Escuderia Fittipaldi – Wikipédia, a enciclopédia livre

BrasilFittipaldi

No Grande Prêmio do Brasil, Interlagos-SP, em 1976, Emerson Fittipaldi conduzindo o Fittipaldi FD04
Sede 1975 a 1979: São Paulo, Brasil; 1980 a 1982: Reading, Berkshire, Reino Unido
Chefe de equipe Brasil Wilson Fittipaldi Júnior
Diretores Brasil Ricardo Divila
Pilotos Brasil Wilson Fittipaldi Júnior
Itália Arturo Merzario
Brasil Emerson Fittipaldi
Brasil Ingo Hoffmann
Brasil Alex Dias Ribeiro
Finlândia Keke Rosberg
Brasil Chico Serra
Chassis
Motor Ford Cosworth DFV 3.0 V8
Pneus Goodyear, Michelin, Avon e Pirelli
Combustível British Petroleum
Histórico na Fórmula 1
Estreia Argentina Grande Prêmio da Argentina de 1975
Último GP Las Vegas Grande Prêmio de Las Vegas de 1982 (não-classificado)
Grandes Prêmios 122 (104 largadas)
Campeã de construtores 0 (7º em 1978)
Campeã de pilotos 0 (10º em 1978 e em 1980)
Vitórias 0 (2º no GP do Brasil de 1978)
Pole Position 0 (5ª no GP do Brasil de 1976)
Voltas rápidas 0
Pontos 44
Posição no último campeonato
(1982)
13° (1 ponto)

Escuderia Fittipaldi, também conhecida como: Copersucar-Fittipaldi, Skol-Fittipaldi[1] ou Fittipaldi Automotive, foi uma escuderia de Fórmula 1 brasileira fundada em 1975 pelos irmãos Emerson e Wilson Fittipaldi Jr. (não confundir com Wilson Fittipaldi, o "Barão", que chegou a cortar a ajuda financeira aos filhos para tentar desencorajá-los da ideia). Competiu num total de 104 grandes prêmios. Sua estreia ocorreu no GP da Argentina de 1975, com Wilson Fittipaldi Jr. Após trinta anos de sua apresentação oficial em Brasília, em 16 de outubro de 1974, o modelo FD01, o Copersucar pilotado por Wilson Fittipaldi Jr. - primeiro carro brasileiro a disputar uma prova de Fórmula 1 - voltou em 10 de novembro de 2004 à pista do Autódromo de Interlagos, totalmente restaurado.

No começo Wilson Fittipaldi Jr. queria fundar a primeira equipe sul-americana na Fórmula 1 e conseguiu após aproximadamente um ano de trabalho, tendo seu bólido projetado pelo brasileiro Ricardo Divila, o FD01. Em 1980 visando internacionalizar a equipe e após o fracasso do modelo F6/F6A, os Fittipaldi compram a Wolf, equipe que disputava o Campeonato de F1 e pertencia ao milionário canadense Walter Wolf.

Na sua história, a Copersucar-Fittipaldi teve diversos pilotos, como Ingo Hoffmann e Chico Serra, e até ajudou a formar um campeão mundial, o finlandês Keke Rosberg, que defendeu a equipe em 1980 e 1981.

Críticas e falta de apoio no país

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"As pessoas diziam que o carro era muito fraquinho, que F1 no Brasil era uma piada e que a equipe não servia para nada. E a equipe foi perdendo seus patrocinadores", explica Luciano Pires, diretor de Comunicação Corporativa da Dana, fabricante de autopeças, responsável pela restauração do FD01, primeiro modelo da escuderia brasileira, vários anos após o encerramento da equipe.

A equipe fechou no final de 1982 numa forma melancólica. Os irmãos Fittipaldi deixaram os carros de lado e não quiseram mais mexer. O modelo FD01 ficou guardado em um galpão na fazenda da família em Araraquara, interior de São Paulo. Além de deixarem a equipe de lado, restou uma dívida de 7 milhões de dólares. "Mas o que mais nos magoou foi o fato de falarem da nossa equipe como um motivo de vergonha porque nunca vencemos uma prova", disse Wilson.

Projeto de restauração do FD01

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Em 2002, a Dana iniciou um projeto para recuperar alguns ícones da ‘mobilidade’, como o hidroavião Jahu, primeiro avião que atravessou o Atlântico. Assim, surgiu a ideia para recuperar o FD01. "Fomos atrás do Wilson, montamos uma equipe interna de quatro pessoas e o mesmo grupo que ajudou na fabricação do primeiro Copersucar", conta Luciano Pires, da Dana. Para recuperação, foram gastos 80 mil dólares.

