Estação Ferroviária de Silves – Wikipédia, a enciclopédia livre
Silves | ||||||||||||||
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a estação de Silves, em 2018 | ||||||||||||||
Identificação: | 90183 SIL (Silves)[1] | |||||||||||||
Denominação: | Estação Satélite de Silves | |||||||||||||
Administração: | Infraestruturas de Portugal (sul)[2] | |||||||||||||
Classificação: | ES (estação satélite)[1] | |||||||||||||
Tipologia: | C [2] | |||||||||||||
Linha(s): | Linha do Algarve (PK 319+181) | |||||||||||||
Altitude: | 50 m (a.n.m) | |||||||||||||
Coordenadas: | 37°10′32.34″N × 8°26′26.14″W (=+37.17565;−8.44059) | |||||||||||||
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Município: | Silves | |||||||||||||
Serviços: | ||||||||||||||
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Conexões: | ||||||||||||||
Equipamentos: | ||||||||||||||
Endereço: | Largo da Estação, s/n PT-8300-051 Silves | |||||||||||||
Inauguração: | 1 de fevereiro de 1902 (há 122 anos) | |||||||||||||
Website: |
A Estação Ferroviária de Silves é uma interface da Linha do Algarve que serve a cidade de Silves, no Distrito de Faro, em Portugal.
Descrição
[editar | editar código-fonte]Localização e acessos
[editar | editar código-fonte]A Estação Ferroviária de Silves situa-se no arrabalde de Silves-Gare e dista 2,1 km (desnível acumulado de +52−61 m) do centro da localidade epónima (Largo J. Osório).[3]
Infraestrutura
[editar | editar código-fonte]Esta interface apresenta apenas duas vias de circulação (I e II), ambas com 203 m de extensão e cada uma acessível por plataforma de 110 m de comprimento e 685 mm de altura.[2] O edifício de passageiros situa-se do lado norte da via (lado esquerdo do sentido ascendente, a Vila Real de Santo António).[4][5]
Serviços
[editar | editar código-fonte]Em dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. de tipo regional tipicamente com nove circulações diárias em cada sentido entre Lagos e Faro.[6]
História
[editar | editar código-fonte]Planeamento, construção e inauguração
[editar | editar código-fonte]Em Novembro de 1897, o Conselho Superior de Obras Públicas e Minas já tinha aprovado o projecto até à estação provisória de Portimão do troço entre Tunes e Lagos, então denominado de Ramal de Portimão.[7] Este projecto incluía a construção de uma gare ferroviária servindo Silves, que se iria situar a cerca de 1 km da cidade, e junto à estrada de Silves a Lagoa.[7] O motivo pelo qual esta gare ficou tão longe da cidade prendeu-se com razões geográficas, uma vez que um traçado pela margem direita do Rio Arade permitiria uma localização mais cómoda para a estação, mas ficaria demasiado longe do importante concelho de Lagoa, e devido ao acidentado relevo naquela zona, forçaria à construção de vários túneis, e de pontes sobre o Rio Arade e as Ribeiras de Boina e Odelouca.[8] Por outro lado, o traçado que foi escolhido também facilitaria a construção de um ramal ferroviário para o Porto de Abrigo da Ponta do Altar, que estava então a ser planeado.[8]
O troço entre esta estação e Poço Barreto entrou ao serviço em 1 de Fevereiro de 1902, pela operadora Caminhos de Ferro do Estado, não tendo sido feitos quaisquer festejos por ordem da direcção.[9][10] No período em que foi inaugurada, esta estação já estava totalmente construída.[9] Em Junho de 1902, estava programada a criação de comboios entre esta estação e Faro, além daquele que já existia de manhã, prevendo-se que os novos comboios iriam entroncar na estação de Tunes com o Misto de Beja para Faro.[11]
Continuação até Portimão
[editar | editar código-fonte]Em Dezembro de 1902, previa-se que o troço seguinte, até Portimão, iria ser em breve inspeccionado e depois aberto ao serviço.[11] Com efeito, foi inaugurado em 15 de Fevereiro de 1903,[12] pelo que esta estação perdeu o seu estatuto como gare terminal, prevendo-se que seria, então, requalificada para estação de segunda classe.[9] Esta medida provocou vários protestos por parte da população.[13]
Após a abertura à exploração, a zona da estação passou a ser um dos principais pólos de atracção urbanos fora da localidade de Silves, tendo sido construídas várias habitações junto à estação para os funcionários dos caminhos de ferro.[14] Este aglomerado populacional, denominado Bairro da Estação, foi dotada de boas ligações por estrada com a cidade de Silves.[14] A gare da estação foi várias vezes utilizada para bailes populares, o que contribuiu para aumentar a animação naquela zona.[14] Em 1913, a estação era servida por carreiras de diligências até Silves e Lagoa.[15] Em 1933, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses realizou obras de reparação e de melhoramentos nesta estação,[16] e no ano seguinte fez obras de restauro em toda a estação.[17]
Um diploma da Direcção Geral de Caminhos de Ferro, publicado no Diário do Governo n.º 286, II Série, de 8 de Dezembro de 1937, ordenou que o condutor de via e obras Caetano Alberto da Cruz Jorge Ribeiro outorgasse na escritura de uma parcela de terreno junto à estação, com a Federação Nacional dos Produtores de Trigo.[18] Após a Segunda Guerra Mundial, a Empresa de Viação do Algarve estabeleceu uma carreira de autocarros entre a estação e a cidade de Silves[19] (equivalente a parte da atual 113).
