívida soberana. Essas dívidas datavam do início dos anos 1980 e haviam aumentado para mais de 35 bilhões de dólares, devido a multas e taxas por atraso na década de 1990. As reformas econômicas de Ngozi Okonjo-Iweala tiveram um impacto de longo alcance e salvaram a Nigéria em um período crítico, de acordo com o proeminente economista nigeriano Bismarck Rewane. Isso incluiu desvincular o orçamento do preço do petróleo, permitindo ao país economizar dinheiro em uma conta especial quando os preços da matéria-prima estavam altos.[10]
Ela também é presidente da Aliança Global para as Vacinas (GAVI) durante 2020, onde permaneceu até o dia 31 de Dezembro. Também é co-presidente da Global Commission on the Economy and Climate, uma inciativa de líderes governamentais, executivos e membros da sociedade civil que trabalham para fazer com que as mudanças climáticas estejam na pauta central das discussões globais de economia e política. Além disso, foi enviada especial da União Africana para levantar apoio financeiro internacional na luta contra a Covid-19 e enviada especial da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a iniciativa ACT Accelerator.[11][12][9]
Prêmios e reconhecimentos
[editar | editar código-fonte]- 2010: Prêmio Bishop John T. Walker, categoria Distinguished Humanitarian Service, da Africare[13]
- 2015: 50 Mulheres Mais Poderosas, da Forbes[14][15]
- 2017: uma das 100 Mulheres da lista da BBC[16]
- 2022: Ordem de Rio Branco, grau Grã-Cruz, Brasil.[17]
Referências
- ↑ a b «Ngozi Okonjo-Iweala». World Bank Live (em inglês). 2 de outubro de 2013. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ «World Bank presidential candidates profiled». BBC News
- ↑ «Atiku Running Mate: Who go follow am contest 2019 election? - BBC News Pidgin». BBC News. 8 de outubro de 2018. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ «Nigeriana Okonjo-Iweala torna-se a primeira mulher a comandar a OMC». G1
- ↑ «History is made: Ngozi Okonjo-Iweala chosen as Director-General». www.wto.org
- ↑ «Nigeriana será primeira mulher na liderança da Organização Mundial do Comércio». ONU News. 15 de fevereiro de 2021. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ «Saiba quem é Ngozi Okonjo-Iweala, primeira mulher a chefiar a OMC». Folha de S.Paulo. 13 de fevereiro de 2021. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ Heeb, Gina. «Ngozi Okonjo-Iweala Becomes First Woman, African To Lead World Trade Organization». Forbes (em inglês). Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ a b c Crisóstomo, Pedro. «Ngozi Okonjo-Iweala é a primeira mulher a liderar a Organização Mundial do Comércio». PÚBLICO. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ a b «Ngozi Okonjo-Iweala: quem é a nigeriana que vai suceder brasileiro Roberto Azevêdo no comando da OMC». BBC News Brasil. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ «Ngozi Okonjo-Iweala Believes the WTO Can Change the World. But First It Needs Reform». Time. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ «Members of the Global Commission, Ngozi Okonjo-Iweala». newclimateeconomy.net. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ «Historical Bishop John T. Walker Dinners». Africare (em inglês). Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ «A mulher nigeriana que faz história ao liderar o comércio global». www.jn.pt. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ «Ngozi Okonjo-Iweala». Forbes (em inglês). Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ «#100Mulheres: BBC divulga lista anual das mulheres de destaque no mundo: quem são as 9 brasileiras na relação?». BBC News Brasil. Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ «DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO - Seção 1 | Edição extra | Nº 225-A , quinta-feira, 1 de dezembro de 2022». Imprensa Nacional. 1 de dezembro de 2022. p. 3. Consultado em 4 de fevereiro de 2024
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Media relacionados com Ngozi Okonjo-Iweala no Wikimedia Commons
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