Aeroporto Internacional de Porto Alegre – Wikipédia, a enciclopédia livre

Aeroporto de Porto Alegre
Aeroporto
Aeroporto Internacional Salgado Filho ou Porto Alegre Airport
Aeroporto Internacional de Porto Alegre
Aeroporto Internacional de Porto Alegre
IATA: POA - ICAO: SBPA
Características
Tipo Público
Administração Fraport[1]
Serve Região Metropolitana de Porto Alegre
Localização Porto Alegre, RS, Brasil
Inauguração 3 de julho de 1940 (84 anos)
Coordenadas 29° 59′ 38″ S, 51° 10′ 16″ O
Altitude 3 m (10 ft)
Movimento de 2017
Passageiros 8 012 114 passageiros (BR: 8º)[2]
Carga 15 545 971 quilogramas[2]
Aéreo 79 473 aeronaves[2]
Mapa
SBPA está localizado em: Brasil
SBPA
Localização do aeroporto no Brasil
Pistas
Cabeceira(s)
Comprimento
Superfície
11 / 29
3 200  m (10 499 ft)
Notas
Dados do DECEA[3]

O Aeroporto Internacional de Porto Alegre/Salgado Filho (IATA: POAICAO: SBPA) é um aeroporto internacional situado no município de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul. É o maior e mais movimentado aeroporto do Rio Grande do Sul e da Região Sul e o nono mais movimentado do Brasil em número de passageiros transportados.

Abrangendo uma área total de 3,8 km² no norte de Porto Alegre, o complexo aeroportuário conta com um sistema de acesso viário próprio. A Avenida Severo Dullius é a via de acesso ao aeroporto, liga-se com a Avenida dos Estados, complemento da BR-116. Toda estrutura para passageiros é atualmente composta de apenas um terminal, que foi ampliado, tendo sua inauguração ocorrida em 2 de abril de 2019, totalizando 66 pontos de check-in.[4]

Foi o primeiro aeroporto administrado pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) e a operar com o sistema integrado de check-in.[5] O aeroporto dispõe do sistema de pouso por instrumentos (ILS) Categoria II na cabeceira 11 (oeste), permitindo pousos com visibilidades mínimas horizontal de 300 m e vertical de 30 metros. O sistema apresenta grande utilidade nos períodos entre junho e agosto, quando uma enorme quantidade de chegadas matinais são atrasadas ou canceladas em função de nevoeiros.

O aeroporto é o 9º maior do Brasil e as rotas domésticas representam 93% de seu tráfego total.[6] Em 2017, ficou em terceiro lugar no Prêmio Avião Revue, na categoria Melhor Aeroporto do Brasil.[7]

O complexo aeroportuário foi concedido à iniciativa privada em 16 de março de 2017, tornando a FRAPORT a atual concessionária até o ano de 2042 pela quantia de R$382 milhões de reais.[8] A empresa assumiu a administração do aeroporto no dia 28 de julho de 2017.[1]

O local onde está situado o aeroporto fica dentro da propriedade que era de Jerônimo de Ornelas, proprietário de diversos lotes de terra em Porto Alegre.[9] A área foi ocupada pelo governo do estado e posteriormente desapropriada. Nesse período, a área também chegou a ser ocupada pela Brigada Militar, que por meio de um processo envolvendo o estado, passou a utilizá-la parcialmente para desenvolvimento de unidades paramilitares no combate às revoluções da época.[10] Na época, havia uma pista de terra com seiscentos metros de comprimento, localizada no campo da várzea do Rio Gravataí, onde foram construídos dois galpões destinados a abrigar as oficinas e hangares.[9] Em 15 de setembro de 1923, era concluída a construção do primeiro aeroporto de Porto Alegre, que pertencia ao Serviço de Aviação da Brigada Militar.[11] Este serviço encerrou suas atividades em 1924 e o local passou a ser conhecido como Aeródromo de São João.[12] Por volta de janeiro de 1924, a Brigada Militar cedeu e arrendou os aviões e o aeródromo com pista e hangares a Orestes Dionísio Barroni, que tinha por objetivo instalar uma escola de aviação civil.[13]

