Calendário tridentino – Wikipédia, a enciclopédia livre

O calendário tridentino é essa forma do Calendário Romano Geral que foi estabelecida pelo Papa Pio V ao implementar a decisão do Concílio de Trento na sua última sessão de pedir ao papa a rever o Missal Romano e o Breviário Romano.[1]

Esse calendário foi incluído na primeira edição tridentina do Breviário em 1568[2] e do Missal em 1570[3] Pode consultar-se também nas edições iuxta typicam da mesma época, como a do Missal Romano produzida pela Imprenta Aldina em Veneza em 1574.[4]

Foi o primeiro calendário litúrgico romano geral, destinado a ser empregado, junto com as festas particulares de cada diocese, onde quer que o rito romano fosse usado.[5]

Calendários romanos gerales posteriores

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O calendário tridentino não deve ser confundido nem com o calendário incluído na edição de 1962 do Missal Romano, a forma mais recente da Missa tridentina, nem com o atual Calendário Romano Geral, o calendário litúrgico empregado agora na forma ordinária do rito romano.

O calendário tridentino continha um total de 149 festas,[6] das quais 87 eram festas de santos[7] em vez de festas como a Páscoa e o Natal. O número de festas aumentou gradualmente para 338 em 1955, número reduzido com a revisão da Missa do Vaticano II para 191.[7]

O calendário litúrgico de Pio V

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O calendário litúrgico publicado por Pio V indica expressamente apenas duas classes de celebrações: duples e semiduples. As restantes são de classe simples. A distinção entre as diversas classes teve certa importância na recitação da Liturgia das Horas (o Breviário), mas para a Missa só indicava, no caso de coincidência de duas celebrações no mesmo dia, qual teve precedência.

  • 2, Bibiana, virgem e mártir
  • 4. Bárbara, virgem e mártir – comemoração
  • 5. Savas, abade – comemoração
  • 6. Nicolau, bispo e confessor – semiduples
  • 7. Ambrósio, bispo, confessor e doutor da Igreja – duples
  • 8. Conceição da Bem-aventurada Maria – duples
  • 10. Melquíades, papa e mártir – comemoração
  • 11. São Dâmaso, papa e confessor – semiduples
  • 13. Luzia, virgem e mártir – duples
  • 20. Vigília
  • 21 Tomé, apóstolo – duples
  • 24 Vigília
  • 25. Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo – duples
  • 26. Estêvão, protomártir – duples. e comemoração da oitava do Natal
  • 27. João, apóstolo e evangelista – duples. e comemoração das oitavas
  • 28. Santos Inocentes, mártires – duples, e comemoração das oitavas
  • 29. Tomás de Cantuária, bispo e mártir – semiduples, e comemoração das oitavas
  • 30. Domingo entre a oitava de Natal ou da oitava com comemoração das outras oitavas
  • 31. Silvestre, papa e confessor – duples, com comemoração das oitavas

Referências

  1. Concilium Tridentinum: Canones et Decreta, 1545-1563 (Romae MMVII), p. 147
  2. Breviarium Romanum ex Decreto Sacrosancti Concilii Tridentini restitutum Apud Paulum Manutium, Roma 1568. Facsimile: Achille Maria Triacca, Breviarium Romanum. Editio princeps (1568), Libreria Editrice Vaticana, Città del Vaticano 1999, ISBN 978-88-209-2868-1
  3. Missale Romanum ex Decreto Sacrosancti Concilii Tridentini restitutum Pii V. Pont. Max. editum Apud haeredes Bartholomaei Faletti, Ioannem Varisei et socios, Roma 1570. Facsimile: Manlio Sodi, Antonio Maria Triacca, Missale Romanum. Editio princeps (1570), Libreria Editrice Vaticana, Città del Vaticano 1998, ISBN 88-209-2547-8.
  4. Missale Romanum ex Decreto Sacrosancti Concilij restitutum et Pii V. Pont. Max. iussu editum (Venetiis MDLXXIIII, Ex Bibliotheca Aldina)
  5. Nelson MCBS, "Theology of Liturgy"
  6. [http://www.newadvent.org/cathen/03158a.htm Herbert Thurston, "Christian Calendar." em The Catholic Encyclopedia. Vol. 3. New York: Robert Appleton Company, 1908
  7. a b R. Van Doren, "Liturgical Year In Roman Rite" em New Catholic Encyclopedia
  8. As oitavas em questão são as de São João e dos Santos Inocentes.
  9. Transferido do dia 13
  10. Transferido do dia 10

Modificações sucesivas

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O calendário tridentino de Pio V sofreu repetidas modificações depois. O mesmo Pio V acrescentou em 1572 a festa de Nossa Senhora da Vitória para comemorar a vitória da Batalha de Lepanto. Em 1573, Papa Gregório XIII mudou o título para "Festa do Santo Rosário" e a partir de 1970 a festa chama-se Nossa Senhora do Rosário. Outros papas ascrescentaram festas, mudaram as fechas, e eliminaram algumas, como fez em 1960 o Papa João XXIII, cujo Calendário Romano Geral [1] foi incorporado no seu Breviário Romano de 1961 e no seu Missal Romano de 1962.[2] Na reforma litúrgica desejada pelo Concílio Vaticano II, foi efectuada em 1969 uma revisão geral da totalidade do Calendário Romano Geral.[3] Desde então, houve apenas pequenas mudanças, principalmente através da introdução de santos recém-canonizados.[4]

A forma atual é indicada em Atual Calendário Romano Geral.

Referências