Manuela Ferreira Leite – Wikipédia, a enciclopédia livre
Manuela Ferreira Leite GCC • GCIH | |
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Manuela Ferreira Leite num congresso do PPE | |
Chanceler das Ordens Nacionais | |
No cargo | |
Período | 20 de Julho de 2011 até ao presente |
Antecessor(a) | João Mota Amaral |
Presidente do Partido Social Democrata | |
Período | 20 de junho de 2008 a 9 de abril de 2010 |
Antecessor(a) | Luís Filipe Menezes |
Sucessor(a) | Pedro Passos Coelho |
Ministro de Portugal | |
Período | XV Governo Constitucional |
Dados pessoais | |
Nascimento | 3 de dezembro de 1940 (84 anos) Lisboa, Portugal |
Partido | PPD/PSD |
Profissão | Economista |
Maria Manuela Dias Ferreira Leite GCC • GCIH (Lisboa, 3 de dezembro de 1940) é uma economista e política portuguesa.
Família
[editar | editar código-fonte]Manuela Ferreira Leite é bisneta de José Dias Ferreira, lente de direito da Universidade de Coimbra, maçon[1], várias vezes Ministro dos Negócios da Fazenda, entre 1868 e 1893, e que chegou a presidente do Conselho de Ministros na última fase da Monarquia Constitucional; neta de José Eugénio Dias Ferreira, que foi lente do ISCEF (antes disso, a sua reprovação no doutoramento em Direito na Universidade de Coimbra fez espoletar a Greve Académica de 1907), filho natural de seu pai e de Eugénia Henriqueta Alves Travassos Valdez, 1.ª Condessa de Penalva de Alva, viúva do 1.º Visconde de Penalva de Alva, e filha do 2.º Conde do Bonfim, razão pela qual na sua descendência se uniram os nomes José e Eugénio, e de sua mulher Júlia ...; filha do também advogado Carlos Eugénio Dias Ferreira (Lisboa, 18 de Maio de 1908) e de sua mulher Julieta Ferreira Teixeira de Carvalho; e irmã de Júlia Dias Ferreira de Almeida Flor (professora jubilada da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), de José Eugénio Dias Ferreira (advogado, militante do PSD), e de Margarida Dias Ferreira. É prima em 5.º grau de Pedro Miguel de Santana Lopes.[2]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Manuela Ferreira Leite cresceu na capital portuguesa, tendo frequentado o Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho e o Liceu D. João de Castro. Em 1963 licenciou-se em Economia[3][4], pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (actual ISEG), obtendo ex-aequo os prémios de Aluno Mais Distinto do Curso, Aluno Mais Classificado do Curso de Economia e de Aluno Mais Classificado na Cadeira de Política Ultramarina.[5]
No mesmo ano torna-se bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, para estudar os aspectos económicos da educação, vindo a frequentar um curso organizado pela OCDE na Alemanha. Entre 1964 e 1973 continuará ao serviço da FCG, primeiro como investigadora do Centro de Economia e Finanças do Instituto Gulbenkian de Ciência, até 1972, depois como técnica do Serviço de Investimentos, até 1973.
Leccionou no ISCEF, como assistente das disciplinas de Finanças Públicas e Economia Pública. No mesmo instituto exerceu funções no Conselho Directivo, de 1973 a 1975, e dirigiu o departamento de Finanças Públicas, entre 1975 e 1979.
Em 1975 passou também a dirigir o Departamento de Estatística do Instituto das Participações do Estado, além de ter um lugar como vogal do Conselho Administrativo do Instituto de Tecnologia Informativa, até 1977.
Nesse ano tornou-se coordenadora do Núcleo de Finanças Públicas e Mercado de Capitais do Gabinete de Estudos do Banco de Portugal, até 1986. Fez parte da delegação portuguesa ao Comité de Política Económica da OCDE, em 1985. Assumiu o cargo de directora-geral da Contabilidade Pública, de 1986 até 1990, e ocupou o lugar de membro do Comité do Orçamento do Conselho da Europa, entre 1987 e 1992.
Integrou ainda os órgãos de várias instituições privadas, sendo membro do Conselho Consultivo do Instituto Gulbenkian de Ciência, desde 1988, e dos Conselhos Superior e de Orientação Estratégica da Universidade Católica Portuguesa, além de ter presidido ao Conselho de Administração do Instituto Francisco Sá Carneiro. É vogal (não executiva) do Conselho de Administração do Banco Santander.
Entrou para a política pela mão de Aníbal Cavaco Silva, seu colega na Fundação Calouste Gulbenkian. No VI Governo Constitucional, chefiado por Francisco Sá Carneiro, assumiu funções como chefe de gabinete do então Ministro das Finanças e Plano, até 1981. Seria também Cavaco Silva a nomeá-la Secretária de Estado do Orçamento do XI Governo, em 1990. Em 1991 é chamada para o XII Governo, como Secretária de Estado Adjunta e do Orçamento, até 1993, e como Ministra da Educação, até 1995.
