Aimorés – Wikipédia, a enciclopédia livre
Aimorés |
---|
População total |
350 |
Regiões com população significativa |
sul da Bahia e norte do Espírito Santo, no Brasil |
Línguas |
macro-jê |
Religiões |
Os aimorés, aimbirés, aimborés ou botocudos eram uma etnia indígena brasileira que habitava o sul da Bahia, o norte do Espírito Santo e Minas Gerais nos séculos XVI e XVII.[1][2][3] Ao contrário da maioria dos povos indígenas que habitavam o litoral brasileiro no século XVI, não falavam a língua tupi. Eram em número de 30.000.
Nômades, se abrigavam em cabanas temporárias cobertas com folhas de palmeiras. Sobreviviam principalmente da caça e do consumo de carne humana[4]. O escritor português Pero de Magalhães de Gândavo assim os descreveu em seu livro "Tratado da terra do Brasil- História da Província de Santa Cruz", de 1576:[5]
“ | Chamam-se Aymorés, a língua deles é diferente dos outros indios, ninguém os entende, são eles tão altos e tão largos de corpo que quase parecem gigantes; são muito altos, não parecem com outros índios da Terra. | ” |
Etimologia
[editar | editar código-fonte]"Aimoré" é um termo tupi que designa uma espécie de macaco.[6] Porém o padre José de Anchieta afirmou que o termo surgiu de guaymuré "indivíduo de nação diferente, aquele que é povo diferente"[7]
História
[editar | editar código-fonte]Assim como outras tribos tapuias, os Aimorés haviam sido expulsos do litoral pelos tupis pouco antes da chegada dos portugueses à região no século XVI, mas, a partir da década de 1550, tentaram retomar ao seu território.[8]
Com os constantes ataques aos colonos portugueses e seus escravos índios, os Aimorés foram os responsáveis pelos fracassos das capitanias de Ilhéus, Porto Seguro e Espírito Santo.[1] Só foram vencidos no início do século XX.[1]
Sobrevivem até hoje sob a forma da etnia contemporânea dos crenaques.[9]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c BUENO, E. Brasil: uma história. 2ª edição. São Paulo. Ática. 2003. p. 19.
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 70.
- ↑ «A antropologia física dos "vis aimorés"». Agência FAPESP. 7 de junho de 2016. Consultado em 8 de novembro de 2023
- ↑ GÂNDAVO, P. M. A primeira história do Brasil: história da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil. 2ª edição. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor. 2004. p. 115.
- ↑ GÂNDAVO, Pero de Magalhães Tratado da terra do Brasil- História da Província de Santa Cruz. Belo Horizonte : Ed. Itatiaia; São Paulo : Ed. Da Universidade de São Paulo, 1980. p. 4.
- ↑ GÂNDAVO, P. M. A primeira história do Brasil: história da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil. 2ª edição. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor. 2004. p. 164.
- ↑ PONTES, S. P. Nomes indígenas na geografia de Minas Gerais. Belo Horizonte. Eponima. 1970.
- ↑ GÂNDAVO, P. M. A primeira história do Brasil: história da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil. 2ª edição. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor. 2004. p. 163-166.
- ↑ Povos indígenas no Brasil. Disponível em http://pib.socioambiental.org/pt/povo/krenak/253. Acesso em 29 de março de 2014.