Cratera de Colônia – Wikipédia, a enciclopédia livre
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A cratera de Colônia é uma cratera localizada no distrito de Parelheiros, zona sul de São Paulo, sendo o principal patrimônio geológico da cidade. Foi descoberta no início da década de 1960, por meio de fotos aéreas e, posteriormente, por imagens de satélite. A primeira referência na literatura especializada foi registrada em 1961, com a publicação do Boletim da Sociedade Brasileira de Geologia, no artigo “Estudos preliminares de uma depressão circular na região de Colônia: Santo Amaro, São Paulo”, assinado pelos professores Rudolph Kollert, Alfredo Björnberg e André Davino, da Universidade de São Paulo (USP).[1]
A cratera está localizada na região de Parelheiros, no extremo sul da cidade de São Paulo, e foi criada com um impacto de um meteorito de estimados 200 metros de diâmetro em uma data estimada entre há 36 milhões e 5 milhões de anos, formando uma cratera de 3,6 km de diâmetro, com cerca de 300 metros de profundidade e uma borda soerguida de 120 metros.[2][3]
No Brasil existem apenas cinco destas estruturas, e cerca de 70 no mundo todo. Porém, a cratera de Colônia é a mais próxima de um ambiente urbano (está a 35 km do centro da cidade). É um patrimônio natural tombado pelo Condephaat.[4]
Em seu interior há uma coluna de sedimentos de 400 metros de profundidade onde, através de estudos de datação, é possível identificar alguns fatores paleoclimáticos, biogeográficos e até arqueológicos da história natural e de ocupação, tanto do antigo sertão santamarense como do próprio planalto paulista.[5]
Desde 2017 estudos estão sendo realizados em busca de reconstruir a evolução da Mata Atlântica, sua expansão e regressão e a formação e extinção de espécies, a variabilidade climática e as sucessões de ciclos da insolação da Terra através da análise de sedimentos formados dentro da cratera desde o seu impacto. Os estudos são conduzidos por cientistas da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto Francês de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD).[3]
O governo municipal criou um parque, para proteção da área, que já vinha sendo muito degradada por conta de ocupações irregulares, como aquela iniciada nos limites da cratera, em 1989, e que acabou dando origem ao bairro de Vargem Grande, com cerca de 40 mil habitantes. O Parque Natural Municipal (PNM) Cratera de Colônia foi criado em 11 de junho de 2007 pelo Decreto Municipal nº 48 423. Com uma área de aproximadamente 53 hectares, o Parque Distrito de Parelheiros, distante aproximadamente 40 km da região central da capital paulista, encontra-se dentro da Cratera de Colônia e no interior de uma outra unidade de conservação, a Área de Proteção Ambiental (APA) Capivari-Monos. Em termos regionais, o PNMCC está inserido na Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, na sub-bacia Billings.[6]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Cratera guarda a memória de impacto de corpo celeste na periferia de São Paulo». Agência FAPESP. Consultado em 11 de março de 2019
- ↑ «Colônia» (em inglês). Planetary and Space Science Centre, University of New Brunswick. Consultado em 4 de abril de 2016
- ↑ a b «A enorme cratera causada por um corpo celeste que virou bairro na zona sul de SP». BBC Brasil. Consultado em 11 de março de 2019
- ↑ «Cratera de Colônia». Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. Consultado em 23 de março de 2017. Cópia arquivada em 20 de dezembro de 2016
- ↑ «Brasil tem uma das duas crateras de impacto habitadas no mundo». Agência FAPESP. Consultado em 4 de abril de 2016
- ↑ Parque Natural Municipal da Cratera de Colônia prefeitura.sp.gov.br