A Varig, primeira companhia aérea do Brasil, iniciou suas operações utilizando um hidroavião Dornier Do J, apelidado de Atlântico, com capacidade de nove passageiros, considerado um dos mais modernos de sua época,[14] que fez seu voo de estreia de Porto Alegre a Rio Grande, no estado do Rio Grande do Sul.[15] No início, operava também o Dornier Komet a partir da Ilha Grande dos Marinheiros, no Rio Guaíba.[15] Em 1932, adquiriu seu primeiro avião com trem de pouso, um Junkers A-50 Junior, e depois o Junkers F.13, iniciando suas operações no aeroporto.[15] Nesse mesmo ano, instalou-se também nesta área a Base Aeronaval do Rio Grande do Sul, cujo comandante era o Capitão de Corveta Luiz Neto dos Reis.[16] Esta base foi utilizada por seis meses como apoio à navegação marítima, lacustre e a rede de faróis costeiros.[16] Em 1937, teve início o processo de desapropriações de terrenos adjacentes à área ocupada pelo Aeródromo de São João para sua futura ampliação e a construção do Aeroporto de Porto Alegre e, neste período, foi construído o primeiro terminal de passageiros.[17] Com a Segunda Guerra Mundial, o Ministério da Aeronáutica determinou a redução do ritmo das obras do aeroporto, deslocando o material e pessoal para a construção da Base Aérea de Gravataí, atual Base Aérea de Canoas.[18] As obras do aeroporto foram atribuídas a Secretaria de Obras Públicas e mais tarde ao Departamento Aeroviário do Estado, que deu início à construção do primeiro terminal de passageiros e pavimentação do primeiro trecho de 900 metros de comprimento e 42 metros de largura da pista. Com esta melhoria, os aviões triciclos Convair 240, 340 e 440 poderiam pousar no aeroporto.[15]

Em 12 de outubro de 1951, o aeroporto passou a ser designado Aeroporto Internacional Salgado Filho, em homenagem a Joaquim Pedro Salgado Filho, senador e ministro da Aeronáutica.[19] O novo trecho de pista e os doze módulos do terminal de passageiros foram inaugurados em 19 de abril de 1953.[9] Posteriormente, foram construídos outros 700 metros de pista de concreto em convênio com a União e o estado.[9] Em continuação ao trecho executado pelo Estado, foi construído o último trecho da pista, totalizando 2 280 metros de comprimento, bem como a construção das pistas de taxiamento e ampliação do pátio de estacionamento para atender aeronaves de grande porte.[17] Em 7 de janeiro de 1974, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) assumiu a administração, operacionalidade e exploração comercial e industrial do aeroporto.[9] Em 1982, novos recursos foram destinados à ampliação do terminal de passageiros, pois a demanda aeroportuária já alcançava índices elevados de movimento.[20] Em 1986, foram destinadas áreas para a construção dos novos terminais de carga e manutenção para as empresas Vasp, Transbrasil, SATA e Empresa de Correios e Telégrafos.[21]

Em 1987, o estacionamento em frente ao aeroporto foi ampliado de 280 para 750 vagas.[9] Neste ano foi realizada a modernização da marquise em frente ao aeroporto, a remodelação de uma das salas de embarque, a duplicação de outra sala de embarque e a ampliação do desembarque doméstico.[20] Em 1995, foi concluída a ampliação do terminal de cargas e a instalação da segunda esteira de bagagem no desembarque doméstico.[22] Em 1996, foi assinada a ordem de serviço para início da construção do novo complexo aeroportuário.[20] Em outubro de 2001, foi inaugurado o novo terminal do aeroporto, transferindo todas as operações para este novo terminal.[20] Em dezembro de 2010, foi reinaugurado o antigo terminal de passageiros, que passou a ser denominado como Terminal 2.[23] Neste mesmo ano, foi instalado o sistema de pouso por instrumentos, que era requisitado pelos pilotos, devido a baixas condições de visibilidade, principalmente no inverno.[24]

Concessão à iniciativa privada

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Setor doméstico

Em 13 de setembro de 2016, o presidente Michel Temer decidiu conceder o aeroporto de Porto Alegre, juntamente com outros três aeroportos do Brasil, para a iniciativa privada.[25] Segundo o edital, o consórcio vencedor deveria administrar o aeroporto por um período de 25 anos e fazer as ampliações necessárias. A medida foi adotada como emergencial, já que o governo anunciou a extinção da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária, que administrava o aeroporto.[26] A administração da FRAPORT iniciou no dia 28 de julho de 2017.[1]

Durante um leilão realizado na sede do B3, a empresa FRAPORT ofereceu 382 milhões de reais para obter a administração do aeroporto.[8] Ao assinar o contrato, a empresa comprometeu-se a realizar diversas obras de ampliação.[27] Em outubro de 2017, a empresa anunciou uma estimativa de investimento inicial de cerca de R$ 600 milhões no aeroporto. Em fevereiro de 2018, com o projeto de ampliação já estabelecido, a companhia confirmou que os aportes chegarão a R$ 1,5 bilhão.[28]

