Heterossexismo – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Heterossexismo é a atitude de preconceito, discriminação, negação, estigmatização ou ódio contra toda orientação sexual que não seja a heterossexual,[1] expressa de forma sistêmica. É a suposição de que as pessoas são todas heterossexuais ou de que o heterossexualidade é superior e mais desejável do que as demais orientações sexuais.[2][3][4]
Apesar de ser considerada uma forma de discriminação, diferencia-se da homofobia porque esta refere-se ao nível individual, enquanto o heterossexismo tem sido utilizado para designar a opressão praticada por todo um grupo social ou instituição.[2]
O termo heterossexismo foi proposto por Craig Rodwell em 1971.[5]
Stephen Morin, em 1977, usa o termo "heterossexismo" para definir "crenças e atitudes que não atribuem o mesmo valor aos estilos de vida entre pessoas do mesmo sexo e entre pessoas de sexos diferentes. De uma forma geral, o termo é utilizado para referenciar o sistema ideológico que nega, denigre e estigmatiza qualquer forma de comportamento, identidade, relacionamento ou comunidade não heterossexual".[6]
Negação da variedade nas orientações sexuais
[editar | editar código-fonte]Um indivíduo ou grupo classificado por heterossexista pode não reconhecer a possibilidade de existência das outras orientações sexuais.[2] Tais comportamentos são ignorados ou por se acreditar que são um "desvio" de algum padrão[3] ou pelo receio de gerar polêmicas ao abordar determinados assuntos em relação à sexualidade.[2]
Sociedades heterossexistas consideram a heterossexualidade como normal e como padrão de comportamento. As demais formas de sexualidade são consideradas como desviantes, anormais, aberrações e, portanto, passíveis de repressão direta, através das leis, e repressão social pelas instituições as quais os indivíduos pertencem como família, escolas, religião, ciências, literatura, órgãos de comunicação social, etc.
Daniel Borrillo pontua que o heterossexismo é uma forma específica de dominação, na qual há uma hierarquia das sexualidades, sendo que a heterossexualidade assume posição superior. Assim, as outras formas da sexualidade são classificadas como "incompletas, acidentais e perversas", ou ainda "patológicas, criminosas, imorais e destruidoras da civilização".[7] O autor ainda destaca que, na contemporaneidade, o heterossexismo assume uma nova forma, mais sutil, mas não menos violenta: o heterossexismo diferencialista, no qual a oposição à eliminação das fronteiras jurídicas entre as sexualidades se baseia no princípio da proteção à diversidade. "Foi em razão da diferença, e não da normatização, que o tratamento diferenciado de gays e lésbicas pôde se justificar, privando-os do direito ao casamento, à adoção e ao uso de técnicas de reprodução assistida. Em nome dessa suposta pluralidade de sexualidades e no intuito de preservar a diferença de sexos e de gêneros, o discurso diferencialista moderniza a ordem heterossexista ao mesmo tempo em que denuncia as mais brutais manifestações homofóbicas".[8]
Veja-se também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Patricia Beattie Jung; Ralph F. Smith (1993). Heterosexism: An Ethical Challenge. [S.l.]: State University of New York Press. ISBN 0791416968
- ↑ a b c d «Heterosexism» (PDF). Safe Zone. Universidade James Madison. 23 de julho de 2005. Consultado em 12 de março de 2012
- ↑ a b «Definitions:Homophobia, Heterosexism, and Sexual Prejudice». UCDavis: Universidade da Califórnia. 1997–2012. Consultado em 12 de março de 2012. Arquivado do original em 29 de dezembro de 2013
- ↑ G. M. Herek (1990). «The context of anti-gay violence: Notes on cultural and psychological heterosexism». Journal of Interpersonal Violence. 5: 316-333
- ↑ «Elisa - My reviews and Ramblings»
- ↑ MOITA, Gabriela (2006). «A patologização da diversidade sexual: Homofobia no discurso de clínicos». Revista Crítica de Ciências Sociais. p. 67. Consultado em 12 de setembro de 2013
- ↑ BORRILLO, Daniel (2009). LIONÇO, Tatiana; DINIZ, Debora (Eds), eds. «A homofobia» (PDF). Homofobia & Educação: um desafio ao silêncio. Brasília. p. 25. Consultado em 7 de outubro de 2013
- ↑ BORRILLO, Daniel (2009). LIONÇO, Tatiana; DINIZ, Debora, eds. «A homofobia» (PDF). Homofobia & Educação: um desafio ao silêncio. Brasília. p. 26. Consultado em 7 de outubro de 2013