Subúrbio Ferroviário – Wikipédia, a enciclopédia livre

Subúrbio Ferroviário
  Bairro do Brasil  
Comboio do trem do Subúrbio de Salvador.
Comboio do trem do Subúrbio de Salvador.
Comboio do trem do Subúrbio de Salvador.
Localização
Coordenadas
Unidade federativa Bahia Bahia
Município Salvador
Características geográficas
Área total 2 684 ha
População total (2000) 500 000 (2 013)[1]
286 000 (2 015)[2] hab.
Outras informações
Limites Miolo de Salvador, Orla de Salvador[3]

O Subúrbio Ferroviário é a denominação dada ao conjunto de bairros de Salvador onde moram cerca de 286 mil[2] habitantes distribuídos em 22 bairros.[1] É uma região periférica de Salvador conhecida pela linha ferroviária que liga o bairro da Calçada, que fica na Cidade Baixa, até o bairro suburbano de Paripe, que fica na região noroeste de Salvador, conhecida por ser o penúltimo bairro de Salvador nessa região. Tem seus limites no Miolo e na Orla de Salvador.[3]

Região administrativa

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No zoneamento político-administrativo soteropolitano, corresponde a uma das 18 regiões administrativas (RA), a RA XVII, a Região Subúrbios Ferroviários. Localizada no noroeste de Salvador, abrange os bairros desde Plataforma a São Tomé de Paripe e Base Naval. Limita-se também com a Enseada do Cabrito, a Baía de Todos os Santos, a Baía de Aratu e Simões Filho, sem falar das RA III e XVI, respectivamente, Região São Caetano e Região Valéria.[4]

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000, a região administrativa compreende 2.684 hectares, onde viviam 245.977 habitantes, com um cenário para 2015 de 308.623 habitantes pelas projeções do plano diretor municipal.[5]

Em 2012 foi apontado pelo jornal Correio que o fraco policiamento na região estava ligado ao aumento da violência. O secretário Maurício Barbosa explicou o motivo do local receber tratamentos desiguais: "Uma coisa é você pensar segurança pública na teoria, outra é a prática. Nós não temos como fator de influência para a questão de lotação policial somente a questão populacional. Temos outras áreas de interesse. Quais são? Econômica, turística, bancária, comercial, e por aí vai (...) A Barra tem mais policial por habitante do que o Subúrbio. Mas deixe de ter um policial na Barra para ver quais são os efeitos negativos com relação à imagem da cidade, a imagem do Estado, a imagem de um setor que traz dividendos ao estado, que é o turismo. Tire um policial da Pituba, que tem uma extensa área na Manoel Dias da Silva, que é área bancária. Aconteceu um assalto a banco no meio da Pituba. Qual a repercussão disso aí? Não estamos lidando apenas com critérios objetivos. A gente tem que parar de levar a discussão para a questão matemática, temos que entender as nuances."[6]

Em 2013, o delegado Nilton Borba, titular da 5ª Delegacia, disse que na localidade do Subúrbio "o que dá dor de cabeça para a polícia são esses traficantes que atuam nas entradas das ruas. Não há um grande traficante, mas vários traficantes que agem nas ruas".[7]

Em uma entrevista para o G1 Bahia em 2015, o ativista Hamilton Borges, da Quilombo X, que promove uma campanha de combate à violência contra a população negra "Reaja ou será morta, reaja ou será morto", disse que os assassinatos na região do subúrbio vão muito além do tráfico de drogas: "Há ali há conglomerados de grupos de extermínio que são tolerados pelos órgãos de segurança pública (...) Sobre isso, o estado tem feito vistas grossas. (...) São jovens entre 14 e 25 anos, de baixa escolaridade, esmagadora maioria negra. O tráfico existe. Agora, tem que se perguntar como as drogas entram. Não há controle das fronteiras, do uso de armas. O que existe é um fracasso da segurança pública. Você não tem esses níveis de crimes nas áreas nobres."[8]

Em 2017 foi divulgado que a facção criminosa BDM (Bonde do Maluco) que exerce controle sobre o tráfico de drogas na Bahia atua na Avenida Suburbana.[9]

Referências

  1. a b Antonio Mateus de C. Soares. «"Territorialização" e pobreza em Salvador - BA» (PDF) (em português e inglês). UNESP. Consultado em 15 de fevereiro de 2013 
  2. a b Henrique Mendes (21 de setembro de 2015). «Com 15 bairros e 10% da população, subúrbio une beleza e estrutura falha». G1 BA. Rede Globo. Consultado em 1 de junho de 2019 
  3. a b Redação (12 de dezembro de 2014). «Novos ônibus coletivos de Salvador terão entrada pela dianteira». Correio (jornal). Rede Bahia. Consultado em 24 de junho de 2019 
  4. «Cópia arquivada» (PDF). Consultado em 5 de janeiro de 2014. Arquivado do original (PDF) em 5 de janeiro de 2014 
  5. http://www.desenvolvimentourbano.salvador.ba.gov.br/images/PDF/PDDU/lei7400-08.pdf[ligação inativa]
  6. Juan Torres e Rafael Rodrigues (22 de maio de 2012). «Mapa deixa clara a concentração de homicídios em bairros pobres». Correio (jornal). Consultado em 27 de abril de 2019 
  7. Jorge Gauthier (9 de junho de 2013). «Polícia aponta 19 acusados de liderar tráfico em bairros do Subúrbio». Correio. Rede Bahia. Consultado em 24 de junho de 2019 
  8. Henrique Mendes (24 de setembro de 2015). «Região mais violenta de Salvador, subúrbio resiste ao tráfico de drogas». G1 BA. Rede Globo. Consultado em 26 de abril de 2019 
  9. Bruno Wendel (22 de janeiro de 2017). «BDM comanda o tráfico em sete bairros de Salvador». Correio (jornal). Consultado em 27 de abril de 2019 

Ligações externas

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