Entre as obras de ampliação necessárias, está a ampliação da pista de pouso e decolagem em 920 metros, passando dos atuais 2 280 metros para 3 200 metros, o que possibilitaria a operação de grandes aeronaves de passageiros e cargas, como o Boeing 747, 777 e Airbus A350.[29] Atualmente, aviões de carga não conseguem decolar com plena capacidade para viagens a longa distância. Nos últimos cinco anos, dos 3,34 bilhões de dólares exportados via aérea pelo Estado, apenas 442 milhões de dólares foram embarcados no aeroporto, isto porque cerca de 40% das operações são realizadas em aeroportos de São Paulo.[29] A obra de extensão da pista deverá estar concluída até o fim de 2021.[28]

Outra obra prevista em contrato é a ampliação do Terminal 1, principalmente nas áreas de check-in, raio-x, esteiras e embarque e desembarque e a instalação de quatorze pontes de embarque e oito posições remotas, para embarque e desembarque de passageiros nas aeronaves.[8] O contrato também prevê a construção de outro edifício-garagem, ao lado do já existente, o que aumentaria a capacidade do estacionamento de 2,6 mil para 4,3 mil veículos.[8]

Uma obra, que não estava prevista no edital mas será realizada, é a construção de um novo terminal de cargas ao lado do Terminal 1, que será maior que o existente e terá capacidade para receber grandes aeronaves.[29] Na área onde existe atualmente o terminal de cargas, será construída uma extensão do pátio, aumentando a capacidade para 20 aeronaves.[8]

Em março de 2018, a Fraport iniciou trabalho de demolição da obra do novo terminal de passageiros, inciada pela Infraero em outubro de 2013 e paralisada por mais de 12 meses. A falta de cuidado, aliada ao longo tempo de exposição ao ambiente, inviabilizaram o aproveitamento da estrutura que custou mais de R$ 30 milhões.[30]

No dia 19 de maio de 2022, a Fraport entregou a obra de ampliação da pista, que passou dos 2.280m para 3.200 metros de extensão. Obra com custo estimado em R$135 milhões que sofreu atrasos na entrega devido à pandemia de COVID-19. Uma das novidades é que a área de escape, projetada para dar mais segurança a pousos e decolagens, foi construída com 240 metros de comprimento e 150 metros de largura e com grama.

Com isso, o terminal passa a ter a maior pista de pouso e decolagens do sul do país, possibilitando conexões diretas com grandes aeronaves de carga e passageiros, permitindo melhores voos para Europa, Estados Unidos ou Oriente Médio sem precisar de conexões. Poderão pousar aeronaves com autonomia de 13,45 mil quilômetros e capacidade de transporte de até 397 toneladas, incluindo carga, passageiros e o peso do próprio avião.

No mesmo dia da entrega da obra, pousou o voo TP117, proveniente de Lisboa, através da TAP Air Portugal, com a aeronave Airbus A330neo.

Escadas entre andares do Terminal 1

O Terminal 1 é o maior e mais recente do aeroporto, foi inaugurado em 2001, após o aumento da demanda no aeroporto.[20] O terminal tem acesso pela avenida Severo Dullius através de um sistema viário próprio e conta com três andares. Após ampliação do terminal em 2019, passou a ter área construída de 72.000 , 24 portões e 15 pontes de embarque, 66 balcões de check-in, 5 esteiras de restituição de bagagens duplas (3 no doméstico e 2 no internacional), 120 pontos comerciais distribuídos em todos os andares e dois edifícios garagens para 4200 vagas cobertas.

No nível térreo do terminal estão os desembarques doméstico e internacional, área de recuperação de bagagens, pontos de ônibus e demais meios de transporte. No primeiro andar está a área de check-in doméstico e internacional e acesso ao Aeromóvel (sistema de transporte que liga o aeroporto à estação metrô Trensurb) e no terceiro andar encontra-se a praça de alimentação e os embarques doméstico e internacional.

