Rua Frei Caneca (São Paulo) – Wikipédia, a enciclopédia livre
Rua Frei Caneca (São Paulo) | |
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Trecho da Rua Frei Caneca. | |
Extensão | aprox. 1.500 m |
Início | Rua Caio Prado, 363 |
Subprefeitura(s) | Sé |
Bairro(s) | Cerqueira César (região do Baixo Augusta) |
Fim | Avenida Paulista, 1962 |
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A Rua Frei Caneca é uma rua do bairro de Cerqueira César, localizada no distrito da Consolação, da cidade de São Paulo, Brasil.
A via homenageia Joaquim da Silva Rabelo (Recife, 20 de agosto de 1779 — Recife, 13 de janeiro de 1825), o frei Joaquim do Amor Divino, o frei Caneca, orador, político, jornalista e poeta, morto após a Confederação do Equador.[1]
História e Atualidade
[editar | editar código-fonte]Ganhou repercussão o fato, em 2003, quando um segurança do Shopping Frei Caneca teve atitudes homofóbicas contra um casal de homens que se beijava no interior do centro comercial,[2] embora o empreendimento garanta que não houve discriminação.[3] Com essa situação a comunidade gay organizou um "beijaço" gay, onde 2.000 participantes[4] beijaram-se ao mesmo tempo, lotando a praça de alimentação do shopping.[5]
A partir deste ano a rua ganha bares e boates, além da "adoção" do Shopping Frei Caneca pela comunidade LGBT.[2] Atualmente a rua e a região do Baixo Augusta fazem parte do roteiro gay da cidade por causa de seus bares, boates e saunas gays.[6] O fato causou a valorização da região, surtindo efeitos positivos na economia local e principalmente no aspecto imobiliário.[6]
A ocorrência do beijaço[7] de 2003 intensificou a movimentação e o comércio local que não somente consta como referência como também se tornou símbolo de resistência para a comunidade LGBT.
A iniciativa privada veiculou projeto com o intuito de institucionalizar o status da "rua Gay" da cidade para tornar de direito aquilo que já é de fato.[8] O projeto criado pela Associação GLS Casarão Brasil contou com apoio de grande parte da sociedade justamente pelo fato de ter se tornado tendência mundial a tematização de ruas com a alteração de nome de certas vias para "Rua Gay" que contaram com melhorias de infraestrutura, ampliação de calçadas e iluminação colorida.
Há relato de que pelo menos um grupo conservador discriminatório[9] se manifestou contrariamente às alterações, apesar de São Paulo ser abrigo para outras 59 ruas temáticas.[10] Ainda que o projeto encontre-se paralisado, a rua continua sendo palco de manifestações de resistência e na prática, constitui o reduto LGBT da cidade de SãO Paulo.[11]
Locais
[editar | editar código-fonte]A rua é notável por se tratar de um polo da comunidade LGBT que encontra na região diversos eventos culturais e espaços voltados para inclusão.
O Shopping Center 3 com acesso pela Avenida Paulista e pelas ruas Augusta e Luís Coelho apresenta um comércio variado e notadamente a feirinha de artesanato bastante procurada aos domingos.[12]
Abriga o Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro Casa de Dante [13] e a Escola de Atores Wolf Maya.[14]
Nela se encontra a Paróquia do Divino Espírito Santo, centenária igreja que abriga a tradicional Irmandade do Divino Espírito Santo, que além de dar assistência religiosa e espiritual à população, promove casamentos, concertos, cursos e quermesses, e auxilia os mais necessitados. Em seus fundos se localiza a Rua Peixoto Gomide.[15][16]
No antigo Hotel Della Volpe, ocorreu o assassinato do governador do Estado do Acre, Edmundo Pinto, em 18 de maio de 1992.[17]
Lá se encontra a Maternidade de São Paulo, já desativada e localizada próximo à Avenida Paulista, onde nasceu grande parte da elite paulista sendo algumas personalidades conhecidas através da mídia e onde, em anexo, funcionou por diversos anos o Instituto Superior de Administração Hospitalar.[18]
A futura sede da PR-SP fica na rua Frei Caneca nº 1360, a menos de um quarteirão da Avenida Paulista. Sua localização contribuiu para a escolha do prédio por ser o edifício próximo dos fóruns criminal e cível da Justiça Federal, do TRF da 3ª Região, da Advocacia Geral da União, da Defensoria Pública da União e do Juizado Especial Cível, praticamente todos os órgãos que atuam na Justiça Federal na Capital. A localização em rua de mão dupla vem facilitar transporte para a população e funcionários do órgão. No local ficava o Hotel Crowne Plaza.[19]
Rotineiramente a região foi palco de agressões e alto número de assaltos,[20][21] resultando em inúmeras críticas à política adotada para segurança pública no local.
Referências
- ↑ «Dicionário de Ruas». Dicionarioderuas.com.br
- ↑ a b «Empresário quer oficializar Frei Caneca como rua gay». G1
- ↑ «Beijaço no Shopping». Folha de S.Paulo
- ↑ «"Beijaço" gay reúne 2.000 em shopping center em SP». Folha de S.Paulo
- ↑ «Grupos gays de SP organizam beijaço no shopping Frei Caneca». Midiaindependente.org
- ↑ a b «Turista gay em São Paulo tem de visitar a rua Frei Caneca». Folha de S.Paulo
- ↑ «Estadao-beijaço e etc». Estadão.com.br
- ↑ Samora, Guilherme (21 de julho de 2008). «Frei Caneca pode ser transformada na primeira 'rua gay' de São Paulo». O Globo
- ↑ «Projeto de rua gay cria polêmica em São Paulo». Folha de S.Paulo
- ↑ «Empresário quer oficializar Frei Caneca como rua gay». G1
- ↑ «Estadao-beijaço e etc». Estadão.com.br
- ↑ «Shopping Center 3». Shoppingcenter3.com.br
- ↑ «Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro». Icib.org.br
- ↑ «Escola de Atores Wolf Maya». Br.kekanto.com
- ↑ «As Igrejas-Concertos». Audicoelum.mus.br
- ↑ «Paróquia do Divino Espírito Santo». Regiaose.org.br. Arquivado do original em 9 de outubro de 2010
- ↑ «GOVERNADOR DO AC É ASSASSINADO EM HOTEL DE SÃO PAULO». Folha de S.Paulo
- ↑ «Maternidade de São Paulo». Eagora.org.br. Arquivado do original em 12 de janeiro de 2011
- ↑ «Prédio do Crowne Plaza Hotel vendido para UNIÃO e PR». Prsp.mpf.mp.br
- ↑ «Agressão a Gays na Frei Caneca». Folha de S.Paulo
- ↑ «casos recentes de homofobia». Noticias.uol.com.br