Nota: Este artigo é sobre a ferrovia antigamente chamada Linha do Vale do Sado, Linha do Sado, Ramal do Sado, e Ramal de Setúbal, cujo troço inicial foi mais tarde provisoriamente chamado Eixo Ferroviário Norte-Sul, actualmente denominada Linha do Sul. Para a antiga Linha do Sul, também denominada Caminho de Ferro do Sul, veja Linha do Alentejo. Para o serviço USGL denominado Linha do Sado, veja Linha do Sado. Para a rodovia em Lisboa, veja Eixo Norte-Sul.
É a segunda linha ferroviária mais importante de Portugal, a seguir à Linha do Norte[carece de fontes?], ligando Lisboa a Tunes e daí — através da Linha do Algarve — a Faro. Esta linha está totalmente electrificada e é maioritariamente em via única, com alguns troços de via dupla.
Entre Campolide e Setúbal existe um forte tráfego de comboios suburbanos explorados por uma empresa privada, a Fertagus, que detém até final de 2019[6] a concessão deste serviço. Os restantes serviços estão a cargo da CP.
Entre o material circulante diesel utilizado nesta linha, estiveram as locomotivas da Série 1200, que rebocavam serviços urbanos entre o Barreiro, Setúbal e Praias-Sado.[7][8] Estas locomotivas também foram utilizadas para rebocar os comboios regionais ao longo da linha, até à Funcheira.[7] Outras séries utilizadas nesta linha incluíram a 1520, que em Outubro de 1992 estava a rebocar comboios urbanos entre o Barreiro e Praias-Sado,[9] e a Série 1900, nos comboios de carvão a partir de Neves-Corvo.[10] Em termos de automotoras, regista-se a passagem da Série 0600, que em 1999 entrou ao serviço na Linha do Sado.[5]
Quanto a material eléctrico, destacam-se as automotoras da Série 4000, utilizadas nos comboios Alfa Pendulares entre o Porto e Faro, as automotoras Séries 2300/2400 e Série 3500 nos urbanos, as automotoras Série 2240 nos regionais Barreiro - Faro e nos urbanos (em substituição das Séries 2300/2400), as locomotivas da Série 5600 nos serviços Intercidades e de mercadorias e Série 4700 nos serviços de mercadorias.
Ao longo do século XX, as estações desta linha tiveram um importante movimento de carga com as estações no Algarve, da Área Metropolitana de Lisboa, com predominância para a Península de Setúbal; as estações de Santa Clara-Sabóia, Pereiras, São Marcos da Serra, Setúbal e Alvalade exportaram madeiras e lenhas em grande quantidade,[11] enquanto que Setúbal recebeu, do Algarve, farinhas e óleos e peixe, e azeite em embalagens.[12] Outra estação de elevada importância em termos de tráfego de mercadorias foi São Bartolomeu de Messines, onde se centrava um dos principais núcleos industriais de panificação no Algarve. Por outro lado, a Linha do Sado permitiu um movimento de mercadorias mais rápido entre o Algarve e o resto de Portugal, especialmente as áreas portuárias de Setúbal e Lisboa.[13]
Num artigo publicado no jornal Diário de Notícias de 22 de Novembro de 1929, um importanto lavrador da região do Alentejo afirmou que anualmente chegavam pelos caminhos de ferro e por via marítima mais de 200 mil sacas de adubo, testemunhando a importância dos transportes como promotores do desenvolvimento da agricultura na região.[14]
Dado que todo o tráfego de mercadorias está proibido na Ponte 25 de Abril,[carece de fontes?] todos os serviços deste tipo são efectuados via Linha de Vendas Novas, não existindo assim serviços de mercadorias na Linha do Sul a norte do Ramal da Siderurgia Nacional.
Um dos primeiros projectos ferroviários em Portugal foi a apresentação, em 1844, de uma linha entre Alcácer do Sal e o Alentejo, de modo a complementar as deficientes ligações rodoviárias e marítimas nesta região.[23]
Em meados do século XIX, a Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo propôs uma linha entre a região do Alentejo e margem Sul do Rio Tejo, onde se ligaria a Lisboa por via fluvial.[24] Este projecto foi dividido em duas metades pelo governo, sendo a Companhia Nacional responsável pelo troço desde a margem Sul até Vendas Novas, enquanto que a Companhia do Sueste deveria continuar a linha até Beja e Évora.[24]
Desta forma, a Companhia Nacional inaugurou o troço entre o Barreiro e Vendas Novas em 1 de Fevereiro de 1861, com um ramal entre o Pinhal Novo e Setúbal.[25] Ambos os lanços utilizavam originalmente a bitola padrão, enquanto que a Companhia do Sueste já tinha iniciado a construção além de Vendas Novas, em Bitola ibérica, forçando ao transbordo de passageiros e mercadorias entre comboios naquela estação.[26] De forma a tentar resolver este problema, o governo nacionalizou a Companhia Nacional em finais de 1861, e fundiu-a com a Companhia do Sueste em 1864.[27] O contrato entre o governo e a Companhia do Sueste incluía a obrigatoriedade de mudar a bitola das antigas linhas da Companhia Nacional, e a construção de uma nova estação em Setúbal, num local diferente.[28] No ano seguinte, esta empresa começou a alterar a bitola nas antigas linhas da Companhia Nacional, incluindo o Ramal de Setú