O terminal tem capacidade de receber até 15 milhões de passageiros por ano, enquanto três companhias operam voos nacionais para as regiões sul e sudeste e cinco companhias operam voos internacionais para a América do Sul, América Central e Europa.[31]

Fachada do terminal 2

O Terminal 2, também conhecido como "Aeroporto Antigo", foi inaugurado em 1940, para atender a Varig, que operava no aeroporto. Passou por diversas obras de ampliações até 2000, quando foi construído o Terminal 1, desativando as operações neste terminal. O terminal ficou sem utilização até 2010, quando foi reformado, passou a atender as exigências da Infraero, e foi reinaugurando, abrigando as operações da Azul Linhas Aéreas Brasileiras e WebJet Linhas Aéreas, o que desafogou as operações no Terminal 1. Porém, com a falência da WebJet, a Azul passou a ser a única companhia a operar no Terminal 2. Em 2014, foi implantado o sistema "Mamuth" para pontes de embarque, adequada a aviões da classe Cm como os Embraer E-Jets, nos quais a porta de desembarque fica a uma distância de 2,5 metros a 3,5 metros do solo.[32] Além da escada, há um elevador para cadeirantes com capacidade de suportar até 225 quilos.[32] Para chegar ao equipamento, o passageiro passa por um túnel constituído por módulos, totalmente climatizado, atravessando o pátio do aeroporto. Se um veículo precisar passar pela área onde ficam os módulos, eles podem ser movidos para dar acesso.[32] Uma das vantagens é para que o passageiro possa acessar o avião em dias de chuva, sem o risco de molhar-se.[33]

O terminal conta com nove balcões e oito totens de check-in, de uso exclusivo da Azul, além de sala de embarque e desembarque, praça de alimentação e lojas.[34] A Azul operava, partindo deste terminal, voos para as regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, além de voos para o Uruguai.[31] A partir de setembro de 2019, todas as operações da Azul foram transferidas para o Terminal 1, de maneira que o T2 ficou reservado apenas a funções administrativas e eventuais desembarques VIP.[1]

Terminal de cargas

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O primeiro Terminal de Cargas - TECA foi inaugurado em 1986 e era utilizado nesta época pelas empresas Vasp, Transbrasil, SATA e Correios. Este TECA, com capacidade para 35 mil ton/ano, foi desativado após inauguração do novo empreendimento. No ano de 2021, foram movimentadas 16.083 toneladas de cargas.

Em 2021 a FRAPORT entregou um novo Terminal de Cargas, com capacidade para processar 100 mil ton/ano, localizado na Avenida Severo Dullius, 800, Bairro São João, com acesso pela segunda rótula, após o Terminal de Passageiros.

O empreendimento possui as seguintes características: área construída de 10.559 m² armazém de importação: 3.400 m²; armazém de exportação: 3.000 m²; complexo de câmaras frigoríficas: 388 m²; armazém de carga perigosa: 300 m²; posições de armazenamento vertical: 1.568.

O complexo possui ainda: 11 espaços para locação; 17 docas (3,45 m x 25,00 m); 10 espaços para espera de caminhões (3,45 m x 25,00 m), 587 vagas de estacionamento.

Os principais tipos de cargas são: metal mecânico, eletrônicos, ferramentas, medicamentos, têxtil, couro, máquinas e equipamentos, perecíveis, automotiva, polímeros, animais vivos, agropecuária, hospitalar, alimentícias e cargas perigosas de todas as classes embarcadas em aeronaves.

Aeromóvel em operação no aeroporto.

O aeromóvel instalado no aeroporto é a primeira linha da tecnologia em operação comercial no Brasil, inaugurada em 10 de agosto de 2013 e funcionando com cobrança de passagem desde 7 de maio de 2014, interliga a Estação Aeroporto do Metrô de Porto Alegre ao Terminal 1 do aeroporto, funcionando no mesmo horário dos trens.[35] O trajeto de 814 metros, com duas estações de embarque, é percorrido em 2 minutos e 35 segundos. A linha conta com dois veículos, um com capacidade para 150 passageiros, outro para trezentos passageiros, cujo funcionamento se dá conforme a demanda do período.[36]

Ver a consulta original do Wikidata.

Balcões de check-in no aeroporto
Ano Passageiros Doméstico Internacional
2007[37] 4 277 211 3 942 047 335 164
2008[37] 4 821 451 4 442 569 378 882
2009[37] 5 519 013 5 178 092 340 921
2010[37] 6 558 933 6 132 909 426 024
2011[37] 7 692 744 7 149 462 543 282
2012[38] 7 888 109 7 268 381 619 728
2013[39] 7 809 085 7 327 355 481 730
2014[40] 8 305 195 7 713 150 592 045
2015[41] 8 194 176 7 699 115 495 061
2016 7 433 169 7 079 829 353 340
Airbus A319 da LATAM Airlines Brasil durante aproximação para pouso no aeroporto.
Ano Aeronaves Domésticas Internacionais
2007[37] 48 117 39 607 8 510
2008[37] 52 491 43 026 9 465
2009[37] 62 153 53 584 8 569
2010[37] 70 052 61 617 8 435
2011[37] 77 538 68 328 9 213
2012[38] 74 466 66 061 8 405
2013[39] 70 589 65 433 5 156
2014[40] 71 725 65 880 5 845
2015[41] 70 154 65 165 4 989
2016 62 250 59 201 3 049
Destroços do avião após o acidente
Ver artigo principal: Voo TAM 3054