No início de 2004, foi realizado um trabalho árduo na busca de peças. Foram à Inglaterra, Alemanha e outros países. "Tivemos de adaptar algumas coisas, como componentes de segurança que não duram trinta anos, os pneus (um pouco menores que os originais)", explicou Wilson.

Christian Fittipaldi, filho de Wilson, foi prestigiar o pai em Interlagos: "Não lembro do primeiro modelo. Tinha apenas três anos. Mas tenho uma foto em que estou empurrando a roda traseira, do Fittipaldi número 3, em 1976", falou Christian. E matou a vontade do pai e deu uma volta com o carro. "Ele está que nem uma criança, como se estivesse me dando um brinquedo novo. Esse brinquedo faz parte da história da vida dele", disse.

Em 1980 Fittipaldi ficou à frente da Ferrari

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Aos que teimam em lembrar da Copersucar, depois Fittipaldi, como um capítulo risível da história da F-1, alguns números são esclarecedores.
Na temporada de 1980, por exemplo, o time brasileiro terminou o campeonato em oitavo lugar com onze pontos, enquanto que a Ferrari ficou em decimo lugar com apenas oito pontos. Dois anos antes, a equipe ficou na frente de McLaren, Williams, Renault e Arrows no Mundial de Construtores. Emerson Fittipaldi, que juntou-se à Copersucar em 1976, marcou um ponto a menos que o canadense Gilles Villeneuve, da Ferrari.

Nas oito temporadas que disputou, a Copersucar-Fittipaldi acumulou 44 pontos em 104 GPs. Foram três pódios, o mais comemorado deles em 1978, o segundo lugar de Emerson no Rio de Janeiro com o modelo F5A. Nenhuma vitória, mas dezenove presenças nos pontos, numa época em que apenas os seis primeiros pontuavam.

Para comparar: a Jaguar encerrou suas atividades em 2004 com 49 pontos e dois pódios em 85 GPs. Era a equipe oficial da Ford. A Prost somou 35 pontos em 83 corridas, também com três pódios. A Sauber, em 206 largadas, conseguiu apenas seis pódios. Pelos padrões vigentes, pois, a Copersucar-Fittipaldi, hoje, se mantivesse o mesmo desempenho de sua época, estaria ranqueada facilmente entre as chamadas equipes intermediárias.

Nos seus oito anos de vida, a Copersucar-Fittipaldi teve na sua folha de pagamento, além do bicampeão Emerson, o projetista Adrian Newey, hoje na Red Bull e com passagens na Williams e McLaren, Keke Rosberg, que seria campeão pela Williams em 1982, Harvey Postlethwaite, projetista que depois trabalhou na Ferrari e na Tyrrell, e Jo Ramirez, uma espécie de faz-tudo que teve papel importante na logística da McLaren nos anos 80 e 90.

O FD01, restaurado pela Dana, gigante multinacional de autopeças e sistemas automotivos, poderá participar do Festival de Goodwood, na Inglaterra, em um futuro próximo. É a mais importante exibição de carros clássicos de corrida do mundo. A empresa também restaurou o FD04, primeiro carro da equipe pilotado por Emerson.

Melhores resultados

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Segundo lugar de Emerson Fittipaldi no Grande Prêmio do Brasil de 1978 e dois terceiros lugares: Keke Rosberg no GP da Argentina e Emerson Fittipaldi no GP do Oeste dos Estados Unidos, ambos na temporada de 1980.

Pilotos que passaram pela equipe

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Ano Nome Chassi Pneus Motor Óleo Número
do
Carro
Pilotos Classificação
1982 Brasil Fittipaldi Automotive F8D
F9
P Ford Cosworth DFV 3.0 V8 Valvoline 20 Brasil Chico Serra 13º lugar
1 ponto
1981 Brasil Fittipaldi Automotive F8C M


A

P

Ford Cosworth DFV 3.0 V8 Valvoline 20 Finlândia Keke Rosberg NC (14º)
0 ponto
21 Brasil Chico Serra
1980 Brasil Skol Fittipaldi Team F7
F8
G Ford Cosworth DFV 3.0 V8 Valvoline 20 Brasil Emerson Fittipaldi 8º lugar
11 pontos
21 Finlândia Keke Rosberg
1979 Brasil Fittipaldi Automotive F5A
F6
F6A
G Ford Cosworth DFV 3.0 V8 Shell 14 Brasil Emerson Fittipaldi 12º lugar
1 ponto
F6A 19 Brasil Alex Dias Ribeiro
1978 Brasil Fittipaldi Automotive F5A G Ford Cosworth DFV 3.0 V8 Shell 14 Brasil Emerson Fittipaldi 7º lugar
17 pontos
1977 Brasil Copersucar-Fittipaldi FD04 G Ford Cosworth DFV 3.0 V8 Varga 28 Brasil Emerson Fittipaldi 9º lugar
11 pontos
29 Brasil Ingo Hoffmann
F5 28 Brasil Emerson Fittipaldi
1976 BrasilCopersucar-Fittipaldi FD03 G Ford Cosworth DFV 3.0 V8 Varga 31 Brasil Ingo Hoffmann 11° lugar
3 pontos
FD04 30 Brasil Emerson Fittipaldi
31 Brasil Ingo Hoffmann
1975 BrasilCopersucar-Fittipaldi FD01
FD02
FD03
G Ford Cosworth DFV 3.0 V8 Varga 30 Brasil Wilson Fittipaldi Júnior NC (16º)
0 ponto
FD03 Itália Arturo Merzario

