Operação Descarte – Wikipédia, a enciclopédia livre
Operação Descarte é uma operação da Polícia Federal brasileira realizada em 1 de março de 2018.[1] A operação visa desarticular um esquema de lavagem de dinheiro, teve origem na fiscalização de duas empresas que teriam feito transações com os doleiros Alberto Youssef e Leonardo Meirelles, investigados na Operação Lava Jato.[2] A operação da PF foi em conjunto com a Receita Federal.[3][4][5]
Policiais federais deram cumprimento a 15 mandados de busca e apreensão, em residências e empresas, nas cidades de São Paulo, Santos, Paulínia, Belo Horizonte e Lamin.[3]
De acordo com a PF, os dois delatores (Youssef e Leonardo Meirelles) confirmaram que fizeram transações com as empresas envolvidas. Participavam da rede 14 companhias que funcionavam como fachada para simular a venda de insumos que nunca foram entregues aos compradores. Os pagamentos eram feitos por meio de transferências bancárias ou boletos para dar aparência de legalidade ao negócio.[6] Segundo o chefe da delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros, Victor Hugo Rodrigues Alves Ferreira, a organização criminosa se estruturou em seis células empresariais, cada uma ligada a um grupo econômico e compostas de várias organizações de fachada, registradas em nome de sócios-laranja.[6]
O prejuízo aos cofres públicos pelo não recolhimento dos tributos devidos pode chegar a centenas de milhões de reais, segundo análises da Receita Federal. Auditores-Fiscais da Receita Federal fiscalizaram empresas do grupo e seus clientes, tendo constituído mais de 200 milhões de reais em créditos tributários. A organização como um todo emitiu mais de 900 milhões de reais em notas fiscais com indícios de fraude.[7]
Na quarta fase da Operação Descartes, também denominda de "E o Vento Levou", deflagrada em 19/04/2019[8]. Nesta operação, a Polícia Federal, Receita Federal e MPF investigaram supostos desvios de dinheiro envolvendo empresas de energia elétrica, entre elas a Renova Energia, na época subsidiária da Cemig, e a empresa Casa dos Ventos. Segundo o inquérito policial, baseado em delações premiada do ex-diretores da Renova e Casa dos Ventos, 40 milhões de reais da Renova teriam sido desviados por meio de um contrato super-faturado do "projeto Zeus/Tombador" junto à Casa dos Ventos.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «PF faz operação contra empresas de serviços de limpeza em desdobramento da Lava Jato». 1 de março de 2018. Consultado em 22 de maio de 2018
- ↑ «Negócios entre empresas e doleiros levaram à Operação Descarte». Veja. Abril. 1 de março de 2018. Consultado em 22 de maio de 2018
- ↑ a b «Operação Descarte combate fraude e lavagem de dinheiro em São Paulo e Minas». Polícia Federal. 1 de março de 2018. Consultado em 22 de maio de 2018[ligação inativa]
- ↑ André Guilherme Vieira (1 de março de 2018). «Operação Descarte da PF mira lavagem de dinheiro na limpeza urbana». Valor Econômico. Consultado em 22 de maio de 2018
- ↑ Julia Affonso e Fausto Macedo (1 de março de 2018). «Operação Descarte ataca fraude e lavagem de dinheiro em SP e Minas». Estadão. Consultado em 22 de maio de 2018
- ↑ a b «Negócios entre empresas e doleiros originaram Operação Descarte, diz PF». Agência Brasil. EBC. 1 de março de 2018. Consultado em 22 de maio de 2018
- ↑ «OPERAÇÃO DESCARTE – Receita Federal e Polícia Federal investigam fraude milionária e lavagem de dinheiro em São Paulo e Minas Gerais». Receita Federal. 1 de março de 2018. Consultado em 22 de maio de 2018
- ↑ «Operação "E o Vento Levou" vê desvio de R$40 mi da Cemig por meio da Renova». Terra. 11 de abril de 2019. Consultado em 18 de março de 2024