Em 17 de julho de 2007, um Airbus A320 da TAM Linhas Aéreas (atual LATAM Airlines Brasil), prefixo PR-MBK, estava programado para realizar um voo a partir do aeroporto Salgado Filho ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Durante a aproximação a aeronave foi autorizada a pousar na pista 35L, em Congonhas. Testemunhas oculares e câmeras de segurança do aeroporto mostraram que a aeronave tocou a pista na área conhecida como "zona de toque", onde todas as aeronaves devem pousar, ela não diminuiu sua velocidade, atravessando a pista a uma velocidade média de 90 nós (170 quilômetros por hora).[42] A aeronave fez uma curva abrupta para a esquerda, saindo da pista e invadindo o gramado e o pátio de manobras do aeroporto. A pista foi construída sobre um platô, ao lado da avenida Washington Luis, a qual estava com movimento intenso no momento. A aeronave saiu das delimitações do aeroporto, planou sobre a avenida e colidiu com o edifício da TAM Express, causando um incêndio imediato. Todas as 187 pessoas a bordo e doze pessoas em solo faleceram na hora. O terreno, onde estava localizado o prédio da TAM, foi transformado em uma praça em memória as vítimas.[43]

Em 18 de maio de 1969, um Piper PA-32, operado pelo Taxi-Aéreo Porto-Alegrense, fazia um voo partindo do Aeroporto de Bento Gonçalves até Porto Alegre, com três pessoas a bordo. Durante a aproximação para pouso, a cerca de trezentos metros da cabeceira da pista, o avião perdeu a sustentação após uma esteira de turbulência, causada por um avião turbojato, vindo a colidir com uma casa. Os três ocupantes, incluindo dois irmãos da família Dreher, morreram no acidente.[44]

Enchentes de maio de 2024

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Em maio de 2024, o aeroporto foi atingido pelas águas provenientes das enchentes no Rio Grande do Sul. A pista de decolagem e os prédios foram inundados e a água atingiu 2,5 metros de altura em alguns pontos do aeroporto. Diante da situação, a Fraport, administradora do complexo aeroportuário, suspendeu por tempo indeterminado todos os voos que passam pelo terminal.[45]

No dia 14 de maio, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) suspendeu, por tempo indeterminado, as vendas de passagens para voos que tenham como destino ou partida o aeroporto de Porto Alegre.[46]

Alguns dos voos inicialmente previstos para chegar ou partir do aeroporto de Porto Alegre foram redirecionados para a Base Aérea de Canoas, administrada pela Força Aérea Brasileira (FAB).[47] Outros aeroportos do interior do Rio Grande do Sul, tais como os de Caxias do Sul, Santa Maria, Pelotas e Passo Fundo também têm recebido voos redistribuídos após as enchentes no aeroporto de Porto Alegre.[48]

Ainda não é possível avaliar com precisão a extensão dos danos sofridos pelo aeroporto de Porto Alegre, mas sabe-se que as pistas foram muito atingidas, uma vez que a água continua estagnada no local, o que afeta a planicidade para aviões se moverem, mesmo que se retirem as águas e se limpem as pistas.[49]

Danos estruturais elétricos foram registrados no aeroporto, como no sistema de geração e distribuição de energia para o terminal.[49] Equipamentos como bombas de sucção, guinchos e geradores foram emprestados ou doados para a drenagem das águas paradas no aeroporto.[50]

Em 27 de maio, a Base Aérea de Canoas passou a receber voos comerciais,[51] com planos de aumentar a frequência inicial de 35 para 70 voos semanais a partir de 10 de junho.[52][53] A Fraport realiza o embarque e desembarque através de um terminal remoto no ParkShopping Canoas, a cerca de 4 quilômetros do aeródromo.[51][54]

Em 3 de junho, a concessionária iniciou o processo de limpeza da pista e dos pátios de aeronaves, além de testes e sondagens para avaliação da resistência do solo.[55][56] O complexo vem recebendo visita técnica de comitiva formada por membros do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC) e da ANAC.[52][55]

As operações foram parcialmente retomadas em 21 de outubro de 2024. Inicialmente serão retomados os voos domésticos de maneira gradual. A volta de voos internacionais e do fluxo normal de voos é prevista para dezembro do mesmo ano[57].

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Referências

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Ligações externas

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