Resultados Completos da Fittipaldi na Fórmula 1

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Ano Chassis Motor Pneus Pilotos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 Pontos Posição
RSA BRA USW SMR BEL MON USE CAN NED GBR FRA GER AUT SWI ITA LVG
1982 F8D Ford Cosworth
DFV V8
G 20 Brasil Chico Serra 17 Ret NQ 6 NPQ 11 NQ Ret Ret 1 13º
F9 NQ 11 7 NQ 11 NQ
USW BRA ARG SMR BEL MON ESP FRA GBR GER AUT NED ITA CAN LVG
1981 F8C Ford Cosworth
DFV V8
M 20 Finlândia Keke Rosberg Ret 9 Ret 12 Ret Ret NQ 0 NC
(14º)
21 Brasil Chico Serra 7 Ret Ret 11 DNS NQ NQ
A 20 Finlândia Keke Rosberg Ret Ret NQ
21 Brasil Chico Serra NQ Ret NQ
P 20 Finlândia Keke Rosberg NQ NQ NQ 10
21 Brasil Chico Serra NQ NQ NQ NQ
ARG BRA RSA USW BEL MON FRA GBR GER AUT NED ITA CAN USE
1980 F7 Ford Cosworth
DFV V8
G 20 Brasil Emerson Fittipaldi NC 15 8 3 Ret 6 Ret 11
21 Finlândia Keke Rosberg 3 9 Ret Ret 7 NQ Ret NQ
F8 20 Brasil Emerson Fittipaldi 12 Ret 11 Ret Ret Ret Ret
21 Finlândia Keke Rosberg Ret 16 NQ 5 9 10
ARG BRA RSA USW ESP BEL MON FRA GBR GER AUT NED ITA CAN USE
1979 F5A Ford Cosworth
DFV V8
G 14 Brasil Emerson Fittipaldi 6 11 Ret 11 9 Ret Ret 12 1 12º
F6 13
F6A Ret Ret Ret 8 8 7
19 Brasil Alex Dias Ribeiro NQ NQ
ARG BRA RSA USW MON BEL ESP SWE FRA GBR GER AUT HOL ITA USE CAN
1978 F5A Ford Cosworth
DFV V8
G 14 Brasil Emerson Fittipaldi 9 2 Ret 8 9 Ret Ret 6 Ret Ret 4 4 5 8 5 Ret 17
ARG BRA RSA USW ESP MON BEL SWE FRA GBR GER AUT NED ITA USE CAN JAP
1977 FD04 Ford Cosworth
DFV V8
G 28 Brasil Emerson Fittipaldi 4 4 10 5 14 Ret 11
29 Brasil Ingo Hoffmann Ret 7
F5 28 Brasil Emerson Fittipaldi Ret 18 11 Ret NQ 11 4 NQ 13 Ret
BRA RSA USW ESP BEL MON SWE FRA GBR GER AUT NED ITA CAN USE JAP
1976 FD03 Ford Cosworth
DFV V8
G 31 Brasil Ingo Hoffmann 11 3 11º
FD04 NQ NQ NQ
30 Brasil Emerson Fittipaldi 13 17 6 Ret NQ 6 Ret Ret 6 13 Ret Ret 15 Ret 9 Ret
ARG BRA RSA ESP MON BEL SWE NED FRA GBR GER AUT ITA EUA
1975 FD01 Ford Cosworth
DFV V8
G 30 Brasil Wilson Fittipaldi Ret 0 NC
(16º)
FD02 13 NQ Ret NQ 12 17
FD03 11 Ret 19 Ret NQ 10
Itália Arturo Merzario 11

Ligações externas

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Commons
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Referências

  1. Reportagem comemorativa no Jornal "O Globo" a respeito dos 30 anos do fim da Escuderia, Setembro de 2012. 3º Parágrafo (sobre nome da Escuderia)