Ligação projectada a Monchique
[editar | editar código-fonte]Em finais de 1892, foi pedida a concessão para uma linha férrea ligando esta estação a Monchique.[20]
Século XXI
[editar | editar código-fonte]Em 2004, esta estação possuía a tipologia D da Rede Ferroviária Nacional,[21] que manteve até 2021,[22] tendo já tipologia C em 2022.[2]
Em 2009, esta estação apresentava duas linhas, ambas com 198 m de extensão, e duas plataformas, a primeira com 117 m de comprimento, e a segunda 91 m; ambas as plataformas tinham 40 cm de altura.[23] Em 2011, ambas as duas linhas já tinham sido aumentadas até aos 205 m, tal como as plataformas, que passaram a apresentar, correspondentemente, 125 e 197 m de comprimento; não se verificaram modificações na altura das plataformas;[24] estes valores mais tarde[quando?] ampliados para os atuais.[2]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Comboios de Portugal
- Infraestruturas de Portugal
- Transporte ferroviário em Portugal
- História do transporte ferroviário em Portugal
Referências
- ↑ a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
- ↑ a b c d Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
- ↑ OpenStreetMaps / GraphHopper. «Cálculo de distância pedonal». Consultado em 21 de abril de 2022
- ↑ (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
- ↑ Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
- ↑ Horário dos Comboios : Vila Real de S. António ⇄ Lagos («horário em vigor desde 2022.12.11»). Esta informação refere-se aos dias úteis.
- ↑ a b «Há Quarenta Anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1198). 16 de Novembro de 1937. p. 541-542. Consultado em 5 de Fevereiro de 2012 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ a b «Silves a Portimão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (361). 1 de Janeiro de 1903. p. 3-4. Consultado em 5 de Fevereiro de 2012 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ a b c «O Ramal de Portimão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 15 (339). 1 de Fevereiro de 1902. p. 35-36. Consultado em 11 de Dezembro de 2015
- ↑ «Ramal de Portimão». Fundação Mário Soares. Consultado em 5 de Fevereiro de 2012
- ↑ a b «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 51 (1227). 1 de Fevereiro de 1939. p. 111-114. Consultado em 11 de Dezembro de 2015 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ «Silves a Portimão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (364). 16 de Fevereiro de 1903. p. 56. Consultado em 11 de Dezembro de 2015 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ GOES, 1998:43
- ↑ a b c GOES, 1998:137
- ↑ «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. Ano 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 15 de Março de 2018
- ↑ «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1933» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1106). 16 de Janeiro de 1934. p. 49-52. Consultado em 11 de Dezembro de 2015 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ «O que se fez nos Caminhos de Ferro Portugueses, durante o ano de 1934» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1130). 16 de Janeiro de 1935. p. 50-51. Consultado em 11 de Dezembro de 2015 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ «Parte Oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1200). 16 de Dezembro de 1937. p. 591-593. Consultado em 11 de Dezembro de 2015 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ GUERREIRO, 1983:146
- ↑ «Efemérides 1888 - 1938» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 51 (1225). 1 de Janeiro de 1939. p. 43-48. Consultado em 11 de Dezembro de 2015
- ↑ «Classificação de Estações e Apeadeiros de acordo com a sua utilização». Directório da Rede Ferroviária Portuguesa 2005. Rede Ferroviária Nacional. 13 de Outubro de 2004. p. 81-83
- ↑ Diretório da Rede 2021. I.P.: 2019.12
- ↑ «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2010. Rede Ferroviária Nacional. 22 de Janeiro de 2009. p. 67-90
- ↑ «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- GOES, Maria das Dores Jorge (1998). Silves Naquele Tempo... e Agora (1956-1997). Silves: Câmara Municipal de Silves. 103 páginas. ISBN 972-96677-9-9
- GUERREIRO, Aníbal C. (1983). História da Camionagem Algarvia (de passageiros) 1925-1975. Da origem à nacionalização. Vila Real de Santo António: Edição do autor. 233 páginas