Eleita pelo Círculo de Évora, tomou assento na Assembleia da República em 1995, reeleita por Lisboa, em 1999. Ao longo desses mandatos presidiu à Comissão Parlamentar de Economia, Finanças e Plano, de 1995 a 1999, e ao Grupo Parlamentar do PSD, entre 2001 e 2002. Em 2002 regressou ao Governo, como Ministra de Estado e das Finanças do XV Governo, tendo sido a primeira mulher portuguesa a assumir esse cargo.
Foi membro do Conselho de Estado, entre 2006 e 2008, e professora catedrática convidada do Instituto Superior de Gestão, onde foi co-responsável pelos Serões de Política Económica e pela pós-graduação em Gestão Pública, entre 2005 e 2008.
Em 2008 seria também a primeira mulher portuguesa a chefiar um partido político, quando se tornou presidente da Comissão Política Nacional do PSD, cargo que deixou em Abril de 2010.
É autora de vários artigos científicos de âmbito económico, de que salienta The Economics of Educational Costing (1968), On Returns to Education (1970), The Political Economy of Education (1972) e O Processo Orçamental e a Reforma da Administração Pública (1986). Proferiu conferências em Portugal e no estrangeiro, tendo chefiado a Delegação Portuguesa à IV Conferência Mundial da Organização das Nações Unidas, sobre a Mulher. Tem colaborado com a imprensa escrita e com a rádio, nomeadamente no caderno de Economia do Expresso, nos diários Público e Jornal de Notícias, e no programa Falar Claro, da Rádio Renascença.
Foi distinguida com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique a 6 de Março de 1998 e com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo a 10 de Junho de 2011.[6]
A 20 de Julho de 2011 foi nomeada Chanceler do Conselho das Ordens Nacionais pelo Presidente Aníbal Cavaco Silva.[7][8][9] A 23 de Março de 2016, foi reconduzida como Chanceler das Ordens Nacionais pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa. Em 2021 foi renomeada para um 3.º mandato.[10]
A 2 de Fevereiro de 2018, recebeu o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa.[11]
Casamento e descendência
[editar | editar código-fonte]É divorciada do também economista Rui Ferreira Leite, do qual tem dois filhos e uma filha.
Ligações externas
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Precedida por Rui Carp | Secretária de Estado do Orçamento XI e XII Governos Constitucionais 1990 – 1993 | Sucedida por Norberto Rosa |
Precedida por António Couto dos Santos | Ministra da Educação XII Governo Constitucional 1993 – 1995 | Sucedida por Eduardo Marçal Grilo |
Precedida por Guilherme d'Oliveira Martins (como ministro das Finanças) | Ministra de Estado e das Finanças XV Governo Constitucional 2002 – 2004 | Sucedida por António Bagão Félix (como ministro das Finanças e da Administração Pública) |
Precedida por Luís Filipe Menezes | Presidente do Partido Social Democrata 2008 – 2010 | Sucedida por Pedro Passos Coelho |
Referências
- ↑ Marques, A. H. de Oliveira (1986). Dicionário de Maçonaria Portuguesa. Título ainda não informado (favor adicionar). I. Lisboa: Editorial Delta. p. 575.
- ↑ "Raízes e Memórias", Associação Portuguesa de Genealogia, Lisboa, N.º 21
- ↑ Cf. «Base de dados». www.rebides.oces.mctes.pt. Consultado em 3 de abril de 2011. Arquivado do original em 28 de julho de 2011 de 2006 dos docentes do ensino superior
- ↑ «Notícia». tv1.rtp.pt de 31 de Maio de 2008 da RTP.
- ↑ «Manuela Ferreira Leite - Política de Verdade». Política de Verdade. Consultado em 1 de Abril de 2011
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Manuela Ferreira Leite". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 20 de junho de 2014
- ↑ Maria Luiza Rolim; Agência Lusa (18 de julho de 2011). «Ferreira Leite nova chanceler do Conselho das Ordens Nacionais». Consultado em 20 de junho de 2014. Cópia arquivada em 20 de junho de 2014
- ↑ «Decreto do Presidente da República n.º 58/2011.» (PDF). Diário da República, 1.ª série — N.º 138. 20 de Julho de 2011. 4032 páginas. Consultado em 23 de maio de 2014
- ↑ «Ordens Nacionais». Presidência da República Portuguesa. Consultado em 5 de março de 2015
- ↑ «Presidente da República deu posse aos Chanceleres das Ordens Honoríficas». Página Oficial do Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas. 23 de Março de 2016. Consultado em 24 de Abril de 2016
- ↑ «Universidade Católica atribui o título do Doutor Honoris Causa a Maria Manuela Dias Ferreira Leite». Consultado em 2 de Fevereiro de 2018