Rio Paru do Oeste – Wikipédia, a enciclopédia livre
Rio Paru do Oeste (ou Cuminá) | |
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Mapa do rio Cuminá (Paru do Oeste), no livro "Voyage au Cumina", de 1901. | |
Comprimento | 710 km |
Nascente | Serra do Tumucumaque |
Foz | rio Trombetas |
País(es) | Brasil |
O rio Paru do Oeste (também conhecido como Cuminá ou Erepecuru) é um dos rios que banham o estado do Pará, no Brasil, e afluente do rio Trombetas, ao qual se une cerca de 40 km acima de Oriximiná.[1][2]
Geografia
[editar | editar código-fonte]O rio Paru do Oeste é um rio de águas brancas que nasce no planalto da Guiana, na serra do Tumucumaque, fronteira com o Suriname. Suas nascentes estão no Parque Indígena Tucumaque, um pouco ao norte de Maloca Velha. Nasce quase no mesmo local do rio Paru, que neste curso superior é conhecido como Paru d'Este.[3] Corre na direção sul e seu longo curso é frequentemente interrompido por correntezas violentas, barreiras rochosas e corredeiras. Após passar pela Aldeia das Canoas, recebe à direita seu principal afluente, o rio Marapi, em Maloca, na orla do Parque Indígena.[4]
A jusante, o percurso continua bastante acidentado, com muitas áreas de cachoeiras, entre as quais se destacam Tapiú e Torino. Neste trecho o rio banha as localidades de Rufino, Santo Antônio e na parte baixa, Cuminá, que por vezes dá nome ao rio.[5]
Deságua pela margem esquerda, no curso inferior do rio Trombetas.[5]
Expedições
[editar | editar código-fonte]A partir da última metade do século XIX, vários exploradores subiram o Cuminá, com maior ou menor sucesso. Dentre estes, destaca-se o padre José Nicolino de Sousa, vigário da cidade de Óbidos, que efetuou três viagens à região, em 1877, 1878 e 1882; nesta última, ele veio a falecer. O padre José Nicolino buscava constatar a existência de vastos campos ao sul da serra do Tumucumaque, onde viveriam quilombolas.[5]
Em fins da década de 1920, o marechal Cândido Rondon também explorou a região, valendo-se dos diários de viagem escritos pelo padre José Nicolino.[6]
Referências
- ↑ R. Ziesler; G.D. Ardizzone (1979). «Las aguas continentales de América Latina». FAO. Consultado em 3 de junho de 2024
- ↑ Efrem Jorge Gondim Ferreira (1993). «Composição, distribuição e aspectos ecológicos da ictiofauna de um trecho do rio Trombetas, na área de influência da futura UHE Cachoeira Porteira, estado do Pará, Brasil» (PDF). Acta Amazonica. Consultado em 3 de junho de 2024
- ↑ «Terras Indígenas Parque do Tumucumaque e Rio Paru d'Este». Mosaico da Amazônia Oriental. Consultado em 3 de junho de 2024
- ↑ Marco Antonio P. Costa (7 de outubro de 2020). «Os índios que foram colocados para criar boi no Tumucumaque». SelesNafes. Consultado em 3 de junho de 2024
- ↑ a b c Augusto Octaviano Pinto (1930). «Hidrografia do Amazonas e seus afluentes». Rio de Janeiro: Imprensa Nacional. Consultado em 3 de junho de 2024
- ↑ Hiram Reis e Silva (5 de janeiro de 2021). «A Terceira Margem – Parte CXXIII». EcoAmazônia. Consultado em 3 de junho de 2024.
Quando me encontrava em serviço ativo do Exército e dirigia os trabalhos da Inspeção de Fronteiras, executei pessoalmente a exploração e o levantamento do Rio Cuminá (1928/29), […]. Nestes trabalhos, serviram-me de guia os “Diários de Viagens”, manuscritos, do Reverendo Padre Nicolino José Rodrigues de Sousa, judiciosamente organizados, sob escrupulosa exatidão, e onde se encontram, como o leitor verá, considerações de ordem filosófica e interessantes pensamentos, que definem a arraigada fé católica do autor e denunciam os seus sentimentos elevados e filantrópicos.